quinta-feira, 28 de junho de 2007

Guiné 63/74 - P1894: Louvores e condecorações (2): CCAÇ 3477, Os Gringos de Guileje (Amaro Samúdio)


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3477 (Novembro de 1971/ Dezembro de 1972) - Os Gringos de Guileje > O Munoz Samúdio, que era 1º cabo enfermeiro, junto à peça de artilharia 11.4 (e não obus 14, que o Coronel Rubim puxa-vos as orelhas!). Ao fundo vê-se a fiada de arame farpado. Last but not the least, em primeiro plano "a nossa cadela Lolita que veio de Gadamael", como fez questão de me chamar a atenção o Samúdio.

Foto: © Amaro Samúdio (2006). Direitos reservados.

1. Mensagem do Amaro Samúdio, anunciando em 27 de Mraço passado a realização do 1º Encontro dos Gringos de Guileje (19 de Maio, Montemor-o-Movo) (1), e juntando ao mesmo tempo a cópia do louvor que foi conferido à companhia ("Encontrei-o no meio de uma montanha de papéis"):


COMANDO-CHEFE DAS FORÇAS ARMADAS DA GUINÉ > QUARTEL GENERAL

Louvor concedido à CCAÇ 3477 pelo Exmº Brigadeiro Comandante Adjunto Operacional, pub1icado na Ordem nº 63 de 8-12-73 do CCFAGUINÉ.

Louvo a Companhia de Caçadores 3477 pela forma, digna de relevo, como se houve no cumprimento de todas as missões que lhe foram cometidas no decurso da sua permanência no Teatro de Operações da GUINÉ.

Inicialmente colocada no Sul da Província, onde permaneceu, cerca de um ano, em região particularmente sensível, levou a cabo uma intensa e bem conduzida actividade operacional, caracterizada por arreigado espírito de missão, notável agressividade e estoicismo, que lhe proporcionou, num avultado número de acções e operações, com especial destaque para Muralha Quimérica (2), obter resultados apreciáveis e criar acentuada insegurança ao IN num dos seus tradicionais corredores de infiltração.

Sofrendo várias e, por vezes, intensas flagelações ao seu aquartelamento, esta Subunidade, mercê da sua vincada determinação, elevado moral e sólido espírito de corpo, conseguiu sempre reagir pronta e eficazmente abortando todas as iniciativas inimigas.

Deslocada, posteriormente, para outro Sector, de características humanas muito heterogéneas, ainda que dispersa por vários destacamentos, construiu algumas das suas próprias instalações e desenvolveu profícua actividade em trabalhos de reordenamentos em benefício das populações locais, mantendo, simultaneamente, atento e exaustivo labor operacional integrado na segurança próxima de importantes pontos sensíveis.

Pelos serviços prestados, em campanha, a Companhia de Caçadores 3477 honrou a Arma de Infantaria e o Exército, em terras da GUINÉ PORTUGUESA, e ganhou jús ao público louvor com que é distinguida.

Quartel em Bissau, 5 de Dezembro de 1973

O Chefe do Estado-Maior

Hugo Rodrigues da Silva, Cor do CEM


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Notas de L.G.:

(1) Vd. post de 22 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1869: Convívios (19): Os Gringos de Guileje, a açoriana CCAÇ 3477, encontram-se ao fim de 33 anos! (Amaro Samúdio)

(2) Vd. post de 29 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1793: Operação Muralha Quimérica, com os paraquedistas do BCP 12: Aldeia Formosa, Guileje e Gadamael, Abril de 1972 (Victor Tavares)

(...) "Acção desenrolada entre 27 de Março e 8 de Abril de 1972, no sul da Guiné (Aldeia Formosa, Guileje e Gadamael).

"Esta operação, na qual participaram as CCP 121, 122, 123 e outras forças, com resultados excelentes, nas zonas operacionais de Aldeia Formosa, Guileje e Gadamael Porto, foi uma das muitas operações importantes em que intervieram os Paraquedistas do BCP 12 durante o ano de 1972.

"A zona de acção situava-se numa região que o PAIGC considerava libertada e onde os guerrilheiros se movimentavam com relativo à-vontade conforme se viria a constatar.O rio Balana separava o corredor de Guileje, que se estendia a sul entre a fronteira e ia até Salancaur Jate. A outra, a norte do mesmo rio, onde se movimentavam os grandes efectivos do Primeiro Corpo do Exército do PAIGC e que se incluía no troço do corredor de Missirá.

"Para esta operação, além das Companhias de Paraquedistas, também fizeram parte duas Companhias de Comandos Africanos assim como duas Companhias do Exército, as CCAÇ 3399 e 3477, mais a CCAÇ 18 além de um grupo especial do COE. Todas estas forças estavam sob o comando do Tenente-Coronel Parquedista Araújo e Sá, Comandante do BCP 12 tendo como adjunto o Cap Paraquedista Nuno Mira Vaz" (...).

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