1. Mais informações que nos chegaram à caixa do correio da Tabanca Grande, sobre o PIFAS ou PFA - Programa radiofónico das Forças Armadas no CTIG, no início dos anos 70. [ Imagem à esquerda: A mascote do PIFAS, de autor desconhecido - Imagem enviada pelo nosso camarada Carlos Carvalho]
(i) José Santos [, ex-1º Cabo Enf, CCAÇ 3326 (Mampatá e Quinhamel, Jan 71/Jan 73]
Caro amigo: No programa do PIFAS, uma voz que conheço é a do João Paulo Diniz, locutor da Antena 1, ao sábado, entre as 5 e as 7 horas da manhã. Estou à espera que me telefone para me encontrar com ele. Depois darei notícias. OK ?! Um abraço, Santos
(ii) Luís de Sousa [, CCAÇ 2797, Cufar, 1970/72]
Olá, não posso dizer grande coisa para além de que passou pelos microfones do programa o João Paulo Diniz, que deve ter muito para contar, e com o qual fiz a recruta em janeiro de 70, na Carregueira.
(iii) Abílio Delgado [, ex-Cap Mil da CCAÇ 3477, Gringos de Guileje, Guileje, 1971/73]
Recordo-me do PIFAS, bem como o programa de discos pedidos. Aliás, os Gringos [de Guileje] chegaram a gravar cassetes que depois eram transmitidas nessa radio, única na Guiné. Os Gringos estiveram em Nhacra em 1972/73 e uma das missões desse aqurtelamento era precisamente a defesa da antena emissora da rádio militar da Guiné conhecida pelo PIFAS.
O Furriel Mendes, já falecido, dos Gringos, chegou a trabalhar na estação. Recordo-me que um dos responsáveis era um tipo alto, de barbas, tipo Luís Graça, cujo nome já não recordo. (...).
(iv) Rogério Ferreira [, ex-Fur Mil Inf Minas e Armadilhas, CCAÇ 2658/BCAÇ 2905, Nhamate e Galomaro, 1970/71]
PIFAS, um amigo na tristeza, passava pelo menos à tarde. Um dos locutores era o João Paulo Diniz, mais tarde locutor da Emissora Nacional ou RDP 1. Lembro-me que nos meses de Outubro ou Novembro de 1971, ele e outro locutor, e uma senhora (da qual não recordo o nome), faziam o programa e introduziram um passatempo.
Certo dia estava de folga e, com dois camaradas furriéis, fomos ao Solmar e ouvimos no PIFAS que quem apresentasse nos estúdios uma alface teria um prémio. Claro, nós, alface, não tínhamos mas lembrei me que tinha uma nota de 20$00 que cá no Continente lhe chamavam as folhas de alface. Foi-nos dito que, se não aparecesse ninguém com uma alface, ganharíamos. Apareceu entretanto um soldado ou um cabo com uma alface mas, ó meu Deus!, ninguém podia estar perto dele.
Não sei se recordam, na avenida para o Quartel General havia umas hortas, não sei a quem pertenceriam. O camarada, ao passar em viatura, terá visto as hortas e as alfaces, só que não viu que junto à estrada havia umas regueiras onde corriam os esgotos que vinham do QG e era dessa água (?) que regavam a horta. Como era de noit, ele nem viu a regueira.
Imaginam o resultado!... O mau cheiro, parecia que ele tinha passado pelos esgotos de Santarém (para quem esteve na extinta EPC- Escola Prática de Cavalaria) ou pelas velhas salinas de Tavira, com águas podres há vários anos.
Não me lembro o que foi o prémio mas entendo que o mereceu. Terei uma fotocópia dum postal do PIFAS mas vou tentar que mo emprestem de novo, se ainda existir, para tirar fotocópia a cores. É giro. Se conseguir, faço chegar à vossa posse. (...)
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Nota do editor:
Postes anteriores da série:
4 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9557: O PIFAS, de saudosa memória (1): Depoimentos de José da Câmara, Carlos Carvalho e Carlos Cordeiro
4 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9558: O PIFAS, de saudosa memória (2): Depoimentos de David Guimarães, Joaquim Romero e António J. Pereira da Costa
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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