Caro Carlos Vinhal:
Nesta época e na nossa idade por vezes somos confrontados com notícias que nos entristecem.
Foi o caso de hoje, quando recebi uma chamada do telemóvel do Joaquim Djassi, mas feita pela Leontina, sua mulher, a dar a triste notícia do falecimento do marido ontem à tarde, no Hospital de Santa Maria, onde ainda se encontra.
Ao perguntar-lhe do funeral, disse-me que sairá da Mesquita de Lisboa, na 6.ª feira, às 14h00. Não sei ainda para onde. O telefone de contacto é: 969 442 125.
Achei que era meu dever comunicar-te, no sentido de, se assim o entenderes, fazer circular a notícia.
Embora o Joaquim não fizesse parte da nossa Tabanca Grande e tivesse sido nosso IN no outro tempo, actualmente era uma amigo querido de alguns de nós.
Começou essa amizade quando, em Dezembro de 2007, alguns de nós fizeram uma almoçarada no restaurante dele, o Pelicano Dourado, que motivou o PosT 2334, do Marques Lopes. Mesmo, no dia 10 de Junho de 2009, houve mais um almoço que está representado em foto no Post T4531, do Hélder de Sousa/Francisco Allen, em que numa das fotos se reconhece o Joaquim sentando ao fundo.
Na foto, da esquerda para a direita: António Pimentel, Marques Lopes, Braima Baldé (de pé) e Joaquim Djassi
Penso que era conhecido, já que foi referenciado por diversas vezes e merece ser recordado como um indivíduo que acima de tudo acreditava na amizade acima das divergências que fizeram uma época.
Entretanto, desejo que as coisas estejam bem para ti e para os teus.
Um abraço camarigo
Hugo Moura Ferreira
CCaç 1621(Cufar)
e CCaç6 (Bedanda)
1966/68
Obs. - Negritos da responsabilidade do editor
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Notas de CV:
(*) Vd. poste de 25 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2579: Álbum Fotográfico do Hugo Moura Ferreira (3): Em Sangonhá, a sul de Gadamael, com a CCAÇ 1612 (1968)
(**) Vd. poste de Sábado, 8 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2334: Encontro de ex-combatentes, em Lisboa, no Pelicano Dourado (A.Marques Lopes)
Vd. último poste da série de 30 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7062: In Memoriam (55): António Domingos Rodrigues (1947-2010), natural de Torres Novas, ex-1º Cabo Trms Inf, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, Maio de 1969 / Março de 1971)
8 comentários:
Camarada de meus Camaradas meu Camarada é.
Descansa em Paz Camarada Joaquim Djassi.
Os meus Pêsames á Família.
TM
Já repararam, amigos, como a série "In Memoriam" vai engrossando ? Por cada antigo combatente, de um lado e do outro, que morre, a nossa comunidade fica mais pobre... O Djassi, que eu não conhecia pessoalmente, mas era amigo dos nossos amigos e camaradas Pimentel, Marques Lopes, Hugo, Xico, e outros), muito provavelmente não teve tempo sequer de sentar à mesa e falar dos seus duros tempos de guerra (como eu imagino que tenham sido)...
À família, aos amigos, aos antigos companheiros de luta, os meus votos de pesar pela perda deste homem que deveria ser um homem bom. LG
Infelizmente,cada vez se torna mais frequente este tipo de notícias.
Para a família, envio os meus sentidos pêsames. São dias muito difíceis de ultrpassar. A dor é enorme.
Filomena
Perdemos mais um Amigo. E com a perda vem a recordação do estar, das conversas e do convívio. Relembro a última vez que estive no Pelicano Dourado e o momento em que, entre risos, a dada altura, o Joaquim Djassi colocou os pratos na mesa e me disse por brincadeira: "...noutros tempos você queria matar-me e agora estou eu aqui a dar-lhe de comer!!". Estive por lá várias vezes e soube de algumas das suas andanças nos idos anos de 60 e 70. Nasceu a Amizade com ele e com a família. À D. Leontina e família a manifestção do meu pesar.
Do Joaquim fica-me a grata recordação do Amigo e homem bom.
Benito Neves
CCav. 1484
Camaradas,
Também conheci o Djassi no seu restaurante, aquando de uma comezaina de peixe da bolanha encomendado para o grupo do Cadaval, a que se juntou o Pimentel.
Ele padecia da diabetes, por isso se transferiu para aqui. Foi um belíssimo dia, muito bem disposto, e tive ocasião de falar com ele durante bastante tempo. Nada de guerra, mas sobre a vida e as nossas vidas.
A família estava presente, e todos dispensaram-nos grande simpatia e excelente convívio.
Não cheguei a ali voltar.
Agora, quero apresentar o meu pesar pelo sucedido.
JD
Caros camaradas
Estas notícias entristecem sempre. Sendo um nosso contemporâneo, faz-nos lembrar que o tempo também para nós está a correr, e depressa.
Não é pelo facto do Joaquim, na coerência dos seus sentimentos, ter sido um activo guerrilheiro, ou seja, um daqueles que as circunstâncias tornaram nosso IN e que nós também procurávamos eliminar, que o seu desaparecimento possa ser uma coisa indiferente. Não, não é!
Conheci o Joaquim no almoço do dia 10 de Junho do ano passado, quando um grupo bem representativo de elementos da "Tabanca de Matosinhoa" me convidou a acompanhá-los ao restaurante do Joaquim.
Intrigado, pelo facto de me terem alertado tratar-se de um IN que sofria de uma doença prolongada, já há algum tempo em tratamento, lá me deixei levar e confesso que desde logo fiquei agradado com o Joaquim e sua família.
Se se lembrarem de todas as coisas positivas e agradáveis que a vossa memória pode associar ao convívio, ao relacionamento, que tiveram com os elementos da população, então podem revê-los nesse contacto com o Djassi e familiares.
A alegria genuína, a fraternidade no convívio, a simplicidade, e até também a 'marotice' que deixaram expressa em uma ou outra 'brejeirice' consolidaram essas minhas observções.
Depois, bem, depois, tive oportunidade de trocar mais em particular algumas palavras com o Djassi sobre a 'vida passada', a do nosso tempo mas também a outra, que ele viveu e nós já por cá andávamos, e fiquei a saber do seu 'desamor', para não dizer outra coisa, ao 'Nino' Vieira e também me falou de forma desculpabilizante sobre o Luís Cabral.
Para fomentar o estreitamento de relações, e porque era necessário e me cabia a mim promover um encontro do pessoal do 'Grupo do Cadaval', optei por fazê-lo no restaurante do Djassi. Fiquei com a ideia que todos os do 'Grupo' que lá estiveram, reforçados com o Pimentel, ficaram agradados.
Acordei com ele a possibilidade de fazermos um almoço/entrevista, para aprofundarmos as opiniões. Tinha 'mobilizado' o nosso camarada Jorge Cabral para me ajudar nessa diligência, mas as sessões de hemodiálise estavam a debilitá-lo cada vez mais, embora houvesse sempre a esperança de melhorias... e agora já não é possível...
É uma lástima!
Que o Joaquim descanse finalmente em paz.
Que a família aceite os meus sentidos pêsames e que saiba honrar o seu nome.
Hélder S.
Não sei que dizer, é sempre difícil dizer-se seja o que for nestas circunstâncias. Conheci o Djassi no almoço já aqui referido pelo Hélder e pelo Dinis, fomos recebidos como se da família fizéssemos parte e como se tivéssemos estado sempre do mesmo lado. À família enlutada os meus sentimentos.
BSardinha
Que o seu Deus o receba em seus braços.
Mário Fitas
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