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segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Guiné 61/74 - P27111: Felizmente ainda há verão em 2025 (14): e sentados à mesa redonda ou oval somos todos iguais...os do Norte e os do Sul... (Luís Graça)







Fotos nºs 1, 2 e 3 > Lourinhã > 9 de agosto de 2025 > Almoço: Batatada de peixe seco, à moda da "chef" Alice...

Fotos nºs 4 e 5 > Lourinhã > 10 de agosto de 2025 > Restos:  um entradinha (camarões panados, bem regados com limão), a saladinha...que escapou ao fotógrafo, e a "roupa velha" (uma espécie de batatada de peixe seco à Gomes de Sá:  vai ao forno, leva muita salsa, ovo fatiado e  azeitonas)

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2025). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Garça & Camaradas da Guiné]


1. Dirão alguns: não são  comidinhas de verão, frescas, leves, saborosas... Estamos de acordo... Diz o nosso nutricionista de serviço, que as nossas comidinhas de verão têm que ter estas 3 características, a combinação perfeita: (i) leves (nada de sobrecarregar o organismo); (ii) frescas (para combater o calor); e (iii) saborosas (aproveitando a variedade e a abundância dos produtos da época, das frutas aos legumes, do peixe aos mariscos)...

 De facto, com  a chegada dos dias quentes e compridos, o nosso corpinho e o nosso palato  não aceitam comidas pesadas, proteicas, calóricas, de difícil digestão, como os pratos de inverno...

A preferência deve ir para pratos com estas 3 caraterísticas (leveza, frescura e sabor). Não é apenas uma questão de gosto, mas também uma resposta fisiológica do nosso corpo.

Já recomendámos ao nosso vagomestre, que a ementa da messe  tem de recair agpora em ingredientes e confeções que combinam estas três coisas: (i) promovam a hidratação, (ii) sejam de fácil digestão;  e (iii) sejam ricos em nutrientes essenciais para repor as perdas através da transpiração.

Em resumo, temperaturas mais altas, alimentos com menos calorias, de fácil digestão e que promovam a hidratação...
 
A batatada de peixe seco sempre foi, nas comunidades de lavradores e pescadores, da Lourinhã, uma comida de inverno. Mas agora come-se quando há os ingredientes indispensáveis, e nomeadamente o peixe seco (raia, sapata, cação, safio...), que se cozinha como o bacalhau, depois de demolhado.... Serve-se com muito azeite e alho, triturado no almofariz... E, claro, também vai bem com um dos nossos muitos bons vinhos brancos, fresquinhos...

E a propósito de ingredientes, é bom que se diga que não é um prato barato: a "arraia" seca está ao preço do bacalhau, a sapata (espécie protegida) só se arranja no "mercado negro"...

No dia seguinte, com os restos que sobrou (e foi outro tanto!), faz-se uma espécie de "batatada de peixe seco à Gomes de Sá", com um toque final, soberbo, da "chef" Alice, no que fiz  respeito aos molhos e à temperatura do forno...

Essencial são os amigos, de férias, que gostam de se juntar à mesa...  e que sabem que "na casa desta mulher come-se tudo o que ela fizer e nos der"...Sentados à mesa redonda ou oval, somos todos iguais. Estes/as  "companheiros/as", do último fim de semana, eram, do Norte (Esposende) e  nunca tinham provado estas iguarias...

Em suma, todas as ocasiões são boas para  se comer uma batatada de peixe seco... Na Marquiteita e na Ventosa do Mar sõa mesmo no píncaro do verão. (Nas nossas casas é quando quiser e puder...). O que não há na Marquiteira e na Ventosa do Mar (a batatada é sempre no último dia da festa, por ainal uma segunda feira), é a possibilidade de, no dia seguinte, ir comer os restos (ou a "roupa velha", como se diz no Norte): a tal espécie de batatada de peixe seco à Gomes de Sá, e que  vai ao forno, mas a receita é da "chef" Alice. (Falem com ela.)
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