sábado, 25 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20899: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (9): Petiscos exóticos... em tempo de isolamento social (José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia)






Tabanca da Lapónia >  2020 >  Não se aceitam, reservas... devido à situação de confinamento na sequência da pandemia de COVID-19...  que também cá chegou, à última grande  extensäo verdadeiramente selvagem da Europa... Também não há "take way".

Fotos (e legenda): ©  José Belo (2020). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Duas mensagem, com data de 23 do corrnte,  de José Belo ex-alf mil inf da CCAÇ 2381, Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70, e manteve-se no ativo, no exército português, durante uma década; está reformado como capitão inf do exército português: jurista, vive entre (i) Estocolmo, Suécia,  (ii) nas imediações de Abisco, Kiruna, Lapónia, no círculo polar ártico,  já próximo da fronteira com a Finlândia, e (iii) Key-West, Florida, EUA; é o único régulo da tabanca de um homem só (, mas sempre bem acompanhado das suas renas, dos seus cães e dos seus ursos)


Os isolamentos, os petiscos e os ...URSOS

1. Nos últimos anos o número de ursos tem vindo a aumenter consideravelmente neste extremo do extremo norte europeu.

Näo säo täo perigosos como se possa esperar pois evitam ao máximo os encontros com humanos.
A darem-se encontros inesperados, ou se acompanhados de crias, a história pode tornar-se bem diferente.

Daí que, e desde há muito, a carne de urso é uma das especialidades locais apreciada por muitos, seja ela assada, grelhada,fumada ou em enchidos vários.

Neste período de isolamentos virais recomenda-se como petisco compensador..

Aqui seguem algumas fotos sugestivas,com a curiosidade de a foto do cäo mostrar o tipo de colête com picos afiados que ajuda o animal em... encontros inesperados.

Um detalhe "técnico" para os chefes amadores: A carne que nestes assados parece estar (aos olhos lusitanos) sempre "mal passada" em verdade näo o está. O método muito usado por aqui de assar em forno com temperaturas pouco elevadas,  mas durante muitas horas, dá-lhe este aspecto e sabor suculento de mastigacäo muito agradável.

2. Tendo consciência que os exóticos ursos da Lapónia näo säo únicos, e que alguns também se passeiam por ruas do nosso querido Portugal, sinto necessidade de dar um esclarecimento quanto ao texto por mim enviado.

O nosso Blogue é, em verdade, um ponto de encontro de antigos combatentes da Guiné. Tem servido,e serve,para nele serem publicadas recordacöes pessoais daqueles tempos, Experiências várias,assim como importante documentacäo de acontecimentos Históricos com a Guiné relacionados.

E aí devem também ser incluidas as célebres fotos com macaquinhos no ombro direito ou esquerdo,de acordo, certamente, com as preferências políticas do fotografado.
Ao enviar texto e fotos culinárias para um tal blogue, näo espero que os Camaradas väo de imediato buscar o avental e a panela... dirigindo-se para a cozinha.

Mais näo é que uma busca inocente de levar até aí algumas das muitas realidades "exóticas" deste extremo do extremo norte europeu, considerado de facto como a última grande (!) extensäo verdadeiramente selvagem da Europa..

Säo para muitos ...tempos de isolamento...e talvez estas "variantes" sirvam para ajudar a "matar o tempo". Espero.
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Nota do editor:

Último poste da série > 24 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20895: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (8): Mais algumas dicas da "Chef" Alice Carneiro, do restaurante "Chez Nous"... Não comam muito, comam bem, façam exercício, e não se esqueçam também de alimentar os nossos bons irãs...

9 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Em Portugal também havia ursos, agora só há ursinhos de peluche... Zé Belo, com a tua picanha de urso da Lapónia tiraste-me o "apetite", hoje que eu ia comer "leitão assado à Bairrada, mas à moda da Lourinhã", outra comida "exótica" cá da nossa santa terra... Ainda dizem que os chineses adoram morcegos fritos!...

Mas a COVID-19... não passará!


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urso | s. m.

ur·so
(latim ursus, -i)
substantivo masculino
1. [Zoologia] Género de mamíferos, principalmente carnívoros, mas que comem também frutos, raízes, mel, etc.Ver imagem

2. [Figurado] Indivíduo pouco sociável. = MISANTROPO

3. [Depreciativo] Indivíduo feio.

4. Estudante premiado ou distinto.

5. [Brasil] Mandatário de assassinos.

6. [Gíria] Homem homossexual que dá importância a características masculinas como os pêlos corporais e faciais, tendo geralmente uma constituição física robusta.


"urso", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/urso [consultado em 25-04-2020].

Juvenal Amado disse...

Não sabia que se comia urso.
Mas aprender até morrer não é?
Quanto aos macacos também servira de petisco exótico. Mas hoje arrependo-me e lamento pois não o fiz não por necessidade mas sim por sacanice.
Mas que fazer que vais tarde pinto pelado.
Há dias li que por este Mundo de abundância em contraponto com um de carências com é a Ásia onde comem cães e gatos, morcegos, cobras etc e que algumas pessoas se mostravam horrorizadas dizia eu, que por cá também se cometem algumas praticas terriveis se pensarmos bem.
Alguns países promovem autenticas matanças porque é tradição.

Bem um abraço


Um abraço

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Juvenal e Zé:

Um dia vammos ser "proibidos" de comer bacalhau seco, peixe seco, tripas, tomates de carneiro, jaquinzinhos, passarinhos fritos, novilho, leitão, perdiz, coelho, anho, cabrito, percebes, ameijoas, lagosta, lavaganet, sapateira, santola, navalheiras, polvo, moreira, raia, safio, atum, sardinhas, ovas de bacalhau, salpição, presunto de porco preto e por aí fora...

Em nome do perigoso "relativismo cultural", aceitamos hoje coisas, da gastronomia dos povos, que começam a ser "inaceitáveis" face à necessidade da conservação da natureza, da biodiversidade, da vida selvagem, etc.

Por exemplo, acho repugante comer "passarinhos fritos", mas adoro tomates de carneiro... Nunca comeria macaco porque o macaco é um primata como eu: e isso seria "canibalismo"... Mas como leitão, o porquinho que é tão mamífero como eu... Como duas ou três vezes por ano, no máxino... E adoro o anho assado com arroz de forno...

É verdade que, num passado longínquo, os nossos antepassados foram canibais. Os ameríndios no séc. XVI adoravam português assado no espeto...

Mas os direitos animais estão a ganhar terreno mais até que os direitos humanos...

Enfim, que Deus nosso senhor não nos tire o apetite... LG

Manuel Luís Lomba disse...

Ei, José Belo:
Se um dia andares cá pelo Norte, não dias que comes e gostas de comida de urso ... Atrairás grande compaixão desta gente, que antanho teve a cultura da bengala, da vara de marmeleiro e da "justiça de Fafe".
É que aqui, "comida de urso" significa levar porrada...
Abr.
Manuel Luís Lomba

Anónimo disse...

Hej på dig Manuel Lomba.

Näo vamos exagerar com os mais de quarenta anos dos meus "assuecamentos".
Recordacöes de um avô bem nortenho ainda hoje me trazem orgulhos vários.
O menino mimado dos Estoris e Key West em que alguns sempre me procuram tornar sabe bem o significado da..."comida de urso".
Só que no meu Norte chamava-se...."sopa d'urso".
Feitios.
Ou será antes dialectos?
Um abraco .
J.Belo

Hélder Sousa disse...

Caro JB (José Belo para os desconhecedores)

Reparei que o exemplar de urso apresentado está bem gordinho.
Ou é só "banha"? Há a ideia que eles hibernam e que por isso devem acumular para suportar o longo inverno.
No entanto o pedaço de carne que apresentas, a ser de urso, parece não ter ou ter pouca gordura.

Olha, urso nunca comi.
"Sopa d'urso" cheguei a comer, em Lisboa, junto à Estação do Rossio, no 1º de Maio de 73 e o raio do "25A74" impediu-me de consumar a minha vingança programada sobre o agressor. Ainda bem, pois podia ser a minha desgraça....

Mas se urso não comi devo dizer que cheguei a comer umas saborosas salsichas de veado.
Onde? Na Guiné, claro! Em Bissau!
Um dos meus camaradas de função tinha um pai que tinha relacionamento com pessoal da Alfândega e de vez em quando lá apareciam umas caixas com "víveres", frutas e conservas, às vezes exóticas.
Marchavam, pois então!

Hélder Sousa

Anónimo disse...

Caro HS (Helder Sousa para os desconhecedores)

Se há algo que te posso garantir é que a carne das fotos é de urso.
Quanto à gordura, que obviamente também existe,é fácil de "descascar" aquando do esquartejamento da "alimária"

Como poderás compreender daria um bocado de trabalho conduzir o jeep 300 quilómetros para ida,mais 300 quilómetros de volta para ir comprar uns bifes no supermercado local.

E,a propósito de carne com gorduras....Por aqui,já bem dentro do Círculo Polar,näo se encontra carne de animal de consumo com täo pouco teor de gordura como a carne de rena.
E isto tendo em conta os Invernos de 9 mëses e as temperaturas que muitas vezes rondam os 40 negativos.
A exportacäo desta carne para a Alemanha é grande exito comercial.
Como referência quanto ao negócio,uma lagosta de um quilo em Estocolmo é mais barata que um quilo de carne de rena e...renas há muitas!

Um abraco do J.Belo


Hélder Sousa disse...

Caro José Belo (acho que agora já não será preciso explicar mais)

A minha referência à foto com a carne de urso não era no sentido de duvidar da sua autenticidade mas sim manifestar a minha curiosidade pela falta de gordura visível.

E claro que compreendo que 600 km (ida e volta) para comprar uns bifinhos (mesmo que a compra envolvesse maiores quantidades) não é coisa para fazer todos os dias.

Pois, o que as tais latinhas que falei referiam era carne de veado. Não recordo a proveniência. Sei que pertenciam a um lote a ser colocado no mercado (descarregado na Alfândega de Setúbal) e que alguns exemplares eram para demonstração e lá foram encaminhados para Bissau...

Abraço
Hélder Sousa

Anónimo disse...

Meu Caro Amigo e Camarada Helder de Sousa.

Talvez...talvez...seja melhor näo se saber exatamente o conteúdo de muitos dos enchidos consumidos com tanto prazer.
Näo me vem à memória melhor exemplo de que o cozido à portuguesa que era servido (no antigamente!) num restaurante perto da Sé de Lisboa,do tipo...paga uma dose e come quanto quiser!
O cozido era bom,mas o pouco custo do mesmo era "a modos que" suspeito quanto aos ingredientes.
Enfim,ainda por cá estamos.

Um abraco do J.belo