terça-feira, 4 de maio de 2021

Guiné 61/74 - P22169: (Ex)citações (384): Em louvor das "nossas lavadeiras" que, na sua esmagadora maioria, não foram "lavadeiras lava-tudo"... (Joaquim Costa / Valdemar Queiroz / Cherno Baldé / José Teixeira / Jorge Pinto / Luís Graça)


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > "Lavadeiras da Fonte Antiga... Todos os soldados tinham a sua lavadeira. A lavagem da roupa era feita na tabanca com água retirada através do único furo,  feito por uma companhia de caçadores estacionada em Fulacunda em 1969/70], a CCAV 2482, "Boinas Negras"[,subunidade que esteve em Fulacunda entre 30 de Junho de 1969 e 14 de Dezembro de 1970, data em que foi rendida e partiu para Bissau].

 Contudo, quando havia muita roupa para lavar, as lavadeiras deslocavam-se à Fonte Antiga que se localizava na parte exterior do aquartelamento e portanto sujeita a “surpresas” [, acções do IN].


Foto (e legenda): © Jorge Pinto (2014). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Comentários ao poste P22028 (*) sobre um tema - as lavadeiras  (e as relações com os militares que passaram pela Guiné) - , sobre o qual temos mais de 3 dezenas de referências...  

O tema tem-se prestado, desde o início da guerra colonial / guerra do ultramar, há 60 anos,  a especulações e generalizações  abusivas, levando a criar-se o estereótipo de que as lavadeiras  também  faziam (ou eram obrigadas a fazer) "favores sexuais", como se  os militares portugueses, em geral,  se tivessem comportado como "tropa ocupante" (, segundo a propaganda do PAIGC).., E, pior ainda, como uma cambada de "predadores sexuais".

Enfim, há quem diabolize os antigos combatentes com o velho chavão do sexo em tempo de guerra, esquecendo-se que muitas das "nossas lavadeiras" também eram mulheres ou familiares dos nossos camaradas guineenses, ou elementos da população que vivia dentro do mesmo "perímetro de arame farpado" onde flutuava a bandeira portuguesa... 

Há quem nos queira ver com os olhos de hoje, os novos "santos inquisidores,", os do feminismo, dos direitos humanos, do revisionismo da história, do pós-colonialismo, do pós-modernismo, enfim, do "politicamente correcto"...  É bom lembrar aqui, e a propósito, o saudável e pedagógico discurso do PRP no dia 25 de Abril de 2021, na Assembleia da República (**)...

Nada como recorrer aos testemunhos dos nossos camaradas que estiveram no CTIG, entre 1961 e 1974. Dos outros teatros de operações  não temos falado (nem falamos), porque não estivemos lá. E como não há tabus no nosso blogue (só evitamos  falar de política, futebol, religião... e desertores!), não temos pejo em lembrar aqui  as "nossas lavadeiras", sempre que nos apetecer. E sem pedir licença a ninguém!... Não, as nossas lavadeiras não eram "lavadeiras lava-tudo"...  Havia exceções, claro.. Mas a exceção confirma a regra. 

Lembro-me que à minha, em Bambadinca (, infelizmente já não sou capaz de me lembrar do nome... "Binta" ?), pagava acima da tabela "tácita": pagava 100 euros... E desculpava-lhe uma ou outra peça de roupa  estragada ou extraviada... Sei que era jovem, mandinga, sem ser particularmente bonita, mas também ela filha de lavadeira que, em meados dos anos 60, terá tido um filho de um militar... A minha lavadeira, que falava um crioulo "carrancudo", trazia geralmente às costas o meu mano mais novo, de feições "arianas"... Bambadinca era já um meio semi.urbano, com muita população "refugiada", vítiam do terror do PAIGC... 100 pesos pagos a uma lavadeira já era bastante dinheiro para quem nada tinha: lembre-se que era um sexto do pré do soldado guineense de 2ª classe... 

Com o fim da guerra (e com o fim destas e doutras entradas de dinheiro no rendimento das famílias, incluindo a partida dos cmerciantes locais), agravaram-se as condições de fome e miséria da população de Bambadinca. E, infelizmente, a independêmcia trouxe também o triste espectáulo do revanchismo, da "justiça revolucionária", do "poilão dos fuzikamentos", dos ajustes de contas contra "os cães e as cadelas do colonialismo"...  O que terá sido feita da minha "Binta", da sua mãe e do seu mano, "fidjo di tuga" ?... 

Fica aqui um aviso aos nossos camaradas, que falam com os jornalistas, contam histórias  e disponbibilizam fotos dos seus álbuns, sem a devida "legendagem e contextualização"... Sessenta anos depois alguns jornais lembraram-se que os antigos combatentes, agora com os pés para a cova, ainda têm "histórias e fotos exóticas" (e até "escabrosas") que ajudam a vender jornais e aumentar as audiências, em tempo de pandemia... Porque os fotojornalistas profissionais e os nossos "fotocines", esses, preferiram não arriscar o coirão no mato da Guiné... (Há quem os desculpe: o regime e o exército não os terão deixado trabalhar...). (LG)


(i) Tabanca Grande Luís Graça

É um dos mais bonitos elogios que já li sobre as "nossas lavadeiras" e "o dia da lavadeira" (que, tanto quanto me recordo, era à quinta-feira, em Bambadinca):

(...) "O dia da lavadeira era o mais esperado da semana no quartel. Vinham em rancho com os seus trajes coloridos, com a trouxa de roupa à cabeça e uma alegria contagiante nos rostos. Aguardavam impacientes junto ao sentinela a autorização para entrarem no quartel, o que geralmente acontecia ao meio da tarde, e era vê-las entrar em grande algazarra, de sorrisos rasgados, dispersando-se pelo quartel como rebanho comunitário acabado de chegar, do monte, ao povoado.

"Quem não viveu e/ou participou na guerra colonial, ouvindo falar das lavadeiras dos militares logo associa a alguém que lavava a roupa e não só. Nada de mais errado e injusto para a maioria destas mulheres: dignas, afáveis, competentes e que compreendiam melhor do que ninguém o sofrimento e angústias destes jovens, ansiosos por regressarem à terra e ao seio da família, desculpando-os de um ou outro pequeno devaneio, sabendo que nelas projetavam alguém bem longe para além do oceano." (...)

23 de março de 2021 às 11:58
 

(ii) Valdemar Queiroz:

Costa, mais um belo texto.

Vamos à lavandaria, dizíamos nós, quando em Contuboel íamos à praia do rio Geba e passávamos junto da lavandaria (umas pedras junto do rio) ver as bajudas lavadeiras de tronco tu e saiote molhado a lavar a roupa da rapaziada da tropa.

No Quartel da nossa CART n11, em Nova Lamego, não havia um dia certo para as lavadeiras entregar a roupa lavada e recolher a suja. A nossa CART 11,  de soldados fulas, com os quadros e poucos soldados metropolitanos,  não dava grande negócio às lavadeiras que na maioria eram as mulheres ou familiares dos nossos soldados.

Julgo que em Contuboel seria assim, mas lavadeiras em Nova Lamego tinham uma tabela de preços. Não era um preçário especial à peça, era um preçário à patente ou seja os soldados pagavam um preço, os furriéis, o 1º. sargento, os alferes e capitão pagavam cada um preço diferente pelo mesmo tipo de roupa lavada. 

Toma lá qu'é democrático, diríamos nós agora, mas a explicação dada era bem simples: ganha mais patacão, paga mais à lavandeira, diziam.
Quanto ao resto, havia sempre a mesma 'lava tudo?' mas no geral o respeitinho era muito bonito.

23 de março de 2021 às 15:05

(iii) Cherno Baldé

Caros amigos,

O tema é deveras interessante e a descriçao do Joaquim Costa é quase perfeita, como costuma dizer o nosso Luis Graça, nem tudo era a preto e branco, claro.

 “Os pequenos devaneios” desculpáveis, devido as saudades da terra natal aconteciam, assim como aconteciam inúmeros outros casos dos quais os de “lava tudo”, porque se a tropa passava por respeitar a disciplina militar na geralidade, com a irreverência já conhecida e que muitas vezes se evidênciava através do dedo médio nas costas do chefe hierárquico, com o pessoal africano e sobretudo com as mulheres já era muito diferente, pelo que estas quando tinham mesmo que entrar no quartel por obrigação do serviço mas também porque dava algum gozo apreciar a rapaziada branca (acho eu), faziam-no com algumas cautelas como por exemplo levar um bébé as costas, mesmo não sendo a mãe para intimidar e afastar os mais atrevidos ou levar um(a) guarda-costas que seguia grudada(o) as suas costas para gritar e fazer barulho quando as apalpadelas passavam do limite e não eram consentidas. 

Com as minhas primas-irmãs na condição de lavadeiras, faziamos várias vezes de guarda-costas a uma delas, a mais velhas, pois a mais nova nunca queria e fugia de nós como do diabo pelo que, claro está, ela era suspeita de práticas menos decentes aos nossos olhos.

Mas, para dizer a verdade, até 1970, periodo que coincide com a chegada da CART 2742 do Cap Carlos Borges Figueiredo (todas as anteriores eram muito bélicas e acreditavam poder ganhar aquela guerra), a nossa verdadeira motivação, enquanto guarda-costas, era conseguir o livre trânsito que nos permitia atravessar a porta d’armas e deambular dentro do quartel e, eventualmente, conseguir um pedaço de pão com ou sem marmelada, com ou sem autorização ou uma latinha de sardinhas quando não era a milagrosa Coca-Cola espumante, o que raramente acontecia. Mas, valia sempre pela aventura de entrar naquele lugar proibido que atraia a nossa curiosidade sobre aquela gente estranha vinda de outras paragens, jovem e saudável e de hábitos muito esquisitos.

As meninas e mulheres lavadeiras da nossa aldeia sabiam que os rapazes não eram de confiança, pois com eles na guarda, as cunhas eram permitidas e, nesse caso, faziam vista grossa ou abandonavam o local para ir atrás da bola a troco de pouca coisa e assim o truque do bébé nas costas era o recurso mais seguro para entrar no quartel que mais parecia um ninho de vespas para as nossas mulheres.

Gostaria de esclarecer que, geralmente, todas as mulheres queriam ser lavadeiras e ganhar algum dinheiro da tropa, mas dos casos que conheço em concreto, so as meninas e mulheres solteiras eram permitidas a ter laços contratuais com a tropa (os brancos) e estas por sua vez podiam ou não dividir os seus clientes (contratantes) a outras mulheres casadas que se encarregavam de lavar e passar a roupa ou so lavar e entregar a lavadeira contratada para o serviço. E quando recebia dos seus clientes o valor do contrato entregava repartia com as outras co-lavadeiras que ficavam na sombra e nunca eram conhecidas por seus clientes. E esta pratica nao era isenta de problemas que so vinham a tona quando se verificava a perda ou mau estado de alguma peça, por falta de alguns botões, entre outros casos.

 23 de março de 2021 às 17:59

(iv) Tabanca Grande Luís Graça:

Irei publicar em breve uma lista dos mais de 30 postes publicados com o descritor (ou marcador) "lavadeiras"...Há histórias edificantes (e outras menos...).

Também tenho a mesma iamgem do Joaquim Costa, a do dia da lavadeira, se bem que a CCAÇ 12 não fosse uma unidade de quadrícula e andasse muitas vezes no mato...

No nosso caso, em Bambadinca, era junto do edifício do comando, quartos/camaratas, e messes de oficiais e sargentos... Recorde-se que: (i) as praças dormiam em camaratas (, com exceção dos gyuineenses, que vivia na tabanca); (ii) os furrieis/sargentios viviam em quartos com 5 camnas); (iii) os alferes, em quartos de 3 camas: (iv) os capitães e oficiais superiores eram os únicos que tinham quartos individuais...

Parecia uma feira e era, aqui como em outros lados, um momento de "socialização" e de convívio... Uma feira, colorida e animada, com muita gente da tabanca (miúdos, bajudas e mulheres grandes, de várias etnias, com destaque para fulas e mandingas...) a entregar roupa suja e a receber roupa lavada...

Eu pagava 100 escudos à minha lavadeira, que era mandinga. Não tenho ideia de me ter perdido menhuma peça.

23 de março de 2021 às 22:39

(v)  José Teixeira;

A minha lavadeira em Mampatá era a jovem bajuda mais linda que havia na tabanca. Como era uma tabanca pequena e apenas havia um Grupo de Combate instalado, que juntamente com um Grupo de milícia assegurava a segurança, havia uma excelente relação pessoal com os autóctones. 

O comandante da milícia era o Régulo Aliu Baldé e minha lavadeira estava comprometida com o seu filho Hamadú a cumprir o serviço militar em Bolama. Era uma jovem que impunha respeito, como, aliás, todas as bajudas e mulheres grandes, pela relação humana que se gerou e pela forma como elas se faziam respeitar. 

Fiquei preso àquelas gentes que recordo com muita saudade, apesar de só ter estado cerca de meio ano. Nos meus regressos à Guiné (e já vão cinco!) reativei as amizades e a Fatumata, o marido Hamadú e os seus filhos e outros familiares estão no meu rol de amizades.

Em Buba era uma jovem que devia ter cerca de doze anos, que tinha alguns cuidados, como andar sempre acompanhada e nunca entrar dentro da caserna. Como havia muita tropa estacionada, as bajudas e mulheres grandes quase não chegavam para as encomendas.

24 de março de 2021 às 11:45

_______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 23 de março de 2021 > Guiné 61/74 - P22028: Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-Furriel mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74) - Parte V: As nossas lavadeiras... e o furriel 'Pequenina'


25 comentários:

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Quem é que se lembra dos preços "sociais que as lavadeiras praticavam:
Soldado/Cabo - 50$00
Furriel - 75$00
Alferes - 100$00
Capitão - 150$00
E até havia quem trauteasse a canção do Paco Bandeira "O Alentejo é Lindo quando há Primavera":
É pás lavadeiras são 50 paus,
É pás lavadeiras são 50 paus...

Um Ab.
António J. P. Costa

Anónimo disse...

Em nova Lamego tínhamos um espaço para vários alferes
Em s. Domingos tinha a antiga maternidade e dava para 12 camas e utentes. Não me lembro quer num sitio ou outro como era feito tudo isto, acho que deixava em cima da cama, ela vinha trazia e levava. Não me lembro minimamente das caras nem nomes delas, muito menos os preços e como se pagava
Eu acho que elas entravam à balda no quarto, quando era a hora da sesta, das 22:16 horas, lembro vagamente. E lembro que eram jovens Bajudas e nunca vi guarda costas, eu andava mais preocupado com a minha ingrata missão. Sei que nunca dei falta de roupa eram de grande gentileza e nunca vi receio algum. Em relação a favores é uma coisa que jamais vi em nenhum companheiro de quarto. Fui ver muitas vezes as lavadeiras no rio em NL. Mas não me lembro em SD, onde estive mais tempo, nem fotos tenho. Estes postes e comentarios deviam ser enviados ao Observador, pelo valor que têm as declarações do Cherno Balde. Saúde. Virgílio Teixeira.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Veja-se o convite recente do "Expresso":

(...) "No momento em que se assinalam os 60 anos desde a chacina no norte de Angola que espoletou a guerra colonial, Jorge Calado reflete sobre o papel da fotografia na narrativa desse momento histórico. 'Fotograficamente a guerra colonial portuguesa ficou esquecida. Entalada entre a censura da ditadura e a vergonha do retorno inglório à pátria em 1974/75, acabou vítima de uma amnésia geral'. Ponto de partida para um convite do Expresso à partilha dos leitores dos seus arquivos pessoais, com a promessa de serem tratados pela equipa editorial do jornal e mais tarde publicados. Envie-nos as suas imagens digitalizadas ou por correio tradicional, com os dados principais para entrarmos em contacto." (...)

https://expresso.pt/multimedia/2021-04-09-Tem-fotografias-da-Guerra-Colonial--Partilhe-o-seu-arquivo-com-o-Expresso-908b8864

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Atenção! Nenhum antigo combatente, como nenhum cidadão, está "fora de escrutinio"... Nem os faltosos, refractários e desertores... Os jornalistas tal como os historiadores cumprem o seu papel... Só é preciso que saibam pôr-nos a falar e sobretudo saibam ouvir-nos... O nosão blogue não hostilizar a comunicação social nem a academia... Bem pelo contrário, há 17 anos que uma rede social aberta a todos, gratuita... O nosso blogue é fonte de informação e conhecimento. LG

Anónimo disse...


Em Mampatá, no período 1972/74 , as lavadeiras tinham uma tabela de preços ajustada às patentes. Não me lembro dos valores, mas sei que quanto mais se ganhava mais se pagava, pelo mesmo serviço, e eu achava aquilo muito interessante e até exemplar. Não me lembro do nome da minha lavadeira, uma mulher alta e magra, que presumo da etnia fula. Muito simpática e educada, trazia sempre consigo um menino pela mão que julgo chamar-se Unessá, que ficava ali comigo, ás vezes, enquanto a mãe ia tratar de qualquer assunto na tabanca. A minha relação com a senhora foi sempre de grande cordialidade e respeito, nunca tendo necessidade de lhe fazer qualquer reparo quanto à qualidade do seu trabalho. Como não havia qualquer separação entre as instalações militares e as moranças as lavadeiras não precisavam de se submeter a qualquer controlo. A roupa era lavada e passada a ferro aquecido em braseira.
Um abraço.

Carvalho de Mampatá

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Ah, sim, António, a roupa era lavada e passada "a ferro"... Com aqueles do tempo das nossas avós, aquecidos diretamente no fogo... Claro que às vezes queimavam um bocada da T-shirt... Tenho pena de não trazido comigo o "maldito" camuflado, lavado e "batido" nas pedras do rio Geba, ou de um afluente do Geba, que desaguava em Bambadinca... Deixa cá ver se me lembro... ?!... Rio Simdangolá!... Era aqui o lavadouro público!

Unknown disse...

Curiosamente, já tinha pensado e muito, nas mulheres que nos tratavam da roupa. Despertou-me o artigo porque começa por referir as lavadeiras de Fulacunda. Fui para Fulacunda ao comando do 22ºPELART (pelotão de artilharia, em Outubro de 1969. A CCAV 2482 (Boinas Negras) era a companhia ali instalada. Saí de Fulacunda em Abril de 1970, para ser colocado na sede da minha Unidade, a BAC1, em Bissau. Não me recordo do nome da minha lavadeira em Fulacunda, embora tenha ideia de ser a mulher de um soldado do meu Pelotão, que; como será do conhecimento geral era composto exclusivamente por soldados recrutados na Província. A minha perceção é que, na generalidade, a relação entre os militares e as suas lavadeiras era uma relação afetiva, reforçada nos casos em que existisse laços com os soldados nossos comandados. Nunca conheci abusos ou violações. Noutros contextos, sei de relações mais "românticas", mas de forma consentida e até conhecida entre os militares, que o assumiam com algum respeito. Quando fui chamado para Bissau, onde estive até ao fim da comissão, mais 13 meses, tive sempre a mesma lavadeira que se chamava Domingas. Mulher casada, mãe de filhos e sempre afável na relação com os vários militares a quem ela tratava da roupa. De vez em quando tínhamos a roupa trocada; umas vezes conhecíamos os enganos, outras vezes eram devolvidos à procedência assumindo a respetiva perda. Mesmo em Bissau, nunca ouvi relatos de abusos de qualquer teor, embora se conhecessem relações mais amistosas e consentidas sem alarido ou presunção. Para os mais ansiosos, sempre podiam recorrer ao "pilão"; zona onde se convivia com prostituição. Aos fins de semana, o Sargento da Guarda na minha Unidade (BAC1) e no QG, tinha de ter um bom stock de bisnagas e sabão para os mancebos mais afoitos. Doenças venéreas, havia e muito. Recordo aqui uma situação passada comigo, enquanto Instrutor de um pelotão em instrução de artilharia, concretamente o obús 10,50cm. No inicio da instrução, á segunda feira, perguntava-se aos soldados se alguém precisava de ir á enfermaria. A pergunta era assim: Atenção: quem precisar de ir á enfermaria dê um passo em frente. Nesse dia todo o pelotão deu um passo em frente, menos um soldado. Acreditando que teria havido má interpretação, repeti a pergunta: Todo o pelotão deu um passo em frente, menos um. Tive de perguntar qual era a queixa. Um a um, todos se queixavam que não estavam bem da "gaita". A marchar, foram levados á enfermaria, marchando de perna aberta. As sulfamidas aplicadas diretamente na "gaita" concomitantemente com outra droga, fez com que dois dias depois já marchavam regularmente. De notar, que estes soldados saíam diariamente para casa, por estarem "desarranchados". Continuo a prosa em momento oportuno. Abraços

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Domingos, por laso, não assinaste...

Domingos Robalo, ex-fur mil art, BAC 1 / GAC 7, Bissau, 1969/71; comandante do 22º Pel Art, em Fulacunda (1969/70); vive em Almada...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Domingos, gostei da tua prosa, bem humorada, descomplexada... Aqui no blogue sempre chamámos o touro pelos cornos...Fico a aguardar o resto do teu comentário...E espero que motives os mais preguiçosos que se estão a acomodar à apatia, à modorra, ao silêncio... Porra, ainda estamos vivos!... Façam o favor de dizer qualquer coisinha...

Camarada, não deixes que sejam os outros a contar a tua história por ti!...

Valdemar Silva disse...

O sentido de "classe social" era muito percetível entre a população que resultava nos preçários praticados em relação às divisas ou galões da nossa tropa. Um frango vendido a um nosso soldado ficava mais barato que a um furriel p.ex. .
O sr. Manel Djoquim, o homem do cinema, também aplicava o mesmo princípio no preço dos bilhetes para se assistir aos filmes no seu cinema ambulante.
Julgo que a constante pedinchice das crianças aos restos do rancho, era resultante de sentirem-se pobres e nós ricos, que até sobrava para dar.

Abraços
Valdemar Queiroz

Carlos Vinhal disse...

A minha lavadeira era uma jovem bajuda, talvez com 18 anos, que quando ia ao quartel buscar ou entregar roupa, se fazia acompanhar de uma irmãzinha, talvez com 8 anitos. Tive com as duas uma convivência de 22 meses. Tanto quanto me lembro, pagava 50 pesos por mês, mais uns trocos que ela me "furtava" de vez em quando, sempre que os apanhava à mão. Fazia-o sempre que eu estava no quarto, pelo que o "furto" era consentido. Era muito bonita, chamava-se Binta e seria Fula. A Binta era mais escurinha que a irmã, esta sim fazia lembrar as beldades fulas que povoavam a tabanca de Mansabá.
Quanto a "avanços", pessoalmente respeitava a sua idade e a minha posição "dominante" de graduado de uma tropa de ocupação.
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Lá vêm os jornalistas outra vez! Ponham os capacetes e rezem!
Em Cacine, a minha lavadeira era cabo-verdeana e fazia um pitsch-patsch (sopa de ostras) que era um verdadeiro espectáculo. Muito franzina e avó de família era tratada com respeito por todos aqueles a quem dava assistência. A lavadeira do capitão era também um mulher feita e costumava fazer queixa ao capitão do "alfero cumprido" que era eu. Eu quando ela aparecia puxava do meu melhor crioulo e dizia-lhe:
- Ah Matilde! Bó é runho! Bó quer com mim! Bó suma trutruga.
Ela respondia-me:
- Bó kurrunho! Ah bó futucêro! Bó qui na come mim!
Comprei-lhe dois colares que ela trazia ao peito. Da portadora ao adquirente.
Um, feito com búzios muito pequeninos, ligados por um cordão grosso que ainda deve andar no guarda-jóias da minha mulher. O outro tinha uns búzios maiores e deve ter acabado os seus dias a enfeitar um chapéu de palha que a minha mulher levava para a praia.
(tradução do diálogo:
Ah Matilde você é ruim! Você quer comer-me! Você é parecida com uma tartaruga!
Você é que é ruim! Você é feiticeiro. Você é que me come!
No Xime a minha lavadeira era viúva de um furriel dos comandos africanos e mãe do Balantazinho de quem falo no meu livro. Tinha um porte senhoril e parecia respeitada na tabanca.
Em Mansabá, a minha lavadeira era mulher de um dos milícias do Pel. Mil. (-) que lá existia. Só tínhamos contactos "institucionais". Nunca nenhuma delas me faltou com roupa ou deixou de ma entregar bem limpinha.

Um Ab.
António J. P. Costa

Anónimo disse...

Uma correcção não importante, devido à dificuldade de escrever no telemóvel:
Hora da sesta normalmente: Das 12 às 16 horas.
Vejo com agrado, que de facto nós tratamos as nossas lavadeiras, como se de irmãs se tratasse.

Venha o primeiro dizer o contrário!

Abraço,
Virgilio

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas (de novo)

Tal como noutras situações e com outras mulheres, nunca conheci maus tratos, abusos, violações ou outras situações que nos envergonhassem, nem com lavadeiras, nem com as outras mulheres das tabancas.
Claro que os jornalistas ficam tristes com esta afirmação. O que era bom era que os soldados colonialistas, salazaristas e lacaios do imperialismo tivessem maltratado ou mesmo violado umas duas ou três... Assim já haveria "material para reportagem".
A relação entre os militares e as lavadeiras era uma relação simpática e até afectiva, quer fossem familiares de militares, milícias ou simples civis como era o meu caso em Cacine. Claro que havia relacionamentos românticos, eróticos e todos os etc. que se possam imaginar e, mesmo assim de forma consentida. Mas porquê obrigatoriamente com as lavadeiras?
Obviamente que teremos que considerar relacionamentos com troca de sexo por dinheiro. Estamos num ambiente de guerra e o colaboracionismo assume facilmente estas formas. Mas, mesmo neste caso, nunca ouvi referir qualquer forma de violência. Tudo decorria em surdina e assim todos/as ficavam satisfeitos/as.
O posto anti-venéreo que nas unidades da Metrópole até tinham uma pequena verba para o seu funcionamento (bisnagas com produtos anti-venéreos e sabão) e mesmo "mobiliário" específico terá assim sido ressuscitado na BAC 1/QG para os mais ansiosos, que tinham de recorrer ao "pilão".
Mas isto é outra "problemática". Estamos a falar das lavadeiras e do seu relacionamento com os militares e é nesta área que devemos manter-nos.

Um Ab.
António J. P. Costa

DRobalo disse...

É verdade amigo Luís Graça. Não assinei porque pensei que fosse automático.
Para terminar a prosa sobre as "nossas" lavadeiras:
Desde que saí de Fulacunda (CCAV 2482/Boinas Negras) até chegar à "minha" BAC1/Bissau, dizia;

a enorme/esmagadora maioria das mulheres Guineenses que designávamos como "lavadeiras" eram mulheres de trabalho e quase todas "os homens da casa", que para além de tratarem dos filhos faziam pela vida. Claro que não podemos ser ingénuos e pensar ou dizer que a vida era um mar de rosas. A vida era muito complicada.
Estamos a referir um tempo em que o General Spínola era o Grande Chefe. Tudo mudou na Guiné desde que ele tomou posse, inclusivé o de receber diretamente os Guineenses para ouvir as suas queixas passando "por cima" de toda a hierarquia. Grande celeuma causou esta atitude.

Um dia, na minha Unidade, houve uma queixa que recaía sobre um soldado (curiosamente de etnia cigana e com mais de 30 anos de idade) que de porrada em porrada já estava no TO há bastante tempo. Foi ele acusado de ter abusado sexualmente de uma rapariga.
A história passou-se em lugar no interior da Guiné, não sei exatamente o lugar, mas estava lá posicionado um pelotão de artilharia.
Levantou-se um auto e o soldado foi chamado a Bissau para ser ouvido pelo Oficial de Justiça, o Alferes Bastos.
Declarou o acusado: "Meu Alferes, a "rapariga" passava os dias de volta de mim e roçava-se toda. Coitadinha, tive de fazer-lhe a vontade mas juro pela minha mãezinha que não lhe fiz mal".
Conversa para aqui, conversa para ali, chamou-se a rapariga para ser ouvida e declarou: "Meu Alfero", eu....eu.... e a narrativa acaba assim, porque já não sei reproduzir as exatas palavras.
No final, ao "soldado de etnia cigana", não aconteceu nada, porque nada se conseguiu apurar.
De referir aqui que a minha Unidade era composta por mais de mil soldados do recrutamento da Província. As guarnições dos Pelotões de Artilharia eram constituídos por esses soldados e enquadrados por 2 Furriéis e um Alferes. As famílias ,mulher(es) e filhos, acompanhavam o soldado para todos os locais onde havia Tabanca. Aos Furriéis e Alferes, incumbia, também, dar atenção às famílias e por vezes zangas entre as mulheres que cada um tinha, que não era fácil de resolver. Abraço a todos.
O comentário poderá aparecer, outra vez, como sendo escrito por anónimo, mas sou:
Domingos Robalo, Furriel Miliciano de Artilharia

Anónimo disse...

Caro Vergílio,

Fala do que viste e experimentaste e, por favor, não seja intrometido e deixe que sejam os outros a falar das suas experiências e do que sabem e viram com os seus olhos. Se a convivência e relacionamentos fossem sempre assim como tu e outras pessoas contam, donde sairam então as centenas de crianças nascidas de relações entre soldados portugueses e mulheres nativas ? E olha que só ne refiro aos que sobreviveram que, certamente devem ser menos numerosos. Que se saiba ainda nenhuma mulher engravidou por telepatia e nāo serial de esperar numa época em que nem teletrabalho havia.

Cherno AB.


Anónimo disse...

PS_A Catarina Gomes, jornalista do Público que veio a Bissau por duas vezes para uma reportagem sobre os "filhos do vento" no inicio manifestou interesse em ver e falar com os tais filhos de soldados portugueses abandonados, mas rapidamente abrandou o entusiasmo porque já estava a prever uma avalanche que poderia não controlar. Ela escreveu um livro para além da reportagem. Quantos de vocês o leram ou se interessaram pelo trabalho?!...Muito poucos, claro. Isso não interessa ao Sr. Vergílio e seus consortes, defensores da honra dos militares portugueses.

Cherno AB.

António J. P. Costa disse...

Olá Cherno

Dá "lecença" que aquilo que eu vi seja verdade?

Volto a recordar que estamos a falar de "lavadeiras", isto é, mulheres que lavavam a roupa dos militares e do seu relacionamento com eles.
Não estamos a falar do relacionamento entre militares portugueses e mulheres (mais velhas ou mais novas) camponesas portuguesas. O relacionamento entre sexos é aquele que é (ou foi) e nas condições que o local e o momento histórico permite, ou até, aconselha.
Também não estamos a falar de sexo por dinheiro.
Aquilo que definitivamente não se poderia aceitar era a violação ou o abuso. O assédio faz parte da vida - por mais que se negue - e é daquele tempo, de hoje e será de sempre. E mais ainda: é mutuo. É cada vez mais difícil encontrar culpados de assédio e, quando correspondido, o que é frequente e até mais do que se pensa.
Se tem resposta positiva da outra parte, então não há mesmo culpados.

A questão dos "Filhos do Vento" é outra e é também de sempre. Recordo, uma versão humoristicamente ilustrada do RDM/CJM em que se via uma rapariga sentada na beira de uma estrada, a chorar e um soldado a seguir pela estrada com um algarismo 3 à cabeça. Nesse tempo, havia nas unidades processos por estupro (figura legal que, hoje, nem tem sentido).
No fundo, o problema é como a espada que não entra na bainha se ela não estiver na melhor posição. Se assim não for tudo se estraga.
Por mim, posso testemunhar que não tenho qualquer conhecimento de violações quer em grupo (sumamente inaceitável) ou individualmente (aproveitamento brutal de uma situação hipoteticamente consentida).

Um Ab.
António J. P. Costa

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Diz o Virgílio: "Vejo com agrado, que de facto nós tratámos as nossas lavadeiras, como se de irmãs se tratasse."

Eu seria mais preciso: no mato (, não falo de Bissau nem de Bafatá, que já eram "meios urbanos",com "bairros", socioespacialmente segregados), podemos dizer que as nossas lavadeiras eram vistas (e em geral tratadas) como "vizinhas e amigas"...E, mais importante, foram, para muitos militares de origem "metropolitana" a única presença feminina durante os quase 2 anos de "comissão de serviço"...

Nos quase 21 meses que passei em Bambadinca (de julho de 1969 a março de 1971), dei conta da importância desse fenómeno, e da invasão (, às quintas-feiras, se não erro) de crianças, bajudas e mulheres que, a pretexto da entrega da roupa e do recebimento do "patacão" mensal, invadiam literalmente a vasta áerea do aquartelamento e posto administrativo de Bambadinca (que de resto tinha escola, professora primária, e estação dos correios,. além de capela, utilizada pela pequena comunidade cristã e também pela tropa)...

Os nossos soldados da CCAÇ 12 não dormiam no quartel, mas na Tabanca, aliás havia duas: Bambadinca e Bambadincazinha... A populaçºao sentia-se segura connosco e a verdade é que no meu tempo o PAIGC nunca se atraveu a lá voltar...

Que hoje "relacionamentos amorosos" entre militares e lavadeiras, houve... Que houve casos espor+adicos em nasceram filhos desses relacionamentos, houve.... Não vale a pena ignorar ou escamotear essa situação...

(... Mas essa é outra história, como diz o António J. Pereira da Costa, que nunca mereceu a devida atenção de Portugal: espero que o nosso Presidente da República que vai visitar dentro de dias Guiné-Bissau, possa dar um importante, se não decisivo, contributo para a resolução de "dramas pendentes" como o dos "fidjos di tuga", dos antigos combatentes guineenses que serviram nas nossas fileiras, e outros).

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

O nosso presidente é tão bom senhor!...
Que seria de nós todos sem ele?
É um autêntico Papa Francisco, mas em ponto pequeno, claro!
Por mim, vou passar a chamar-lhe Papachiquinho.
Mas voltemos à questão das LAVADEIRAS.

Um Ab.
António J. P. Costa

Anónimo disse...

Caros amigos. Aqui deixo a minha humilde opinião.
Contemos as nossas experiências
Deixem que os ditos especialistas façam os seus estudos sobre os mesmos
Deixemos que os comparem com outros estudos doutras regiões do mundo nas mesmas circunstâncias
Deixemos que tirem as suas conclusões que não andaram muito longe desta:
Somos “Tugas”: aonde chegamos envolvemo-nos sem preconceitos raciais ou sociais e sem tiques de qualquer supremacia em tudo o que é natural nas relações humanas. Tudo o resto são exceções que confirmam esta regra.
Joaquim Costa

Anónimo disse...

Eu francamente não percebo - talvez porque sou burro - o que o Cherno quer dizer sobre mim.
Já vimos que não nos entendemos, isso não interessa, o que é preciso fazer entender este senhor, é que nós - os tugas - não eramos feitos de pau, dá para entender?
Fora do âmbito do que aqui falamos - as nossas queridas Lavadeiras - já disse e repito pouco lidei com elas, não sei os seus nomes, não me lembro das caras, sei que tinha roupa sempre bem tratada e nunca me faltou nada.
Os filhos do vento eu li tudo sobre esse assunto, que me repugna, seria impensável para mim, deixar um filho para trás, mas não somos todos iguais, nem tão puritanos, e eu não fui, não sou e nunca serei um santo, nem queria ser. Sou Humano, nada existe que se me aponte de comportamentos impróprios, mas o nosso residente Cherno, deve ter outra opinião. Era bom que ele se explicasse melhor, para ver se eu posso continuar a mandar algumas fotos para uns postes, mas é claro que sempre haverá mulheres, e o Cherno não gosta de ver as minhas fotos com elas. Mas eram elas mesmo que pediam para ser fotografadas, e eu depois dava uma foto a cada uma, devem haver muitas com elas.

Eu quero terminar e explicar ao bom povo da Guiné, que me está atravessado no coração, que nunca me passou pela cabeça 'pedir perdão' por qualquer mal que tenha eventualmente feito.
Nós eramos soldados, homens e não maricas...
A culpa foi da guerra, seja do PAIGC, seja do Salazar ou outro gajo qualquer.

Eu fui obrigado e estava ainda na flor da idade, e não era absolutamente nada politico, era sim um patriota, quer gostem ou não.
E ficou cá a minha namorada dois anos à minha espera, dá para perceber Sr. Cherno?

Cumprimentos e saudades ao povo guineense,

Ab, Virgilio (o meu nome tem 3 i)







Tabanca Grande Luís Graça disse...

Camaradas, na qualidade de editor, "posso pedir" morderação e elevação nos vossos comentários ? As picardias não são bem vindas... Mantenhas. Luís Graça

Cherno Baldé disse...

Caro Virgilio,

No seu comentario de ontem, vocé escreveu: "Estes postes e comentarios deviam ser enviados ao Observador, pelo valor que têm as declarações do Cherno Balde. Saúde. Virgílio Teixeira."

Também eu nao percebi e gostaria de saber porque é que os meus Postes e comentarios deviam ser enviados ao Observador. Porqué?

Caro Antonio J. P. Costa, eu nao tenho nenhuma observaçao ou comentario em relaçao a qualquer um dos comentarios e observaçoes acima, pois acredito que cada um de voces escreveu aquilo que sabe, viu e sentiu. O que disse no meu comentario refere-se as palavras do Virgilio Teixeira que citou o meu nome no seu comentario com intençoes pouco claras.

Do resto eu nao tenho que concordar ou discordar, pois cada um teve a sua vivencia em contextos e localidades bem diferentes que, na verdade, ninguém esta habilitado a validar ou nao suas afirmaçoes, para além da sua propria consciencia.

Saudaçoes cordiais,

Cherno Baldé

Anónimo disse...

Acerca do Comentário de Cherno Balde de 23 março 2021;

Eu não ia falar mais nisto, mas parece que o nosso correspondente em Bissau não entendeu, que eu queria que os comentários do mesmo fossem levados a essa srª Tánia, jornalista, mas pouco, feminista talvez, para fazer uma correcção às suas precipitações de condenação daquilo que ela nada percebe, nem nunca vai entender, por muitos milénios que consiga viver.

Infelizmente e mais uma vez fui mal interpretado e deu mais uma escaramuça, sem interesse e não necessária.

Em todo o caso não me quis intrometer com as ideias dos outros, e como não levo muito tempo a escrever sai tudo como penso na hora e não vou ler para trás. Defeito meu.

De qualquer forma mais uma vez reitero que não vou pedir desculpas a ninguém por coisas que não me dizem respeito, nem vou defender os interesses da tropa/exército, pois também fui, e estou a ser ainda agora, vitima desta trapalhada toda onde me meteram.

E só por isso, e porque não me escondo atrás de nenhum Grande Poilão, vou continuar a participar, enquanto me apetecer, neste blogue, que apesar de tudo, me ensinou muito, com um preço demasiado elevado a pagar.

Vamos lá continuar a falar nas nossas lavadeiras, apesar de não ter uma sombra sequer de quem tenha sido as as minhas várias lavadeiras durante os dois anos de guiné, pelos locais onde passei.

Boa noite,
Virgilio