quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Guiné 61/74 - P22812: (De)Caras (184): Sene Sané, régulo de Pachisse, com capital em Canquelifá, tenente de 2ª linha, vogal do Conselho Legislativo, falecido em 1969


Sené Sané, régulo de Canquelifá, eleito pelas autoridades tradicionais para o Conselho Legislativa da Província Portuguesa da Guiné. Sané Sané, régulo de Canquelifá, Tenente de 2ª linha, pertencia *a nobreza mandinga, sendo descendente do último rei do império do Gabu (morto na batalha de Cansalá, em 1867). Publicada em "O Arauto", diário da Guiné, edição de 14 de junho de 1964.

Foto (e legenda): © Lucinda Aranha (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Capa do do livro de fotografia "Buruntuma: algum dia serás grande, Guiné, Gabu, 1961-63". (Edição de autor, Oeiras, 2016).] (*): o fotógrafo, em 1961, ao lado do então régulo Sené Sané, que era tenente de 2ª linha. junto ao marco fronteiriço ("República Portuguesa: Província da Guiné"), na fronteira com a República da Guiné. Cortesia do autor-

O autor, Jorge Ferreira, ex-alf mil da 3ª CCAÇ (Bolama, Nova Lamego, Buruntuma e Bolama, 1961/63), é membro da nossa Tabanca Grande, é um fotógrafo amador com mais de meio século de experiência, tem um página pessoal no Facebook, além de um sítio de fotografia, Jorge da Silva Ferreira; as suas fotos de Buruntuma inserem-se na categoria da etnofotografia.


1. O PAIGC teve vários militantes (e guerrilheiros), de apelido Sané, provavelmente aparentados com o Sené Sané (**), um dos mais poderosos régulos da Guiné, na época colonial, ao ponto de ter sido eleito para o Conselho Legislativo da Província (criado pela Portaria n.º 19921, Diário do Governo n n.º 150/1963, série I. 

Os outros dois eleitos foram o régulo de Badora, Mamadu Bonco Sanhã, e o régulo de Cachungo, Joaquim Baticã Ferreira, fuzilados pelo PAIGC a seguir à independência. O Conselho começou a funcionar em 1964 sob o "consulado" de Schulz. Sené Sané teve "a sorte" de morrer... em 1969. Mas a sua cabeça devia estar... "a prémio", a par do Bonco Sanhá e do Baticã Ferreira.  Para o PAIGC, era "um dos cães dos colonialistas". (***)

Ironia da história, o actual régulo de Pachisse (vd. carta de Canquelifá 1957, escala 1/50 mil) que abrange as aréas de Canquelifa, Camajaba e Buruntuma, é o José Bacar Sané, um dos filhos do velho régulo Sene Sané (imformação confirmada pelo Cherno Baldé e pelo Patrício Ribeiro).(*)

Em 27/11/2019, o Patrício Ribeiro escreveu-nos (*): 

"Falámos com filho mais velho, do antigo régulo Sene Sané, José Bacar Sané, telemóvel nº 00254...119, morador em Canquelifa, é o actual régulo de Canquelifa e Buruntuma, já com alguma idade. (Foi antigo militar português do grupo de Marcelino do Mata).

"Nomeou o seu irmão mais novo, Mama Sané ( telemovel nº 00 245...330), residente em Buruntuma, seu representante do seu regulado em Buruntuma."

E a propósito o Chermo Baldé comentou no poste P20384 (*):

(...) "Como se costuma dizer, pode-se facilmente conquistar um território pela violência, mas é extremamente difícil continuar a governar as pessoas na base na mentira e na propaganda. Começaram, logo após a independência, por destituir todos os Régulos e Regulados (quando não eram fuzilados) e nomeado seus Comitês de tabancas. Com o tempo constataram que nada funcionava como queriam e a população não reconhecia as autoridades impostas de cima para baixo. Com o golpe de estado de Nino Vieira, voltaram a reconhecer as antigas chefias da época colonial para melhor controlar e manipular as populações."

E esclarece o nosso colaborador permanente, que vieve em Bissau: "O Regulado que tutela a cidade de Pitche chama-se Manna e tem a sua sede em Dara, localidade a cerca de 15/17 Km de Gabu cidade na estrada para Pitche. Este Regulado confina com o de Chanha a sul e o Paquessi a Nordeste/Leste."

O nosso editor LG,  por sua vez,comentou:

"Era voz concorrente que os elementos do grupo "Os Vingadores", comandados por Marcelino da Mata, teriam sido todos fuzilados, a seguir à Independência, com uma ou duas exceções (a começar pelo Marcelino, oportunamente refugiado em Portugal)...

"Se o José Bacar Sané, filho do antigo régulo Sene Saná, da época colonial (e amigo do Jorge Ferreira), foi um antigo militar português, e esteve integrado no grupo de Marcelino do Mata, "Os Vingadores" (de acordo com a informação do Patrício Ribeiro), e está vivo, mora em Canquelifa, e é hoje o atual régulo de Canquelifá / Buruntuma... bom, só temos que nos congratular com esse facto... Espero que seja um sinal, sincero e irreversível, da reconciliação dos guineenses que outrora foram 'inimigos', combatendo uns sob a bandeira do PAIGC e outros sob o estandarte do exército português, naquilo que foi não apenas uma 'guerra pela independência' ou de "libertação' mas também uma 'guerra civil' "


Guiné > Região de Gabu > Canquelifá > s/d  > O régulo Sene  Sané, tenente de 2ª linha, com uma das filhas, e um militar português. Alguém é capaz de identificar este camarada e a subunidade a que pertencia? - Pergunta a Lucinda Aranha. O régulo morreu em 1969.

Foto (e legenda): © Lucinda Aranha (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Gabu > Carta de Canquelifá (1957) > Escala 1/50 mil > Pormenor > Posição relativa de Canquelifá, capital do regulado de Pachisse.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2021)


2. Reproduz-se  a seguir um documento, do Arquivo Amílcar Cabral, datado de Kundara, República da Guiné,  16 de janeiro de 1962, e onde é patente o temor que o régulo Sene Sané inspirava em Canquelifá: 

Em carta, datilografada a Amílcar Cabral, José Ferreira Crato faz o balanço das informações obtidas na sua sequência da sua viagem de  reconhecimento da região fronteiriça. Ele e o  seu companheiro, Alphouseni [Sané], natural do regulado de Pachisse,  não conseguiram transpor a fronteira e chegar ao coração da região de Gabu, como pretendiam, e conforme missão que lhes fora confiada pelo Secretário Geral do PAIGC. Todavia, terão recolhido informação relevante sobre Canquefilá.  Na povoação fronteiriça da Guiné-Conacri, que o remetente  não identifica, chama-lhe apenas "a última tabanca dos pajadincas", haveria já muitos "simpatisantes" do PAIGC... Repare-se, estamos o início do ano de 1962...

Pode ler-se: "Encontrámos muitos simpatisantes do nosso partido, porque quase todos os pajincas ali residentes são de Canquelifá, que fugiram por causa do régulo Sené Sané (sic)"... 

E arremata: "Eu não garanto, mas pelos vistos havemos de vencer o Sené Sané, sem dificuldades como muitos julgam".





Citação:
(s.d.), Sem Título, Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_37630 (2021-12-15)

Casa Comum | Instituição: Fundação Mário Soares |  Pasta: 04604.038.014 | Assunto: Informa que já se encontra em Koundara. Missão na fronteira com Alfosseine. Dificuldades na tabanca dos Pajadincas. Can-Quelifá. Declarações da população local. Régulo Sene Sané. | Remetente: José Ferreira Crato, Koundara | Destinatário: Secretário Geral do PAIGC [Amílcar Cabral] | Data: s.d. | Observações: Doc. Incluído no dossier intitulado Correspondência 1962 (...)  |  Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral.

  [Reproduzido com a devida vénia...]  

3. Comentário do Cherno Baldé, acabado de chegar,  ao poste P22808 (**)

A acentuação em alguns nomes não está correcta, assim escreve-se Sene e não Sené (nome próprio das etnias mandinga e fula); escreve-se também Alage e não Alagé (titulo honorifico de quem fez a peregrinaçao a cidade "santa" de Meca, transfigurado para nome próprio nos grupos muçulmanos).

O caso da família dos Sané, régulos de Pachisse com capital em Canquelifa e descendentes directos de Djanké Waly, o último rei de Gabu ou Kaabu, ilustra o facto de que, na realidade, nunca houve uma guerra entre fulas e mandingas, como sempre se propalou durante o regime colonial, pois se isso fosse o caso os Sané de Paqhisse (Canquelifa) não seriam régulos após a derrota dos mandingas. 

A história da África Ocidental está repleta de casos de guerras pelo poder em que os derrotados eram sempre obrigados a se submeter ao grupo maoritário de entre os vencedores e o surgimento de novas alianças estratégicas, facto que muitas vezes levava a mudanças radicais entre os vencidos, inclusive o abandono da sua língua e parte de práticas culturais e adopção de uma outra lingua, usos e costumes.

Neste caso concreto, os Sané de Canquelifa, para continuarem a fazer parte do poder foram obrigados a se converter a favor da língua fula, grupo maioritário e mais forte dentro do grupo que conquistou o poder, de tal maneira que as últimas gerações, vivendo no meio de uma maioria fula, já nao falavam a lingua mandinga e muitos nem se consideravam mandingas. 

Quem diz mandingas, diz também padjadincas, saracolés, landumas, bajaras, jacancas etc; da mesma forma que os fulas durante todo o periodo de mais de 6 séculos que estiveram sob o dominio mandinga de Mali, primeiro e Gabu, mais tarde, foram obrigados a falar a língua do dominador, apesar da resistência passiva em curso.

Era esta a realidade no terreno e em espaços humanos ainda em construção e em constantes mutações sócio-politicas e territoriais. Todavia, os novos acontecimentos no território após a independência (1974) tiveram o efeito e a tendência inversa ao curso dos anos anteriores, obrigando a novas situações e novos posicionamentos de adaptação ao novo contexto político e social.
____________

Notas  do editor:


(**) Vd. postes de: 


15 de dezembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22808: Fotos à procura de... uma legenda (157): Os quatro membros da comitiva guineense (a saber Sené Sané, Sampulo Embaló, Duarte Embaló e Alagé Baldé, amigos do meu pai, Manuel Joaquim dos Prazeres,) às Comemorações do V Centenário da morte do Infante D. Henrique, agosto de 1960 (Lucinda Aranha, escritora) - II ( e última) Parte

(***) Último poste da série > 24 de novembro de  2021 > Guiné 61/74 - P22748: (De)Caras (183): Revivendo e partilhando (João Crisóstomo, Nova Iorque, de Visita a Portugal)

13 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Cherno, obrigado pela tua preciosa ajuda...Tu és a nossa Grande Enciclopédia da Língua Portuguesa na Guiné-Bissau...

No que diz respeito à acentuação do nome próprio "Sane", tens razão... É uma palavra "paroxítona" (, no meu tempo de escola, dizia-se apenas que era "grave"), ou seja, é uma palavra que tem a penúltima sílaba como sílaba tónica, a que é pronunciada com mais força. As restantes sílabas da palavra são átonas, isto é, são pronunciadas com menor intensidade.

Exemplos: Neno, bebe, mede...Mas: Nené, José, bebé, sofá, vintém, avô, avó, ...são palavras agudas (ou "oxítonas"), têm o acento tónico na última sílaba. As palavras graves podem ou não ser acentuadas... Recebem o acento gráfico as palavras oxítonas que terminam em: a/as, e/es, o/os e em/ens.

Se em Bissau se pronuncia Sé + ne, então palavra é grave e não leva acento no último "e"... O jornal "O Aurora" grafou corretamente o nome do nosso régulo: Sene Sané

Vou corrigir. Mantenhas. O editor Luís Graça.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Cherno, confirma por favor: o regulado é Paquisse ou Pachisse ? Na carta de Canquelifá (1957), escala 1/50 mil, o topónimo que vem grafado é Pachisse...Como é que vocês pronunciam aí ? ... Como não cheguei a andar por esses lados, não sei... Mas houve camaradas que estiveram por essas bandas...

https://www.ensp.unl.pt/luis.graca/guine_guerracolonial53_mapa_Canquelifa.html

Cherno Baldé disse...

Caro amigo Luis,

Tens razão, na grafia portuguesa o nome do Regulado é Pachisse. A minha primeira lingua (por defeito) é fula, de modo que escrevi da maneira que se pronuncia nesta lingua, que está mais inclinada para o Francês, Pakisse ou Pakessi. Na lingua fula existem muitas expressões de origem francesa e inglesa, porque, acho eu, os primeiros comerciantes no mato eram destas origens de modo que deixaram suas marcas por meio da lingua sempre que se tratava de coisas novas ou antes desconhecidas pelos nativos, tais como "table-chemise-pantalon-taperwell e, o mais engraçado que ouvi foi a expressão "auto-garré" na lingua Susso para designar a mulher grande ou a matriarca da familia.

Portanto fica assente que em Português o Regulado é Pachisse e não Paquisse como escrevi inicialmente.

O Pachisse que estava sob domínio do estado teocrático de Fouta-Djalon, foi objecto da cobiça da França a partir de Sedio, da Inglaterra a partir de Banjul e Serra-Leoa e Portugal a partir de Geba. Calhou depois a Portugal no acordo de delimitação de fronteiras de 1868.

Com um abraço,

Cherno Baldé

Valdemar Silva disse...

Estive em nas "Termas" de Canquelifá, recordo-me da tabanca ser de etnia panjadinca mas os soldados fulas do meu pelotão diziam 'ele diz mesmo que nós'. Não me lembro de ouvir falar de Pachisse.
As instalações da NT estavam no centro da tabanca de Canquelifá. Toda a área da tabanca estava rodeada de arame farpado, valas, abrigos e um cavalo de frisa na porta de entrada. Toda a tropa, e até a população, ficava à noite na vala e abrigos até à meia-noite.
Aconteceu um caso muito grave com umas crianças devido ao ensaio de um fornilho.
O fornilho foi montado junto do arame farpado uns metros à frente de um dos abrigos. Foram colocados dentro do bidão com petróleo várias granadas ofensivas e defensivas, garrafas de vidro partidas, etc.. Acionado o disparador através do fio eléctrico montado desde o abrigo verificou-se que o ensaio não deu grande ronco e muita coisa deveria ser corrigida. Entretanto as granadas que não rebentaram espalharam-se por vários lados.
Aconteceu que algumas granadas foram encontradas por crianças que resolveram brincar com elas. Grande estrondo de rebentamentos, gritos e mulheres a correr. Quatro crianças feridas gravemente nos braços e cabeça foram evacuadas, não me recordo ter havido mortes.

Abraço e saúde
Valdemar Queiroz

Valdemar Silva disse...

Caro Cherno Baldé.
Não percebi essa de 'na língua fula existem muitas expressões de origem francesa e inglesa.. por os primeiros comerciantes no mato eram destas origens...'
Então na língua fula não existiam expressões de origem portuguesa que chegaram à Guiné séculos antes dos franceses e ingleses?
Não há nenhuma expressão ou palavra na língua fula de origem portuguesa, sem ser via crioulo?
Provavelmente algumas palavras/expressões em fula se teriam criado com a convivência dos portugueses no mato da Guiné, ainda por cima na Guiné Portuguesa desde 1446 !!!
Tenho uma pequena navalha com punho em madrepérola, que me foi oferecida, já velhota, pelo soldado Demba Jau do meu Pelotão, com LABI gravado que nunca soube o que quer dizer.

Abraço e saúde
Valdemar Queiroz Embaló

Anónimo disse...

Caro Valdemar,

Este tipo de acidentes com explosivos (granadas) era muito frequente nos aquartelamentos com população civil a volta. Acontece que o arsenal da metralha era enorme e mal controlada e, como se costuma dizer, o hábito e a rotina não são amigas da segurança, No principio dos anos 1970, um colega nosso teve o azar de perder uma das mãos no rebentamento de uma granada. Aconteceu com ele como poderia ter acontecido com qualquer um de nós.

Na altura, lembro-me de termos falado do caso em grupo com um misto de pena e de inveja, pois também nós queriamos ter o privilégio de uma "boleia" num avião até Bissau, a capital, o único senão era que n8nguém quereria ficar sem um braço. Queriamos a boleia, mas sem perder nada do nosso corpo.

Desde então, ficou conhecido com a alcunha de "Maneta" por ter ficado sem uma das mãos, embora continuasse a ser alegre e brincalhão como antes. Coisas de crianças apanhadas na armadilha de uma guerra longa e de baixa intensidade, como dizem.

Abraços,

Cherno Baldé

Anónimo disse...

Valdemar,

Claro, como não podia deixar de ser, existem muitas expressões de origem portuguesa nas nossas linguas por empréstimo e por necessidade linguística. Todavia isso aconteceu mais tarde, talvez no inicio do séc.XX, de forma mais significante a partir dos anos 30 e 40. Mas, os outros Franceses, Ingleses, Holandeses e Alemães já faziam comércio na Senegâmbia, tanto nos centros (praças) como no mato. Isso é tão verdade que existem muitos relatórios de antigos administradores e governadores coloniais que se insurgiam, com frequência, do facto de a colonial ser portuguesa, mas onde o comércio era dominado por estrangeiros. E como consequência dessa realidade, surgiria nos anos 50 e 60 uma elite urbana escolarizada que, sobretudo, vai fomentar o nacionalismo e dinamizar a criação dos primeiros grupos associativos como a liga guineense e mais tarde dos movimentos para reivindicar a indepedência da Guiné na esteira do que já acontecia nos territórios vizinhos. Os Schatt, os Schwartz, os Turpin etc.

Labhi (Labi) é navalha em fula.

Cherno AB.

Anónimo disse...

Lucinda Aranha (by msns);
16 ez 2021 15h36

Luís estava mesmo a ler com calma os diferentes posts e adorei.

Já desconfiava do que teria acontecido aos "colaboracionistas".

Achei estranho que os fulas tivessem aceite que os mandingas continuassem como régulos, mas o Cherno esclarece tudo, embora já soubesse da islamização forçada.

O Vital Sauane deu-me uma explicação diferente que radicava na cpmpetência dos mandingas a nível da administração. Creio que é tudo isso em conjunbto,

O mesmo para os nomes, parece que cada um escreve a gosto e o ALUPEC (Alfabeto Unificado para a Escrita do Cabo-Verdiano) só vem desajudar.

Fiquei amiga do Jorge Ferreira, autor do livro e fotografia.

Obrigada, desculpa a trabalheira. E alfabravo.

Valdemar Silva disse...

Caro Cherno Baldé

Extraordinário, passado 50 anos fiquei a saber que LABI quer dizer navalha em língua fula.
A gravação não me pareceu ter sido feita quando me foi oferecida.
Mas, qual seria a necessidade de gravar 'navalha' com uma navalha noutra navalha?

Abraço e saúde
Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Como se chamava o "último rei do império do Gabu, morto na batalha de Cansalá, em 1867", e ascendente de Sane Sané? O Cherno Baldé pode ajudar?
Pachisse ou Paquisse - lembro que antigamente o "ch" tinha o mesmo valor fonético do "q". Exemplo: Chimica que passou a escrever-se Química.
Votos de bem-estar
Armando Tavares da Silva

Valdemar Silva disse...

Como curiosidade, num patrulhamento com o meu Pelotão na zona de Canquelifá visitamos uma pequena tabanca, sem tropa ou milícia em autodefesa, de nome Dinga ou Dingas ...., que na altura me fez lembrar a Quinta da Dinga da minha recruta em Santarém.
Com a particularidade do topónimo Dinga, esta tabanca tinha outra particularidade de haver várias crianças loiras de olhos claros ou, então, seriam todas albinas.

Abraço e saúde
Valdemar Queiroz

Eduardo Estrela disse...

Acabei de falar com um companheiro da minha CCAÇ 14. Como sabem era composta por militares da etnia Mandinga. Uma irmã do Seine Sané ( escrevo Seine conforme ele indicou ) era casada com um tio desse soldado do meu grupo de combate, o qual tem nacionalidade Portuguesa e reside em Lisboa. Confirma, porque conheceu, que o régulo Seine Sané tinha cavalos brancos
Eduardo Estrela

Manuel Luís Lomba disse...

Coube-me substituir o alferes de 2.ª Linha José Sane Bacar, primogénito do régulo Sene Sane em Buruntuma, acrescentada do encargo de formar e instruir mais um pelotão de milícia - fui comandante dos dois pelotões de milicianos até ao fim da comissão, com algumas intermitências, como o comando do destacamento da Ponte de Camajabá. A transferência do José Bacarr foi algo atribulada, gostaria de lhe telefonar, se o Cherno ou o Patrício me puderam dar o seu nr. telefónico.
Abraço
Manuel Luís Lomba