Foto nº 1
Foto nº 1A
Era uma vez, um macaco do Cantanhez...
Foto: Mikko Pyhälä (c. dez 1970 / jan 1971), "Estudantes da escola Areolino Cruz",
Fundação Mário Soares / Mikko Pyhälä (com a devida vénia)
1. Caros/as leitores/as: O desafio é simples: de que espécie é este macaco que aparece na foto de um grupo de miúdos da "Escola Areolino Cruz" ?
A única dica que vos damos é sobre o seu habitat, na Guiné-Bissau: o Cantanhez, na região de Tombali, no chão dos nalus...
Dão-se... "alvíssaras", a quem acertar. Na legenda original, o fotógrafo chamou-lhe "vervet monkey", em inglês, mas a nós fica-nos a dúvida... Pela cor da pelagem, não nos parece que seja um "macaco verde"... Mas o fotógrafo, finlandês, deve ter anotado a designação dada pela população local...
Estamos mais inclinados para outra espécie, de pelagem laranja avermelhada a laranja esbranquiçada... É pena estar de perfil, não se vendo bem a cara e a cabeça... Era fundamental ver-se a cara do nosso parente afastado, mas tão primata como nós... Vê-se que a cauda é longa, escura, cor vermelho ferruginosa...
Há uma outra foto (nº 2), em que se vê melhor a cara do animal... E pela imagem vê-se que não é macaco-cão nem fatango (que era a nossa primeira hipótese)...
Quem sabe como se chama a espécie ? Nome em português e em crioulo? E o nome científico?
Pode ser que algum/a primatólogo/a nos ajude... Para saber mais, procurar aqui, está cá a resposta:
Guis dos Mamíferos do Parque Nacional do Cantanhez, da autoria de Nicolas Bout e Andrea Ghiurghi (2018, 189 pp., AD - AIN - IBAP - IUCN, ISBN: 9788890894923).
Foto: Mikko Pyhälä (c. dez 1970 / jan 1971), "Estudantes da escola Areolino Cruz"... Trata-se de um macaco verde, diz o fotógrafo
Fundação Mário Soares / Mikko Pyhälä (com a devida vénia)
"Escola Areolino Cruz" > c. dez 1970/ jan 1971 > Pormenor da foto nº 1 (acima):
um dos miúdos segura uma brochura ou revista cuja capa ostenta o título "Les Etudiants Arabes Révolutionnaires" [Os estudantes árabes revolucionários]... É seguramente uma oferta da delegação da União dos Estudantes Internacionais, de que faziam parte, além do finlandês Mikko Pyhälä, um representante polaco e um um outro, venezuelano. À consideração do Jorge Araújo, e para uma eventual análise crítica detalhada do seu conteúdo: há um vídeo a cores, feito pelo finlandês, sobre essa visita. Disponível aqui. A cores. Infelizmente, sem som (26' 12'').
2. A foto [nº 1], acima, é de Mikko Pyhälä, hoje um conhecido diplomata finlandês, reformado, e grande admirador de Amílcar Cabral, da sua vida e obra. Nascido em 1945, fez uma visita, a convite do PAIGC, a Conacri e ao Cantanhez, integrando uma missão da União Internacional de Estudantes [UIE], em finais de 1970 e princípios de 1971.
Teve depois um papel importante na organização da visita de Amílcar Cabral à Finlândia em 1971, evento que contribuiu para um mudança da política externa do seu país em relação a Portugal. Seguindo o exemplo dos seus vizinhos escandinavos, a Suécia e a Noruega, a Finlândia passou também por dar "apoio humanitário", a partir de 1972, aos movimentos de libertação africanos, incluindo o PAIGC.
Teve depois um papel importante na organização da visita de Amílcar Cabral à Finlândia em 1971, evento que contribuiu para um mudança da política externa do seu país em relação a Portugal. Seguindo o exemplo dos seus vizinhos escandinavos, a Suécia e a Noruega, a Finlândia passou também por dar "apoio humanitário", a partir de 1972, aos movimentos de libertação africanos, incluindo o PAIGC.
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 24 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 . P21943: (D)o outro lado do combate (65): a morte de Areolino Cruz (Bafatá, 1944-Cubucaré,1965), professor do ensino básico no Cantanhez (Jorge Araújo)
(**) Último poste da série > 7 de fevereiro de 2021 > Guné 61/74 - P21862: Fotos à procura de...uma legenda (136): "Macaco verde" [Chlorocebus sabaeus], dizem eles, depois do sueco Lineu (em 1766), que nunca esteve em Buruntuma ou em Bafatá e muito menos no Cantanhez... (António Marreiros / Fernando Gouveia / António Levezinho / Virgílio Teixeira)
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 24 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 . P21943: (D)o outro lado do combate (65): a morte de Areolino Cruz (Bafatá, 1944-Cubucaré,1965), professor do ensino básico no Cantanhez (Jorge Araújo)
(**) Último poste da série > 7 de fevereiro de 2021 > Guné 61/74 - P21862: Fotos à procura de...uma legenda (136): "Macaco verde" [Chlorocebus sabaeus], dizem eles, depois do sueco Lineu (em 1766), que nunca esteve em Buruntuma ou em Bafatá e muito menos no Cantanhez... (António Marreiros / Fernando Gouveia / António Levezinho / Virgílio Teixeira)
3 comentários:
Caro Luís,
Eu Mantenho a indicação do autor da foto, é um macaco verde, Santchu preto em Crioulo. Os seus pêlos são ligeiramente acastanhados, mas as outras características mantêm-se, a saber o rosto e orelhas mais pequenos e de cor escura.
Não creio que exista uma outra espécie para além daquelas já conhecidas e enumeradas.
Um abraço
Cherno Baldé
E, então, nem um comentário à fotografia num todo?
A alegria dos rapazes, a carinho dispensado ao macaco, até teve direito a um carinhoso aperto do nariz, o rapaz estudante com um livro e duas canetas no bolso, canetas no bolso.. esta é para os anais.
Vá lá um comentário.
Valdemar Queiroz
Não me parece que na capa da revista (?) esteja escrito "Les Etudiants Arabes Révolutionnaires". A mim, parece estar escrito "LES ETUDIANTS ARABES RELEVENT LE..." E em baixo: "...ants du..." (Étudiants?).
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