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sábado, 7 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26242: Operação Grande Empresa, a reocupação do Cantanhez e a criação do COP 4, a partir de 12 de dezembro de 1972 - Parte III: Dois amargos Natais, em Caboxanque (1972) e Cadique (1973) (Rui Pedro Silva, ex-cap mil, CCAV 8352, Caboxanque, 1972/74)



Foto nº 1 > Guiné > Região de Tombali > Caboxanque > CCAV 8352/72 (1972/74) > Vista aérea do futuro aquartelamento


Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Região de Tombali > 2014 >  Perímetro defensivo, em esquema aproximado, sobre imagem atual, do Google Earth (com a devida venia...). CCaboxanque fican maragem esquerda do Rio Cambijá: vd. infografia abaixo)


Fotos do álbum do nosso grão-tabanqueiro, nascido em Angola, Lobito, Rui Pedro Silva, que foi sucessivamente:

(i)  alf mil, CCAÇ 3347 (Angola, 1971);

(ii)  ten mil, BCAÇ 3840 (Angola, 1971/72);

(iii) cap mil, CCAV 8352 (Guiné, Caboxanque, 1972/74). 

Passou 3 Natais no mato (em Angola, 1971, e na Guiné, Caboxanque, em 1972,  e Cadique, em 1973).


Fotos (e legendas): © Rui Pedro Silva (2014). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça E Camaradas da Guiné ] (*)




Guiné > Região de Tombali > Carta de Bedanda (1956) > Escala de 1/50 mil > Posição relativa de Bedanda, Cobumba, Cufar, Caboxanque, rio Cumbijã e seu  afluente, o rio  Bixanque.

Infografia:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné   (2024).

 *


 Dois amargos natais, em Caboxanque (1972) e Cadique (1973)

por Rui Pedro Silva


A 21 de dezembro de 1972 a CCav 8352, que eu comandava, desembarcou em Caboxanque, no âmbito da operação Grande Empresa (**), iniciada a 12 de dezembro, a qual tinha como objetivo a ocupação do Cantanhez.

A IAO no Cumeré durou 15 dias e logo marchámos para Cufar,  divididos em dois grupos: o  primeiro grupo deslocou-se de Noratlas a 19 de novembro de 1972 e o segundo de LDG a 21, e  com ele todo o equipamento para a instalação de uma companhia: do equipamento de cozinha às tendas e colchões pneumáticos, das viaturas ao gerador, das armas e munições às rações de combate, etc.

Para todos nós era seguro que não íamos render uma outra companhia e, ao chegar a Cufar, desde logo ficou claro que não seria aquele o nosso destino. Logo no desembarque recebi instruções para conservar o material carregado nas viaturas e tudo o resto guardado num improvisado “armazém”.

Nesse momento ainda não sabíamos da operação a que estávamos destinados. Nas quatro semanas que estivemos em Cufar realizámos operações de patrulhamento da zona, segurança à pista e ao porto e à construção da estrada Cufar - Catió. 

Da sede do batalhão, em Catió [BCAÇ 4510/72, Sector S3, em 1/7/73], vinham insistentes recomendações para nos concentrarmos na segurança da estrada. Havia um claro desentendimento entre os responsáveis em Cufar e a sede do Batalhão. 

A segurança na estrada mantinha-se 24 horas por dia,  rodando por todos os grupos de combate da companhia de Cufar  [CCAÇ 4740/72, em 1/7/73] e da minha  [CCAV 8352/72 ] e portanto não se percebia a insistência.

A preocupação de Catió resultava do facto de estar em curso uma manobra de diversão procurando atrair o PAIGC para aquela zona,  levando-o a mobilizar os seus efetivos para Cufar e assim garantir uma menor resistência à entrada das nossas tropas no Cantanhez. 

Esta manobra teve pleno êxito. O PAIGC foi surpreendido com a entrada das nossas tropas em Cadique [CCAÇ 4540/72, em 1/7/73, rendida em 22/7 pela 1ª C/BCAÇ 4514/72 mas só regressou a Bissau em 17/8]  e Caboxanque,  não oferecendo qualquer resistência nos primeiros dias.

 A Op Grande Empresa foi muito bem descrita no livro “A Última Missão”,  do sr. cor pqdt Moura Calheiros. Como tive oportunidade de lhe dizer na altura da publicação:

“A sua narrativa permite ao leitor ter uma visão mais abrangente da guerra na Guiné e, ao mesmo tempo, navegar consigo no seu PCA, progredir com os seus bigrupos nas missões mais arriscadas, partilhar a angústia das decisões mais difíceis, confrontar-se com a orientação estratégica do Comando-Chefe, conhecer a atuação da guerrilha, viver a vida de um militar naqueles duros tempos e cumprir a nobre missão de resgate dos militares portugueses falecidos e sepultados na Guiné. 

"Ao ler as páginas deste seu livro revejo e identifico pessoas com quem partilhei uma parte importante da minha vida e situações em que a minha companhia esteve também envolvida e que constituem pedaços da história dos paraquedistas, das forças armadas portuguesas e do nosso país.”

Recomendo vivamente a leitura deste livro a quem ainda não o fez porque nele revemos, cada um de nós, ex-combatentes, uma parte da nossa história. Cerca de seis meses depois,  e em resultado da Op Grande Empresa,  existiam 7 novos aquartelamentos
 [no Cantanhez] :

  • Cadique,
  • Caboxanque,
  • Cafal,
  • Cafine,
  • Jemberem,
  • Chugué
  • e Cobumba.

O COP 4, comandado pelo sr. ten-cor pqdt Araújo e Sá, comandante do BCP 12, coadjuvado pelo seu segundo comandante e oficial de operações, maj pqdt Moura Calheiros,  foi a unidade operacional responsável pela operação.

Mas fiz esta longa introdução para abordar o tema do Natal.

Os quatro dias que mediaram desde a nossa entrada em Caboxanque até ao Natal de 1972, foram preenchidos em ciclópicas tarefas de instalação da companhia, segurança no perímetro defensivo e reconhecimento da zona operacional.

O perímetro tinha cerca de 3,5 km  (Fotos  nº 1 e 2) e só foi possível garantir a segurança de Caboxanque instalando os grupos de combate e cada uma das suas secções ao longo da linha de defesa, ficando a CCav 8352 instalada em metade do perímetro virado a norte e a CCaç 4541 na metade virada a sul. 

Instalados em valas cavadas em contrarrelógio, sem arame farpado e apenas separados da mata do Cantanhez por um largo espaço que as maquinas da engenharia terraplanaram, com a ração de combate a alimentar a nossa fome, a noite escura a servir de cobertor e a angústia de podermos ser surpreendidos pelo PAIGC nessa nossa tão frágil posição, assim se encontravam os militares sob meu comando, carregando sob os meus ombros a enorme responsabilidade do que lhes pudesse acontecer naquelas difíceis circunstâncias.

No dia de Natal a companhia estava dispersa pelo perímetro de Caboxanque, um grupo de combate tinha saído com um bigrupo paraquedista, em patrulhamento, e em Cufar ainda permaneciam alguns militares da companhia, guardando todo o material que lá tinha ficado. 

Sem meios frio a funcionar e portanto sem géneros frescos,  as refeições limitaram-se às rações de combate e a uma sopa improvisada com o pouco que diariamente se trazia de Cufar.


Foto nº 3
Estes foram dias muito difíceis para todos. Numa fotografia que aqui junto (Foto nº 3)  podem verificar como eram feitas as distribuições das refeições ao longo do perímetro. Quando o Unimog que fazia este serviço chegava junto da última secção já a refeição que transportava estava fria.

Um ano antes, no 
Natal de 1971, estava em Angola, nos Dembos, na sede do BCAÇ 3840 sediado em Zemba e na escala de serviço coube-me ser o oficial de dia. (...)

Natal de 1973 foi passado em Cadique para onde a CCav 8352 tinha sido enviada, por um mês, no âmbito da Op Estrela Telúrica que envolveu entre outras forças o Batalhão de Comandos. (Vd. o que escreveu, no seu "Diário da Guiné", o nosso camarada António Graça de Abreu, então em Cufar, no CAOP1).

 Instalados em condições muito precárias, sempre com grupos de combate em acção, principalmente junto à estrada Jemberem – Cadique, este foi o terceiro e o nosso pior Natal em guerra.

Dois dias antes do Natal um grupo de combate da minha companhia e outro da companhia de Cadique foram emboscados quando vinham render outros 2 grupos de combate da CCav 8352 que eu naquele dia comandava. 

Em resultado da emboscada houve mortos e feridos entre os militares da companhia de Cadique.

A moral do pessoal de Cadique estava a um nível muito baixo e assistimos a alguns actos de desespero, como a recusa a sair para operações ou tentativas de acionar uma granada defensiva junto do comando. (...)

(Seleção, revisão / fixação de texto,  parênteses retos, título: LG)


____________

Notas do editor:
 
(*) 25 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14080: O meu Natal no mato (42): 1971, em Zemba (Angola); 1972, em Caboxanque; 1973, em Cadique (Rui Pedro Silva, ex- cap mil, CCAV 8352, Cantanhez, 1972/74)

(**) Último poste da série > 5 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26236: Operação Grande Empresa, a reocupação do Cantanhez e a criação do COP 4, a partir de 12 de dezembro de 1972 - Parte II: O BCP 12, o "112" do Com-Chefe

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26236: Operação Grande Empresa, a reocupação do Cantanhez e a criação do COP 4, a partir de 12 de dezembro de 1972 - Parte II: O BCP 12, o "112" do Com-Chefe


Foto nº 1 > Guiné > Região de Tombali > Caboxanque >  Dezembro de 1972 > CCAV 8352 >  Álbum do cap mil Rui Pedro Silva > Gen Spínola no perímetro defensivo, nos primeiros dias da Op Grande Empresa (*).


Foto nº 2 > Guiné > Região de Tombali > Caboxanque >  Dezembro de 1972 > CCAV 8352 >  Álbum do cap mil Rui Pedro Silva > A “messe” de oficiais  e também a minha primeira “secretária” . Da esquerda para a direita alf  Pratas e Sousa, furriel Urbano,  alf Nobre Almeida e alf Santos. Ao fundo as tendas  que nos “abrigaram” durante os primeiros meses.


Foto nº 3 > Guiné > Região de Tombali > Caboxanque >  Dezembro de 1972 > CCAV 8352 >  Álbum do cap mil Rui Pedro Silva > Distribuição da refeição pelos grupos de combate, secção por secção. O primeiro da fila a organizar a distribuição é o Alf Duarte.


Fotos (e legendas): © Rui Pedro Silva  (2014). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Foi uma aposta tardia, a de Spínola, a de transferir para a região de Tombali, e em especial a pensínsula do Cubucaré (Cantanhez), o jogo de xadrez contra o Amílcar Cabral ( mas também contra os "ultras" do regime). 

 A reconquista do Cantanhez iria fazer do rio Cacine a principal linha de defesa contra o PAIGC, reforçando Cacine, Guileje e Gadamael. Era o que se esperava. E, de facto, na sequência da Op Grande Empresa, novos quartéis vão ser instalados no coração do Cantanhez, a "joia da coroa" do PAIGC: Cadique, Cafine, Caboxanque e ainda Jemberém. Uma estrada asfaltada vai ser construída, ligando Cadique a Jemberém...

Mas nos livros da CECA a visão que o leitor tem é a de uma sequência de informação,  telegráfica e fragmentada, sobre operações, em que o principal ator é o BCP 12, e cujos resultados parecem apenas a resumir-se a uns tantos mortos, prisioneiros e armas capturadas...  Poucos meses depois, o BCP 12 está a apagar outros fogos, Guidaje, no Norte, e Gadamael, no  Sul. 

De qualquer modo, temos de reconhecer que só uma tropa especial, com elevado espírito de corpo, disciplina, "endurance" e bravura, podia ser empenhada nesta última grande contra-ofensiva do Spínola. Infelizmente, não havia mais nenhum BCP 12, de reserva, e nem esta missão era aconselhada a ser entregue ao Batalhão de Comandos, pelo melindre do choque interétnico (Fulas contra balantas e nalus)... 

De certo modo, foi a "última missão" (militar mas também política) de Spínola. Ele precisava de tempo, meios e... "manga de patacão" para ganhar aquela guerra, e sobretudo de outra liderança política em Lisboa. Mas já era tarde demais.  Não tinha comandantes operacionais nem combatentes, de reserva. Não tinha meios para subir a parada, em termos tecnológico.  Já não terá força aérea á altura (depois do "Strela"). Ele teve, em todo caso, o mérito de ver isso, mesmo na 23ª hora... (É pena que o seu biógrafo, Luís Nuno Rodrigues,   tenha falhado a parte empolgante da vida de Spínola na Guiné, resumida a um capítulo, ou a pouco mais de 100 páginas, num livro de 9 capítulos e de cerca de 750 páginas.)
 

2. Em 12 de dezembro de 1972 foi criado o Comando Operacional nº 4 (COP 4), com sede em Cufar, e com a finalidade de:

  •  proporcionar as condições para execução dos trabalhos dos reordenamentos a estabelecer nas áreas de Caboxanque, Cadique e Cafine;
  • desenvolver a adequada atividade operacional na região do Cantanhez, em área do BCaç 4510/72 e da zona de intervenção do Comando-Chefe. (*) (CECA, 2015, pág. 133).
A Diretiva nº 19/72 de 28Nov, determinava a criação do COP 4, sob o comando do ten cor pqdt  Sílvio Araújo e Sá, apoiado pelo Cmd / BCP 12. (pág. 136).


3. Atividade operacional do COP 4 (1972/73)

3.1. Operação "Grande Empresa" - 12 e 13dez72

Na região do Cantanhez, Sector S3, uma força constituída pelas CCP 121 e 122,
CCaç 5, CCaç 4540, CCaç 4541 e 2 Pel/CCaç 2792 (Cabedú), levou a efeito
um heliassalto e desembarque da CCP 121 e 122 sobre objectivos na região, na qual foram estabelecidos sete contactos pelo fogo com o inimigo.

Do resultado geral da operação destaca-se a captura ao inimigo do
seguinte material:

  • 1 LGFog "RPG-2",
  • 1 Espingara semiautomática  "Simonov",
  • 33 granadas de diversas armas de grande calibre (morteiro 60 mm, de 2 LGFog e canhão s/r )
  • e ainda material e munições diversas.

As forças inimigas sofreram 5 mortos, 2 feridos e a captura de 12 elementos.

As nossas forças sofreram 4 feridos.

3.2. Op "Cavalo Alado" - 17 e 18dez72

Na região de Cachamba Balanta-Cachamba Nalu-Uangane, COP 4, uma força constituída por 2 GComb/CCP 122 e 1 Grupo de Assalto do DFE 1, levaram a efeito um heliassalto, tendo estabelecido contacto pelo fogo com o inimigo nos dias 17 e 18 por 4 vezes.

Foi capturado ao lN:

  • 1 LGFog "RPG-2";
  • 1 metralhadora ligeira "Degtyarev";
  • 1 espingarda semiautomática  "Simonov";
  • 7 granadas de LGFog "RPG-2" e 3 de canhão s/r 75 mm, 2 granadas de mão ofensivas, 
  • carregadores e outro material, munições e equipamento diverso.
O inimigo sofreu 2 mortos. (pág. 172).

3.3. Op "Dragão Bravo" - 28 a 30dez72

Na região do Cantanhez (Santa Clara-Iem-Cachamba Balanta-Nhai), COP 4, uma força constituída pelas CCP 123, CCP 122 (2 GComb), CCP 121 (2 GComb), 1 Grupo de Assalto do DFE e 2 GComb/CCaç 6, levaram a efeito um heliassalto e patrulhamento, no decurso do qual foram estabelecidos 6 contactos pelo fogo com o inimigo.

Foram capturadas:
  • 3 espingardas automáticas "Kalashnikov";
  • 3 espingardas semiautomáticas "Simonov",
  • carregadores, granadas e cargas de LGFOg  "RPG-2", 15 espoletas de LGFog "RPG--2";
  • munições diversos.
Destruido 1 acampamento e capturados 3 homens. O inimigo sofreu 4 mortos. Um deles era o comissário político. Em 29 de Dezembro foi cercado e morreu no combate que se seguiu. (Fonte: Relatório da operação nº 47/72, Operação "Dragão Bravo", do BCP 12.) (pág. 173)

3.4.  Op "Tamarú" - ljan73

Num heliassalto, na região de Timbó, 2 GComb/CCP 122 tiveram um contacto com o lN em Bedanda 3H4.25, COP 4.

Foi apreendida uma rampa completa para lançamento de foguetões 122 mm e documentação diversa. Nossas forças tiveram 5 feridos ligeiros e o lN sofreu 4 mortos.

3.5. Operação "Falcão Dourado" - 15 a 18jan73


Na região de Cacine, COP 5, uma força constituída pelas 2ª e 3ª C/BCmds, o DFE 22 e 2 GComb/CCP 122, efectuou emboscadas nocturnas na zona.

Em 16 e 17 a referida força estabeleceu vários contactos com o inimigo, de
que resultaram 11 mortos para o inimigo e 1 ferido grave e 5 ligeiros para as NT.

Ao inimigo foram capturados:
  • 5 espingardas automáticas "Kalashnikov";
  • 1 espingarda "Mauser";
  • 10 granadas de lança-granadas foguete "RPG-2" e 6 de "RPG-7".

3.6. Op o "Gato Espantado" - 30 e 31jan

Nas regiões do Cantanhez e Cubucaré, COP 4, forças das CCP 121, 122 e 123, CCaç 6 e DFE 1, executaram patrulhamentos conjugados com montagem de emboscadas nocturnas, estabeleceram contacto com o inimigo, tendo destruído dois acampamentos.

O lN sofreu 2 feridos e as NT 4, dos quais 1 em estado grave.

Foi apreendido ao inimigo o seguinte material: 

  • 8 granadas de canhão sem recuo;
  • 1 granada de LGFog  "RPG-7";
  • 1 espingarda semiautomática"Simonov";
  •  7 granadas de canhão s/r. (pág. 303)

4. A partir de 5abr73 passaram a atribuir-se ao COP 4 os seguintes meios e ZA, além do que na altura dispunha:

  • CArt 3493
  • CCaç 4143/72
  • DFE
  • Pel Canh s/r 3079
  • 1 Sec Mort/Pel Mort 4277/72
  • 2 mort 10,7 cm a ceder pela CCaç 3566, pela CCav 8350/72;
  • e CCP 123 (a título temporário).(pág. 
- Acção - 12jun

Pelas 14h45, uma força constituída por 3 GComb/CCaç 4942/72, 2
 GComb 1ª C/BArt 6521/72, 2 GComb/CCaç 4540/72 e 1 GComb / DFE 22, em
patrulhamento com emboscada, foi alvejada duas vezes na região de Cacine, COP 4, por um grupo inimigo. 

Este sofreu 1 morto e foram-lhe capturadas 2 granadas de LGFog "RPG-2". As NT sofreram 3 feridos e 1 viatura "Berliet" ficou muito danificada (pág, 305).


5. Construção de Estradas

"No quadro da manobra de contra-subversão a conduzir de acordo com a Directiva n° 4/73, a construção da estrada Cadique-Jemberém é uma das concretizações do esforço da manobra sócio-económica quese está a desenvolver na região do Cantanhez para a recuperação das populações. "

Este é o início da Directiva n.o 5/73 de 30jan, em que é determinado:

"Que na missão atribuída ao COP 4 seja dada alta prioridade à segurança dos trabalhos de construção da estrada Cadique-Jemberém em ordem a que estes trabalhos não sofram qualquer quebra de rendimento. "


6. Em 2 de julho de 1973 foi extinto o COP 4, assumindo o BCaç 4514/72 (vd. aqui a ficha de unidade) a responsabilidade da zona de acção...

.... E o BCP 12, a 3 Companhias (um autêntico "112", às ordens do Com-Chefe) lá seguiu para Gadamael Porto,  COP 5, para "apagar outros fogos" (Op Dinossauro Preto, 2jun -17jul73) (pp. 334 e ss.)


Fonte: Excertos de: Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 6.º Volume; Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II; Guiné; Livro III; 1.ª Edição; Lisboa (2015), pp.. 113, 172/173, 257, 263, 285, 303, 305, 334 e 395.  (Com a devida vénia...).


(Revisão / fixação de texto, negritos: LG)

____________

terça-feira, 7 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14441: (Ex)citações (270): Não confundir a CART 6250/72 (Mampatá, 1972/74) com a CART 6250/73, comandada pelo cap art António Ferreira da Silva (Cumeré, Caboxanque e Ilondé, maio/out 1974) (Luís Eiras / Rui Pedro Silva / Carlos Coutinho)

1. Mensagem do Luís Leiras (ex-alf mil art, CART 6250/73, Cumeré, Caboxanque e Ilondé, mai/ou 1974) (*):

Caros camaradas,

Estive na Guiné e regressei, fez no passado 16 de outubro 40 anos, apesar disso, todos os factos desse tempo estão perfeitamente vivos na minha memória.

O que referi, está perfeitamente correto, todas as considerações tecidas á volta do tema CART 6250/73 são alheias à minha comunicação.

O crachá da CART 6250 a que pertenci pode ser visualizado em http://carloscoutinho.terraweb.biz/Guine_Paginas/CTIG_Artilharia_Companhias.htm que, como podem ver, é diferente daquele que alguém juntou à minha informação e que pertence a outra Companhia, a 6250/72.

A [CART] 6250/73 era comandada pelo Capitão Ferreira da Silva, tinha como Alferes o Saraiva, o Coentre, eu próprio, os três da Arma de Artilharia e o Alferes Pinho, dos Comandos.

Com esta informação espero poder acalmar o "ruído" á volta deste tema e esclarecer algumas dúvidas sobre o assunto.

Cumprimentos

Luís Eiras

2. Comentário de Rui Pedro Silva (*)

2.1. Camaradas

Confirmo que a Cart 6250/73, comandada pelo cap art António Ferreira da Silva , substituiu, em Caboxanque, em Maio de 1974, a CCav 8352, que eu comandava. A sobreposição teve uma curta duração. Um mês depois do 25 de Abril fomos supreendidos com a nossa rendição e a colocação no Combis,  num processo muito rápido e relativamente ao qual o pessoal da Cart manifestava algum descontentamento e incompreensão. Para não tornar o comentário muito extenso reservo para um futuro poste o relato desta rendição

Um abraço, Rui Pedro Silva

2.2. Camaradas

Chamo a vossa atenção e muito especialmente ao Luis Eiras para este post datado de 10/09/2009 do operador cripto Mascarenhas. Transcrevo o poste:

CART 6250/73 - GUINÉ

Em serviço na Guiné de Absril a Outubro de 1974, com passagem pelo Cumeré, Caboxanque e Ilondé, o objectivo é de reunir os camaradas da companhia para organizar convívio de confraternização.

Contactar o Operador Cripto Mascarenhas - 96 552 46 27

Um abraço

Rui Pedro Silva

3. Comentários de Carlos Coutinho (*)

3.1. Caros camaradas.

Talvez seja do vosso conhecimento, mas tenho um enorme espólio de Guiões e Distintivos do Ultramar. Não estive na Guiné, mas em Angola, mas isso não obsta que não siga o vosso Blog, quase diariamente. Há a CART 6250 de 72 e a CART 6250 de 73, cujos distintivos são totalmente diferentes. (Há mais unidades com o mesmo Némero, só mudando a data de incorporação ).

Creio que o mal entendido reside aqui. Digam-me como enviar as imagens das 2 Companhias. O distintivo mostrado é da CART6250/72, é em metal pintado, o da CART 6250/73, é mais ou menos oval, tem a legenda GUINÉ no topo, em baixo CART6250 e no meio a granada da Artilharia, é em aluminio.

Atenciosamente,  Carlos Coutinho

3.2. Dou como exemplo de Unidades que após deixaram de ter numeração sequencial, na Guiné:

Bart 6520/72 e 6520/73
Bart 6521/72 e 65221/74
Cart 6251/72 e CART 6251/73.

Há mais uma Unidadee de Caçadores e outra de Cavalaria, há em Angola e também em Moçambique. Isto deve-se que a partir de, mais ou menos de 1970,  a numeração das unidades deixou de ser sequencial, e passou a ter o ano de incorporação adstrito para se diferenciarem. Já havia unidades com o numero 9900 e tal. Se falarem com o camarada Marcelino ele poderá esclarecer estas questões pois também esta a par das listas de Unidades do Ultramar.

4. Comentário do editor L.G.:

Camarada Luís Eiras, obrigado pelos teus esclarecimentos... Estive fora de Lisboa, nas miniférias da Páscoa, e acabei, por sem querer, alimentar a confusão à volta da CART 6250/73... Devia ter pesquisado melhor o assunto, mas não tinha tempo nem acesso à Net. Aqui fica o teu esclarecimento e o meu pedido de desculpas Agradeço igualmente o contributo de outros camaradas como o Rui Pedro Silva e o Carlos Coutinho (*).

Entretanto, diz-nos se sempre pensas vir ao nosso X Encontro Nacional, em Monte Real, no próximo dia 18. O prazo para as inscrições termina na sexta-feira, dia 10. Vai lá estar malta que passou por Caboxanque como o ex-cap mil Rui Pedro Silva, da companhia que vocês foram render, a CCAV 8352.

Um abraço. Luis
___________

Notas do editor:

domingo, 5 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14436: O nosso livro de visitas (183): Luis Eiras, ex-alf mil, que esteve no CTIG, de abril a outubro de 1974, que passou por Caboxanque, que esteve em Vendas Novas com o Joaquim Sabido e que quer ir ao 10º Encontro Nacional da Tabanca Grande, no próximo dia 18, em Monte Reall

1. Do nosso leitor e camarada Luís Eiras, com data de 4 do corrente:

Luís Duarte <ldce52@gmail.com>

Caros camaradas,

O meu nome é Luís Eiras e tal como vós estive destacado na Guiné tendo servido como Alferes Miliciano na CART 6250  (Companhia que saiu de Lisboa em 9 de Abril de 74 e regressou a Lisboa em 16 de Outubro do mesmo ano), tendo estado em várias localidades na Guiné mas cujo período de maior permanência foi em Caboxanque (Maio a Agosto).

Desde que regressei nunca mais voltei a encontrar nenhum dos camaradas que comigo lá esteve.

Tenho acompanhado o vosso blogue desde há algum tempo, na esperança de encontrar alguém conhecido, mas parece não haver rasto de ninguém.

Tenho visto algumas caras conhecidas, nomeadamente o Sabido, colega de infancia e de C.O.M. em Vendas Novas, mas quanto ao pessoal da CART 6250, ninguém.

Este meu contacto convosco tem dois objectivos, o primeiro, para de vos solicitar ajuda nesta minha procura e o segundo, para vos perguntar se posso participar no almoço convívio agendado para o dia 18 do corrente, que já percebi não ser exclusivo de uma unidade militar específica, mas aberto a todos os que serviram na na Guiné de 1963 a 74.

Cumprimentos, Luís Eiras


2. Resposta do editor L.G.:

Data: 5 de abril de 2015 às 17:07

Assunto: Comissão de serviço na Guiné

Obrigado pelo contacto, camarada. Estou fora de Lisboa, pelo que a resposta às tuas perguntas tem de ser muito rápida:

(i) se a tua companhia for a  CART 6250 (1972/74), então temos diversos camaradas que escrevem no blogue e fazem parte nossa Tabanca Grande, a começar pelo cap mil Luís Marcelino; há mais malta desse tempo que passou pela região de Tombali, e que podes ter conhecido, como é o caso do António Murta ou o Vasco da Gama;

(ii)  há mais de meia centena de referências, no nosso blogue, aos "Unidos de Mampatá"; clica aqui;

(iii) mas parece-me haver um erro, involuntário, da tua parte,  na identificação da tua companhia, que esteve em Caboxanque e não em Mampatá e que terá ido para o CTIG já em abril de 1974, com regresso em outubro desse ano; infelizmente, não tenho tempo, hoje, para poder averiguar esses detalhes; 

(iv) há uma unidade, a CCAV 8352, que esteve em Caboxanque, mas que é de 1972/74, tendo tido como comandante o cap mil Rui Pedro Silva, também ele membro da nossa Tabanca Grande; enfim, terás que confirmar na tua caderneta militar o nº da tua companhia (ou batalhão); não me parece que possa ser a CART 6250, que é de 1972/74, e que esteve em Mampatá;

(v) quanto ao resto, teremos todo o gosto em receber-te e conhecer-te em Monte Real, no nosso X Encontro Nacional da Tabanca Grande, no próximo dia 18 de abril; põe-te em contacto com o Carlos Vinhal, nosso coeditor, que é o ohefe de operações; para tua informação, já devemos ter cerca de 160 inscrições, de todos os lado do país, e que é aberto a todos os camaradas que passaram pelo CTIG (1961/74);

(vi) vou pôr-te em contacto com o Joaquim Sabido e com os camaradas da CART 6250, ou com outros que andaram pela reegião de Tombali, mesmo não tratando-se da CART 6250 (Mampatá, 1972/74);

(vii) convido-te para integrar a Tabanca Grande; só precisas de fazer uma pequena apresentação da tua pessoa e mandar as duas fotos da praxe: uma antiga, da Guiné e outra atual; serás o grã-tabanqueiro n.º 678.

Tens aqui o meu contacto de telemóvel [...].
Um abraço do camarada Luís Graça
__________________

Nota do editor:

Último poste da série > 8 de janeiro de  2015 > Guiné 63/74 - P14129: O nosso livro de visitas (181): Parabéns, comandante Pombo, ex-piloto dos TAGP e dos TAGB (Maria João Pombo Rodrigues)

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14080: O meu Natal no mato (42): 1971, em Zemba (Angola); 1972, em Caboxanque; 1973, em Cadique (Rui Pedro Silva, ex- cap mil, CCAV 8352, Cantanhez, 1972/74)

Foto nº 1 > Angola, Zemba – Dezembro 1971 - Jantar dos soldados do batalhão

Foto nº 2 > Angola, Zemba – Dezembro 1971 - almoço com Gen Costa Gomes, aqui de costas

Foto nº 3 > Angola, Zemba – Dezembro 1971 - Visita do Gen. Costa Gomes. Em primeiro plano o oficial de dia que agora vos relata este natal.

Foto nº 4 A

Foto nº 4 B

 Foto nº 4 > Angola, Zemba > Dezembro de 1971 > Almoço com o Gen. Costa Gomes.
Aqui estou de costas e em primeiro plano (foto nº 4 A) com a braçadeira da ordem.


Foto nº 5 > Guiné < região de Tombalia < Cantanhez > Caboxanque – Dezembro 1972 - Gen Spínola no perímetro defensivo nos primeiros dias da operação.


Foto nº 5 A > Spínola, de costas e pingalim


Foto nº 6



Foto nº  6A - Guiné > Região de Tombali > Cantanhez > Caboxanque >  Dezembro de 1972 - A minha primeira visão de Caboxanque. Futura placa dos helicópteros e campo de futebol.



Foto nº 7 > Guiné > Região de Tombali > Cantanhez > Caboxanque > Dezembro de 1972 - A “messe” de oficiais  e também a minha primeira “secretária” . Da esquerda  para a direita Alf Pratas e Sousa, Furriel Urbano,  Alf Nobre Almeida e Alf Santos. Ao fundo as tendas  que nos “abrigaram” durante os primeiros meses.  O Alf Duarte deveria estar numa operação.  No centro da mesa o “remédio” para alguns males de  que íamos padecendo por lá.


Foto nº 8 > Guiné > Região de Tombali > Cantanhez > Caboxanque – Dezembro de 1972 – Distribuição da refeição pelos grupos de combate, secção por secção. O primeiro da fila a organizar a distribuição é o Alf Duarte.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Caboxanque > Perímetro defensivo, em esquema  aproximado, sobre imagem actual, do Google Earth (com a devida venia...)

Fotos (e legendas): © Rui Pedro Silva (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]



Guiné > Região de Tombali > Carta de Bedanda (1961) > Escala de 1/50 mil > Posição relativa de Bedanda, Cufar e Caboxanque (na margem direita do Rio Bixanque, afluente do Rio Cumbijã) 

Infografia:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné   (2014).

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1. Mensagem do Rui Pedro Silva, com data de 22 do corrente:

[Foto à esquerda; Rui Pedro Silva, ex-alf mil, CCAÇ 3347 (Angola, 1971), ex-ten mil, BCAÇ 3840 (Angola, 1971/72), e ex- cap mil, CCAV 8352 (Guiné, Caboxanque, 1972/74)]

Meu Caro Luis Graça:

Junto te envio o relato dos meus três Natais em tempo de guerra. Publicarás se e quando achares conveniente.

Por coincidência em Dezembro de 1972 estávamos a iniciar a operação de reocupação do Cantanhez fazendo agora 42 anos que entrámos em Caboxanque.

Espero que já tenhas recuperado do “percalço” que sofreste e estejas totalmente operacional.

Prometo ser mais assíduo na cooperação com o blog.

Um grande abraço para ti,  para o Carlos Vinhal, o Magalhães Ribeiro e para todos os Homens Grandes da Tabanca.

Boas Festas e Bom Ano de 2015.


2. Três Natais em tempos de guerra

por Rui Pedro Silva

A 21 de Dezembro de 1972 a CCav 8352, que eu comandava, desembarcou em Caboxanque, no âmbito da operação “Grande Empresa”, iniciada a 12 de Dezembro, a qual tinha como objectivo a ocupação do Cantanhez.

O IAO no Cumeré durou 15 dias e logo marchámos para Cufar,  divididos em dois grupos. O primeiro grupo deslocou-se de Noratlas a 19-11-1972 e o segundo de LDG a 21-11-1972 e com ele todo o equipamento para a instalação de uma companhia: do equipamento de cozinha às tendas e colchões pneumáticos, das viaturas ao gerador, das armas e munições às rações de combate, etc.

Para todos nós era seguro que não íamos render uma outra companhia e, ao chegar a Cufar, desde logo ficou claro que não seria aquele o nosso destino. Logo no desembarque recebi instruções para conservar o material carregado nas viaturas e tudo o resto guardado num improvisado “armazém”.

Nesse momento ainda não sabíamos da operação a que estávamos destinados. Nas quatro semanas que estivemos em Cufar realizámos operações de patrulhamento da zona, segurança à pista e ao porto e à construção da estrada Cufar - Catió. 

Da sede do batalhão, em Catió, vinham insistentes recomendações para nos concentrarmos na segurança da estrada. Havia um claro desentendimento entre os responsáveis em Cufar e a sede do Batalhão. A segurança na estrada mantinha-se 24 horas por dia,  rodando por todos os grupos de combate da companhia de Cufar e da minha e portanto não se percebia a insistência.

A preocupação de Catio resultava do facto de estar em curso uma manobra de diversão procurando atrair o PAIGC para aquela zona,  levando-o a mobilizar os seus efectivos para Cufar e assim garantir uma menor resistência à entrada das nossas tropas no Cantanhez. Esta manobra teve pleno êxito. O PAIGC foi surpreendido com a entrada das nossas tropas em Cadique e Caboxanque,  não oferecendo qualquer resistência nos primeiros dias.

A operação “Grande Empresa” foi muito bem descrita no livro “A Última Missão” do Sr. Coronel Moura Calheiros. Como tive oportunidade de lhe dizer na altura da publicação:

“A sua narrativa permite ao leitor ter uma visão mais abrangente da guerra na Guiné e, ao mesmo tempo, navegar consigo no seu PCA, progredir com os seus bigrupos nas missões mais arriscadas, partilhar a angústia das decisões mais difíceis, confrontar-se com a orientação estratégica do Comando-Chefe, conhecer a actuação da guerrilha, viver a vida de um militar naqueles duros tempos e cumprir a nobre missão de resgate dos militares portugueses falecidos e sepultados na Guiné. Ao ler as paginas deste seu livro revejo e identifico pessoas com quem partilhei uma parte importante da minha vida e situações em que a minha companhia esteve também envolvida e que constituem pedaços da história dos pára-quedistas, das forças armadas portuguesas e do nosso país.”

Recomendo vivamente a leitura deste livro a quem ainda não o fez porque nele revemos, cada um de nós, ex-combatentes, uma parte da nossa história. Cerca de seis meses depois e em resultado da operação “Grande Empresa” existiam 7 novos aquartelamentos:

  • Cadique,
  • Caboxanque,
  • Cafal,
  • Cafine,
  • Jemberem,
  • Chugué
  • e Cobumba.

O COP 4 comandado pelo Sr. Tenente-Coronel pára-quedista Araújo e Sá, comandante do BCP 12, coadjuvado pelo seu segundo comandante e oficial de operações Major Moura Calheiros,  foi a unidade operacional responsável pela operação.

Mas fiz esta longa introdução para abordar o tema do Natal.

Os quatro dias que mediaram desde a nossa entrada em Caboxanque até ao Natal de 1972, foram preenchidos em ciclópicas tarefas de instalação da companhia, segurança no perímetro defensivo e reconhecimento da zona operacional.

O perímetro tinha cerca de 3,5 Km e só foi possível garantir a segurança de Caboxanque instalando os grupos de combate e cada uma das suas secções ao longo da linha de defesa, ficando a CCav 8352 instalada em metade do perímetro virado a norte e a CCaç 4541 na metade virada a sul. Instalados em valas cavadas em contra relógio, sem arame farpado e apenas separados da mata do Cantanhez por um largo espaço que as maquinas da engenharia terraplanaram, com a ração de combate a alimentar a nossa fome, a noite escura a servir de cobertor e a angústia de podermos ser surpreendidos pelo PAIGC nessa nossa tão frágil posição, assim se encontravam os militares sob meu comando, carregando sob os meus ombros a enorme responsabilidade do que lhes pudesse acontecer naquelas difíceis circunstancias.

No dia de Natal a companhia estava dispersa pelo perímetro de Caboxanque, um grupo de combate tinha saído com um bigrupo paraquedista, em patrulhamento, e em Cufar ainda permaneciam alguns militares da companhia, guardando todo o material que lá tinha ficado. Sem meios frio a funcionar e portanto sem géneros frescos,  as refeições limitaram-se às rações de combate e a uma sopa improvisada com o pouco que diariamente se trazia de Cufar.

Estes foram dias muito difíceis para todos. Numa fotografia que aqui junto podem verificar como eram feitas as distribuições das refeições ao longo do perímetro. Quando o unimog que fazia este serviço chegava junto da última secção já a refeição que transportava estava fria.

Um ano antes, no Natal de 1971, estava em Angola, nos Dembos, na sede do Batalhão Caçadores 3840 sediado em Zemba e na escala de serviço coube-me ser o oficial de dia. Nesse dia o General Costa Gomes decidiu fazer, uma visita ao batalhão. Cumpridas as formalidades da praxe e depois de uma revista ao aquartelamento o General reuniu-se com o comando do batalhão, após o que confraternizou com os oficiais do batalhão num almoço.

Na pista onde o recebi o General Costa Gomes surpreendeu-me indagando se eu não era um dos militares em estágio para o CCC [, Curso Complementar para Capitães]. Dois meses antes alguns dos estagiários que foram enviados para Angola, entre os quais eu me encontrava, foram chamados ao quartel-general onde o General Costa Gomes nos recebeu. Depois de uma breve intervenção sobre a situação em Angola e de nos desejar que o estágio corresse bem,  quis saber de onde éramos e que expectativas tínhamos para o estágio. Quando chegou a minha vez,  disse-lhe que era angolano, nascido no Lobito e que esperava ser colocado nessa cidade. Depois de uma sonora gargalhada, afirmou que no Lobito não havia guerra.

Naquele ambiente que me pareceu de uma certa descontracção, tive o atrevimento de dizer que mais valia prevenir do que remediar, nomeadamente na defesa das zonas onde a guerra ainda não tinha chegado. Com um sorriso bonacheirão deu por findo o diálogo e despediu-se.

Na pista relembrei-lhe então a apresentação que ocorreu dois meses antes. Com um aceno de cabeça, indicando recordar-se do episódio, sorriu e avançou para a visita ao aquartelamento. À tarde terminou a visita mas não as minhas dores de cabeça. Nessa noite, o álcool, nas suas variantes ingeríveis e com os mais variados paladares, bebido com imoderação, fez o seu serviço e eu lá andei, madrugada dentro, numa roda-viva, a apagar fogos que ânimos mais exaltados iam ateando. O problema no dia seguinte foi evitar um relatório muito detalhado do sucedido para evitar um castigo mais pesado para alguns. Foi o meu primeiro Natal na guerra colonial. As três fotografias que envio testemunham esse dia.

O Natal de 1973 foi passado em Cadique para onde a CCav 8352 tinha sido enviada, por um mês, no âmbito da operação “Estrela Telúrica” que envolveu entre outras forças o Batalhão de Comandos. Instalados em condições muito precárias, sempre com grupos de combate em acção, principalmente junto à estrada Jemberem – Cadique, este foi o terceiro e o nosso pior Natal em guerra.

Dois dias antes do Natal um grupo de combate da minha companhia e outro da companhia de Cadique foram emboscados quando vinham render outros 2 grupos de combate da CCav 8352 que eu naquele dia comandava. Em resultado da emboscada houve mortos e feridos entre os militares da companhia de Cadique. A moral do pessoal de Cadique estava a um nível muito baixo e assistimos a alguns actos de desespero, como a recusa a sair para operações ou tentativas de accionar uma granada defensiva junto do comando.

Mas porque este poste já vai longo voltarei a escrever sobre Cadique bem como sobre a operação “Grande Empresa”,  mais tarde.

Sendo o Natal geralmente assumido como uma festa de família,  as circunstâncias em que o celebrámos na guerra retiraram-lhe muito do seu sentido de paz , apesar de sentirmos como nossa família todos os militares com quem estávamos.

Foram assim estes meus três Natais em tempo de guerra.

Boas Festas a todos os tabanqueiros e bom ano de 2015.

Um abraço
Rui Pedro Silva

PS. Com mais tempo identificarei os militares das fotografias.
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Nota do editor:

Último poste da série > 9 de outubro de  2014 > Guiné 63/74 - P13712: O meu Natal no mato (41): Natal de 1972 – CART 3494 (Jorge Araújo)

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14072: Fotos à procura de... uma legenda (50): Que marca de uisque se bebia em Caboxanque, no mítico Cantanhez, no Natal de 1972 ? (Rui Pedro Silva, ex-cap mil, CCAV 8352, 1972/74)


Foto nº 7 B


Foto nº 7 A 


Foto nº 7

Guiné > Região de Tombali > Caboxanque >  Dezembro de 1972 > CCAV 8352 >  Ábum do cpa mil Rui Pedor Silva > Foto nº 7 > A “messe” de oficiais  e também a minha primeira “secretária” . Da esquerda para a direita alf Pratas e Sousa, Furriel Urbano,  alf Nobre Almeida e alf Santos. Ao fundo as tendas  que nos “abrigaram” durante os primeiros meses.

O alf Duarte deveria estar numa operação.  No centro da mesa o “remédio” para alguns males de  que íamos padecendo por lá.


Fotos (e legendas): © Rui Pedro Silva  (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


[Foto à esquerda; Rui Pedro Silva ex-alf mil, CCAÇ 3347 (Angola, 1971), ex-ten mil, BCAÇ 384'0 (Angola, 1971/72), e ex- cap mil, CCAV 8352 (Guiné, Caboxanque, 1972/74)]

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Nota do editor:

Último poste da série > 23 de dezembro de  2014 > Guiné 63/74 - P14071: Fotos à procura de ... uma legenda (49): a escolinha do nosso tempo e a Carta de Portugal Insular e Ultramarino (Luís Graça)

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13604: Tabanca Grande (445): Welcome aboard, captain!... Rui Pedro Silva, grã-tabanqueiro nº 666 (que grande capicua!): do Lobito aos Dembos (Angola), de Mafra a Caboxanque (Região de Tombali, Guiné): ex-cap mil, CCAV 8352 (1972/74)




Guiné > Região de Tombali > Caboxanque > CCAV 8352 (1972/74) > Guia da companhia e comandante da companhia, o cap mil Rui Pedro Silva.


Fotos. © Rui Pedro Silva (2014). Todos so direitos reservados


I.  Mensagem do nosso  Rui Pedro Silva, que passa a ser, desde hoje, membro de pleno direito da Tabanca Grande, depois de cumpridas as formalidades previstas...


Data: 6 de Setembro de 2014 às 01:08

Meus caros editores:


Junto envio em Word 2 fotografias – uma minha em Caboxanque e outra do estandarte da companhia – assim com uma breve cronologia da minha companhia e simultaneamente da minha de vida de militar miliciano. Em separado envio uma fotografia actual que pedi 'emprestada' a um post do Magalhães Ribeiro. Espero que a resolução das fotografias estejam publicáveis.

Quanto ao número de entrada no blog – 666 -, que por brincadeira referi ao Luís em Monte Real, quando nos conhecemos, não tem nada de Kabbalah. Nada de esoterismos portanto. Num próximo encontro perceberás do que se trata. Assim atribuam o número que me calhar na sequência de adesões.

Um abraço aos três e por vosso intermédio aos camaradas da Tabanca Grande.

Rui Pedro Silva



II Autoapresentação de Rui Pedro Silva, grã-tabanqueiro nº 666, ex-alf mil, CCAÇ 3347 (Angola, 1971), ex-ten mil, BCAÇ 384'0 (Angola, 1971/72), e ex- cap mil, CCAV 8352 (Guiné, Caboxanque, 1972/74)

Caros Camaradas

Em primeiro lugar quero felicitar o Luís Graça, fundador da Tabanca Grande, pela criação do blog e, também, todos quantos ao longo dos anos nele têm partilhado as suas experiencias e opiniões.

A minha apresentação aos “Homens Grandes” desta Tabanca foi uma decisão que ponderei durante anos, tantos quantos aqueles que levo acompanhando o blog e os seus escritos. O impulso inicial de partilhar a experiencia que vivi na Guiné foi sendo contrariado por 4 ordens de razões:

(i) Pela “metralha” que por vezes cruzava os céus da “Tabanca Grande”. Nalguns assuntos houve intervenções, observações e comentários feitos de forma muito pouco fraternal e até, se os editores me permitem, para além dos limites definidos na linha editorial. E tanto anos passados não me apetecia apanhar com fogo cruzado, ainda que fogo ‘amigo’. 

(ii) No blog sugere-se: ‘Ajuda os teus ex-camaradas a reconstituir o puzzle da memória da Guiné (1963/74) …’ Mas a memória é tão traiçoeira, mesmo quando auxiliada por diários, cartas, relatórios e outros suportes semelhantes, que por vezes desajuda e muito. ‘Não somos historiadores’ e é talvez esta a preocupação que terei que ter sempre presente para relativizar os desajustes de memória que inevitavelmente ocorrerão. 

(iii) Depois temos o problema dos ‘ses’. Se se fizesse isto, então resultaria aquilo, como se na vida, e na guerra, pudesse haver contraprova. Por vezes a especulação é apresentada como uma alternativa infalível. Se tivessem feito isto não aconteceria aquilo. Se a especulação é uma boa ferramenta num debate de ideias é um mau caminho se pretende substituir a realidade. 

(iv) Por fim discordo das generalizações e da frequente confusão entre a visão da árvore e da floresta. Uma dada situação vivida num determinado tempo e espaço não pode ser generalizada a todo o teatro de guerra, e as variáveis em jogo são tantas que dificilmente se pode avaliar o todo pela parte.

Mas esta é apenas e tão só a minha opinião e a razão das dúvidas que fui tendo sobre a adesão à “Tabanca Grande”. Tudo ponderado decidi que valia a pena correr estes riscos e avançar com este pedido de adesão à Tabanca Grande. Sou adepto de uma boa querela mas sempre respeitando a dignidade de cada interveniente. 

Desde há dois anos que tenho frequentado o convívio mensal da “Tabanca do Centro”, em Monte Real, por convite do Manuel Reis (CCav 8350- Guileje, 1972/74), e este ano, pela primeira vez, participei no almoço da Tabanca Grande onde conheci o Luís Graça e a quem manifestei a vontade de aderir ao blog. Assim aqui estou a apresentar-me, com vontade de me sentar à sombra deste Grande Poilão. E se houver alguma ‘fogachada’ que seja por boas razões.

A cronologia que vos apresento agora conta, por si mesma, uma história onde se entrelaça a minha vida como militar e a da companhia que tive a honra de comandar. Mas esta cronologia será também um roteiro daquilo que quero partilhar convosco, mas não necessariamente pela ordem apresentada.

O tempo da comissão correu vertiginosamente umas vezes e demasiado lento noutras, tão lento que julgávamos nunca mais chegar ao fim. Para mim foram uns redondos 1234 dias, alguns valendo séculos, outros esgotando-se em segundos. Pelo meio vivi as “ 7 guerras de um capitão miliciano” a que prometo voltar

  • Incorporação em Mafra a 15-04-1971 – COM;
  • Mobilização para Angola a 6-10-1971 – alferes; 
  • Integração na CCaç 3347 no Mucondo, Dembos;
  • Transferência para BCaç  3840 em Dezembro de 1971 – Zemba, Dembos;
  • Retorno a Mafra 03-02-1972 – Tenente – início do CCC;
  • Fim do CCC em Junho/Julho de 1972;
  • Transferência para o RC3,   Julho 1973 – Estremoz;
  • Atribuição do comando da CCav 8352;
  • Constituição da CCav  8352 até Outubro de 1972;
  • Mobilização da CCav 8352 para a Guiné:
  • Deslocação para a Guiné a 4-11-1972 – Capitão;
  • IAO. no Cumere até 18-11-1972;
  • Deslocação da Companhia para Cufar a 19-11-1971 via aérea e LDG;
  • Integração na actividade operacional da Zona de Cufar: estrada para Catió, segurança da pista e do porto, patrulhamento da zona;
  • Criação do COP 4 com sede em Cufar, sob comando do Sr. Tenente-Coronel Araújo e Sá, comandante do BCP 12;
  • Inicio da Operação “Grande Empresa”, ocupação do Cantanhez a 12-12-1972;
  • Ocupação de Caboxanque pela CCaç 4541 e um bi-grupo pára-quedista e de Cadique pela CCaç. 4540 e um bi-grupo pára-quedista;
  • Transferência da CCav 8352 de Cufar para Caboxanque – Cantanhez a 21-12-1972 onde ficam sediadas a CCaç 4541, a CCav 8352 e a CCP 122;
  • Em Cadique ficam sediadas a CCaç.4540 e a CCP 121;
  • As três CCP do BCP 12 rodavam periodicamente entre Bissau, Cadique e Caboxanque;
  • Ocupação de Cafal pela CCaç. 3565 e o DFE 1 em Cafine;
  • Primeira flagelação do PAIGC sobre Caboxanque com feridos entre os pára-quedistas na primeira semana de Janeiro de 1973;
  • Início da actividade operacional em Caboxanque;
  • Inicio da construção da estrada Cadique – Jemberem; 
  • Ocupação de Jemberem;
  • Ocupação de Chugué e Cobumba em princípios de Abril de 1973;
  • Mortos e feridos entre a população de Caboxanque com fogo amigo (Obus) em meados de Maio de 1973;
  • Final da Operação “Grande Empresa” no final de Maio de 1973, extinto o COP4 e transferência do CAOP 1 de Mansoa para Cufar com a responsabilidade operacional da zona sul da Guiné;
  • As companhias pára-quedistas sediadas no Cantanhez são deslocadas para Gadamael;
  • Em Caboxanque a CCaç 4541 é rendida;
  • Em Cadique a CCaç. 4540 é rendida;
  • Intervenção da CCav 8352 em Cadique no âmbito da operação Estrela Telúrica,  Dezembro de 1973 a Janeiro de 1974;
  • Mais uma flagelação a Caboxanque, a 8 de Março de 1974, de que resultou a morte de dois soldados da CCav 8352,  o António Correia e o João Branco;
  • Intervenção da CCav.8352 em Bedanda em finais de Março de 1974, numa operação conjunta com os fuzileiros estacionados no Cumbijã;
  • 25 de Abril de 1974;
  • A CCav8352 é rendida pela CArt. 6520;
  • A CCav 8352 é transferida para Bissau – Combis;
  • A 28 de Agosto de 1974 regresso a Lisboa e comigo a CCav 8352.

Beirão pelos avós maternos e paternos, angolano de nascimento e filho de angolana, foi em África que vivi os meus primeiros 14 anos de vida. Como africano pisei pela primeira vez a Guiné com os sentimentos repartidos entre o regresso a África e a participação numa guerra da qual discordava.

A apresentação já vai longa mas conto com a vossa compreensão para esta piriquitice.

Um abraço

Pui Pedro Silva

III. Comentário de LG:

Meu caro capitão, e camarada: Ontem, como hoje, é preciso coragem e lucidez para tomar decisões, comandar, liderar... Decidir é escolher entre duas ou mais alternativas. Somos duma geração que tinha um leque reduzido de alternativas para escolher. Foi a nossa historicidade... 

E mesmo hoje não é fácil, a um comandante operacional, miliciano ou do quadro, que tenha feito a guerra colonial, decidir juntar-se a um blogue de antigos combatentes como este que cultiva o pluralismo, a frontalidade, a exigência de verdade e a cumplicidade da partilha de memórias e de afetos...  O nosso blogue é também uma montra, com vidros transparentes.. e quebradiços.

Dito isto, eu (e os demais editores e colaboradores permanentes do blogue) só podemos estar felizes por,  ao fim destes anos que nos acompanhas, "do lado de fora",  teres tomado a decisão (ponderada) de te juntar à malta nesta caserna virtual,  seguramente a maior, de  ex-combatentes do TO da Guiné... Por isso, também escolhemos a designação de Tabanca Grande, ou mãe de todas as tabancas, onde cabemos todos com tudo o que nos une e até com aquilo que nos separa (e nos enriquece).

Como todos os partos, o nosso blogue tem teve dor e até violência, ou não fosse obra de gente de carne e osso.  Mas o mais importante é a honra (e o prazer) que nos dás de te sentares no lugar nº 666 (uma feliz capicua), à sombra do nosso mágico e fraterno poilão. 

Welcome aboard, captain!

Umn abraço também ao teu "padrinho" Manuel Augusto Reis, discretíssimo mas sempre valioso grã-tabanqueiro,  de longa data.

Luís Graça

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domingo, 31 de agosto de 2014

Guiné 63/74 - P13553: Convívios (619): Almoço do pessoal e comemoração do 40.º aniversário do regresso da Guiné das CCAV 8350 (Guileje) e 8352 (Caboxanque-Cantanhez), dia 30 de Agosto de 2014 em Estremoz (José Casimiro Carvalho)

 

1. O nosso Camarada José Casimiro Carvalho, ex-Fur Mil Op Esp / RANGER da CCAV 8350 “Piratas de Guileje”, (1972/74), enviou-nos algumas fotos da festa que juntou duas companhias de cavalaria. 

Almoço comemorativo dos 40 anos do regresso das CCav 8350 e CCav 8352

Estremoz e Cabeço de Vide, 30-08-2014

CCav 8350 - Guilege + CCav 8352 – Caboxanque - 1972/74 


Camaradas. Regressamos em 30 de agosto de 1974, há 40 anos… lindo! 

Este convívio de irmãos foi maravilhoso, uns do Porto, outros do Algarve, outros de… sei lá! 

Uma coisa é certa, estamos aqui a relembrar os bons e maus momentos, os camaradas que tombaram, os que entretanto foram partindo e os que por este ou outro motivo não puderam comparecer, mas que sempre estarão presentes. 

Houve um pequeno “quid pro quo” acerca dos emblemas no bolo que eu considero de somenos importância, mas todos temos direito à nossa opinião…claro! 

Espero que não seja isso que nos vai dividir, já temos idade para colocar essas “ninharias” para trás, nas costas… 

Aqui vão umas fotos do convívio das duas companhias… FRATERNIDADE! 










Um abraço camaradas e até 2015, 
José Casimiro Carvalho
Fur Mil Op Esp / RANGER da CCAV 8350 “Piratas de Guileje”

Mini-guiões de colecção particular: © Carlos Coutinho (2011). Direitos reservados.
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Notas de M.R.: 

Ver também o seguinte poste:
Vd. último poste desta série em: