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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Guiné 61/74 - P27412: Armamento do PAIGC (10): Pistola-metralhadora Samopal vz25, de origem checa, ou a M-25, ("Merengue", na gíria do IN, por influência cubana)







Pistola-metralhadora  M-25 ("Merengue"), de origem checa ("Samopal")


Guiné > Região de Tombali >  Ilha do Como > c. 1964 > Guerrilheiros do PAIGC, empunhando pistolas-metralhadoras M-25", cal 9 mm ("Merengue")  e PPSh", cal 7,62mm ("Pachanga", ou "costureirinha", na gíria das NT); do lado direito, distingue-se, em tronco nu,  João Bernardo  'Nino' Vieira, na ilha de Como, Frente Sul. Náo se sabe se a foto foi tirada antes, durante ou depois da Op Tridente. É mais provável  que seja do ano de 1963, pelo ar "desportivo" do grupo,  a fazer um crosse matinal, ou a posar para a fotografia, para o álbum do Amílcar Cabral ( será que o tratavam por senhor engenheiro ?)
 


1. Mensagem que nos chegou pelo Formulário de Contacto do Blooger:

Data - sexta, 3/10/2025, 18:20


Boa tarde. Sou filho de um oficial de Marinha,  já falecido.

Ao desmanchar a casa de meus pais, deparei-me com uma pistola-metralhadora, de que posso enciar envio fotos, no caso de vos interessar.

Segundo pesquisa na Net, que me deu "uma trabalheira", pois a arma parece não constar das listagens habituais, trata-se de uma pistola metrelhadora Samopal, vz25.

Deixo o link da arma:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sa_vz._23

 

2. Resposta do editor LG

Data - Sexta, 3/10, 19:51

Obrigado, A, G.... Muito grato pelo seu contacto, Pode ser que alguém reconheça essa arma dos nossos velhos combates no TO da Guiné. E nomeadamemente o nosso especialista em armamento, o Luís Dias. 

O seu pai passou por lá ?

Disponha. Um alfabravo (ABraço). Luís Graça


3.Novo contacto do nosso leitor A. G:

Data - 04/10/2025, 16:53

Boa tarde e obrigado pela resposta

Sobre a arma:
  • o que me surpreendeu ao pesquisar a identificação dela foi a sua ausência das listagens consultadas na Net;
  •  no mesmo site encontra-se uma foto de 'Nino' Vieira com o seu grupo, curiosamente todos com a mesma arma, ou suas variantes
Segundo me disseram (e vale o que vale), eram armas capturadas que tinham por designação "presas de guerra", podendo  ser adquiridas pelo pessoal da unidade que as tinham "apanhado".

Neste caso ela provém de uma base de Fuzileiros na Guiné

Seguem em anexo fotos da dita,  em casa dos meus pais, mais a foto do 'Nino Vieira' do site atrás referido, e que achei curiosa, pois significa que a dita terá tido alguma "distribuição" pelo PAIGC

Caso publique algo sobre este tema,  agradecia-lhe que o meu nome seja  omitido, por motivos óbvios.
Melhores cumprimentos, A. G.

4. Data - sábado, 4/10, 17:01

Obrigado. Dei conhecimento a um dos nossos especialistas em  armamento, o Luís Dias. O PAIGC tinham armas de muitas proveniências, marcas e modelos. Sobretudo no princípio da guerra. O que devia ser um problema bicudo em termos de logística, formação, operação,manutenão e reparação,  etc.

Se valer a pena publicar (e eu acho que sim), por razões óbvias não menciomo o seu nome. Legalizar estas armas não era fácil. Ontem como hoje. Um alfabravo. Luís Graça.


5. Comentário do editor LG:

5.1. Também sou de opinião que se trata de ums pistola-metralhadora checa, Sa vz25, "Samopal". Dispunha de sando uma coronha de metal dobrável, disparava a  munição 9×19mm Parabellum.  Era em tudo é idêntica à Sa 23 (exceto da coronha, que erra de madeira). e usando os mesmos carregadores de 24 e 40 tiros.

Recorri à minha assistente de IA / ChaGPT. Face às duas fotos que lhe mandei, náo teve dúvidas em dar a sua opinião ponderada:

(..) Pela forma geral — receptor tubular curto, carregador recto montado à frente da empunhadura, coronha metálica dobrável para o lado e empunhadura/pega frontal dobrável — trata-se muito provavelmente de uma Samopal checoslovaca da família Sa vz.23 / Sa vz.25 (às vezes referido como CZ-23 / CZ-25, exportado como “Sa” ou “Samopal” nos catálogos da época).

Por que acho isto provável:

  • a posição do carregador (à frente da pega) e o aspecto geral lembram os desenhos da família vz.23/25, que foram amplamente exportados pela Checoslováquia na década de 1950–60;

  • a coronha metálica que dobra para o lado e a pega vertical rebatível são soluções técnicas presentes nesses modelos;

  • o PAIGC recebeu armamento do bloco de leste (inclu9indo a então  Checoslováquia) durante a guerra colonial, pelo que a captutra de um Sa vz.23/25 em 1964 é compatível com a proveniência e a cronologia.

Grau de certeza: provável, mas não definitivo. Existem variantes e cópias regionais/industriais e a família vz.23/25 teve pequenas diferenças entre versões de fábrica e exportação. Para confirmação absoluta, o ideal é verificar:

  • marcas e punções no receptor (normalmente código do fabricante e modelo);

  • formato exacto do carregador (capacidade e encaixe);

  • calibre estampado no cano/receptor (7,62×25 Tokarev foi comum em alguns modelos, mas havia variantes noutros calibres). (...)

(Pesquisa: LG / Assistente de IAS / ChatGPT)

(Condensação, revisão / fixaçãod e texto: LG)


5.2. Tudo indica que esta Sa vz25 seja a M-25 ("Merengue", na gíria do PAIGC, por influência cubana) que consta da relação a seguir:


Relação de material capturado  ao PAIGC  até 1964 >  (...) Pistolas-Metralhadoras: Modelo | País de oirgem

  • "M-23", cal 9 mm ("Rico") | Checoslováquia
  • "M-25", cal 9 mm ("Merengue") |  Checoslováquia
  • "PPSh", cal 7,62mm ("Pachanga", "Metra") | URSS
  •  "PPS SUDAYEF", cal 7,62mm | URSS, China
  • "THOMPSON", cal 1l,4mm ("Rico Thompson") | USA - China
  • "MP-40", cal 9mm | Alemanha Oriental
  • "SCHMEISSER" | Alemanha Oriental
  • "BERETA" | Itália
  • "UZI" | Israel 
  • "FBP" | Portugal

Fonte: Excertos de: Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 6.º Volume; Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II; Guiné; Livro I; 1.ª Edição; Lisboa (2014), pp. 290/291 (Com a devida vénia...).

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