terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25122: Armamento do PAIGC (9): A pistola-metralhadora Sudaev PPS-43, também conhecida por PM de Ferro, PM Chinesa, Decétris




Sudaev PPS-43



Sudayev (em russo e em inglês) PPS-43. Fonte: Wikipedia (em inglês)

Segundo o nosso especialista m armamento, Luís Dias (*), a pistola-metralhadora Sudaev (Ou Sudayev) foi fabricada na II Guerra Mundial pela URSS, com o desenho de Sudaev, entre 1943 e 1946 (perto de 2 milhões de PM), e era uma arma mais compacta que a sua antecedente, sendo distribuída às unidades blindadas e paraquedistas. 

Alguns autores afirmam tratar-se da melhor PM da II Guerra Mundail. Após a guerra foi exportada para muitos países e foi muito copiada. Era conhecida pelos guerrilheiros como a “Decétrin”. Segundo o nosso camarada A. Marques Lopes. era conhecida na gíria do PAIGC por várias expre4ssões: PM de Ferro; Decétris; Modelo Patchanga; PM Chinesa). (**)

Características da arma 
  • Tipo: Pistola-metralhadora
  • País de Origem: URSS
  • Calibre: 7,62 mm Type P
  • Ano de fabrico inicial: 1943
  • Alcance eficaz: 200 m
  • Alcance prático: 25 a 50 mPESO: 3,67 Kg com o carregador completo
  • Comprimento: 831 mm
  • Munição: 7,62X25 mm Tokarev
  • Velocidade de saída do projéctil: 500 m/s
  • Alimentação: Carregador curvo com 35 projécteis
  • Segurança: Colocada à frente do guarda mato, travando a culatra
  • Funcionamento: Arma de disparo unicamente automático, funcionando por inércia da culatra, partindo da posição recuada/aberta
  • Cadência de tiro: 500 a 600 tpm

Observações: A Sudaev 'versus' FBP 

A nossa pistola-metralhadora FBP não era uma arma fiável, porque tinha a mola de soltura do carregador numa posição que poderia fazer com que alguém, mais nervoso, empunhando mal a arma, carregasse na mola inadvertidamente, soltando o carregador e se desse ao gatilho não sairia nenhum projéctil. 

Por outro lado, o sistema de segurança não era famoso, porque em caso de queda da arma, poderia dar-se o disparo da mesma (aconteceu-me no Dulombi, em que a arma caiu no quarto e efectuou um disparo inadvertido que, felizmente, não teve consequências). 

Por estas razões, esta arma, no período em apreço, na guerra colonial, não era muito utilizada em termos operacionais.(***)
 
No TO da Guiné, a Sudaev aparecia em poucas quantidades e era tecnicamente superior à Shpagin (****), embora só produzisse disparo automático, compensando, contudo, por ter uma cadência bem mais baixa.


Munição 7,62x25 mm Type P/Tokarev, utilizada na pistola TT33 e nas Pistolas-metralhadoras PPSh-41 e PPS-43

Munição 9x19 mm Parabellum ou Luger, utilizada na pistola Walther P-38 e nas pistolas-metralhadoras ao serviço das forças armadas portuguesas, como a FBP.
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 23 de janeiro de 2010 > Guiné 63/74 – P5690: Armamento (2): Pistolas, Pistolas-Metralhadoras, Espingardas, Espingardas Automáticas e Metralhadoras Ligeiras (Luís Dias)

4 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...


O PAIGC tinha uma diversdade de armamento, de diferentes origens, o que devia causar sérias dores de cabeça ao"quarteleiro"... ,isto é, de logística...

Só pistolas-metralhadoras, seriam sete (entre parêtenses, o nome por que era conhecida na gíria do Zé Turra):

Pistola-Metralhadora M-23 ("Merengue");

Pistola-Metralhadora M-25 > ("Merengue " ou "Ricon Rico");

Pistola-Metralhadora SHPAGIN Cal. 7,62 mm M-941 (PPSh) ("Patchanga", "Metro", ou "Metar");

Pistola-Metralhadora SUDAYEV (ou SUDAEV) Cal. 7,62 mm M-943 (PPS) > "PM de Ferro", "Decétris", "Modelo Pachanga", "PM Chinesa");

Pistola-Metralhadora THOMPSON Cal. 11,4 mm > "Rico Jaz-Thompson);

Pistola-Metralhadora BERETTA N-38/42 e M-38ª> "Bereta".

Pistola-Metralhadora SHMEISSER MP-38 e MP-40 > "Copter"

Fonte: A. Marques Lopes (2007)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2007/06/guin-6374-p1880-paigc-gria.html

PS - O Luís Dias chama "Decétrin" à PM Sudaev; o Marques Lopes, "Decétris"... Há aqui um lapso de transcrição... que ainda não cosneguimos esclarecer.

Anónimo disse...

1966, Maio (?), numa das ops helitransportadas, na zona do então tencor H. Calado, fomos largados junto à fronteira com o Senegal, em perseguição a um grupo In, em retirada. Tirámos das mãos de um guerrilheiro uma Sudayev. Pela curiosidade que mereceu na 3ª Rep QG pareceu-me ser novidade para o Chefe da Repartição, tencoronel Remígio (se a memória não me atraiçoa).

V. Briote

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Obrigado, Vb. Continuo na dúvida sobre grafia correta: Sudaev ou Sudayev ? A transcrição de antropónimos e topónimos russos não é fácil...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Pelo que tenho lido, os soviéticos optaram, no que diz respeito ao armamento ligeiro usado na II Guerra Mundial, pelo "bruto, feio, simples e barato", fácil e rápido a produzir na fábrica e a usar no teatro de operações pelo combatente (nomeadamente o antigo mujique, o servo da gleba, o camponês... cuja literacia era nula ou reduzida).

Este material, produzido aos milhões, depois sucata, foi exportado para o terceiro mundo para alimentarredondar as "guerras de libertação"...

E foi com ele o Zé Balanta matou e morreu na Guiné...