sábado, 3 de fevereiro de 2024

Guiné 61/74 - P25130: A 23ª hora: Memórias do consulado do Gen Bettencourt Rodrigues, Governador e Com-chefe do CTIG (21 de setembro de 1973-26 de abril de 1974) - Parte I: A visita do CEME, Gen Paiva Brandão, em finais de janeiro de 1974


Guiné > s/l > s/d > c- 1973/74 > O gen Bettencourt Rodrigues graduando um milícia  (Fonte: CECA, 2015,  pág. 341)  (imagem reeditada, LG).


Guiné >Região do Gabu > Boé > Madina do Boé > 16 de novembro de 1973 > O jornalista alemão, da Reuters,  Joachim  Raffelberg, e o Gen Bettencourt Rodrigues, governador-geral e com-chefe que, a partir de 21/9/1973, substituiu o carismático Gen António Spínola.

Fonte: página do Facebook do antigo jornalista da agência Reuters, Joachim Raffelberg, chamada Raffelnews, Serviço comunitário, encontrámos esta "preciosidade", que faz parte de um álbum sobre Madina do Boé, com fotos (legendadas em inglês), inseridas em 29 de janeiro de 2018, incluindo recortes de jornais portugueses (Diário de Notícias e Diário de Lisboa) que reproduziram a notícia da agência noticiosa portuguesa, ANI, dando conta de uma visita de jornalistas estrangeiras, de helicóptero, à antiga Madina do Boé, acompanhados do gen Bettencourt Rodrigues, o então novo comandante-chefe do CTIG.
  (*)


Guiné > Bissau > Aeroporto >  28 de janeiro de 1974 > O CEME, Gen Paiva Brandão, recebido com honras militares à sua chegada. Fotograma de vídeo (3' 16'') da
RTP Arquivos 
Sinopse: "Chegada do Chefe do Estado-Maior do Exército à Guiné-Bissau, recebido pelo Governador e Comandante-chefe, e altas individualidades civis e militares; visita ao Quartel-General e reunião de trabalho sobre a situação administrativo-logística do Exército." imagem editada e reproduzida  com a  devida vénia...)


1.  Todas as épocas, todas as guerras, todos os regimes, todos os chefes têm a  sua 23ª hora... Muitos de nós, antigos combatentes, já não estávamos lá no CTIG, quando o gen Spínola bateu com a porta a Marcelo Caetano e foi substituído pelo gen Bethencourt Rodrigues. Este foi o último governador e comandante-chefe do CTIG: a sua história efémera passa-se entre 29 de setembro de 1973 e 26 de abril de 1974. Quem já não estava lá, tem direito a saber como foi a  23ª hora deste militar com carreira brilhante que acabou por fechar um capítulo da história de Portugal com 500 anos. 

Da Carta de Comando do Comandanmte-Chefe das Forças da Guiné, consta o seguinte no que diz respeito ao "cessar das operações": 

 (...), Salvo ordem expressa do Governo da Nação, as operações que houver de executar serão conduzidas até ao completo restabelecimento da ordem, da segurança e, sendo caso disso, da plena soberania em todo o território da Província, se necessário, até ao esgotamento dos meios de combate. (CECA, 2015, pp. 405/406)

Vamos reunir aqui memórias e histórias desse período que culminou com o 25 de Abril de 1974.  

E o primeiro momento que escolhemos foi  o da visita do CEME (Chefe do Estado Maior  do Exército), gen Paiva Brandão em 28/29 de janeiro de 1974, ao CTIG,  e  o da "reunião de trabalho" que se realizou a 29, às 18h30, hora que na Guiné era já da hiena...

É uma reunão algo "surreal" esta em que o gen João de Paiva de Faria Leite Brandão, político do regime (foi deputado na Assenbleia Nacional em 3  legislaturas), de visita ao CTIG, fez uma reunião de trabalho com  o Com-Chefe gen Bethncourt Rodrigues e seus colaboradores mais próximos...  Estamos a menos de 3 meses do 25 de Abril de 1974.

É uma reunão em que o representante do poder político-militar de Lisboa traz uma "mão cheia de nada" face às necessidades do teatro de operaçóes e da adminmistração civil...  Uma reunião em que se discutem "peanuts"...  

Repare-se: não há (ou vai faltar) arroz, gaz butano, ferro e asfalto,,,, mas também pessoal para abrir o CAOP3, bem como muniçóes 8,9 cm (bazuca) e 14 cm (obus)... A África do Sul é agora o nosso "Pai Natal"... Há subunidades sem cobertura legal: caso das africanas CCAÇ 20 e 21,,, O Com-Chefe vai assobiando para o lado e promovendo milícias...

Faz-se vista grossa das tremendas implicaçóes políticas, militares, estratégicas, diplomáticas e legais (face ao direito internacional) da declaraçáo unilateral da independència da Guiné-Bissau, em 24 de setembro de 1973, pelo PAIGC.  

Faz-se tábua rasa do profundo mal-estar que já grassa nas FA, bem como do clima de descontentamento e até conspiração no seio das FA , bem como da escalada militar: o PAIGC dispõe de armamento superior ao  das NT (morteiro 120mm, foguetão 122 mm, peça de artilharia 130 mm, míssil Strela, novas minas A/P e A/C, etc.),

As carèncias de material (e nomeadamente de munições), as dificuldades de transporte marítimo e os constrangimentos orçamentais ficam bem patentes nesta minuta da reunião que agora publicamos, com a devida vénia (CECA, 2015, pp. 482/483),


João de Paiva de Faria Leite, "2º barão de São Lázaro",  nasceu em Guimarães, Polvoreira, na Casa de Carvalho d'Arca, em 19/08/1912 e morreu, aos 85 anos, em 04/12/1997 (Fonte: Geneall)

2. CECA (2015) > Aspetos da atividade operacional: Guiné (1971/74) > Cap IV - 1974

(...) "No final do mês de Janeiro, o Chefe do Estado-Maior do Exército, General
João de Paiva de Faria Leite Brandão, acompanhado de 2 Oficiais do
CEM, visitou o TO da Guiné (...) Em 29 de janeiro realizou-se uma reunião de trabalho
com o Cmdt-Chefe das FAG" (pág. 454)

Não há detalhes da visita. (vd. aqui notícia, na RTP da chegada ao aeroporto de Bissalanca, em 28 de janeiro: vídeo de 3' 16'', infelizmente sem som). A CECA (2015) publicou em anexo (nº 1) a ata da reunião.

Anexo n° 1 - Visita do CEME - Reunião de Trabalho (pp. 482/483)

Datal / Hora: 29 Jan74 18h30

Oficiais presentes:

- Gen Paiva Brandão

- Gen Bethencourt Rodrigues

- Brig Leitão Marques

- Cor CEM Rodrigues Figueira

- Ten-Cor CEM Franco Charais

Assuntos:

a. - Situação de Unidades do TO sem cobertura legal

O Gen B. Rodrigues mais uma vez levantou o problema da existência de Unidades do TO sem cobertura legal, indicando as seguintes unidades:

- CCaç 20 e 21, totalmente africanas;

- Comp. Eventual de Cuntima.

Foi definido não haver encargos de pessoal metropolitano para estas unidades, tratando-se de legalizar a sua constituição e orçamentar a respectiva despesa.

O assunto foi anotado pelo Cor Figueira.

b. - Orçamento para 1975

Seguidamente, o Gen P. Brandão explicou superficialmente o planeamento a efectuar para se definir o Orçamento de Defesa para 1975.

Em março, o SGDN (Secretariado-Geral da Defesa Nacional) solicitará a todos os Comandos-Chefes uma informação sobre as forças atribuídas a cada TO.

Os Comandos-Chefes no período de 1 a 15 de abril informarão quais as forças orçamentadas existentes no TO (Ex., Marinha e FA) e outras necessárias.

No período de 15 a 30  de abril, a Junta de Chefes de Estado-Maior trabalha as respostas recebidas e estabelece um sistema de forças para todo o espaço nacional, o qual é submetido posteriormente à apreciação do Conselho Superior Militar.

O trabalho da Junta de Chefes de Estado-Maior leva em conta as possibilidades orçamentais.

c. Transmissões

Seguidamente o gen B. Rodrigues falou sobre o material de transmissões em aquisição para a Guiné, com base numa informação pessoal do brig S. Grade. Os oficiais de EM presentes disseram já ter recebido indicações no Agr Tm, tendo sido especialmente focado o aspecto de substituição de 60 "AVP-1" por material "ERET", mais adequado ao TO da Guiné.

O assunto vai ser apresentado também em carta pessoal ao brig S. Grade.

d. Substituição do Cmdt CAOP 2

Seguidamente, o gen B. Rodrigues referiu a necessidade urgente de ser nomeado um dos Oficiais propostos (2) para o CAOP 2, em virtude do cor Telo dever recolher à Metrópole até  1 de abril de 74. O assunto foi anotado pelo cor Figueira.

e. Formação do CAOP 3

Seguidamente, o gen B. Rodrigues referiu ser necessário que o CAOP 3, pedido desde nov73, fosse constituído com brevidade e enviado para o TO.

O cor Figueira apresentou a informação da 3ª Rep/EME, da qual consta não ser possível nomear a maioria do pessoal antes de jul74.

Existem também problemas de verbas mas o gen P. Brandão disse serem de fácil solução.

Dado que o prazo de constituição do CAOP 3 em jul74 não satisfaz as necessidades imediatas do TO, foi sugerido que o EME estudasse uma nomeação por fases e enviasse uma proposta para o Cmd-Chefe, a qual seria trabalhada face ao recurso a pessoal já existente em Unidades.

Admitiu-se ser possível arrancar desde já com uma solução de compromisso, a qual seria melhorada até agosto de 74 à medida que fosse nomeado o pessoal em falta.

f. Material a receber no TO

Seguidamente, o ten-or Charais informou;

(i) estar para ser desembarcado do N/M "Cabo Bojador" já em Bissau o seguinte material:

- 4 obuses 14 cm

- 10 morteiros 8, 1 cm

- 20 morteiros 60 mm

(ii) estar para ser remetido no próximo transporte o seguinte material:

- 6 obuses 10,5 cm

- 4 a 7 peças 9,4 cm


g. Aproveitamento de material

Seguidamente, o ten-Cor Charais informou existir disponível em depósito material de 7,5 cm montanha (obuses italianos de montanha), com um lote de 6000 granadas que poderia ser fornecido para o TO. 

Dado o peso deste material e as suas dimensões, este pode ser transportado via aérea para Nova Lamego, Aldeia ormosa, Cufar e talvez Farim, o que dá grande flexibilidade ao seu emprego. O seu alcance permite bater o morteiro 82 mm lN, cobrindo uma lacuna do nosso morteiro 8,1 cm.

O assunto ficou de ser estudado no Cmd-Chefe e CTIG e enviada uma proposta ao EME com as conclusões.

h. Transportes

Seguidamente, o  gen B. Rodrigues focou a carência de transportes marítimo
para a Província
, na qualidade de Governador dizendo que em larga medida as dificuldades existentes resultavam da utilização pelo ME de grande parte da tonelagem disponível nas carreiras periódicas quinzenais, com prejuízo de carga civil (ou por incompatibilidade das cargas ou por insuficiência de tonelagem).

Mais disse, ter apresentado o assunto ao Snr Ministro do Ultramar para solução urgente de transporte para a Província de arroz, gaz butano, ferro e asfalto, necessidades prementes por esgotamento das existências locais.

Foi sugerido que o ME efectuasse o fretamento de 1 navio logístico entre os transportes de tropas, ficando assim a tonelagem das carreiras normais mais liberta para o transporte civil.

O ten-cor Charais disse não conhecer o assunto mas parece-lhe que as verbas disponíveis não comportavam o fretamento de um navio.

Nada ficou decidido. Para ser accionado no âmbito militar terá de haver
uma proposta ao SGDN ou EME.

i. Diversos

Depois da reunião, o ten-cor Charais informou o brig Leitão Marques que:

- a Metrópole não podia produzir em breve prazo granadas 8,9 cm e
teríamos restrições no seu fornecimento;

- as munições de 14 cm disponíveis eram de um lote à ordem do SGDN
e só seriam fornecidas com autorização superior (Lote Can);

- a África do Sul tinha uma encomenda de munições de 14 cm mas 
estas não estarão disponíveis brevemente na Metrópole. [... ]

[ Seleção / adaptação / revisão / fixação de texto / negritos, para efeitos de publicação deste poste no blogue: L.G.]

Fonte: Fonte: Excertos de: Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 6.º Volume; Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II; Guiné; Livro III; 1.ª Edição; Lisboa (2015), pp. 482/483  (Com a devida vénia...).
__________

Nota do editor:

(*) Vd. poste de 28 fevereiro de  2021 > Guiné 61/74 - P21956: Facebook...ando (60): o gen Bettencourt Rodrigues, em 16 de novembro de 1973, em Madina do Boé, com dois jornalistas alemães, para verem "in loco" o sítio onde o PAIGC teria alegadamente proclamado a independência unilateral

13 comentários:

Cherno Baldé disse...

Caros amigos,

Ainda antes do 25A74, o tal arroz de abastecimento do mercado local chegou, mas por algum motivo ligado a sua qualidade, a população dos centros urbanos que já estavam dependentes do arroz importado, deram-lhe o nome de "arroz Bettencourt" talvez em forma de protesto pela qualidade inferior relativamente ao que estavam habituados durante o consulado do Gen. Spínola.

Este deve ser o primeiro sinal das mudanças ocasionadas pela partida do Gen. Spínola e o fim não anunciado da sua política "por uma Guiné melhor".

De salientar que, na altura, a dieta das populações do interior, especialmente do Leste, Norte e Nordeste, era a base do milho e folhas de vegetais (milheto, milho Brasil, cavalo, sorgo, entre outros) e um pouco do arroz de sequeiro e o produzido nas bolanhas. Hoje em dia o milho quase que desapareceu da dieta alimentar dos guineenses devido as más influências dos centros urbanos iniciadas na época do Gen. Spínola, pela facilidade de aquisição do arroz importado com a expansão da produção e venda do caju, transformado no principal produto de exportação e, também, pela diminuição global da produção do milho, devido a influência das mudanças climáticas que afectam, sobremaneira, as regiões dos trópicos.

Com um abraço amigo,

Cherno Baldé

antonio graça de abreu disse...

Escrevi no meu Diário da Guiné. Tudo certinho.

Cufar, 6 de Dezembro de 1973

O governador, general Bettencourt Rodrigues foi mesmo de helicóptero a Madina do Boé, ao lugar onde o PAIGC diz ter declarado a independência. A ideia que tenho da região é de que se trata de zonas desabitadas, abandonadas há anos pelas NT devido à ausência de interesse estratégico da região, no extremo sudeste da Guiné. O governador esteve lá durante uma dezena de minutos, numa espécie de comprovação da impossibilidade de o PAIGC haver usado aquela “zona libertada” para declarar a independência. Houve um jornalista alemão que acompanhou a comitiva do Bettencourt Rodrigues e redigiu uma crónica datada de Madina do Boé. A propaganda é necessária. Também é verdade que não encontraram viva alma na antiga povoação do Boé, destruída pela guerra em anos passados. Onde estavam os heróis do PAIGC que declararam a independência da Guiné em Madina do Boé? Talvez não estivessem longe, mas ninguém os viu.


Abraço,

António Graça de Abreu

Tabanca Grande Luís Graça disse...

"Arroz Bettencourt"!.. Obrigado, Cherno, tens uma memória prodigiosda... Dessa xpressão nunca tinha ouvido falar... Também já não é do meu tempo este general...Mas gosto de saber o que passou entre março de 1971 e o fim da guerra...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

http://www.agrotec.pt/noticias/o-arroz-na-guine-bissau-especies-cultivares-sistemas-de-producao-e-desafios-face-as-alteracoes-climaticas-bibliografia/

O arroz na guiné-bissau: espécies, cultivares, sistemas de produção e desafios face às alterações climáticas - Bibliografia
22 fevereiro 2023, quarta-feira Grandes Culturas
Texto por: Luis Catarino1 , José da Silva2 Quintino Alves3, Tiago F. Lourenço4,Jorge Marques da Silva5

1 cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais & CHANGE – Global Change and Sustainability Institute, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

2 Centro Orizícola de Contuboel, Instituto Nacional de Pesquisa Agrária (INPA), Guiné-Bissau

3 Centro Orizícola de Caboxanque, INPA, Guiné-Bissau

4 Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, Universidade Nova de Lisboa (ITQB NOVA)

5 Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI), Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

O arroz é a base da alimentação na Guiné- -Bissau. Grande parte do arroz consumido no país é produzido por agricultores locais que praticam orizicultura tradicional, ainda que a importação de arroz de países asiáticos responda em grande medida à procura atual. A grande expansão da cultura do cajueiro no país tem permitido a aquisição de arroz importado através da venda da castanha de caju, ou por troca direta. Atualmente, é cultivado sobretudo o arroz asiático (Oryza sativa) mas, antes da chegada dos europeus no século XV, cultivava-se o arroz africano (O. glaberrima), que ainda hoje é cultivado no país em pequena escala. Nas últimas décadas, o Africa Rice Center produziu e difundiu cultivares de arroz híbridos entre as duas espécies, em particular os cultivares NERICA (New Rice for Africa). O arroz pode ser cultivado no país exclusivamente com água pluvial ou com irrigação. Consideram-se quatro sistemas de produção: 1) Arroz pluvial de planalto, localmente designado por m’pampam; 2) Arroz pluvial de zonas baixas interiores periodicamente inundadas, bolanha de água doce ou de bas-fond; 3) Arroz pluvial de zonas costeiras, bolanha salgada ou arroz de mangrove; e 4 ) Arroz irrigado, bolanha de água doce, cultivado em planícies adjacentes a rios de curso permanente. A Guiné-Bissau está situada numa zona potencialmente sensível aos efeitos das alterações climáticas. Desta forma, a cultura do arroz, importante para a segurança alimentar, deve ser objeto de caracterização e testagem em relação a condições de stress abiótico. A caracterização das numerosas cultivares usadas localmente, poderá ser um importante contributo para a seleção das variedades melhor adaptadas para as condições ambientais presentes e futuras.

(Continua)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

http://www.agrotec.pt/noticias/o-arroz-na-guine-bissau-especies-cultivares-sistemas-de-producao-e-desafios-face-as-alteracoes-climaticas-bibliografia/

Continuação:

BIBLIOGRAFIA

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(Continua)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Bibliografia (continuação)

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José Botelho Colaço disse...

Madina do Boé Tal como o Cachil na ilha do Como locais abandonados pelas nossas tropas creio que foram abandonados devido a situação estratégica em que se situavam e em caso de forte ataque do inimigo ser muito, muito difícil socorre-los, falo por experiência própria só quem viveu naqueles aquartelamentos pode julgar. Por esse motivo alguém com posição de comando e com bom senso determinou antes que um dia negro nas nossas tropas fizesse parte da História de Portugal na guerra colonial.

Joaquim Luis Fernandes disse...

Pelo que se escreveu e lê,o General Bettencourt Rodrigues, em setembro de 1973, encontrou o CTIG com grandes carências, a rebentar pelas costuras da insuficiência, a vários níveis.

Várias questões se levantam:
Não eram previsíveis essas carências atempadamente?
O que fez (ou não fez) o General António de Spínola para que não se chegasse a essa situação de carências tão amplas?
O que falhou e quem falhou nesse 1º semestre de 1973?

Cá para mim, os acontecimentos em Conácri em janeiro de 1973 e o que se lhe seguiu, explicam o desaire a que se chegou.
Com o assassinato de Amílcar Cabral e o rumo ofensivo da guerra, conduzida pelo PAIGC e por quem o apoiava, o Gen. Spínola vê frustrado o seu plano para a auto-determinação progressiva do povos da Guiné. Perdeu o seu possível interlocutor no seio do PAIGC e a sua iniciativa de diálogo foi por água abaixo. O seu serviço de informações estava desarticulado, senão morto.

Desalentado com os graves acontecimentos, o Gen. Spínola nada mais tinha a fazer na Guiné, se não arrumar as malas e dar o lugar a outro.
Só que, nesse hiato de tempo, não havia plano B que sustentasse a situação a que se chegou. E o que se seguiu foi o que sabemos.
E há conta disso, muitos de nós continuámos a sofrer e outros a morrer nos meses que se seguiram.
E não era tudo previsível?

Abraços
JLFernandes

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

No tempo do Gen. Spínola o preço do arroz era 5$00 e era de boa qualidade só que chegou a vir de Espanha. Nessa altura passou para 6$00. A produção local era bastante baixa para a necessidades. No que respeita ao fornecimento de armamento conheço o óbus de montanha 7,5 cm era realmente superior ao morteiro 81 do PAIGC e podia fazer tiro vertical (acima dos 45º). Quanto à "orçamentação" das unidades é ridículo que não seja de imediato resolvido. Como se vê o resto da artilharia poderia ser aumentada e não se compreende como ainda se discutia, naquele momento da guerra. Mas do texto deduz-se que havia pouco dinheiro e que as altas esferas tapavam o Sol com a peneira, empatando a decisão. E o pessoal! Era incrível como era difícil mobilizar um coronel e um Cmd de Agr. Inadmissível num Exército a "defender a Pátria"...

Um Ab.
António J. P. Costa

Cherno disse...

Caro LJ Fernandes,

Antes da morte do SG do PAIGC (ACabral) e das terríveis batalhas dos 3G em Maio/Junho, o Gen. Spínola já sabia que não podia contar com os fornecimentos bélicos necessários para sustentar a escalada da guerra (como acontece neste momento com a Ucrânia) e que não estava autorizado a negociar qualquer tipo de autodeterminação fosse com quem fosse.

Nestas circunstâncias, ele escolheu bater com a porta, não sem antes preparar o terreno para o que poderia vir a acontecer com Portugal no futuro.

Cherno Baldé

Joaquim Luis Fernandes disse...

Caro amigo Cherno Baldé

Sabemos como Marcelo Caetano se opunha às iniciativas do Gen. Spínola para procurar um acordo de paz com o PAIGC. Mas também sabemos que em política nada é definitivo.
Sabemos também, que era doutrina aceite nas mais altas esferas militares portuguesas, depois de fracassar o objetivo do golpe de estado na Guiné Conacri, em 1970, na iniciativa de Apoim Galvão com a Op. Mar Verde, que a resolução da guerra na Guiné, seria pela via política e não militar.
Aquilo como estava, era uma guerra que não se ganhava nem se perdia. Pelo menos não tinha fim à vista.

Naturalmente, a partir de então, a estratégia militar no TO da Guiné, tomou um caráter predominantemente defensivo.
E chegamos a 1972 em que as iniciativas do Gen. Spínola para encontrar um acordo de paz o levaram ao cabo Skiring, no Senegal onde se encontrou com o presidente Leopold Senghor. E entre os dois, até se encontraram pontos de vista comuns, que conduziriam ao almejado acordo. E também terá havido outros contactos com o PAIGC no mesmo sentido, por parte do Senegal.
O próprio Amílcar Cabral terá proposto em Outubro de 1972, negociações de paz com o governo português. (em minha opinião, terá sido uma das causas que levou ao seu assassinato)

E fico por aqui.

Um abraço
JLFernandes

Anónimo disse...

CAROS CAMARADAS

Estranho, muito estranho, isto das altas esferas politico-militares.

Não sabia que a ccaç.20 estava ilegal,ou melhor dito,não estava oficializada,e tinha alguns elementos metropolitanos.Digo isto porque a dita estava em gadamael.Não tinhamos falta de granadas de obus 14 e tinham o rótulo de made in S.A.R.

Recebiamos regularmente reabastecimentos de arroz e outros viveres.
Também chegaram alguns alferes de artilharia de costa para serem reconvertidos em artilheiros de campanha.
Interessante essa do obus de montanha 7,5 que era melhor do que o morteiro 81.

Resumindo, estavamos ali como "carne para canhão" e para aguentar, e iamos aguentando, que remédio.

AB
C.Martins

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

O obus 7,5 cm tinha sido fabricado na Itália na fábrica Ansaldo, durante a IIGM. Era um obus de montanha transportado a dorso de 8 mulas. Na EPA era rebocado, com muito cuidado, por um jeep, entre a Escola e o Polígono, visto que não tinha suspensão. Foi utilizado na Nó Górdio, em Moçambique e foi usado no início da guerra, em Angola, com resultados baixos. Eu julgava que já não havia munições para ele e a Itália já o tinha retirado de serviço no fim da guerra.

Um bom domingo
António J. P. Costa