1. Mensagem de Catarina Gomes, jornalista do Público, autora (texto) da reportagem sobre os "Filhos do Vento" e "O Meu Filho Ficou lá"; filha de ex-combatente da guerra colonial (em Angola), escreveu o livro "Pai, tiveste medo ?" (Lisboa, Matéria Prima Edições, 2014):
[foto à esquerda: membros fundadores da Associação Fidju di Tuga, com sede em Bissau; cortesia da sua página na Net]
Data: 3 de julho de 2015 às 14:35
Assunto: abaixo-assinado
Professor,
Aqui lhe envio o texto do abaixo-assinado da associação de que lhe tinha falado :
A Associação Fidju di Tuga/Filho de Tuga-Associação da Solidariedade dos Filhos e Amigos dos Ex-Combatentes na Guiné-Bissau foi criada em 2013 para representar os chamados Fidju di Tuga, expressão que traduzida do crioulo significa Filho de Tuga, e que durante todas as nossas vidas foi usada para nos designar/ insultar na Guiné-Bissau.
Somos filhos de ex-combatentes portugueses que estiveram na Guiné-Bissau durante a guerra colonial/guerra da libertação e que tiveram filhos com mulheres guineenses e os deixaram para trás. Muitos de nós até hoje apenas sabem os apelidos e patentes dos nossos pais, dados incompletos que não nos permitiram saber quem é nosso pai português e tentar entrar em contacto com ele.
Criámos esta associação para representar todos estes filhos que ficaram. Somos actualmente cerca de meia centena de membros, apenas em Bissau. Estimamos que existam pelo menos meio milhar de "filhos de tuga" espalhados pelo país, todos nascidos durante os anos da guerra ou no ano imediatamente a seguir ao regresso definitivo das tropas portuguesas.
Os nossos pais estiveram na Guiné-Bissau ao serviço do Estado Português. Os abaixo-assinados vêm por este meio pedir o reconhecimento do seu legítimo direito à nacionalidade portuguesa como filhos de pais portugueses, solicitando que a sua causa seja debatida no Parlamento português.
Entretanto, soube que o 1º ministro Passos Coelho vai à Guiné dia 6 de Julho.
Abraço e boas férias, se for caso disso.
Catarina
________________
Nota do editor:
Último poste da série > 24 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14792: Filhos do vento (39): Será que tudo o que por aí se vai dizendo, da nossa vida sexual em zona de guerra, não será também, em alguns casos, uma grande mentira? (Tony Borié)
[foto à esquerda: membros fundadores da Associação Fidju di Tuga, com sede em Bissau; cortesia da sua página na Net]
Data: 3 de julho de 2015 às 14:35
Assunto: abaixo-assinado
Professor,
Aqui lhe envio o texto do abaixo-assinado da associação de que lhe tinha falado :
A Associação Fidju di Tuga/Filho de Tuga-Associação da Solidariedade dos Filhos e Amigos dos Ex-Combatentes na Guiné-Bissau foi criada em 2013 para representar os chamados Fidju di Tuga, expressão que traduzida do crioulo significa Filho de Tuga, e que durante todas as nossas vidas foi usada para nos designar/ insultar na Guiné-Bissau.
Somos filhos de ex-combatentes portugueses que estiveram na Guiné-Bissau durante a guerra colonial/guerra da libertação e que tiveram filhos com mulheres guineenses e os deixaram para trás. Muitos de nós até hoje apenas sabem os apelidos e patentes dos nossos pais, dados incompletos que não nos permitiram saber quem é nosso pai português e tentar entrar em contacto com ele.
Criámos esta associação para representar todos estes filhos que ficaram. Somos actualmente cerca de meia centena de membros, apenas em Bissau. Estimamos que existam pelo menos meio milhar de "filhos de tuga" espalhados pelo país, todos nascidos durante os anos da guerra ou no ano imediatamente a seguir ao regresso definitivo das tropas portuguesas.
Os nossos pais estiveram na Guiné-Bissau ao serviço do Estado Português. Os abaixo-assinados vêm por este meio pedir o reconhecimento do seu legítimo direito à nacionalidade portuguesa como filhos de pais portugueses, solicitando que a sua causa seja debatida no Parlamento português.
Entretanto, soube que o 1º ministro Passos Coelho vai à Guiné dia 6 de Julho.
Abraço e boas férias, se for caso disso.
Catarina
Nota do editor:
Último poste da série > 24 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14792: Filhos do vento (39): Será que tudo o que por aí se vai dizendo, da nossa vida sexual em zona de guerra, não será também, em alguns casos, uma grande mentira? (Tony Borié)
6 comentários:
Notícia da Lusa, publicada no portal Sapo, e aqui reproduzida com a devida vénia... LG
http://www.sapo.pt/noticias/passos-coelho-visita-cabo-verde-e-guine_5598bf1c0bbe64f15f1706ff
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Passos Coelho visita Cabo Verde e Guiné-Bissau até segunda-feira
LUSA5 de Julho de 2015, às 06:13
O primeiro-ministro português inicia hoje uma visita a Cabo Verde, onde participará nas comemorações do 40.º aniversário da independência deste país, de lá partindo para a sua primeira visita oficial à Guiné-Bissau, na segunda-feira.
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Durante essa visita oficial, será assinado o Programa Estratégico de Cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau para 2015-2020, ao qual está associada uma verba de cerca de 40 milhões de euros para promover a democracia e o desenvolvimento deste país da África Ocidental, que tem um histórico de instabilidade política.
Acompanham Pedro Passos Coelho nas deslocações a Cabo Verde e à Guiné-Bissau o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, e o ministro da Saúde, Paulo Macedo.
Hoje, na Cidade da Praia, o primeiro-ministro português vai participar nas comemorações do 40.º aniversário da independência de Cabo Verde, a convite do seu homólogo cabo-verdiano, José Maria Neves, e aproveitará a ocasião para contactos institucionais.
Segundo o programa distribuído à comunicação social, o chefe do Governo PSD/CDS-PP será recebido por José Maria Neves, com quem dará uma conferência de imprensa, e pelo presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, Basílio Ramos.
Mais tarde, Passos Coelho estará com o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, num 'cocktail' oferecido por este no âmbito das cerimónias do 40.º aniversário da independência deste país, com o qual, segundo fonte diplomática, Portugal mantém "excelentes relações".
À noite, o primeiro-ministro português segue para a Guiné-Bissau, para na segunda-feira realizar a sua primeira visita oficial a este país, a convite do seu homólogo guineense, Domingos Simões Pereira.
Na Guiné-Bissau, além de se reunir com as autoridades políticas guineenses, Passos Coelho fará uma visita à equipa portuguesa que instalou um laboratório neste país para ajudar na deteção do vírus Ébola, à qual deverá entregar cinco telefones por satélite.
Oficialmente, não houve até agora casos de Ébola na Guiné-Bissau.
Para além de dar formação e ajudar a prevenir e detetar o vírus Ébola, essa equipa portuguesa, que conta com profissionais do Instituto Ricardo Jorge e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), já deu apoio local ao controlo de surtos de sarampo e de meningite.
O Acordo Estratégico de Cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau 2015-2020 será assinado no final de uma reunião entre os primeiros-ministros português e guineense, que darão uma conferência de imprensa conjunta.
Em março deste ano, realizou-se em Bruxelas uma Conferência Internacional de Doadores para Guiné-Bissau, para consolidar a democracia, reforçar o Estado de direito, acelerar a retoma económica deste país e melhorar as condições de vida dos guineenses.
Na altura, Portugal comprometeu-se com um apoio de aproximadamente de 40 milhões de euros, a concretizar através de um novo Programa Estratégico de Cooperação com a Guiné-Bissau para os próximos anos, a assinar até junho.
Durante esta visita de um dia, Passos Coelho terá também reuniões com o Presidente da República, José Mário Vaz, e com o presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá.
O programa inclui ainda um seminário económico, no qual estará o presidente da Agência Portuguesa para o Investimento Externo de Portugal, Miguel Frasquilho, uma receção à comunidade portuguesa - estão registadas nesta secção consular 7 mil pessoas - e um encontro com o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Miguel Trovoada.
IEL // SMA
Lusa/Fim
Sete mil portugueses registados no consulado de Bissau é obra!... Se calhar deviam ser 7500... Esperemos que alguém da associação Fidju di Tuga consiga fazer chegar ao nosso 1º primeiro uma cópia deste abaixo assinado, e sensibilizado para este drama que tem 40 a 50 anos...
Este é um dos vários esqueletos que ficaram guardados, durante 40 anos de independênca, no armário da descolonização da Guiné-Bissua... Mas há mais: o abandono dos nossos camaradas guineenses que serviram as forças armadas portuguesas, os ajustes de contas pós-independência, etc. Temos de assumir, de um lado e do outro, que nem tudo correu, como gostaríamos... E a justiça, mesmo tarde, ainda é justiça...
Também sou de opinião que é tempo de se tratar com justiça os filhos da guerra.
Quanto aos soldados que combateram por nós também é urgente que eles sejam tratados com o devido respeito.
Eu pessoalmente duvido uma vez que até os que por ficaram, vivem ainda nos quartéis sem que a família se possa juntar a eles.
Abandonaram-se os nossos mortos lá e os vivos cá e lá.
É país que temos
Olá Camaradas
Tenho pena, mas milito no politicamente incorrecto.
Sete mil portugueses registados no consulado de Bissau é obra!... Pois é. O que isso significa? Se calhar era bom detalharmos.
Começo a achar estranho o lançamento da tal reportagem sobre os filhos dos ex-militares...
Agora é claro.
Quanto à "associação" Fidju di Tuga é notório o oportunismo. Só encontraram 50, mas 2devem ser cerca de 500"... Talvez 5000...
Oportunismo, sim, mas mão tanto!
Até posso aceitar que se possa conceder a nacionalidade portuguesa, desde que os pais apareçam, assumam e se prove que o são, mesmo hoje passados 40 a 50 anos...
Este até pode ser um dos vários esqueletos que ficaram guardados, durante 40 anos de independência, no armário da descolonização da Guiné-Bissau... mas não se pode usar como manobra de oportunismo. Quantos outros guineenses não prefeririam ser portugueses? Sá que têm o azar de não serem (alegadamente) filhos de militar português...
Quanto ao abandono dos nossos camaradas guineenses que serviram as forças armadas portuguesas, os ajustes de contas pós-independência, etc. Não vejo o que se possa fazer. Se os ex-combatentes portugueses são tratados como sabemos.
As "vinganças" eram de esperar e já foram ou continuam a ser num estado soberano, quer se queria, quer se não queira. A possibilidade de acção do Governo Português é limitada, como seria de calcular.
E se assumirmos, de um lado e do outro, que nem tudo correu, como gostaríamos o que é lógico, qual é o passo seguinte?
Conceder-se dupla nacionalidade? Atenção que esta figura "jurídica" não foi inventada por pobres, mas por ricos e poderosos... e com fins pouco rectos como diariamente se verifica.
Um Ab.
António J. P. Costa
Antes do golpe de Estado militar de 12 de abril de 2012, a comunidade portuguesa na Guiné Bissau contava seis mil membros, de acordo com informações prestadas por Bacar Camará, presidente da Associação dos Portugueses na Guiné-Bissau, associação cuja existência eu desconhecida. É bom fazermos uma ponte com esta associação...que não me parece que tenha um sítio na Net... Se alguém tiver algum contacto, que nos informe.
Caros amigos e camaradas,
Embora tenha apreciado todos os comentários. julgo que o António J. P. Costa aponta vários pontos de muito interesse. Portugal reconhece a dupla nacionalidade aos seus emigrantes. Muitos países não o fazem. E, por experiência própria, vou mais longe. Os meus filhos, nascidos que foram nos EUA, tém direito à nacionalidade portuguesa. Isso leva-me a acreditar que todos os filhos de portugueses, independentemente das circunstâncias, também têm direito a ela. Para isso há que comprovar a paternidade.
No ar fica uma pergunta. Porquê uma assdociação quando seria tão fácil aos "filhos dos tugas" dirigirem-se aos serviços da Embaixada de Portugal, na Guiné, e inquirirem sobre os seus direitos e, para que não haja dúvidas, também dos seus deveres perante as leis de Portugal?
Aqui, no meio de nós, temos alguém que é um perito nesta materia. Refiro-me ao Sr. Embaixador Francisco da Silva, que tive o prazer de conhecer em New Bedford, durante o seu consulado naquela cidade Estado de Massachusetts, e que na Guiné foi embaixador de Portugal. Para ele deixo o desafio de nos elucidar um pouco mais sobre este assunto.
Um abraço,
José Câmara
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