quinta-feira, 4 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25338: Tabanca da Diáspora Lusófona (23): Nova Iorque, Igreja Eslovena de São Ciro, domingo, 7 de abril: recordando e cebrando os 70 anos da morte de dois grandes diplomatas e humanistas do tempo da II Grande Guerra, o português Sousa Mendes, e o brasileiro Sousa Dantas (João Crisóstomo)






Convite, em inglês, para a celebração de dois grandes humanistas, os diplomatas, o português Sousa Mendes e o brasileiro Sousa Dantas, por ocasião dos 70 anos das suas mortes, e da sua acção em defesa das vítimas de perseguição na II Grande Guerra, convite esse da iniciativa doComité do Dia da Consciência, Missão Permanente de Portugal nas Nações Unidas, Igreja Eslovena de São Ciro, Fundação Internacional Raoul Wallenberg e Fundação Sousa Mendes.

Será celebrada missa, católica (pelo arcebispo Gabriele Caccia, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas), às 10h30, do dia 7 de abril de 2024, domingo, na Igreja Eslovena de São Ciro, em Nova Iorque.

Às 11h30, haverá uma receção oferecida pela representante portuguesa nas Nações Unidas, a embaixadora Ana Paula Zacarias. E às 12h30 será projetado o filme  português (2011) "O Consul de Bordéus" (com legendas em inglês).
Esta iniciativa conta também com o apoio de "The Portugal-US Chamber of Commerce", a Câmara de Comércio Luso-Americana.


1. Excertos de mensagem  que nos enviou, de Nova Iorque, onde reside, o nosso amigo e camarada João Crisóstomo, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona:

Data - 30 de março de 2024, 12:30
Assunto - Good feeling, finally !

Creio que ainda não te falei sobre um evento que vai suceder em Nova Iorque no dia 7 de Abril. Eu não sei como fazer para te enviar um trabalho da Lusa sobre ele, mas creio que não terás dificuldade em o encontrar vd. aqui Nova Iorque, Estados Unidos, 30 mar 2024 (Lusa) > Legado de Aristides de Sousa Mendes celebrado em Nova Iorque em abril]

Mando-te porém o convite ( em inglês) que tenho enviado e que deu origem a este trabalho, de que gostei porque me parecer bem feito e preciso, sem aumentar nem diminuir. 

(...) Penso que há muito é do conhecimento geral que desde 2004 tenho trabalhado num projecto a que chamo o “Dia da Consciência”. Depois de muitos anos, em 2017 finalmente consegui a atenção do Vaticano e com muita teimosia da minha parte (vale sempre ser teimoso quando se está convicto de alguma coisa), como sabes,  em 17 de Junho o Papa Francisco reconheceu não só o nosso diplomata Aristides de Sousa Mendes como o “Dia da Consciência” por que eu tanto lutei. 

Disse Sua Santidade: "Hoje é o Dia da Consciência , baseado no testemunho do diplomata português Aristides de Sousa Mendes", etc, etc., de que tu deves saber o resto.

 (...) Continuei a trabalhar, duro e forte, podes acreditar, para continuar para que o reconhecimento do nosso humanista fosse traduzido na prática em resultados . Nao basta conhecer as pessoas e o que fizeram : o principal é que esses exemplos sejam inspiradores e levem as pessoas a imitá-los. 

No caso de Aristides de Sousa Mendes eu tenho mesmo dito que depois do seu reconhecimento pelo Papa Francisco e de honras de Panteão, além dos muitos reconhecimentos mundo fora, alguns, aliás muitos deles, organizados por mim, Aristides não é mais um "ilustre desconhecido". 

Mas impõe-se continuar a lembrá-lo para que,  lembrando a sua coragem em fazer o que sua consciência lhe dizia devia ser feito, nós sejamos inspirados e levados a proceder da mesma maneira. O mundo bem precisa de estímulos como este para contrabalançar a epidemia de falta de princípios e moral tão desenfreada nos dias de hoje, em que já querem que dois e dois não sejam mais quatro, mas cinco, se isso lhes for for mais conveniente dizer. É uma questão de repetir falsidades e as pessoas vão mesmo acreditar e agir de acordo. Para muita gente, radicalizada por razões que a razão não conhece, o senso comum e razão deixaram de existir.

Impõe-se despertar as consciências e o “ Dia da Consciência” vem a esse encontro. Como Aristides, temos de ter coragem de fazer o que está certo! É isso o objectivo que me leva a continuar. Mas a verdade é que … custa quando se trabalha e os resultados não correspondem e por vezes parece que nem o nosso trabalho é reconhecido como tendo algum valor. Mas a gente continua, mesmo que seja assim.
 
(...) Bom, estou cheio de trabalho, como podes ver pelo trecho da Lusa. É que até ao momento tudo o que lá está descrito é resultado saido deste pequeno endereço, meu e da Vilma. Mas também já não é novidade para mim.
 
Um grande abraço para ti e a Alice e mais alguém que por acaso venha a ler isto ou parte disto.

João ( e Vilma).

PS - E aqui está o convite como o tenho enviado ( incluo as partes em português) (vd. convite em inglês, acima):

(...) À entrada, por favor assine o 'livro de presenças', testemunho da sua participação e da organização que representa e de que o reconhecimento a nível mundial de Aristides de Sousa Mendes foi resultado do empenho das comunidades luso-americanas e não apenas de dois ou três indivíduos.

A presença de cada um, seja a título individual ou representando uma associação é uma prova de que não diminuiu, antes pelo contrário continua forte o nosso interesse pelos valores culturais, humanitários, e outros de carácter local, que sempre foram e são a razão da própria existência dos nossos clubes e outras associações.(...)


A esloveno-americana Vilma Kracun e o luso-americano João Crisóstomo. (Aqui em Paradas, A dos Cunhados, Torres Vedras, num convívio com familiares e amigos, em 15 de outubro de 2013.) 

Foto: Luís Graça (2013)


2. Excerto das declarações de João Crisóstomo à agência Lusa, sobre o motivo de juntar, 
na mesma celebração, Sousa Mendes e Sousa Dantas, que morreram há 70 anos (o primeiro a 3 de abril, o segundo a 16 do mesmo mês):

(...) "Ambos de língua portuguesa, ambos diplomatas, encontravam-se ambos em França no início da Segunda Guerra Mundial, ambos resolveram desobedecer às diretrizes dos seus Governos e deram vistos aos refugiados que desesperados os procuravam para fugir aos nazis e campos de concentração onde a maioria acabava asfixiada e logo incinerada".

"Mais tarde ambos foram condenados em tribunais pelo que fizeram. E, nas suas defesas, em anos e locais diferentes, sem saberem um do outro, ambos declararam ter agido assim porque assim lhes mandava a sua consciência de cristãos. 

"Os dois vieram a ser reconhecidos e honrados pelo Yad Vashem [memorial oficial de Israel às vítimas do Holocausto]. E, como que com carimbo de comum destino, vieram a morrer no mesmo mês e no mesmo ano, a escassos dias um do outro: Aristides a 03 de abril e Souza Dantas a 16 de abril de 1954. Portanto, fazia sentido falar dos dois" (...)
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Nota do editor:

Último poste da série > 1 de março de 2024 > Guiné 61/74 - P25228: Tabanca da Diáspora Lusófona (22): Vilma Crisóstomo está de parabéns pelo seu aniversário natalício e porque a partir de hoje é cidadã americana (João Crisóstomo)

1 comentário:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Dois homens, irmanados pela mesma lingua e pelos mesmos valores morais, cristãos e civilizacionais, que, julgo, nunca se encontraram em vida, mas que honram Portugal, o Brasil e o resto do mundo lusófono.

Será que os portugueses e os brasileiros os (re)conhecem ?