sexta-feira, 4 de agosto de 2006

Guiné 63/74 - P1023: Postais Ilustrados (1): Pescadora, de etnia papel (Beja Santos)

Guiné Portuguesa > Bilhete postal > Pescadora (Papel). Edição: Agência-Geral do Ultramar. s/d. Enviado pelo nosso camarada Beja Santos. Digitalizado por L.G.

Foto: © Beja Santos (2006)


Os postais ilustrados, com motivos do folclore local ou paisagens da Guiné, que comprávamos em Bafatá ou em Bissau, como lembranças ou como bilhetes de correio que, depois de devidamente selados, mandávamos para a família e amigos, com uma simples nota a dizer que estávamos de boa saúde mas cheios de saudades... O que é feito deles ?

Muitos terão acabado, ingloriamente, no caixote do lixo, tal como os nossos aerogramas. Outros, compram-se agora por aí, em alfarrabistas e antiquários, procurados por coleccionadores de postais, saudosistas da Guiné, da África, do Império, ou apenas por simples coleccionadores... Outros ainda pairam no fundo dos nossos baús...

Bom, no último caso, é altura de lá ir tirar-lhes o pó, digitalizá-los e mandar-nos a respectiva imagem, para publicação no blogue, se possível com a reprodução dos respectivos dizeres... Tal como fizemos com este primeiro postal ilustrado que inaugura esta série...

No caso de o bilhete postal (ilustrado) ter alguma mensagem escrita que possa ter interesse para o nosso blogue, para o conhecimento e a compreensão do nosso quotidiano de guerra, ou até para a divulgação da história e da cultura dos povos da Guiné-Bissau, peço para me tirarem também uma cópia...

Para alguns de nós, estes postais podem ter algum valor afectivo, sentimental, raramente estético... Noutros casos, eles podem ter interesse, documental, para os estudiosos da Guiné e da guerra colonial: sociólogos, antropólogos, historiadores... Terão seguramente algum interesse para os mais jovens, portugueses e guineenses, com pouca ou nenhuma informação sobre os seus países, de há 20 ou 30 anos para trás...

Não vale a pena esconder que muitos deles também eram um arma de propaganda, usada pelo regime político de então, para reforçar a ideia do Portugal plurirracial e pluricontinental, que ia supostamente do Minho a Timor...

Fica aqui, pois, o desafio: nestas férias, vamos lá desencantar os postais ilustrados que mandávamos à família, nas nossas escapadelas a Bissau, e que devem jazer, abandonados, esquecidos, no fundo dos nossos baús... L.G.

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