quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Guiné 63/74 - P3686: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (6): Comentário do Ten Cor José Francisco Robalo Borrego

1. Mensagem do Ten Cor José Francisco Robalo Borrego (*), que pertenceu ao Grupo de Artilharia n.º 7 de Bissau e ao 9.º Pel Art, Bajocunda, Guiné 1970/72:

Caríssimo Carlos Vinhal, venho mais uma vez incomodar-te com um assunto que me parece importante publicar no Blogue da nossa Tabanca Grande, que é um comentário que fiz, relativamente ao livro do coronel Alexandre Coutinho e Lima "A RETIRADA DE GUILEGE" (**).

Votos de um Bom Ano Novo (2009) para ti, Luís Graça e Virgílio Briote, extensíveis às excelentíssimas famílias.

JOSÉ FRANCISCO ROBALO BORREGO


2. COMENTÁRIO AO LIVRO DO COR DE ARTª ALEXANDRE COUTINHO E LIMA “ A RETIRADA DE GUILEGE “


Após a leitura do livro, fica-se com a sensação amarga, salvo melhor opinião, de que o Senhor general Spínola desinteressou-se pela defesa de Guilege, dá a impressão que deixou de ser para ele uma prioridade, senão vejamos:

Porque negou ele ao Senhor coronel Coutinho e Lima os reforços veementemente solicitados face às dificuldades que se sentiam no terreno? Porque não concedeu uma excepção às evacuações, por meios aéreos, dos feridos mais graves, conforme prometera em 11 de Maio de 1973?

Como Comandante-Chefe sabia perfeitamente que a guarnição de Guilege era das mais problemáticas da Guiné não só por estar perto da fronteira da Guiné-Cronacri que nos era totalmente hostil, entrando por ali para o interior da Guiné cerca de 80% do reabastecimento de material utilizado contra as Nossas tropas, mas também pelo seu isolamento na época das chuvas (JUNHO-OUTUBRO), já que a estrada de Guilege para Gadamael, neste período, ficava totalmente intransitável! Este facto, só por si, merecia uma atenção permanente muito especial!

Será que o Senhor general Spínola subestimava o IN naquela Zona de Acção?

Será que não levava a sério os apelos do Comandante do COP 5, por não o achar competente?

Será que desejava um pretexto para pressionar o Governo de Marcelo Caetano no sentido de reforçar a Guiné com mais homens e material mais sofisticado?

Nunca se saberá, mas alguma coisa lhe deve ter passado pela cabeça!

O IN, entretanto, dava sinais de evolução, quer em organização táctica, quer na utilização de material de guerra moderno, em muitos aspectos, superior ao nosso. Beneficiava do enquadramento e da formação dada pela ex-União Soviética e Cuba. O aparecimento dos mísseis STRLLA foi a “pedrada no charco”, afectando psicologicamente as Nossas Tropas e dando ao PAIGC uma vantagem militar que até aí não tinha, provocando assim um desequilíbrio estratégico a seu favor. A Força Aérea Portuguesa entrou em retracção e deixou de dominar, a seu belo prazer, o espaço aéreo, resultando num grande trunfo para o IN que passou a ter maior liberdade de acção no terreno.

A tentativa do Senhor coronel Coutinho e Lima comparar os acontecimentos de Guilege e Guidage tem interesse para se perceber que o Comandante-Chefe teve duas condutas distintas: Reforçou, substancialmente, Guidage com homens e materiais; não reforçou Guilege, ao menos com uma companhia de Tropa especial, como lhe foi pedido, face à gravidade da situação, porquê? Também não há resposta!

Entre retirar e continuar em Guilege, face à falta de apoios essenciais para o cumprimento da missão, o Senhor Coronel Coutinho e Lima decidiu retirar e assim terá evitado o derramamento de muito sangue e de muito sofrimento desnecessário. Penso que foi uma decisão muito difícil de tomar, mas muito acertada e de muitíssimo bom senso!

Quanto ao Processo que lhe foi instaurado por ter retirado sem autorização superior, é óbvio que cometeu uma falta grave à luz dos Regulamentos Militares e segundo a lógica do Regime Politico de então; não tenho dúvidas de que o Senhor coronel apanhava uma punição exemplar, porque estava em causa o prestígio do Exército Português e a reputação da Nação, era uma questão de Estado! Tinha contra si o Direito da Força. Felizmente que surgiu o 25 de Abril de 1974 e o Senhor coronel Coutinho e Lima foi salvo duma possível situação dolorosa que eu não desejo a ninguém. Graças Adeus foi reconstituída a sua carreira militar, de algum modo foi reposta a legalidade e o Senhor coronel é hoje um Homem admirado e respeitado por todos os ex-combatentes Portugueses e Guineenses.

O Senhor coronel Coutinho e Lima, arriscou a sua carreira militar e colocou em perigo o seu futuro e o da sua excelentíssima família com a decisão histórica que tomou! Alguns foram considerados heróis por terem provocado pesadas baixas no IN. Para mim, o Senhor coronel Coutinho e Lima é herói por ter evitado pesadas baixas nas Nossas Tropas e na população civil de Guilege que estava à sua responsabilidade.

Ao Senhor coronel Coutinho e Lima não lhe faltou abnegação e coragem!

Como escreveu o Senhor general Gabriel Espírito Santo no seu notável prefácio do Livro “ A RETIRADA DE GUILEGE” “O Senhor coronel Alexandre Coutinho e Lima é um Homem de Honra e um Militar de Coragem”

Meu coronel, li o seu livro com muito interesse e emoção, porque também sou ex-combatente da Guiné. Pertenci ao Grupo de Artilharia nº 7 (BISSAU) e estive destacado em Bajocunda, Paúnca e em Ganjaurá (Península de Gampará). Tem a minha absolvição e total solidariedade. Receba um grande abraço de profunda admiração e amizade.

Votos de um Bom Ano (2009) para o Senhor coronel e para todos os ex-combatentes Portugueses e Africanos, extensíveis às excelentíssimas famílias.


Linda-a-Velha, 29 de Dezembro de 2008

JOSÉ FRANCISCO ROBALO BORREGO
____________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 12 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3445: Tabanca Grande (96): Ten Cor José Francisco Robalo Borrego, ex-1.º Cabo do Gr Art 7 e Furriel QP do 9.º PELART (1970/72)


(**) Vd. postes de:

27 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3527: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (1): Lançamento do livro, 13/12/08, 17h, na Academia Militar, Amadora

14 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3618: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (2): A festa ... e a solidão de há 35 anos (Luís Graça)

15 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3626: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (3): Tardia a nossa percepção do nosso próprio Vietname (Eduardo Dâmaso)
e
Guiné 63/74 - P3628: A retirada de Guileje, por Coutinho e Lima (5): O sentido de uma sondagem (Joaquim Mexia Alves / Luís Graça)

12 comentários:

Anónimo disse...

O tertuliano José Francisco, com a patente de Ten.-Coronel, tráz um elemento novo, a propósito da retirada de Guilege, sobre o eventual interesse do ComChefe, pelas consequências dramáticas previsiveis para Guilege, de querer impressionar o Governo, no sentido de promover o reforço material e humano para a frente de combate na Guiné. Tenho daquele personagem, um conceito demasiado contraditório, de incompetente, incongruente,corajoso, justiceiro, ou generoso.
Vaidoso e ambicioso, o Gen. alimentaria o ego com o recrudescimento da guerra e a sua importância implicita, culpando o governo pela sua incapacidade na resolução do problema, o que, parcialmente, veio a acontecer, como um surfista aproveita as ondas para brilhar. Como na história clássica, os sacrificios eram necessários, para aplacar a ambição dos deuses. E, também, na história cpntemporânea.
Ao pessoal da Tabanca desejo um novo ano cheio de ganas.
José Dinis

Anónimo disse...

Gaita!

Eu nem ia comentar este texto, porque acho que nos vamos sempre baseando naquilo que nos vão dizendo, mas isto que o camarigo José Dinis diz do Gen Spinola, não me pode deixar indiferente.

Spinola não me era um afigura particularmente agradável, mas fazer estas insinuações acerca de uma figura que já não se pode defender, desculpem mas acho demais.

Poder supor que Spinola queria uma derrota no Guilege para alimentar o seu ego, é algo demasiado!

Spinola foi e será sempre um homem controverso, mas julgo que todos leh reconheceram honestidade, coragem e até camaradagem, sobretudo àqueles que pior estavam.

Todos se calhar temos histórias da intervenção de Spinola a favor daqueles que mais fracos eram na hierarquia e sobretudo na sua tentativa de afastar os incompetentes, hierarquicamente falando.

Tinha milhentos defeitos, tinha milhentas qualidades, mas desculpa, camarigo José Dinis, aquilo que insinuas a Spinola é demasiado, a meu ver.

Um Bom Ano para todos e para ti camarigo José Dinis de quem já me vou habituando a discordar salutarmente!

Abraço camarigo do
Joaquim Mexia Alves

Anónimo disse...

POIS É...
A VERDADE É SEMPRE A VERDADE.
MAS...A VERDADE NEM SEMPRE AGRADA A TODOS, PELO MENOS A COMPREENSÃO DA VERDADE.
AO MEU CAMARADA E AMIGO MEXIA ALVES A QUEM VENERO DOS PRIMEIROS TEMPOS DE CONVIVIO DE LAMEGO SÓ TENHO A DIZER UMA COISA :
-AGRADAS A TODOS OS RANGERS ?
-O TEU FEITIO EXTROVERTIDO AGRADOU A TODOS OS RANGERS ?
-FOSTE COMPREENDIDO POR TODOS ?
-EU ADORO-TE BEM COMO A MINHA FAMILIA QUE TE CONHECE.
-PERCEBES O QUE TE ESTOU A TENTAR DIZER, MEXIA ?
O TEU HEROI GEN SPINOLA DEU ORDENS PARA ABATER OS FUGITIVOS DE GADAMAEL E NÃO LHES DAR AUXILIO, HOUVE HELICOPTEROS COM MENSAGENS PARA OS FUGITIVOS REGRESSAREM A GADAMAEL, MAS NÃO HAVIA HELIS PARA TRANSPORTAR FERIDOS NEM PARA APOIO AÉREO.
O TEU GEN SPINOLA VEIO A GADAMAEL , ÁQUELE VERDADEIRO HOLOCAUSTO, VERBORREAR JUNTAMENTE COM O SEU "CÃO DE GUERRA" DURÃO FRASES COMO : COBARDES RATOS ARRANCO-VOS A CABEÇA A PONTAPÉ, FRASES DIIRIGIDAS NÃO A MIM, POIS NÃO ME ATINGIAM, MAS A HOMENS (SERES HUMANOS) QUE SE FORAM ABAIXO, TAL A DESPROPORÇÃO A QUE ESTIVERAM SUJEITOS, E COM TÃO POUCA INSTRUÇÃO QUE TIVERAM EM ESTREMOZ E QUE ATINGIRAM O SEU LIMITE. E DIGO QUE NÃO ME ATINGIRAM POIS TIVE O PRIVILÉGIO QUE TU TIIVESTE, PELA INSTRUÇÃO MINISTRADA EM LAMEGO, POIS TU ERAS UM HOMEM COMO EU (EMBORA MAIOR) QUANDO ENTRASTE EM PENUDE, MAS SEGURAMENTE SAÍSTE OUTRO, OU NÃO FOI ASSIM ?
QUANTO AO QUE O SR GENERAL QUE ESCREVEU SOBRE O MAJ COUTINHO E LIMA É A OPINIÃO DELE, E QUANTO AO GEN SPINOLA, É A OPINIÃO DELE TAMBÉM EMBORA EU A CORROBORE 100 %
A MINHA FAMILIA TAMBÉM E A DOS OUTROS MILITARES IDEM IDEM, OS MILITARES DO GA 7 QUE LÁ ESTIVERAM, DEVEM TER DITO IGUAL.
A VERSÃO DO SPINOLA EU NÃO OUVI MAS OUVI QUASE TODOS OS OUTROS INTERVENIENTES E A BALANÇA PESA E MUITO PARA O LADO DO COUTINHO.
DESCULPA ESTE MEU DESABAFO.
TEU ETÉREO AMIGO
JOSE CARVALHO
RANGER
GUILEJE.

PS
PERGUNTA AO PESSOAL DA ORION QUE ESTEVE SUJEITO A SER SANCIONADO PELOS MESMOS MOTIVOS DO COUTINHO, POR DESOBEDECER ÁS ORDENS DO HOMEM DO MONÓCULO(PURA VAIDADE OU IMAGEM DE MARCA)AO SALVAREM (SALVAREM DA MORTE CERTA)TODOS OS QUE NÃO AGUENTARAM A PROVAÇÃO DE UMA LUTA DESIGUAL EM Q1UE O IN TINHA TODO O APOIO E ELES TINHAM NADA.

Anónimo disse...

Meu caro amigo e camarigo José Carvalho

Em primeiro lugar agradeço a expressão da tua amizade, da tua camaradagem e retribuo-ta como tu muito bem sabes.

Andámos muitas vezes “nos braços” um do outro nos nossos convívios Rangers, para que assim não fosse.

A verdade é sempre a verdade, e a verdade nem sempre é que cada um de nós quer, por isso, muito provavelmente não é a minha, mas também não será a tua.

Nem me passa pela cabeça argumentar neste assunto com quem o viveu na sua própria pele como tu, mas que também e por isso mesmo, talvez não seja tão distanciada dos eventos que permita a análise “perfeita”.

Há uns dias recebi um mail sobre este assunto em que me perguntavam ou confrontavam com o facto de eu ser contra o abandono do Guilege.

Não sei se sou contra ou a favor, mas limito-me dentro daquilo que a Tabanca me proporciona a questionar essa ou outras decisões, até as que eu próprio tomei.

Mas respondi a esse mail, dizendo a esse camarada que viveu esse episódio da guerra, que não me passa pela cabeça o sacrifício seja de quem fosse, não só em Guilege, como em aliás durante toda a guerra que obviamente nunca devia ter acontecido, como aliás qualquer guerra.

O Gen. Spínola nunca foi meu ídolo e está muito longe disso, mas não deixa de ser pessoa que com os seus inúmeros defeitos, também nos livrou a nós muitas vezes da incompetência de tanta hierarquia das Forças Armadas.

Viu-o ao meu lado no desembarque para uma operação em zona de guerra, mas não vi o meu comandante de Batalhão ou outros, se me faço entender.

As coisas que dizes, e acredito obviamente, que ele disse bem, como o Durão, são frases terríveis, que chocam e magoam, mas que tu, tal como eu, sabes bem que são ditas com um fim muito específico como tu e eu aprendemos em Lamego.

A verdade é que o abandono do Guilege foi muito bem aproveitado pelo PAIGC e a verdade também é que Guidage e Gadamael, não puderam servir esses mesmos fins.

Agora meu amigo José Carvalho, eu não queria, eu não quero, eu nunca quis que nem uma só família portuguesa ficasse enlutada por esta ou qualquer outra guerra, mas trata-se de apenas de perceber se em termos estritamente militares a decisão foi correcta, levando talvez a consequências que deram uma preponderância ao PAIGC que ele não tinha na altura, mau grado algumas vozes que dizem que sim.

Como já há uns tempos disse e escrevi, ainda é muito curto o tempo que passou sobre esta guerra e por isso mesmo ainda é muito dificil o nosso distanciamento para podermos todos, eu incluído obviamente, fazer uma análise lúcida e desapaixonada de toda a guerra.

Como disse também, tinha decidido nada escrever nem comentar sobre este assunto, mas não sendo, repito, fã do Gen. Spínola, também não vejo com bons olhos que lhe sejam assacadas intenções que me parecem não estar de acordo com aquilo que fez na sua vida.

Orgulhoso, vaidoso, convencido, absolutamente de acordo, mas preocupado e defensor dos seus homens sem dúvidas, julgo eu.

As palavras proferidas têm com certeza um contexto e repito tu como eu sabemos muito bem como elas são muitas, ou eram, muitas vezes utilizadas.

Recebe um abraço de forte amizade, respeito e admiração do
Joaquim Mexia Alves

Já agora e por graça, não precisavas de usar maiúsculas, eu vejo bem...eheheh

paulo santiago disse...

Ainda não publicado,mandei para o
blogue um comentário em 22/12 sobre
a Retirada de Guiledje,onde tirava
algumas conclusões,indo no sentido
da imolação daquele aquartelamento.
Penso que o Spínola se deixou
manipular,comparando com Dien Bien
Phu,Lisboa arranjou um "Gen"Navarre
que até se poderá chamar Marcello
ou Silva Cunha,neutralizando o Gen
Salan,conhecedor do terreno,e cujo
papel seria aqui o do Gen Spínola.
Não creio que este estivesse
interessado na destruição de Guiledje,mas Lisboa,melhor,os
politicos,estavam à espera da
tragédia que se desenhava,não
acontecendo graças à Retirada sem
mortos,feridos e prisioneiros.
Abraço e um 2009 com saúde
P.Santiago

Anónimo disse...

Olá Joaquim!
Estamos calhados um para o outro. Obrigado pela tua intervenção, porque, de facto, tenho que esclarecer o sentido do meu coment+ario.
Nele refiro que o texto em apreço traz um elemento novo, a tal possibilidade para pressionar o governo. Considerei-a como mera hipótese, como considerei essa possibilidade relativamente ao recrudescimento da guerra, em abstracto, onde quer que viesse a acontecer, na Guiné, com a importância do facto para a vida nacional, coisa já prevista, conforme nos informa a acta da reunião de comandos.
Outro parágrafo, outra ideia, a vaidade e ambição do general. Quanto´`a culpabilização do governo, são vários os registos, como que a limpar-se do desastre eminente. O general, figura controversa, tão simpãtica, quanto antipática, não pode, agora, defender-se. Mas ele foi a figura histórica que comandou a guerra. Foi ele que não depurou a cadeia de comando militar, nem revelou capacidade vencedora, apesar de ter referido várias vezes, que os traidores estavam na retaguarda (Metropole?). Eu próprio fui beneficiado pelo general, em duas ocasiões, durante a formatura da companhia, por "indisciplina" na apresentação. A última, na revista antes do embarque, o general descreveu uma trajectória, parando à minha frente, olhando-me nos olhos, como quem comenta, ólha o bandalho. Minudências.
Abraços.
J.D.

Anónimo disse...

A título de informação acabei de ler no blogue dos Especialistas da BA12 que hoje mesmo morreu o Gen Rafael Durão, cujo funeral será amanhã.

Que descanse em paz.

Abraço camarigo do
Joaquim Mexia Alves

Anónimo disse...

AMIGO "RANGER" MEXIA :
GOSTEI DAS TUAS PALAVRAS E FIQUEI BEM ESCLARECIDO.
OBRIGADO.

QUANTO ÁS MAIÚSCULAS NÃO AS UTILIZO PARA FALAR "ALTO" MAS TÃO SÓ QUE SOU EU QUE VEJO MAL AO PERTO E ASSIM FACILITA-ME A CORRECÇÃO DO TEXTO. PDI, CLARO.

NOUTROS TEMPOS VIA BEM, ATÉ CHEGUEI A GANHAR MEDALHAS E UMA PLACA DE MELHOR ATIRADOR INDIVIDUAL DA BT/GNR (1987).
BONS TEMPOS

PS

A MINHA FILHA QUE EM PETIZA ESTÁ (EM FOTO) NOS TEUS BRAÇOS JÁ É ECONOMISTA...VÊ BEM.
UM ABRAÇO DO TEU AMIGO
J CARVALHO.

Anónimo disse...

Caros Camaradas
Para já julgo que os comentários feitos deveriam aparecer editados pois, dentro da lisura que se regista na nossa Tabanca apesar das diferentes e opostas opiniões, é do confronto dessas opiniões que se enriquece o Blogue e este é um tema que julgo merece ser debatido.
Um "paisano" como eu, não se devia intrometer em assuntos militares, mas desculpem a ousadia.
De facto não me pronuncio sobre se devia ou não ter havido retirada de Guilege e nem mesmo quando acabar de ler o livro, que vai ainda a meio, o farei. Só quem viveu realmente "in loco" tal situação poderá ajuizar se havia ou não condições para continuar.
Poderemos formar as nossas ideias e acrescentar algumas interrogações.
Perante o que dois brilhantes camaradas, que desde à muito admiro pela frontalidade, verticalidade de opinião e respeito pelos "opositores", expressam, evidencia-se mais um aspecto importante.Foram "Rangers". Tropas Especiais. portanto com uma preparação militar muito apurada para situações de guerra dificeis, que podiam suportar mesmo durissimas condiões fisicas e psicológicas.
Porém eu interrogo-me. A maioria das restantes forças normais estava preparada para isso? Para mim este aspecto sempre se me afigurou como fulcral para as condições daquela Guerra, principalmente desde que me vi lá metido. Não preparavam militarmentte o pessoal para aquilo, era a minha opinião. E nós sabemos que as tropas especiais eram poucas...
As NT que se encontravamnaquele momento histórico em Guileje tinham as condições necessárias para só por si resistirem ou se pelo contrário não resultaria tudo num grande desastre? Quem comandava, se tinha experiência, ao decidir tinha de forçosamente ter este aspecto em consideração. Não pediu reforços de Forças de Elite? Forneceram-lhas?
Que me perdoem, mas também conheci o então Cor Rafael Durão como meu Cmdt no CAOP 1. Agora ao tomar conhecimento do seu falecimento não posso deixar de lamentar tal acontecimento, mas retendo ainda algumas ideias sobre a sua maneira de ser - e admirei-o mais do que ao CC, por o achar mais natural - creio no entanto que só por si não poderia inverter a moral daqueles homens. Ele, como Paraquedista puro, estava habituado a tratar com militares com essa formação e esse espírito de corpo, mas isso não julgo que fosse suficiente para a chamada "tropa normal". Só um exemplo. Essa tropa normal era capaz de enfrentar "os castigos" que ele aplicava no seu gabinete? Julgo que somente os Paras é que se "batiam" de igual para igual com ele.
Com isto já me alonguei muito.
Abraços
Jorge Picado

Anónimo disse...

Mario Fitas disse:
Seria melhor estar descançado no meu cantinho, e não me meter nisto?
Resolvi avançar!
Tive conhecimento da personalidade e do comportamento Militar do Gen. Spínola _durante a sua estadia na Guiné_ por terceira pessoa, que próximo dele viveu estes tempos, o já falecido Cor. Carlos da Costa Campos, que na Amura chefiou o Departamento por onde passaram Eanes e Otelo e foi Comandante do COP 3.
Das muitas conversas que tivemos, Spínola como militar, seria "Intocável" mas um homem politicamente desamparado.
Guiledge e Guidage, estariam intimamente ligadas.
Em termos Operacionais, Guidage no Norte, teria muito mais importância para o PAIGC e de efeitos extramamente mais devastadores para o Exército Português. A mobilidade do PAIGC a Norte embora facilitada não teria o apoio registado a Sul, o que daria em termos Psicológicos e de Propaganda para o PAIGC de uma grandeza extrordiária e cujos efeitos interiores seriam muito mais gravosos.
Guiledge já era mártir nos primeiros anos da insurreição.
Em 1965 quando a C.CAÇ 726 foi para o Como, já ía completamente no fundo. Isto tive eu oportunidade de falar com eles em Catió.
O abandono de Guiledge Táticamente, foi um acto extraordinário em termos de contraguerrilha. Basta verificar que a meia dúzia de quilómetros, da fronteira -e de onde fagelavam as nossas tropas_ só passados três dias, o PAIGC entrou em Guiledje. Porquê? Foi por acaso Guiledge conquistada militarmente? Os Chefes do PAIGC, tiveram de dar um golpe de rins, porque não conquistaram nem Guidage nem Guiledge!
Haveria que apresentar politicamente um responsável e ele recaío militarmente sobre Coutinho e Lima.
Mas isto não quer dizer que não houvesse outros casos, e que muita gente sabe mas ninguém quer abrir o Livro.
A "Ametista Real" também deu casos. Quem sabe muito mais graves que Giledge?
Descancem os Mortos, Recuperemos os injustiçados e acima de tudo, com o devido respeito pelos que se bateram pelo PAIGC valorizemos o valoroso (desculpem a redundância) Soldado Português que foi posto naquela terra quase sem saber dar um tiro.

Um abraço para todas as Forças Armadas Portuguesas para os que lutaram ao nosso lado e também para os do outro lado PAIGC do tamanho da bonita terra Guiné-Bissau.

Mário Fitas
Fur. Mil. Oper. Especiais

Anónimo disse...

Aqueles que são contra a retirada de Guilege e que falam contra o Coronel COUTINHO E LIMA de ter retirado eu gostava de os ver no lugar do nosso Coronel, em lugar de o criticarem deviam era Louvar a acção do nosso Coronel COUTINHO E LIMA com a retirada salvou as vidas dos seus homens assim como as vidas da população, e é ver o que está no nosso blogue o agradecimento da população ao Coronel COUTINHO E LIMA, bem haja Coronel eu faria o mesmo que tu.

Amilcar Ventura disse...

ultimo comentário de 16 Maio não é anonimo fui eu Amilcar Ventura