Diário da CART 1742
Autoria de Mário dos Anjos Teixeira Alves
1.º Cabo Corneteiro
Guiné, 1967/1969
Este diário foi oferecido aos camaradas presentes no 9.º convívio da Companhia de Artilharia 1742, em Campeã - Vila Real de Trás-os-Montes em 25 de Maio de 2013.
Eis a razão
Dos momentos
Da nossa indisposição,
Mandaram-nos para a guerra
Sem a nossa opinião.
Por isso o Salazar
Não terá o nosso perdão.
Eu, Mário dos Anjos Teixeira Alves, nasci a 13 de Novembro de 1945, e fui incorporado no serviço militar em 24 de Janeiro de 1966, no RI 13, em Vila Real, onde fiz a recruta.
Em 13 de Abril do mesmo ano fui para o BC 10 em Chaves, tirar a especialidade de corneteiro e, conjuntamente, a escola de cabos, que concluí como 1.º cabo em 7 de Agosto de 1966.
No dia 21 do mesmo mês fui transferido para o CIOE - Centro de Operações Especiais - em Lamego.
Aí estive até Maio de 1967, pois quando já pensava em ir para casa, fui mobilizado para a Guiné.
E assim, em 28 de Maio de 1967 juntei-me à CART 1742 no RAL 5 em Penafiel.
Em 22 de Julho, um sábado, partiu o barco Timor em direcção à Guiné e, foi aí que eu me lembrei de fazer um diário, o qual vou aqui relembrar apenas partes mais significativas.
Começo por lembrar que o navio deixava muito a desejar: fracos camarotes, maus cheiros e pouca comida e de má qualidade, enfim, lá foi dando para passados cinco dias, no dia 27, às 7h30, chegarmos à ilha do Sal em Cabo Verde.
Aqui o navio encostou para deixar um pelotão independente e levar outro de regresso a Portugal, já com a missão cumprida. Ainda descarregaram muito cimento entre outras coisas.
Navio Timor
Dia 28 de Julho:
À 1 hora da manhã, continuámos a viagem e às oito voltamos a parar na ilha de Santiago para trocar outro pelotão. E tudo continuava igual, incluindo a alimentação.
Às 17h30 continuámos a viagem, mas era cada vez mais difícil, pois o barco baloiçava mais, por ir mais leve e, também devido a uma tempestade de chuva e vento forte. Eu em particular, e muitos outros íamos muito mal dispostos.
Passados oito dias, às 14h00 do dia 30, chegámos à Guiné e assim terminava uma viagem bastante aborrecida.
Após o desembarque entrou-se nas viaturas e fomos para o quartel 600 em Bissau onde nos esperavam uns colchões de praia poucos cómodos, e o jantar que também ajudou a passarem a primeira noite. Deu para conhecer algo lá por perto, e no dia 1 de Agosto cada um foi levantar uma arma para a Companhia continuar a instrução e preparação física.
Passados oito dias - dia 9:
Foi o primeiro dia que recebemos correio de Portugal. Todos ficámos muito animados até ao dia 14, porque aí na refeição da noite fizemos um pequeno protesto por estarmos a ser mal alimentados, mas não houve problemas.
Dia 19:
Foi a primeira noite que dormimos despidos, pois até aqui não o podíamos fazer derivado aos mosquitos.
Hoje entregaram-nos os mosquiteiros, mas foram pagos por nós.
Dia 22:
Fazia um mês que embarcámos em Lisboa e o furriel Alves e o alferes Pinheiro convidaram-me para os ajudar a dar aulas aos que não tinham nem a terceira, nem a quarta classe.
Dia 23:
Demos início às aulas, estas eram das 14 às 17h30.
Dia 29:
Fomos para aplicação militar das 9 às 11h e no dia 30 fomos fazer uma patrulha das 6 às 11h. Foi bastante chato com a chuva, apesar de quente, pois atravessámos bolanhas em que a água nos dava pelo pescoço. Depois fomos compensados com o correio que veio de Portugal.
Setembro 67
Dia 1 - de manhã:
A mesma aplicação militar e de tarde continuámos a dar aulas.
Dia 12 - terça-feira:
Foi-nos dito que íamos para Nova Lamego no dia 15. Foi-nos entregue mais material: cartucheiras, munições, bornal etc. E assim estávamos preparados para uma nova etapa.
Dia 15:
À 1h da manhã deixou-se o Quartel 600, Santa Luzia, e fomos para o cais.
Às 2h30 entrávamos na lancha e às 3h partimos em direcção a Bambadinca onde chegámos às 11h30.
A comida era a ração de combate e umas cervejas no bar do quartel.
Às 23h30 chegaram as viaturas e partimos para Nova Lamego, onde chegámos às 4h do dia 16, mas não havia onde dormir.
Às 14h a secção do furriel Alves à qual eu pertencia, foi mandada para o destacamento de Canja que fica a 25 quilómetros de Nova Lamego. Eu, como pertencia à secção do furriel Alves, fui também com eles fazer segurança ao destacamento, enquanto a secção que lá estava foi fazer uma operação à área envolvente. A refeição da noite foi ração de combate, e dormir debaixo de um coberto que serve de refeitório. Para beber, água da chuva aparada nuns bidões, que também servia para nos lavarmos, tal como os negros.
Hoje, dia 17 - domingo:
De manhã tomámos o café feito da mesma água e pão feito pelos negros num fraco forno de barro.
Às 8h fui com outro colega render os que estavam a fazer segurança na ponte e lá estivemos até às 12h30. Aí fomos rendidos por outros colegas e viemos almoçar. Só depois da refeição da noite entrei de reforço, das 20 às 22h e foi quando chegaram os que tinham ido fazer a operação ou reconhecimento.
Tivemos de dormir novamente em cima dos bancos do refeitório, e eu dormi em cima das caixas da batata.
Dia 18:
Às 14h partimos para Nova Lamego com bastante apetite, porque só tínhamos tomado o pequeno-almoço com ração de combate.
Às 18h chegámos a Nova Lamego, jantámos e já descansámos razoavelmente.
Dia 19:
O alferes Cruz disse-me que às 14h íamos conferir o material da arrecadação de materiais de guerra, para eu tomar conta até chegar o quarteleiro que ficou em Bissau a entregar outra arrecadação. E assim estivemos até às duas da manhã.
Dia 20:
Continuámos a conferir o material e quando terminámos tomei conta das chaves e assumi a responsabilidade. Passados três dias: Era domingo, dia 24, fui com alguns colegas à missa a uma capela que há aqui em Nova Lamego.
Dia 26-terça feira:
Recebi ordens para entregar os lençóis ao pessoal da companhia.
Dia 27:
Foi a primeira vez que recebemos correio em Nova Lamego.
À noite estive a entregar material para a companhia ir fazer uma operação.
Dia 30:
Faz dois meses que chegámos à Guiné e para nós já parece dois anos.
Outubro 67
Dia 1 - domingo:
Tudo normal, e assim foi até ao dia 5.
Aí, às 8h, vieram-me chamar para ir tocar o clarim para hastear a bandeira nacional no batalhão.
Às 18h, fui arriá-la e às 21h fui fazer o recolher.
Agora continuo a ir fazer apenas os toques mais importantes até que a companhia Periquita se instale e que os clarins percam o medo de tocar.
Dia 6:
Foi dia de correio, que é das coisas mais importantes para todos nós.
Dia 7, às 3h30 da manhã:
Veio cá o furriel Pinto e o Bica chamar-me para preparar o material para os dois pelotões deles irem fazer uma operação.
Eram 6h quando saíram.
Dia 8 - domingo:
Chegou o cabo quarteleiro Oliveira, mas por enquanto ficámos os dois na arrecadação.
Dia 9, às 20h30:
Já estávamos na cama e veio cá o furriel Amaro e o Romão vagomestre com uma mentira: disseram-nos que preparássemos o material, que a companhia ia sair para uma operação e que eu ia também. Fizeram isso porque no dia antes tínhamos estado juntos a comer um cabrito assado e connosco esteve também o sargento Bonito, e daí a boa confiança de amigos.
Daqui até ao dia 20 tudo normal, mas fui atacado pelo paludismo, com uma grande febre e o Oliveira foi chamar o enfermeiro que me deu comprimidos, mas não adiantou, Então deu-me duas injecções e a febre sempre baixou.
Dia 21:
Já me sentia melhor e até consegui comer alguma coisa.
Dia 22 - domingo:
Faz três meses que embarcámos em Lisboa, tanto tempo para nós!
Dia 25:
Mais um dia de correio para nos ajudar a espalhar as saudades, neste caso até ao dia 1 de Novembro, em que recebemos mais correio.
Novembro 67
Dia 2:
Esteve cá o major do serviço de material de guerra e deu-nos para modificar algumas coisas e assim passámos a fazer esse trabalho.
Dia 3:
Está o Oliveira com o paludismo, fui chamar o enfermeiro para o tratar.
Dia 4 - sábado de manhã:
O comandante do Batalhão reuniu aqui duzentos negros civis e deu-lhes armas para irem com um pelotão da minha companhia fazerem uma batida a um determinado sector. Fiquei surpreso com tal ordem.
Dia 7, à noite:
O pessoal da companhia veio levantar material para irem de manhã cedo fazer uma operação.
Dia 8, dia em que faço 22 anos:
Às 23h chamou por nós um colega e disse-me que tinha morrido um soldado nosso e havia dois feridos que tinham acabado de chegar ao posto de socorros do Batalhão, sendo o Neto carpinteiro, o que morreu, e o cabo Correia e outro soldado os feridos, por causa de uma armadilha.
Dia 9, depois do almoço:
Fui à missa de corpo presente pelo falecido Neto, e a seguir fui ao Batalhão ver se conseguia ensinar e treinar a marcha fúnebre com os corneteiros do batalhão, mas eles não conseguiram.
Dia 10 - sexta-feira de manhã:
Fui desempenhar as minhas funções de clarim ao funeral e a seguir tentar viver enquanto fosse possível. E assim, tudo normal até ao dia 18, em que, de manhã esteve cá novamente o major do serviço de material a fazer alguns reparos na arrecadação, mas concordou com as nossas desculpas.
Dia 19 - domingo:
De tarde estive eu e o sargento Bonito a cintar a mala do falecido Neto para ser enviada para a família.
Dia 22:
Faz quatro meses que embarcámos em Lisboa, e tudo continua normalmente.
Dia 24 - sexta-feira:
Mais um dia de correio, e assim esperamos até à próxima sexta-feira.
Dezembro 67
Dia 1:
Com mais correio e o patacão, que é o dinheiro.
Dia 2, de manhã:
Estivemos a entregar material a dois pelotões que vão fazer uma operação, e só chegaram no dia 4, ás 21h, mas felizmente correu tudo bem.
Dia 8:
Mais um dia de correio.
Dia 10:
Tivemos prendas simbólicas de Natal, oferecidas pelo Movimento Nacional Feminino.
Dia 11, de manhã:
Estivemos a dar material a dois pelotões que saíram e chegaram no dia 12 de tarde, também não houve problemas.
Dia 14, de manhã:
Estivemos a dar material aos pelotões para irem ao encontro de uma coluna que foi atacada no caminho de Canjadude, onde morreu um alferes e um cabo, e ficou um soldado ferido, este pessoal já vinha de regresso a Portugal.
Às 18h chegou a companhia, e estivemos a receber o material, o qual estivemos a limpar no dia 15 de manhã.
Às 21h fui ao Batalhão tocar ao funeral dos dois militares que ontem faleceram.
Dia 16:
Estivemos a preparar material para três pelotões levarem no dia seguinte para uma operação, o qual distribuímos dia 17, domingo de manhã.
Dia 18 à noite:
Veio cá o alferes Figueiredo com o pelotão que é o que cá se encontra, levantar material para irem ao encontro do IN que anda a roubar numas tabancas aqui próximo. E assim distribuímos o material, também aos poucos que cá ficaram para estarem preparados se o IN nos viesse chatear.
Chegou o pelotão que saiu à noite para onde o IN tinha levado dez vacas e algumas coisas mais mas já não os encontraram.
Às 8h voltaram a sair para Caboca e rebentou uma mina debaixo da Fox que ficou um pouco destruída, mas a malta não correu perigo.
Dia 20:
Estávamos a receber correio quando chegou o furriel das transmissões com uma mensagem do Batalhão, a dizer que na operação que andavam a fazer desde domingo, o cabo Sousa morreu.
Dia 21, às 18h:
Estávamos a jantar, e chegou o pessoal da operação na mata do Geba (SINCHÁ JOBEL). Tinham ido também dois pelotões de outra companhia, da qual morreram um alferes e um soldado, e outro tinha desaparecido, ou seja, não sabem se ficou morto ou preso pelo IN. Dos nossos ainda chegaram a andar 15 perdidos ao fazerem a retirada, mas depois apareceram.
Dia 22, de manhã:
Estivemos a limpar o material que ontem chegou e também a conferir o que faltou, para assim dar baixa dele.
Dia 23:
Organizámos um pelotão entre os especializados, e todos os que estão permanentes, para fazermos serviço durante uns dias, porque os quatros pelotões operacionais vão dois por noite dormir ao mato e são rendidos de 24 em 24 horas e por isso, também precisam de descansar.
Dia 24:
A consoada não podia ser lembrada, e por isso fez-se esquecer com uns copos.
Natal de 1967 - O Mário Alves é o 2.º a partir da direita, com os olhos postos no menu
Dia 25, dia de Natal - segunda-feira:
Ao meio-dia improvisaram-se umas mesas no refeitório que se anda a construir, e foi lá o almoço: batatas com bacalhau. O vagomestre por muito o chatearmos, deu mais um copo de vinho, e houve uma mini garrafa de vinho do Porto para cada dois, que foram oferecidas pela manutenção militar, o nosso capitão ofereceu uns doces. O que devia ser ontem, foi hoje, devido à companhia só estar junta na refeição do meio-dia. E assim passado o Natal, continuou tudo normal.
Dia 29:
O sargento Bonito chamou-me à secretaria para cintar a mala do falecido cabo Sousa para mandar para a família. E assim chega o dia 31.
Dia 31- domingo:
Fim do ano de 1967.
ANO 1968
Janeiro - Segunda-feira - dia de Ano Novo:
Só conhecido por ir à missa. Depois tudo normal.
E assim até ao dia 6, em que tivemos correio.
E seguiu-se até ao dia 11 - quinta-feira:
Chegou o nosso capitão a dizer-nos para prepararmos o material, porque iam sair três pelotões às 3h da tarde
Dia 12:
Houve correio para os que estão no destacamento, já os que foram para o mato só o receberão quando chegarem.
Dia 13, ao meio-dia:
Saiu daqui o helicóptero, a avioneta e dois bombardeiros para irem ter com o nosso pessoal que anda a fazer a operação no Siai,
Às 13 horas chegou o helicóptero com quatro feridos, dois brancos e dois africanos. Diziam que ainda havia mais feridos, por isso, às 14h chegou novamente o helicóptero com mais três feridos, e às 16h voltou novamente com mais três feridos, estes por uma mina que rebentou na coluna que ia buscar ao Che-Che o nosso pessoal.
Um dos feridos foi o major do serviço de material que foi levado directamente para Bissau, e os outros foram de avioneta. Também ficou lá um furriel morto e um soldado todos da mesma companhia, e ainda alguns feridos menos graves, que por ser já noite não puderam ir buscá-los.
Dia 14 - domingo, às 7h:
Já o helicóptero tinha chegado com mais feridos, e às 8h chegou ainda com os restantes. Após o almoço chegou um carro da administração com um elemento IN morto, que apanharam em Piche, e a população fez um festival, quanto mais não fosse, para agradar às tropas.
Às 17h chegou a companhia e disseram que, quem tinha sido ferido foi o Aníbal enfermeiro e o Martins das transmissões, que foram para Bissau, e talvez tenham que ir para a metrópole.
Houve mais oito feridos com menor gravidade, um era o alferes Magalhães e o furriel Amaro, sendo os restantes cabos e soldados, um deles era o Damásio Fonseca.
Também chegou a má notícia que o major faleceu ao chegar a Bissau, o furriel que morreu era da engenharia e o soldado era africano.
Dia 15 - segunda-feira:
De manhã estivemos a conferir o material que tinha chegado na noite anterior, e também pensávamos no soldado que estava em Bissau ferido, mas afinal estava desaparecido, foi o Aguiar de Arrifana.
Dia 16 - terça-feira:
De manhã estivemos a limpar o material, e às 16h chegou um pelotão de morteiros que estava em Piche e vai para Madina do Boé e arrumaram aqui o material.
Após o jantar o nosso capitão mandou-nos preparar o material e distribuí-lo ao pelotão que vai fazer a escolta à nova companhia que vai para Madina render os que lá estão, pois vão para a peluda. Também entregámos o material ao pelotão de morteiros que vão juntos para Madina.
Às 22h fui à secretaria ajudar a cintar a mala do Aníbal enfermeiro para mandar para Bissau, pois ele ia ser evacuado para a Metrópole.
Dia 19 - sexta-feira:
Dia de correio.
Dia 21 - domingo:
Às 16h chegou o pelotão que foi fazer a escolta a Madina que felizmente correu bem, contando também com a escolta dos Fiat e de bombardeiros T-6 em toda a viagem.
Dia 22 - segunda-feira:
De manhã estive com o furriel Pontes a conferir todas as munições.
Também faz hoje seis meses que embarcámos em Lisboa.
Dia 2 4 - quarta-feira:
Faz dois anos que assentei praça em Vila Real, e aqui ainda sou periquito.
Às 16h chegaram os furriéis com muito armamento do Batalhão para o preparar que amanhã vão sair.
Após o jantar continuámos a preparar material: munições, etc. O Oliveira ajudou pouco, por estar de reforço.
Dia 25 - quinta-feira, às 4h30:
Veio o pessoal levantar o material e partiram para o serviço que lhes foi destinado.
Dia 26 - sexta-feira, 16h:
Chegou a companhia que afinal foi ao Che-Che buscar as viaturas e os mortos de uma companhia que, na passada quarta-feira ia para lá, e, foi atacada pelo IN. Tiveram seis mortos e muitos feridos, dos quais alguns foram ontem para Bissau. Os mortos vieram hoje com a minha companhia e, estiveram aqui na capela para serem colocados nas urnas. Eram quatro africanos e dois brancos. Era uma calamidade vê-los, por estarem queimados pelas viaturas que arderam, foi difícil distinguir os brancos dos negros.
Dia 27 - sábado:
Estivemos a fazer limpeza ao material que chegou ontem.
Até ao dia 31 tudo correu dentro da normalidade.
(Continua)
2 comentários:
Caro Mário Alves:
Isto é um diário. Está ali tudo, a alimentação, os mosquiteiros, os transportes, as operações, os feridos, os mortos, as evacuações, a remessa dos bens dos mortos às suas famílias...está ali o sofrimento todo. Parabéns caro Mário Alves.
Um abração
Carvalho de Mampatá.
Caro Mário Alves
Eu e mais pessoal da CART. 2479, pertencente ao BART. 2866, formada no RAL 5, em Penafiel, também fomos no Timor para Bissau, em 18/FEV/1969. O navio tinha outro aspecto do que aparece na fotografia. Julgo que terá sido transformado para transportar tropas e já não tinha os apetrechos de cargueiro. Também fomos de Bissau para perto de Nova Lamego. Fizemos a viagem em LDG até ao Xime e depois em coluna para Bambadinca, Bafatá até
Contuboel. Formamos uma Companhia com africanos e fomos colocados no Quartel de Baixo,em Nova Lamego, a partir Julho/1969 e lá estivemos quase um ano. Ao fim ao cabo fizemos, em datas diferentes, o mesmo percurso de Lisboa até Nova Lamego. Gostava, se te lembrares, de saber como foi feito, em que condições, como eram as estradas, se havia segurança na vossa passagem, o percurso de Bambadinca para Nova Lamego.
Um abraço
Valdemar Queiroz
P.S. no blogue podes ler/ver o meu álbum fotográfico e comparares os sítios com 2 anos de diferença
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