segunda-feira, 21 de julho de 2014

Guiné 63/74 - P13423: (In)citações (68): A propósito do texto do Francisco Baptista, espelhado no post 13420, sob o tema "Lançados no mundo sem motivo nem explicação... difícil de levarmos a vida a um final digno" (José Manuel Matos Dinis)

1. Mensagem do nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71), com data de hoje, 20 de Julho de 2014:

A propósito do texto do Francisco Baptista, espelhado no post 13420, sob o tema Lançados no mundo sem motivo nem explicação... difícil de levarmos a vida a um final digno*.

Viva Carlos!
Hoje venho a terreiro sob aquele pretexto em epígrafe.
Se achares bem, podes publicar esta mensagem, que pretendo uma espécie de contraditório, suave, mas a lançar dúvidas sobre as soluções entretanto vividas que conhecemos, e que alguns persistem em elevar à condição de verdades incontestáveis, naturalmente, com o inconfessado objectivo de fugirem a julgamento.
E se antes era a pobreza franciscana de uma super-estrutura arrogante, isolada, feudal e totalitária (chegou ao poder pelo movimento da "Ditadura", não escondia a estratégia), segue, ainda, o período da rebaldaria pseudo-democrática, que, provavelmente, dentro de poucos anos, vai reduzir o valor da minha pensão, para uma quantia inexpressiva e próxima da pobreza, afinal, mais condizente com o estado da nação. Mas continuo a ouvir o "lá vamos, cantando e rindo", enquanto continuarem a emprestar-nos (até que gerações?) para importarmos todos os bens necessários às nossas necessidades, e às que só alimentam negociatas, offshores e vaidades.

Após este género de intróito avisador, refiro que o Francisco Baptista voltou a brindar-nos com novo texto muito bem escrito e revivalista. Recorda com a facilidade das caracterizações feitas, uma espécie de espírito de aceitação, se assim puder dizer, necessário para nos convencer a combater pela pátria, nas condições de fragilidade que conhecemos.

Eu só fui incorporado em Janeiro de 69, mas antes percorri algumas direcções rurais do país, e lembro-me de ver muita gente que parecia não ter outra roupa para além da coçada que envergava, nem dispor de casa com as modernices de casa-de-banho, nem frequentar a escola com regularidade (apesar do ensino obrigatório, como hoje), nem dispor de apoios sociais institucionalizados. Por essas razões (ou como prevenção para elas), as famílias rústicas eram grandes e funcionavam solidariamente entre si. Só a título excepcional, não eram provenientes das elites os estudantes universitários. Outros, provinham dos seminários, tal como o "botas" inspirador.

O Portugal ultramarino era igualmente tão estagnado economicamente, e atrasado socialmente, quanto a metrópole, pobre, inculta, e atrasada no cotejo com os países próximos. Mas em África o calor permite a dispensa de agasalhos, e essa estranheza fazia-nos considerar aqueles pobres tão pobres, coitadinhos, que não se vestiam. O que havia era diferenças de circunstância, e contavam-se as estórias mais fantasiosas.

Nas colónias, os escassos "colons" (termo importado pelo Rosinha, mas com duvidosa correspondência na generalização), não podiam ser confundidos com os verdadeiros colonizadores, o que conferia algumas particularidades aos territórios sob administração (não o domínio) português. Os primeiros, fazendeiros e cantineiros penetravam no mato e fizeram de "bandeirantes" nas extensas áreas de Angola e Moçambique, muitas vezes constituíram família com mulheres indígenas, e constituíam a única ligação a um arremedo de civilização e à administração pública; os segundos, correspondiam aos dignatários do Estado e aos representantes das companhias que exploravam os recursos locais, minerais e agrícolas. Já os representantes das empresas de importação e exportação, pela natureza de funções, apareciam como cosmopolitas. Para estes últimos exercerem o predomínio sobre os primeiros, havia leis descricionárias, que também afectavam os poucos brancos nascidos em África. Brancos que brincaram, estudaram e trabalharam com pretos, com quem partilhavam e mantinham boas relações. Ou conduzir o camião carregado de café ou sisal, já seria manifestação de arrogância colonizadora?

Com o dealbar da guerra, acentuou-se a emigração para as colónias, com destaque para os milicianos que tinham acabado as suas comissões, e foram seduzidos pela riqueza local, o desenvolvimento, as oportunidades, e o modelo de vida informal. Assim, atrevo-me a referir que a maioria dos brancos não colonizaram, antes, integraram-se nas sociedades urbanas cujos serviços asseguraram as necessidades da crescente população, tanto no público, como no privado. A distinção relativamente à maioria da população, resultava das qualificações e remunerações correspondentes, como em qualquer parte do mundo. Mas os autóctones que, cada vez mais, exerciam as mesmas funções, ganhavam o mesmo sem discriminações, com as mesmas diferenças em relação à massa de que provinham. A população harmonizava-se com diferenças sociais equivalentes às da metrópole, mas, no geral, com relacionamentos muito naturais, até amistosos.

Não posso, por isso, confundir as formas de meditação monásticas com dependência de princípios dogmáticos (aceitação tácita e sem contraditório possível), com a inventariação desapaixonada e despreconceituada dos factores de condicionamento ou de expansão social (até certa altura muito parecidos com os que caracterizavam a sociedade metropolitana, com uns poucos ricos e influentes, com outros atraídos pela emergente sociedade urbana, e com muitos outros que, agricultores, pescadores, ou proletários, com as dificuldades raiavam nas margens da pobreza). Aquela nova forma de vida exigia romper com a dependência legislativa, económica e administrativa da metrópole, o que equivalia ao cometimento de um pecado, não necessariamente mortal, pelo que, convenço-me, em Abril de 74 já se davam passos seguros e sistematizados com vista à autodeterminação. Os 3 dês do programa do MFA, Democratizar, Desenvolver e Descolonizar, como pode constatar-se, não passaram de intenção para justificar o golpe, e os capitães envolvidos, com um bouquet de oficiais generais e graduados em generais a "dar-lhes" "credibilidade", revelaram total incompetência e aspectos pessoais altamente negativos, do que resultou a trágica descolonização.

O meu gosto pela história ganha foros de fascínio no que respeita à presença dos portugueses em África, e à capacidade de adaptação e relacionamento evidenciada desde os pioneiros.

Agradeço ao Francisco a oportunidade que me deu para expor o meu ponto de vista, e agradeço a paciência dos que leram.

Para o Carlos, para o Francisco e para o Tabancal, envio um abraço fraterno
JD
____________

Notas do editor

(*) Vd. poste de 20 de Julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13420: (In)citações (68): Lançados no mundo sem motivo nem explicação, estamos sós no cumprimento desta missão difícil de levarmos a nossa vida a um final digno (Francisco Baptista)

9 comentários:

Anónimo disse...



Amigo José Dinis:

Gostei de ler o teu texto, embora duma forma um pouco apressda, porque estou de partida para Brunhoso, já um pouco atrasado. Lá não tenho internet, mas quando regressar prometo rele-lo com mais atenção e fazer um comentário mais digno

Um grande abraço


Francisco Baptista

Luís Graça disse...

Zé Dinis:

Temos que reler o "maitre à penser" Eduardo Lourenço, para quem o colonialismo português... nunca existiu...

Aqui tens a referência bibliográfica:

Eduardo Lourenço: "Do Colonialismo como Nosso Impensado". Organização e prefácio: Margarida Calafate Ribeiro e Roberto Veccbhi. Lisboa: Gradivca, 1ª edição abril de 2014, 348 pp.

Preço de capa: c. 14 €

http://www.gradiva.pt/?q=C/BOOKSSHOW/7645

Sinopse

"Deste naufrágio de uma raça toda a gente se lembra, excepto os portugueses. Das epopeias que perduram neste país tão folclórico nem uma página o relembra. A História trágico-marítima é a dos portugueses devorados pelo mar e pelos autóctones.

"Este espantoso silêncio esconde a aventura colonial, a mais pura de toda a história. Tão pura que hesitamos chamá-la colonialista. E, no entanto, ela é certamente uma entre outras, a primeira e a última ainda de pé, sob a indiferença dos trópicos e o esquecimento do mundo.

"Este esquecimento faz-nos pensar, mas explica-se. Portugal não foi o único país a deixar-se esquecer desta maneira. No tempo das Grandes Descobertas a importância cósmica desta aventura escondia aos olhos da Europa o colonialismo nascente. Mais tarde, a mesma Europa teve também demasiado interesse em esconder, em conjunto, este colonialismo.»

Ando a ler. Prometo fazer uma "nota de leitura".

Abraço grande. LG

Madalena,. V . N. Gaia

Luís Graça disse...

Sobre Eduardo Lourenço... Na feira do livro, estive a conversar com ele uns 10 minutos... E disse-me que era filho de um oficial do exército, o que eu não sabia...

Vd. página do autor:


Eduardo Lourenço

http://www.eduardolourenco.com/
Autor(es)

EDUARDO LOURENÇO (DE FARIA) nasceu a 23 de Maio de 1923, em S. Pedro de Rio Seco, concelho de Almeida, distrito da Guarda. É o filho mais velho (de sete) de Abílio de Faria, oficial do Exército, e de Maria de Jesus Lourenço. Frequenta a Escola Primária na sua terra natal. Depois ingressa no Liceu da Guarda e termina os seus estudos secundários no Colégio Militar em Lisboa. Frequenta o Curso de Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra onde conclui a Licenciatura no dia 23 de Julho de 1946, com uma Dissertação com o título "O Sentido da Dialéctica no Idealismo Absoluto. Primeira parte".

Assume as funções de Professor Assistente nessa Universidade, cargo que desempenha até 1953. Desde então e até 1958 exerce as funções de Leitor de Língua e Cultura Portuguesa nas Universidades de Hamburgo, Heidelberg e Montpellier. Nos anos de 1958 e 1959, rege, na qualidade de Professor Convidado, a disciplina de Filosofia na Universidade Federal da Baía (Brasil). Ocupa depois o lugar de Leitor a cargo do Governo francês nas Universidades de Grenoble e de Nice. Nesta última Universidade irá desempenhar posteriormente as funções de Maître-Assistant, cargo que manterá até à sua jubilação no ano lectivo de 1988-1989.

Publica, em edição de autor, o seu primeiro livro Heterodoxia I em Novembro de 1949. Casa com Annie Salomon em 1954. Em 1966, nasce o seu filho adoptivo, Gil. Ao seu livro Pessoa Revisitado – Leitura Estruturante do Drama em Gente é atribuído o Prémio Casa da Imprensa (1974). Em 10 de Junho de 1981, é condecorado com a Ordem de Sant’Iago d’Espada. Pelo seu livro Poesia e Metafísica recebe, no ano de 1984, o Prémio de Ensaio Jacinto Prado Coelho. Dois anos mais tarde, é distinguido com o Prémio Nacional da Crítica graças a Fernando, Rei da nossa Baviera. Por ocasião da publicação da sua obra Nós e a Europa – ou as duas razões, é galardoado com o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon, que distingue o conjunto da sua obra. Dirige, a partir do Inverno de 1988, a revista Finisterra - Revista de Reflexão e Crítica. É nomeado Adido Cultural junto da Embaixada de Portugal em Roma. É condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique (Grande Oficial). Recebe, no dia 1 de Julho de 1992, o Prémio António Sérgio. Participa no Parlamento Internacional de Escritores que decorre entre 28 e 30 de Setembro de 1994 em Lisboa. Pela sua obra O Canto do Signo recebeu em 1995 o Prémio D. Dinis de Ensaio.

Nos últimos anos, Eduardo Lourenço recebeu inúmeras distinções, entre as quais se destacam: Prémio Camões (1996), Officier de l’Ordre de Mérite pelo Governo francês (1996), Chevalier de L’Ordre des Arts et des Lettres pelo Governo francês (2000), Prémio Vergílio Ferreira da Universidade de Évora (2001), Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra (2001), Cavaleiro da Legião de Honra (2002), Prémio da Latinidade (2003), Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (2003), Prémio Extremadura a la Creación (2006), Medalha de Mérito Cultural pelo Governo português (2008), Medalha de Ouro da Cidade da Guarda (2008) e Encomienda de Numero de la Orden del Mérito Civil pelo Rei de Espanha (2009).

Eduardo Lourenço é ainda Doutor Honoris Causa pelas Universidades do Rio de Janeiro (1995), Universidade de Coimbra (1996), Universidade Nova de Lisboa (1998) e Universidade de Bolonha (2006).

Desde 2002 exerce as funções de administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian.

Foi galardoado com o Prémio Pessoa 2011.

Anónimo disse...


Com a devida vénia, um excerto (LG)

_________________


OPINIÃO

Eduardo Lourenço, anticolonialista
ANTÓNIO PINTO RIBEIRO

Público, 18/07/2014 - 05:29


Em Do Colonialismo como Nosso Impensado, Eduardo Lourenço afirma a sua rebeldia intelectual, afrontando toda uma tradição de pensamento sobre Portugal


http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/eduardo-lourenco-anticolonialista-1663272

(,,,)Em si, o título é já uma rebeldia contra toda uma tradição que vigora tanto na academia portuguesa como no sistema político-partidário, e que insiste em ignorar que o colonialismo — em especial, o português — não é objecto prioritário de estudo nem de política nacional e internacional. Essa afronta que o título carrega está presente na declaração de que o colonialismo é “o nosso impensado”. Ora, isso mesmo é provado em muitos dos textos que o volume reúne, confirmando o que afirmaram outros estudiosos, e em particular intelectuais estrangeiros como Michel Cahen quando escreve que a “produção de um pensamento crítico português relativo a África apareceu lentamente, só depois dos desvios neoliberais da década de 90 e mais declaradamente no princípio deste século” (Approches postcoloniales: quels usages, quels instruments?). Lourenço coloca-se com este título no plano de uma ontologia sobre Portugal que se torna impossível de rebater por parte dos que insistem em vê-lo como pensador da tradição portuguesa — e isso revela uma enorme ousadia e rebeldia.

O ensaísta apresenta a natureza de tal impensado: por ser proibido na ditadura, mas também por impreparação intelectual, quer dos ultranacionalistas africanos, quer da oposição democrática (que “nunca teve ideias, nem muito claras, nem muito liberais sobre África”, p. 52), por efeito da propaganda dos bispos e do regime e pelo logro das teorias multirraciais de Gilberto Freyre, ao disfarçarem o racismo e o colonialismo (“Tais apologistas, fazendo pau de toda a colher, nem sequer se deram conta de que o ideal da miscigenação (mais a mais invocado pelo colonizador) não é outra coisa que a expressão suprema do Colonialismo, traduzida sob o plano do sexo”, p. 54).

Este impensado colonialismo não é, contudo, uma particularidade da ditadura, antes permanece, segundo Lourenço, depois da Revolução e até à actualidade. Já em 1974, no ensaio Quantas políticas africanas temos nós?, o autor referia a incapacidade de lidar com o colonialismo como “o pesadelo africano” — que não terminou a 25 de Abril. E, depois do 25 de Abril, tudo se passa como se não fosse necessário discutir o problema africano. Consequentemente, assiste-se ao escamoteamento deste problema, associado à instalação de um ressentimento próprio de quem vive no mal-estar das coisas não resolvidas ou apenas sublimadas através de uma hiperidentidade: “Sempre habitamos um espaço maior que nós” (p. 168), um espaço que era a ficção de que Angola e Moçambique eram Portugal, entretanto substituída, depois da “integração na Europa”, por essa outra ficção de que é como ter os Estados Unidos “ao pé da porta”.

Luís Graça disse...

E a propósito do "colonialismo que nunca existiu", leiam a entrevista dada ao Expresso pelo investigador Filipe Ribeiro de Meneses,. autor de "O salazarismo nunca existiu"...


Historiador, dedicou sete anos à investigação e escrita da biografia de Salazar, onde, ao longo de 800 páginas, esmiúça a sua atração pelo poder. O livro vai ser distribuído com a edição semanal do Expresso duranet as pr+oximas 7 semans...


Expresso |
12:00 Sábado, 19 de julho de 2014


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/o-salazarismo-nunca-existiu=f882078#ixzz386MV8uSv

Vasco Pires disse...

Caríssimo Luis,

Cordiais saudações.

Votos de continuadas melhoras, quando estiveres pronto para a São Silvestre, avisa, para eu fazer a inscrição!!!

Já que estamos na "ressaca" da Copa, "bom passe" do Camarada F. Batista, que o Camarada J. Dinis recebeu e passou adiante, Nobres Camaradas a quem aproveito para saudar.

Contudo, temos matéria para mais de noventa minutos mais prorrogação; tem muita equipe em jogo: colonialismo,guerra, império, ditadura, revolução e por aí vai...

Vamos começar pelo colonialismo, sem ufanismo ou recriminações.

Temos que aceitar, que nós reinventamos a escravatura moderna, não podemos esquecer que ilustres Jesuítas, pregavam que ao arrancar os negros de África estávamos salvando as suas almas, sendo ao ditos homens da roupeta preta donos de grandes contingentes de escravos, cito os filhos de Loyola, porque era força maior na defesa dos não europeus.

Que o nosso colonialismo era diferente dos Europeus, falo Europeus, pois acho que o termo não é adequado para os povos Ibéricos, nem antropológica nem culturalmente. A nossa matriz Ibérica, tem mais componentes Berberes e Semitas, que dos "bárbaros" do Norte, e, culturalmente,a nossa matriz é no Finis Terra, como na época era chamado o Noroeste da Península, termo em si pleno de significado.

Há a visão romântica do "mestre de Apipucos" o notável Gilberto Freyre, tão caro ao nosso último "Imperador", passando por Raymundo Faoro com o seu monumental os "Donos do Poder", e pelo grande erudito Sérgio Buarque de Holanda (que também gerou esse gênio música popular em língua portuguesa, e tinha a humildade quando ia a um restaurante lotado,e o atendente perguntava, dizia: sim sou o pai do Chico!), e
pelo Prêmio Camões 2014, o Diplomata Alberto da Costa e Silva, que depois de nos brindar com "A Enxada e a Lança", sobre a África antes dos Portugueses, veio com "A Manilha e Libambo", talvez, a obra atual mais abrangente da história da escravatura Africana de 1500 a 1700.

Citei todos estes autores Brasileiros de língua Portuguesa, para chegar, na minha modesta opinião, à tese antropológica mais sintética e brilhante, sobre a colonização Portuguesa na América,"O Povo Brasileiro", do genial Professor Darcy Ribeiro.
Entre outras teses, defende o termo "racismo assimilacionista", para a atuação Portuguesa, diferente do racismo dos homens do Norte da Europa.

Havendo "jogadores", podemos fazer outro "jogo", pois, árbitro apitou pelo fim dos noventa minutos mais prorrogação!!!

forte abraço a todos
VP




Luís Graça disse...


"O Povo Brasileiro", obra do antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro, foi lançada em 1995, aborda a história da formação do povo brasileiro e está aqui disponível em formato brasileiro.

Referência:

Darcy Ribeiro. O Povo Brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 480 p. Formato PDF. Acervo digital do Portal IPHI ISBN 9788571644519

http://www.iphi.org.br/sites/filosofia_brasil/Darcy_Ribeiro_-_O_povo_Brasileiro-_a_forma%C3%A7%C3%A3o_e_o_sentido_do_Brasil.pdf


SUMÁRIO



Prefácio 11



Introdução 19




I.
O 
NOVO 
MUNDO



1
 MATRIZES
 ÉTNICAS



A
 ilha 
Brasil 29



A
 matriz 
tupi 31



A
 lusitanidade,
37




2
~O 
ENFRENTAMENTO
 DOS
 MUNDOS



As
 opostas 
visões 42



Razões
 desncontradas 49



O
 salvacionismo 56




3
 O 
PROCESSO 
CIVILIZATÓRIO



Povos
 germinais 64



O
 barroco
 e
 o
 gótico 69



Atualização 
histórica 73




II.
GESTAÇÃO 
ÉTNICA



1
 CRIATÓRIO
 DE
 GENTE



O 
cunhadismo 81



O
 governo
 geral 86



Cativeiro
indígena 98




2
 MOINHOS
 DE
 GASTAR 
GENTE




Os 
brasilíndios 106



Os 
afro‐brasileiros 113



Os 
neobrasileiros 121



Os 
brasileiros 126


O 
ser
 e
 a
 consciência 133




3 
BAGOS 
E
 VENTRES



Desindianização 141



O 
incremento
 prodigioso 149



Estoque
 negro 160



III.
PROCESSO 
SOCIOCULTURAL



1
AVENTURA
 E
 ROTINA



As
 guerras
 do
Brasil 167



A
 empresa 
Brasil 176



Avaliação 179




2 
A 
URBANIZAÇÃO
 CAÓTICA



Cidades 
e 
vilas 193



Industrialização 
e 
urbanização 198



Deterioração 
urbana 204




3
CLASSE,
COR
 E
 PRECONCEITO



Classe 
e 
poder 208



Distância
 social 210



Classe
 e
 raça 219




4 
ASSIMILAÇÃO
 OU
 SEGREGAÇÃO



Raça 
e 
cor 228



Brancos
 versus 
negros 231



Imigrantes 241




5
ORDEM
 VERSUS PROGRESSO



Anarquia
 original 245



O 
arcaico
 e
 o
moderno 248



Transfiguração
 étnica 257



IV.
OS
BRASIS
NA
HISTÓRIA



1
BRASIS



Introdução 269




2
 O 
BRASIL 
CRIOULO 274



3 
O 
BRASIL
CABOCLO 307



4
 O
 BRASIL
 SERTANEJO 339



5
 O
 BRASIL
 CAIPIRA 364



6
 BRASIS
 SULINOS 408



V.
O 
DESTINO 
NACIONAL



As 
dores 
do
 parto 447



Confrontos 452



Bibliografia 457



Índice
 remissivo 467

Torcato Mendonca disse...

Olá meu caro Zé Diniz (com z pois era um dos nomes de minha Mãe), gostei do teu texto, gostei mesmo. Tenho gostado de outros que por aí aparecem e de alguns comentários. Tive que ir ler o texto que deu origem ao teu escrito e gostei. Digo-te que li mais um ou outro e podia estar aqui a escrever, a derramar letras e mais letras sobre a multiplicidade de assuntos tratados: A abertura da Academia Militar á pequena burguesia e proletariado "", o Mestre Eduardo Lourenço e a Colonização ou só ela mesma, o 25 de Abril e os 3 D's etc. Não, basta dizer-te que retribuo a te u abraço e vou "apontar" este e outros textos com ele relacionados.
Há um pqueno reparo que tem que ser por mim dito: o gostar, de, não quer dizer estar em plena concordâncio com o que li. Nada disso. Discordo com certas afirmações do que li. Mas eu aprendo sempre assim mais, na pluralidade, do que nos conceitos e pratica de vida, ideologias politicas que tenho e são consonantes com este meu viver, esta repulsa,como apontas, por certos factos ou a compreensão de outros qu, mesmo discordando os aceito, entendo e só assim aprendo nesse leque de diversidade que vai da exrtrema- direta á extrema esquerda ( ainda se usam? e se sim, farão falta?). Amigão foi mais uma vez um prazer ler-te, e ao Francico Baptista, e dar-vos e a todos um abração, T.

Antº Rosinha disse...

Quem tem medo-vergonha-complexo de se dizer colonialista?

Quem tem medo-vergonha-complexo de se dizer colonizado?

Talvez os filhos de oficiais ou académicos tenham esses complexos, porque os filhos dos soldados e os filhos de iletrados não sentem porra nenhuma de qualquer complexo.

Fomos uma colónia de Angola, do Brasil e até da India e sem eles ainda hoje não nos restava esta réstea de independência de Filipe VI de Espanha, IV de Olivença.

Já pagamos a electricidade aos chineses que tanto trabalho deu para a resgatar das mãos dos ingleses.

Ainda temos o complexo de pensar que continuamos a emigrar, quando na realidade é "Portugal que se purga".

Tudo o que se fez desde a guerra colonial até à batalha de Alcácer Quibir foi apenas para demonstrar que existíamos e se criámos paises como o Brasil e a Guiné-Bissau, não foi para colonizar, mas para arranjar-mos mais uns lugares no mundo para morrermos.