segunda-feira, 5 de abril de 2021

Guiné 61/74 - P22069: Notas de leitura (1350): “Guerra e Política, Em nome da verdade os anos decisivos”, por Kaúlza de Arriaga; Edições Referendo, 1987 (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 30 de Julho de 2018:

Queridos amigos,
É caudaloso o número de artigos, ensaios e livros que se produziram, e continuam a produzir, para justificar as razões da guerra em África. Tudo começou com obras de pura propaganda que as instituições do Estado Novo alimentaram, logo nos primeiros anos da guerra, com reportagens, programas televisivos, obras encomendadas ou não, e muito mais. Com a descolonização, começou outra batalha ideológica passada ao papel: que a guerra era sustentável, que o colapso era iminente.
É nesse contexto que merece realçar-se as exigências que Kaúlza de Arriaga apresentou ao Governo, pedindo meios astronómicos para continuar a ser Comandante-Chefe, mas sempre dizendo que a Frelimo estava de pantanas... A História que pondere estes tiros no pé.

Um abraço do
Mário


General Kaúlza de Arriaga defende-se e critica a descolonização

Beja Santos

Tem-se procurado fazer o levantamento de tudo, sem exceção, que se escreveu sobre descolonização, sem olhar a contextos ideológicos, deixando ao leitor que sopese a argumentação avançada. A este antigo Comandante-Chefe de Moçambique já se fizera referência no livro “África – A vitória traída”, 1977, o antigo Secretário de Estado da Aeronáutica dava como taxativamente provado que a Frelimo entrara em liquefação e a luta armada estava sustada, era uma questão de tempo até que o terrorismo se extinguisse. No livro “Guerra e Política, Em nome da verdade os anos decisivos”, Edições Referendo, 1987, Kaúlza de Arriaga retoma os tópicos da guerra no ultramar português, repertoria as doutrinas de guerra existentes e dedica larga atenção à luta em Moçambique, capítulo em que não esconde o autoelogio.

Exprime-se favorável ao que ele chama a Solução Portuguesa para o Ultramar: defesa intransigente da integridade territorial, promoção do progresso económico e sociopolítico, de modo a abrir caminho a autodeterminações autênticas (conceito jamais explicitado, embora se fale em novos Brasis). As causas da guerra, diz o general, prendiam-se fundamentalmente devido à confrontação Leste/Oeste, o terrorismo era uma arma usada para essa confrontação, não era um paradigma nem uma aspiração dos povos coloniais.

Em termos doutrinais, justifica a contrassubversão e o seu sucesso, mas quando ele regressa em 1973, finda que lhe fora a sua comissão em Moçambique, descobre que a situação interna caminhava para a rutura, Marcello Caetano estava ultrapassado e havia grandes perigos: nascera o MFA, Spínola e Costa Gomes tinham passado para a oposição, a última remodelação ministerial fora um fiasco, o general encontrou-se várias vezes com o Presidente da República para que este atalhasse o caminho para o abismo e dá-nos notícia de que o regime tinha previsto um contragolpe, e escreve: “Se o Poder na metrópole falhasse e entrasse por caminhos confirmadamente indesejáveis, o Governador-Geral mais antigo de Angola ou Moçambique, em coordenação com o respetivo Comandante-Chefe, deveria, em ação de recurso extremo, substituir aquele Poder metropolitano, assumindo a direção política do Conjunto Português”. E explica o que falhou: “Na ocasião deste golpe revolucionário, talvez os Governadores-Gerais de Angola e Moçambique, se bem acompanhados e apoiados, ou mesmo impulsionados pelos Comandantes-Chefes, fossem capazes de se lançar naquela ação de recurso extremo. Contudo, o facto é que os Comandantes-Chefes, então em exercício, não tinham altura nem posição para efetivarem aquele acompanhamento de apoio e muito menos para impulsionarem os Governadores-Gerais e lançarem-se em ação de tamanha envergadura e tão carregada de consequências”.

Dá o parecer sobre as consequências dramáticas da descolonização, entende fazer uma lista das figuras que ele considera as mais responsáveis pelos “atos delituosos” da descolonização, e dedica então um capítulo às doutrinas de guerra no Ultramar Português, confessando-se devoto da ideologia salazarista, não deixa, no entanto, de referir que enviara documentação e revelara posições altamente críticas sobre a falta de estratégia militar e os fatores negativos em que se encontrava a instituição militar, não se coibindo de dizer ao próprio Salazar que, se tais fatores não fossem corrigidos, poderiam conduzir a graves desastres.

Mais adiante fala de erros que terá praticado, começa por referir que hesitou muito quanto à independência unilateral de Moçambique em 1972/1973; confessa que se devia ter empenhado num golpe de Estado em fins 1973 e escreve o seguinte: “Em Dezembro de 1973, alguns consideraram estar eu envolvido num golpe de Estado de extrema-direita contra o Governo do Presidente Marcello Caetano. Não era verdade. Olhando, porém, agora, todo esse período, sou levado a pensar que teria sido bem melhor para o país eu ter-me realmente empenhado num golpe de Estado vitorioso, não daquela suposta direita, mas sim de uma direita ponderada e moderna” (também não explicita a que direita alude, quem a compunha e com que programa); confessa que lhe ocorreu tarde de mais a celebração de um Pacto do Atlântico Sul, organização teria como dínamos a África do Sul e o Brasil, o equivalente à NATO, pensa que teria sido um sério obstáculo à expansão comunista. E lança várias culpas, uma delas dirigida à formação dos oficiais milicianos, o marxismo grassava nas universidades e passou para os quartéis, eram ideias dissolventes com grande força, aceleraram o processo de desagregação das Forças Armadas.

A sua dama de defesa é o que pensa ter feito em Moçambique para bem dos moçambicanos e para travar ou fazer cambalear a luta armada, havia sucesso na contrassubversão em Angola e Moçambique. Conta a história da sua nomeação para Comandante-Militar e Comandante-Chefe das Forças Armadas em Moçambique, fala com exaltação da Operação “Nó Górdio”, começa a vituperar Costa Gomes e Silva Cunha, diz que não houve massacres em Moçambique e em 1972 começa a ameaçar o Governo de Marcello de Caetano de que não fica em Moçambique se não lhe derem mais meios e poderes. Se tudo estava a correr tão bem e a Frelimo à beira do KO técnico, porque é que o ministro Viana Rebello lhe escreve em 18 de março de 1973 uma carta em que alude aos reforços que ele insistentemente pedia:
“Tais reforços, depois de estudos efetuados no Estado-Maior do Exército, levam à conclusão de que seriam precisos mais 220 oficiais, 700 sargentos e 4500 praças, num total anual de 350 mil contos; e sem contar com a colmatagem de faltas nas unidades existentes, que seriam 180 oficiais, 450 sargentos e 1400 praças.
O Comandante-Chefe de Moçambique merece, por todos os motivos, ser ajudado. É quem dirige aí as operações e quem sofre os embates do inimigo em primeira mão. Os números apresentados são, porém, tão vultuosos e dispendiosos que não julgo haver Ministro da Defesa no nosso País que pudesse tomar o compromisso de lhes dar integral satisfação. Faltam na Metrópole os homens e não é demasiado o dinheiro. Além de que há outros teatros de operações que também reclamam reforços e a prioridade estratégica”
.
Retenha-se que Kaúlza de Arriaga escrevera de Nampula para Sá Viana Rebello em 29 de janeiro desse ano, pedindo-lhe mais competências, 150 minas antipessoal para o obstáculo de Cabora-Bassa e um milhão de minas antipessoal para interdição da fronteira de Cabo Delgado e novos meios aéreos, como 5/6 aviões Notratlas, 20 helicópteros Alouette III e o fornecimento de helicópteros Puma. Em nenhum ponto do seu livro Kaúlza de Arriaga justifica as razões pelas quais exigia tão bastos meios e muitos mais poderes.

Obra necessariamente a considerar na argumentação durante muitos anos usada pelos próceres do Estado Novo. Não vale a pena adiantar que quanto a massacres, o que se dizia ser uma enorme mentira dos opositores do regime português se veio a revelar historicamente verídico: Wiriamu existiu, há mesmo a confissão feita pelo capitão da linha de comandos que conduziu tal operação.
Kaúlza de Arriaga na apresentação da Operação “Nó Górdio”
____________

Nota do editor

Último poste da série de 29 de março de 2021 > Guiné 61/74 - P22049: Notas de leitura (1349): “Trabalho forçado africano, o caminho da ida”, com coordenação do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto, Edições Húmus, 2009 (Mário Beja Santos)

11 comentários:

Anónimo disse...

O que foi feito do poste 22057?
F.Alcobia

Morais Silva disse...

Nas suas memórias (1987), o ex-comandante chefe de Moçambique, general Kaúlza de Arriaga, escrevia o seguinte:
“A Frelimo depois do abalo sofrido em 1970 com a operação “Nó Górdio estava no 2º semestre de 1973 reforçadamente no caminho do esgotamento não só lhe sendo impossível qualquer veleidade de crescimento como tendendo para drástica diminuição”.

Confrontem-se estas afirmações com a carta de Janeiro de 1973, em que o general Kaúlza de Arriaga requeria ao ministro da Defesa prioridade estratégica e apontava a necessidade dos seguintes reforços: 2 BCaç; 18 CCaç; 2 Companhias de Páras; quadros para 12 companhias de Comados e 17 GE; mais de um milhão de minas A/P; meia dúzia de aviões Nord-Atlas; 20 hélis AL III; hélis PUMA e meios aéreos e navais de interdição da albufeira de Cabora Bassa.
Em 31 de Maio, o ministro da defesa dava conta a Kaúlza de Arriaga que não tinha solução para os reforços pedidos e que a partir do fim de Julho de 1973 ficava liberto da sua missão em Moçambique.
De imediato, em memorando de 4 de Junho de 1973 (2º semestre de 1973) enviado a Marcelo Caetano, o mesmo Comandante Chefe diz o seguinte (extractos):
“o esforço inimigo, em Moçambique ou relacionado com este território acentua-se cada vez mais”;
“capacidade para realizar acções cada vez mais a Sul”;
“é o equipamento russo moderno como bazookas, canhões sem recuo, RPG rebentando no ar”;
“mísseis terra-terra de 122mm”; “metralhadoras antiaéreas e brevemente mísseis terra-ar”;
“material que lhe confere superioridade no combate terrestre”;
“dentro de pouco tempo teremos dificuldades com os meios aéreos”;
“possibilidade de emprego de tropas regulares”;
“possibilidade de usar lanchas equipadas com mísseis e torpedos e mesmo aviões”;
Em 2 de Julho, o ministro da Defesa, em telegrama para Kaúlza de Arriaga afirma “a situação em Moçambique piorou nos últimos 12 meses”.
E em 31 de Julho, na despedida, Kaulza de Arriaga reafirma ao Ministro da Defesa “Julgo ainda insuficientes quantitativamente e deficientes qualitativamente os meios existentes”.
Afinal em que ficamos? No 2º semestre de 1973 a FRELIMO caminha para o esgotamento e os meios são insuficientes? Afinal a guerrilha não estava condenada depois da “Nó Górdio”?!!!
Quanto a “golpes de estado”, aqui vão 2 apontamentos breves:
1.Foi o ariete “anti-Abrilada de 1961” impedindo Botelho Moniz e os chefes militares de levar por diante a demissão de Salazar e iniciar a procura de solução política para o Ultramar.

2.Em 1973, tentou “empalmar” o Movimento dos Capitães dando-se pronto a encabeçar um golpe de estado apoiado pelos generais Luz Cunha, Silvério Marques e Troni. Saiu-lhe o tiro pela culatra graças à reacção imediata de Vasco Lourenço e à denúncia pública dessa intenção feita pelo então Major Fabião, no IAEM, onde frequentava um curso.

Enfim, bem se aplica neste caso o nosso mortífeo ditado, “Elogio em boca própria é vitupério”.

Morais Silva

Anónimo disse...

Bom em relação aos tiros nos pés, cuja análise o Mário Beja Santos refere em relação ao Gen. Kaúlza de Arriaga e decerto virão mais análises, direi o seguinte, usando o parecer dos nossos antigos inimigos em referência a Moçambique "Nó Gordio".
Da Frelimo coronel Sérgio Vieira disse:Não se pense que foi um piqueneique, foi uma operação complexa difícil e esgotante obrigando constantemente a ofensivas e contra ofensivas da nossa parte em permanência.

O General Chipenda disse:Obrigou-nos à dispersão das nossa forças e ao abandono das nossas casas-

A Coronel (uma mulher) Deolinda Guizimane disse:N´s estávamos bastante preocupados.

Coronel Miguel Ambrósio disse:fiquei (45) quarenta e cinco dias sem poder tomar banho porque não tinha tempo.Quem disse que a operação sobre as nossas bases não foi nada, é porque não viu não participou nela.Porque esta operação foi concebida por um General com G Grande.E se alguém disser ou pensar que o Gen Káulza de Arriaga era um general medíocre, então é porque não percebe nada de Guerra.

Quanto a nós é convicção de que sem a operação "Nó Gordio" a Frelimo dentro de alguns meses era dona e senhora e conquistaria mais terreno por ali abaixo.

Carlos Gaspar

paulo santiago disse...

O sr Carlos Gaspar não leu o comentário do Coronel Morais Silva.

P.Santiago

Anónimo disse...

Citando um grande famalicense (neste caso meu irmão), num discurso inflamado no final de um jantar no Clube de columbofilia: “Faço minhas as palavras do orador antecedente”!!! (Zeca Macedo)
Um abraço
Joaquim Costa

Carlos Vinhal disse...

Por sugestão do nosso editor Luís Graça, e com a minha concordância, eliminei o comentário do António Graça de Abreu por demais insultuoso à pessoa do nosso camarada Mário Beja Santos.
Custa-me dizer mas o Graça de Abreu ainda não se apercebeu de que não tem seguidores dos seus comentários quando dirigidos de forma menos correcta ao Mário Beja Santos.
Não voltará a utilizar a mesma linguagem pois no Blogger há meios automáticos de filtragem de comentários considerados indesejáveis.
Carlos Vinhal
Coeditor

antonio graça de abreu disse...

Reconheço, com a cabeça fria, que o meu comentário era despropositado e um bocado infeliz. Acontece-me, às vezes.Já tenho idade para ter juízo.
Abraço,

António Graça de de Abreu

Manuel Luís Lomba disse...

O afã do Beja Santos em comunicar tudo o que se escreve sobre a nossa guerra ultramarina tem muito mérito e valor - é o alimento do nosso blogue. As opiniões suas, nossas e de outrem são livres por direito humano e constitucional. Ninguém pode ser julgado pelas suas opiniões. Só os actos e em alguns casos as omissões é que são passíveis de julgamento.

O Gen. Kaúlza de Arriaga foi um patriota, como patriotas foram os gen. António de Spínola, Costa Gomes e Vasco Gonçalves. As diferenças que os distinguiram - e os separaram - não eram "rácicas", mas ideológicas e políticas

Os conspiradores ainda promessa do MFA aventaram o Gen. Kaúlza de Arriaga para seu patrono; depois de preterido, tratou de montar a sua própria conspiração, o regime estava a cair de maduro, teria sucesso, se o Capitão Vasco Lourenço e o Major Carlos Fabião não lhe provocassem o aborto. A sua ideia-força consistia na reforma do regime "por dentro"; a ideia-força dos que o rejeitaram consistia na mudança do regime "por fora".

Considerando que Portugal era o 2.º país mais antigo da Europa e o 3.º país mais antigo do Mundo, de facto e de direito, essa mudança "por fora" justificava-se?

Nessa altura, conspiravam contra o regime os capitães, o Tenente-coronel Banazol, os generais Kaúlza e até Marcelo Caetano: nesse verão, convocou os Gen. António Spínola e Costa Gomes para o palácio de Queluz e quis entregar-lhe o poder e anular Américo Tomás - que recusaram, já estavam comprometidos com os capitães.

O Gen. Kaúlza tinha um currículo notável, o seu desempenho como Comandante-chefe de Moçambique é valorizado pelo então inimigo (FRELIMO) e desvalorizado pelos seus detractores, os vencedores de Abril.

Além dos que o Carlos Gaspar refere, recordo a reprimenda do PR Samora Machel que envergonhou o Gen. Vasco Gonçalves, o mais alto representante de Portugal nas cerimónias da independência de Moçambique, que sintetizo de memória: -"Os portugueses podiam ter-nos vencido. Os líderes têm que respeitar os que lutaram pelo seu país".

No relativo a este tema, o Morais Silva saberá mais e poderá dizer mais (e melhor) que eu. O seu pedido de aumento de efectivos e de armamento que refere foi feito no contexto da sua tese dum único comandante-chefe para Angola e Moçambique, para possibilitar o investimento e a manobra de grandes exércitos nas suas guerras?

Abr.
Manuel Luís Lomba



Anónimo disse...

Há sempre o medo das palavras sobretudo quando a personagem (neste caso Kaúlza de Arriga)deixou de ser respeitada ou já não couvém ser lembrada.Mas recordo que este homem sempre esteve muito à frente.Como secretário ou subsecretário da Aeronautica, foi responsável pela modernização da Força Aérea Criou então o Batalhão de caçadores PAraquedistas e integrou-os na Força Aérea pois o Exército nem queria ouvir falar deles.Criou as nossas queridas enfermeiras paraquedistas, pois a pioneira da ideia Isabel Mello depois de bater a uma ou duas portas sem sucesso recorreu a Kaúlza de Arriaga.
Quando deflagrou o então denominado "terrorismo" em Angola já a Força Aérea estava implementada em Angola e as estruturas da Base Aérea 9 (em Luanda) a Base Aérea3 ou
AB3(Negage) estavam a ser construídas bem como aeródromos de recurso etc..Bem como os planmos
para Moçambique e Guiné.Pois estando muito à frente bateu-se pelas suas ideias junto
do governo de então.E pensando também no pessoal. Os mini-autocarros mercedes (na altura um luxo) para transporte de pessoal. Os refrigeradores (bebedouros) com água gelada, até Cabinda tinha um embora sendo um pequeno aeródromo.E por aí fora.
A unidade de Paraquedistas em Tancos sei-o muito bem, porque quando estive na Base aérea em Tancos antes de ir para Angola visitava-a muitas vezes.Era uma unidade exemplar cuja higiene e disciplina era patente.Quase se podia beijar o chão.
Gostava de ver os camaradas paraquedistas sobretudo sargentos e oficiais daquele tempo, lembrarem sem vergonha aquele que foi o "Pai dos Paraquedistas em Portugal"Mas perante os novos vencedores o nome é mal quisto.
Um abraço
Carlos Gaspar

paulo santiago disse...

Sempre ouvi dizer que a ideia da criação das enfermeiras paraquedistas partiu de Isabel Rilvas,primeira mulher paraquedista em Portugal.
No quartel do Saltinho,não havia um bebedouro com água gelada,havia um refrigerador (a petróleo)que produzia gelo...foi pedido pelo comandante da companhia,não foi ideia de nenhum General.

P. Santiago

Valdemar Silva disse...

Quando 1967 frequentei o CSM, em Vendas Novas, havia um instruendo, conhecido do atletismo do Benfica vindo de Angola ou Moçambique, não me recordo bem, mas branco e loiro, que até ficou em primeiro lugar no Curso.
Em ambientes mais reservados ele era bastante contestatário do regime, mas segredava com muito entusiasmo estar em estado avançado a criação dos Estados Unidos da África Austral, de que fariam parte a África do Sul, Namíbia, Angola, Moçambique, Rodésia, não me recordo agora a argumentação que apresentava.
Nunca mais soube dele e nunca me esqueci daquela ideia quando apareceu Ian Shmith, e até ter havido rumores de Gritos do Ipiranga de Jorge Jardim, de Kaúlza com o mais armamento e até de Spínola com o bom povo da Guiné.
Que grande patriota foi D. Pedro IV e todos nós também fomos e somos, a questão é a nossa Pátria ser o 2º país mais antigo da Europa.

Abraços
Valdemar Queiroz