Legenda: "Os Recrutas: Bandos de rapazes dos arredores, com os seus pitorescos trajes invadiram a cidade para a incorporação militar. No meio da monotomnia de Lisboa, o seu ar saudável e a sua indumentária característica aparecem como uma alegre saudação do campo. Oxalá so seus braços aprendam depressa o manejo das armas para as trocarem pela prosaica enxada, de glória humilde mas sagrada". Ilustração: B.B (pág. 1)
Fonte: Capa do semanário "O Domingo Ilustrado", nº 1, 18 de janeiro de 1925,12 pp. (Custava 1 escudo.). Cortesia de Hemerateca Digital / Câmara Municipal de Lisboa.
Legenda: "A Parada da Fome: Bandos de operários percorreram a cidade pedindo pão com que matassem a fome. É um espetáculo desolador o que oferece uma sociedade que não consegue assegurar a existência dos que produzem. Sem revoltas e sem excessos contraproducentes, todos temos o dever de arrumar melhor a vida. Por detrás de cada homem está um lar, e se o patriotismo é alguma coisa mais do que uma imagem retórica, façamos lares felizes para que a pátria possa viver". Ilustração: B. B. (pág. 12).
(Seleção, fixação / revisão de texto, reedição de imagens: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, 2025)
1. Estávamos a um ano e 4 meses do golpe militar do 28 de maio de 1926, que levaria à instauração da Ditadura Militar (1926-1933) e do Estado Novo (1933-1974). (*)
(...) [Espelha] uma imagem
profundamente negativa da política, enquanto jogo protagonizado por partidos,
e, consequentemente, da própria democracia, enquanto sistema político. Esta
será a mensagem de fundo que trespassará subliminarmente todas as edições
até ao golpe de 28 de Maio de 1926. Era então chegada a hora de aclamar
sem reservas as forças que, sob o comando do general Gomes da Costa, se
sublevaram em Braga e se põem em movimento para Lisboa para confiscar o
poder. O DI está ao serviço da sua legitimação e da mobilização da nação:
«Este Homem tem poder: Ajudemos este homem a salvar Portugal!» −
proclama em primeira página, ilustrada com a bandeira nacional e uma fotografia di militar" (...)
Um dos fundadores e diretor do DI foi o conhecido Leitão de Barros (1896-1967), professor, realizador de cinema (Nazaré, 1927; Maria do Mar, 1930: A Severa, 1931; As Pupilas do Semhor Reitor, 1935; Ala, Arriba!, 1942; Camões, 1946...), escritor, jornalista, dramaturgo, cenógrafo, pintor, próximo de figuras do poder (António Ferro, Duarte Pacheco, Salazar...) sem contudo ter sido um "salazarista" indefetível (ecompletamente esquecido depois do 25 de Abril).
(...) "O seu interesse pelas artes gráficas levaram-no a Frankental, na Alemanha, onde fez a aprendizagem da heliogravura. Foi um difusor deste processo em Portugal que fez brilhar no DI e, posteriormente, no Notícias Ilustrado, que também dirigiu, e no Século Ilustrado." (**)
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Notas do editor:(*) Último poste da série > 2 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26338: Foi há 100 anos (1): "bodo aos pobres" por parte dos Armazéns Grandella, em 1 de janeiro de 1925 (Recorte do "Diário de Lisboa, 2/1/1925)
2 comentários:
Ainda me recordo, dos anos 50, os meus avós, tanto paterno como materno, usarem estes barretes (pretos, sem orla vermelha)...Além de cobrirem a cabeça, também funcionavam como porta-moedas... E era lá que o meu avô paterno (o da vila) guardava o isqueiro e o saquinho com o tabanco de enrolar...
Para saber mais....
Sobre os trajes dos saloios nos séc. XIX e primeira metade do séc. XX
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