A laranja doce (Citrus sinensis, var. dulcis). Foi trazida do Oriente, no séc. XVI, pelos navegadores e mercadores portugueses, e disseminada pelo sul da Europa, a África, o Brasil... Em muitas regiões do Mediterrâneo, do Médio Oriente e até do Cáucaso, a palavra para "laranja" remeta diretamente a "Portugal".
Mas há um pormenor a ter em conta, as laranjeiras (a par de como muitas outras árvores de fruto e outros produtos agrícolas) não são nativas da região nem do continente, pelo que não são espontâneas ou selvagens como se poderia pensar.
Em Bissau e em todo o Nordeste, a vida das laranjeiras é muito curta, precisamente devido à pobreza dos solo em certos nutrientes orgânicos de que, certamente, precisam.
Um pormenor não menos importante sobre a história dos primeiros contactos e das chamadas "Descobertas" e das fases subsequentes, é que durante muito tempo os interesses dos navegadores/exploradores não seria a colonização propriamente dita (que cronologicamente só vai aparecer mais tarde), mas sim o intercâmbio comercial (mesmo se desigual).
Em conclusão, e sem querer branquear Portugal e os portugueses, podemos afirmar que nem sempre foi um país "colonialista" como comumente se julga, e que a colonização que aconteceu em alguns países, para além de tardia, durou pouco tempo, contrariamente ao período que no estudo da História é conhecido por 'mercantilista' e em que Portugal se teria distinguido dos outros países, seus vizinhos e rivais.(...) (**)
quinta-feira, 21 de agosto de 2025 às 12:30:00 WEST
É verdade, Cherno, é intelectualmente honesto reconhecer-se o papel (pioneiro) dos navegadores e mercadores portugueses na abertura da primeira "autoestrada marítima da globalização".
Como toda a ação humana coletiva, a "expansão marítima portuguesa" teve efeitos benéficos mas também teve efeitos perversos, contra-intuitivos ou não-esperados.
A laranja, tal como a conhecemos hoje, a laranja doce, foi umas das coisas boas que chegaram até nós (e à nossa mesa). A laranjeira é a árvore de fruto mais plantada em todo o mundo...
A laranja doce (Citrus sinensis, var. dulcis) é originária da Ásia, numa região que inclui a China, o nordeste da Índia e o sudeste asiático. O cultivo da variedade doce começou há milhares de anos. Há referências a esta fruta, na literatura chinesa, que datam de, pelo menos, 314 a.C.
Já antes, na Idade Média tinha sido introduzida pelos árabes, na Europa, a laranja azeda (Citrus aurantium). De resto, a palavra "laranja" vem do árabe nāranj (em castelhano, naranja).
Cabe aos navegadores e mercadores portugueses, no séc. XVI, o mérito de ter trazido a laranja doce, das suas viagens ao Oriente (e nomeadamente á China).
Esta nova variedade, mais apreciada pelo seu sabor, foi rapidamente adotada e o seu cultivo espalhou-se logo pela bacia do Mediterrâneo.
A associação de Portugal a esta fruta tornou-se tão forte que, em várias línguas,a palavra para "laranja" deriva do nome de Portugal. De facto, com a expansão marítima portuguesa, a variedade doce (Citrus sinensis, var. dulcis) difundiu-se rapidamente e ganhou... "quota de merecado" (como diríamos hoje, em linguagem de marquetingue).
Não admira, por isso, que em muitas regiões do Mediterrâneo, do Médio Oriente e até do Cáucaso, a palavra para "laranja" remeta diretamente a "Portugal", porque foi justamente através dos navegadores e mercadores portugueses que o fruto chegou. Em várias línguas o seu nome ficou associado a Portugal, coisa que eu não sabia de todo ("santa ignorância"!)
turco: portakal
grego: portokáli (πορτοκάλι)
persa: porteghal
búlgaro: portokal (портокал)
romeno: portocală
georgiano: phortokhali (ფორთოხალი)
árabe marroquino (dialetal): lārānž portuqālī
árabe moderno: borṭuḳān ( برتقال ) (***)
Seguindo as rotas comerciais e, depois, da colonização, os portugueses levaram a laranja doce para o continente africano, onde a aclimataram em diversos pontos das suas feitorias e colónias.
Em África, a cultura da laranja, tanto azeda como doce, foi introduzida em várias partes do Norte de África, ligando-se à presença árabe e posteriormente aos portugueses. A laranja- doce espalhou-se, sobretudo, a partir do século XVI.
De igual forma, com o estabelecimento do Brasil como colónia, os portugueses introduziram a cultura dos citrinos no novo território, onde as condições climáticas se revelaram extremamente favoráveis. A laranja adaptou-se tão bem que o Brasil é, atualmente, o maior produtor mundial deste fruto (produz
No Brasil, oss portugueses trouxeram os primeiros pés de laranja doce ao Brasil por volta de 1530, principalmente para combater o escorbuto durante as longas viagens marítimas. Inicialmente, o cultivo ficou restrito ao litoral, expandindo-se depois pelo país.
(Pesquisa: LG + IA / Gemini / Perplexity / ChatGPT | Condensação / revisão / fixação de texto, negritos, título: LG)
(**) Último poste da série > 20 de agosto de 2025 > Guiné 61/74 - P27136: Felizmente ainda há verão em 2025 (19): Tradicional reunião de família na região duriense (Joaquim Costa, ex-Fur Mil API)
Em árabe moderno, a palavra Borṭuḳān (árabe: برتقال) significa simplesmente laranja, o fruto cítrico.
ÓikNo entanto, por trás dessa tradução direta, esconde-se uma fascinante história etimológica que liga diretamente o fruto a Portugal.
A própria palavra "Borṭuḳān" é uma derivação do nome do país, Portugal. Esta ligação linguística remonta à época em que os comerciantes portugueses introduziram a laranja doce na região do Mediterrâneo e no Médio Oriente. Antes da chegada das laranjas doces, trazidas pelos portugueses da Ásia, a variedade predominante na região era a laranja amarga ou azeda, conhecida em árabe como "nāranj" (نارنج), uma palavra de origem persa.
Com a popularização da nova e doce variedade de laranja, muitos povos da região associaram o fruto aos mercadores que a disseminaram. Assim, em diversas línguas, a palavra para "laranja" tornou-se um cognato de "Portugal".
Esta herança linguística é visível não só no árabe, mas também em línguas como o turco ("portakal"), o grego ("portokáli") e o persa ("porteghal").
Portanto, quando um falante de árabe moderno pede um "Borṭuḳān", está, sem saber, a evocar uma parte da história da exploração e do comércio marítimo português, que deixou uma marca indelével não só na cultura e na gastronomia, mas também no vocabulário de muitas nações. A palavra é um testemunho duradouro do papel de Portugal na disseminação global deste popular fruto. (Fonte: IA/Gemini).
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