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quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Guiné 61/74 - P27343: S(C)em Comentários (79): Das "Vinhas de Ira" às "sopas de cavalo cansado", passando pelos verdes que me faziam azia... Tudo isto para dizer que prefiro...os maduros (Virgílio Teixeira, Vila do Conde)


O vinho verde branco "Camperlo" que também se
bebia em Bissau (passe a pblicidade...). 
Foto: Vt (2025)


1. Comentário (e fotos) do Virgílio Teixeira, ao poste P27280 (*)



As Vinhas da Ira. Romance de John Steinbeck, Escrito em 1939. A sua obra-prima. Adaptado ao cinema, surge o filme em 1940, dirigido por John Ford, com Henry Fonda como principal protagonista. Vi este filme ainda com 10 a 12 anos. Nunca o esqueci.

Dei este titulo ao comentário por me fazer lembrar as vinhas,  os vinhos e as bebedeiras....

O Luis fala e elenca uma série de vinhos que se bebiam no CTIG, eu conhecia todos, exceto o "Casal Mendes", que não me lembro de ver no meu tempo.

E naturalmente os Alvarinhos que já eram e são artigos de luxo, bebo quando mos oferecem, mas
não compro, até porque não sou apreciador de vinhos verdes, parece que me fazem azia, não os troco por maduros nrancos de qualidade, com graduação acentuada, e tintos obviamente.

O mais consumido por mim era o "Casal Garcia", que, ainda pós-desmobilização, bebia nos
dias muito quentes, mas tudo passa.

Na sequência no excelente trabalho inserto no Poste 27280, resolvi intervir com algo para mais conversa, senão a IA escreve tudo por nós e eu não sei defender-me!

Desde ainda criança começou a minha iniciação dos vinhos como tantos outros conhecem.
 
Estamos ainda em plena 2a guerra mundial, os bens escacionavam, o pequeno almoço eram as celebres "sopas de cavalo cansado": malga com broa desfeita ou casqueiro militar aos bocados; rega-se com vinho tinto, verde de pipa ou garrafão, adicionamos muito açúcar amarelo e depois é só comer.

 Não sei se fez bem ou mal, era o que havia!

E sempre bebia vinho às refeições, era de garrafão de vidro encestado.
 
Lembro me por exemplo, uma despedida de ano, talvez 59 ou 60, e num autocarro dos STCP, em plena Baixa Portuense, foi festejada a efeméride com garrafas de champanhe da conceituada marca  "Magos", uma garrafinha de 0,25

Sem direito a copo, que se abria com as cápsulas tipo cerveja e de águas do "Sameiro". Por isso nós, quando se falava dessa cápsula chamávamos de "Sameira".

Nas brincadeiras de jogar com elas, com enchimento de casca de laranja, e com os dedos fazer as corridas nas bermas dos passeios, sem sair das linhas até chegar o primeiro.

"Casal Mendes"
(passe a publicidade)
que eu náo conheci.
Foto: Vt (2025)

Que raio de brincadeiras que nem os Fulas ou Felupes as adoptaram. Não havia passeios, nem saneiras nem cascas de laranja, talvez.

O vinho que aqui se fala, o "Campelo", verde tinto e verde branco, faziam parte das bebidas de café. Encontrei 2 garrafas com rótulo original numa prateleira. A versão tinto e a versão branco que também a bebi na Guiné.
 

 O "Casal Mendes" não conheci, temos uma garrafa actual em foto, na prateleira de garrafeira. Nunca provei.

O vinho verde branco, bebe se fresco ou geladinho e não se nota defeitos. Nada como alguns vinhos Alvarinho, que são uma selecção à parte. "Palácio da Brejoeiro"  e outros.
 
Afinal não sou cliente de verdes!
 
Nunca vi uma vindima [excepto as que fazia por conta própria nos meus 10 anos nas videiras dos vizinhos]. Depois uma grande dor de barriga!
 
Abraços fraternos.(**)
 
Virgílio Teixeira
Em 2025 10 04

 PS - Nesta hora, ano 67,  já tinha feito o trajecto nos "barcos turra", e por estrda em coluna a caminho de Nova Lamego]. Já passaram 58 anos...




Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Dmingos, 1967 /69);  natural do Porto, vive em Vila do Conde.


______________

Notas do editor LG:


Vd. também postes de:

26 de setembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27255: Felizmente ainda há verão em 2025 (39): Quem se lembra do vinho verde branco, "Gatão, em garrafa de cantil com argola, que depois servia para fazer candeeiros de mesa de cabeceira nos nossos "resorts" turísticos ?

20 de setembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27232: Felizmente ainda há verão em 2025 (35): os vinhos verdes que aprendemos a gostar na guerra: Casal Garcia, Aveleda, Gatão, Três Marias, Lagosta, Palácio da Brejoeira (...sem esquecer o Mateus Rosé, da Sogrape)

11 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14598: A bianda nossa de cada dia (5): Se a vida era boa em Lisboa, em Bissau nem tudo era mau... Do arroz de todas cores ao vinho verde alvarinho "Palácio da Brejoeira"... (Hélder Sousa)

11 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14595: A bianda nossa de cada dia (4): Os nossos "chefs gourmet", lá no mato.. A fome aguçava o engenho... (Jorge Rosales / Manuel Serôdio / Vasco Pires)

9 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14589: A bianda nossa de cada dia (3): o melhor casqueiro da zona leste, amassado e cozido em forno a lenha pelo Jacinto Cristina e pelo Manuel Sobral, no destacamento da ponte Caium... Mas nem só de pão viviam os homens do 3º Gr Comb, os "fantasmas do leste", da CCAÇ 3546 (Piche, 1972/74)

7 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14584: A bianda nossa de cada dia (2): homenagem ao nosso cozinheiro Manuel, hoje empresário de restauração (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Nova Lamego, Paunca, 1969/1970)

5 de maio de 2015 Guiné 63/74 - P14574: A bianda nossa de cada dia (1): histórias do pão e do vinho... precisam-se!


(**) Último poste da série > 1 de outubro de 2025 > Guiné 61/74 - P27273: S(C)em Comentários (78): Na Guerra (tal como na Política) Não Vale Tudo... (António Rosinha / Cherno Baldé / Luís Graça)

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