quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Guiné 61/74 - P21448: Em busca de... (307): Camaradas do Celestino Augusto Patrício Madeira, ex-fur mil, CCAÇ 2316 / BCAÇ 2835 (Bissau, Mejo, Gandembel, Guileje, Gadamael, Ganturé, 1968/69) (Rui Pedro Madeira e Silva, neto)



Foto nº 1


Foto nº 2

Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 2316 (19658/69) > Fotos do fur mil Celetino  A. P. Madeira, tirada provavelmente em 1969, em Guileje, na parada Alf[eres] Tavares Machado.



Foto nº 3

O Celestino A. P Madeira, que felizmente ainda está entre nós... Convidamo-lo, através do neto, a integrar a nossa Tabanca Grande... 

1, Mensagem do nosso leitor Rui Pedro Madeira e Silva, neto do fur mil, CCAÇ 2316 / BCAÇ 2835 (Bissau, Bula, Mejo, Gandembel, Guileje, Gadamael, Ganturé, Bissau, 1968/69):


Date: sábado, 3/10/2020 à(s) 21:04
Subject: Celestino Augusto Patrício Madeira - Batalhão de Caçadores 2835; Companhia de Caçadores 2316, Guiné - Mensagem do neto.

Exmos. Senhores,

É com um completo fascínio que descobri o vosso blogue.

Falo-vos como Neto do vosso Camarada, o Furriel Celestino Augusto Patrício Madeira, que pertenceu ao Batalhão de Caçadores 2835, da Companhia de Caçadores 2316 e serviu na Guiné (salvo erro) em 1968/1969.

Procurei extensivamente no vosso blogue sobre o Batalhão e sobre a Companhia, mas a única menção dele que descobri foi um print de um documento que representa a Relação Nominal do Pessoal da Companhia de Caçadores 2316. (*)






Em anexo, junto algumas fotos dele, de modo a que o possam reconhecer, ou conhecer outros camaradas, vossos e dele, que o conheçam.

O meu avô nunca falou muito à família sobre a sua experiência da Guerra, e eu, um pouco no espírito de curiosidade dele, gostava de obter algum relato, registo fotográfico, ou qualquer outra informação que V. Exas. possam ter sobre ele, se assim me for permitido.

Só nos últimos anos é que se foi abrindo sobre o assunto e possui agora em casa uma prateleira dedicada a essas memórias da passagem dele na Guerra, incluindo fotografias e outros adornos, nomeadamente a insígnia do Batalhão 2835.

Além do mais, também lhes pedia, se for possível, que me fizessem um pequeno sumário do percurso do Batalhão ao longo da campanha em que estiveram na Guiné, para perceber melhor por aquilo que passou.

Em jeito final, agradeço muito o vosso trabalho, em meu nome e da minha Mãe, filha do Furriel Madeira, por permitirem que saibamos mais sobre o meu Avô.

Os veteranos da Guerra foram esquecidos, mas vocês não se esquecem uns dos outros e isso inspira-me.

Esperando ler de V. Exas.,
Os melhores cumprimentos,
Rui Madeira e Silva
+351 967 10 20 40

 


Brasão da CCAÇ 2316 / BCAÇ 2835. Cortesia do Rui Madeira e Silva


2. Resposta do nosso colaborador permanente, José Martins;

Date: terça, 6/10/2020 à(s) 15:35 

Boa tarde

Acerca do solicitado, pouco mais podemos acrescentar ao que o Rui Madeira já tem.

Do Arquivo Histórico Militar já tem a relação nominal dos graduados da CCaç 2316 [, donde consta o nome do seu avô] [*)

Em UTW - Ultramar TerraWeb, tem 
os crachás do Batalhão e das companhias orgânicas, que já deve conhecer.

Dos livros da CECA [, Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974] pode ver, no 7º volume, tomo 11, pp. 107 a 119 a composição do comando do Batalhão e a atividade operacional, condensada [, Reproduzimos alguns excertos abaixo, da cópia em pdf, disponível na Net].

Estas são as dicas que podemos disponibilizar, utilizando o que já se encontra disponibilizado na Net.

Pode consultar o processo individual do avô, presencialmente, no Arquivo Geral do Exército, em Chelas, tendo necessidade de ter a data e local de nascimento, e o local em que foi recenseado, caso não tenha sido o local da naturalidade.

Fui contemporâneo do Celestino Madeira, uma vez que a minha CCaç 5 [, "Gatos Pretos", Canjadude, 1968/70,] estava dependente, operacionalmente, do BCAÇ 2835 [
Bissau, Nova Lamego, 1968/69] .

Apesar da CCaç 2316 ser uma companhia orgânica do BCAÇ 2835, nunca esteve dependente operacionalmente dependente daquele, como se pode ver pela leitura do resumo da companhia.

Em http://ultramar.terraweb.biz/index.htm, clicar em "pesquisa no portal UTW" e colocar na página que surgir, em baixo no quadro "pesquisar", o marcador  "ccac 2316", sem pontos virgulas,  cedilhas, etc.

Algo mais que possa ajudar, disponham.

Abraço para todos e um abraço ao "nosso neto" Rui, já que os netos dos nossos camaradas, nossos netos são.

Zé Martins



Actividade operacional da CCAÇ 2316



Fonte: Portugal. Estado Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7º volume: fichas das unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 107-110 (excertos). 

3. Comentário do editor Luís Graça:

Meu caro Rui, obrigado, antes de mais, pelo elogio que faz ao nosso blogue, e pelo seu caloroso contacto, que nos obrigou a uma pesquisa adicional sobre o batalhão e a companhia a que pertenceu o seu querido avô e nosso saudoso camarada Celestino Madeira.

Temos cerca de duas de dezenas de referências à CCAÇ 2316,  que passou por Bissau, Bula, Mejo, Guileje, Gadamael, Bissau, e alguns dos capitães que a comandaram, como o Joaquim Evónio Rodrigues de Vasconcelos e o [Octávio Manuel] Barbosa Henriques (***).

Como já vimos acima, o BCAÇ 2835 (Nova Lamego, 1968/69), constituido pela CCS, e pelas unidades de quadrícula, CCAÇ 2315, 2316 e 2317, teve como unidade de mobilização o RI 15, Tomar.  Partiu para o TO da Guiné em  17/1/68, e regressou a  4/12/69. 

O nosso colaborador permanente, José Martins que conhece bem o Arquivo Histórico.Militar, já lhe disse o essencial e já satisfez, em parte, a sua legítima curiosidade como neto.  Costumamos dizer no nosso blogue, que os filhos e os netos dos nossos camaradas nossos filhos e netos são.

Ficamos muito semsibilizados pelo seu gesto. Transmita as nossas melhores saudações ao seu avô, à sua querida mãe e, a esta em particular,  diga-lhe que o pai dela e os seus camaradas da CCç 2316 foram, seguramente, homens e militares que honraram a sua Pátria e estiveram em "sítios duros de roer" como, no sul da Guiné, a região de Tombali: Mejo, Gandembel, Guileje, Gadamael, Ganturé... Temos muitas referências no nosso blogue sobre estes topónimos, que foram lugares de "sangue, suor e lágrimas".

Infelizmente não dispomos, ainda, em papel ou em suporte digital a história da CCAÇ 2316. Pode ser que o Rui a consiga obter. fotocopiada, a partir do exemplar existente no Arquivo Histórico Militar. 

Mas entretanto dê- nos  mais dados biográficos sobre o seu avó, incluindo o ano e o local do nascimento, onde mora, o que tem feito...

Pode ser, por outro lado, que haja alguns dos seus camaradas de companhia (e até do batalhão) que tenham privado mais com ele, e que nos mandem fotos e histórias passadas com ele. 

Se não achar inconveniente, divulgamos o seu nº de telemóvel para eventuais contactos dos nossos leitores. Vá-nos dando notícias. Fica aqui o seu (e nosso)  apelo. (****)

___________

Notas do editor:

 
(**) Vd. poste de 30 de junho de  2012 > Guiné 63/74 - P10093: In Memoriam (120): Cor inf ref e escritor Joaquim Evónio Rodrigues de Vasconcelos (Funchal, 1938 - Lisboa, 2012), comandante das CCAÇ 727 (1964/66) e CCAÇ 2316 (1968/69) (António Costa / Carlos Vinhal) 


(*****) Último poste da série > 7 de junho de 2020 > Guiné 61/74 - P21052: Em busca de... (306): 1º Cabo Apontador de Metralhadora, nº 03122666, José Manuel Espínola Picanço, CART 1659 (Gadamael e Ganturé, 1967/68) (Mário Gaspar)

3 comentários:

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

A Cart 1692 (Cacine e Cameconde) pertencia ao BArt 1896 e BCaç 2834. Estando em Cacine, vi passar a CCaç 2316 para Mejo. O Comandante era o Cap. Infª Ivónio Vasconcelos que o blog já conhece. Ficou ferido por uma mina nos arredores de Mejo (creio eu) e assim acabou a sua carreira militar.
Não tive masi contacto com a CCaç 2316 que este sempre a actuar distante da CArt 1692 que deixou o sector pelo Ano Novo de 1969.

Um Ab.
António J. P. Costa

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Rui, peço imediatamente desculpa e vou já corrigir... Matei o teu avô...no blogue... Li mal, a correr, o teu mail. Um grande abraço para o avô que felizmente ainda está entre nós... Saúde e longa vida para ele...

E quero vê-lo aqui ao nosso lado, na Tabanca Grande, "apadrinhado" pelo neto...Basta-nos mais umas linhas de apresentação, a a mostrar o interesse em partilhar as suas memórias,,, Somos já 820 entre vivos e mortos, os membros da Tabanca Grande. Saudações.

O editor LG

Anónimo disse...

Rui Pedro Madeira e Silva (por email)
14 out 2020 12:57


Meu caro Luís, não tem qualquer problema, ora essa!

O português traiu-me quando afirmei que "nos últimos anos foi-se abrindo", onde só queria dar conta que só nos últimos 2-3 anos é que ele se foi abrindo relativamente aos tempos do Ultramar. Eu estou muitas vezes com ele, e fala-me várias vezes do assunto agora.

Acrescentando ao e-mail anterior, irei pois tentar obter mais informações pessoais junto dele e até mesmo algumas fotografias que sei que guarda num ou mais álbuns.

Quando tiver a oportunidade de ir a Lisboa, tentarei junto do Arquivo Militar marcar uma visita para ler o processo individual dele.

O meu avô Celestino é do Interior Profundo, mais concretamente, da Freguesia de Escalhão, Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. Foi para Aveiro bem cedo na vida, juntamente com os meus bisavós, em busca de uma vida melhor.

Terá sido nesta cidade que fez o recenseamento militar, embora não o possa confirmar.

Esteve no RI 15, em Tomar, pelo que sei.

Novamente, um abraço!


Os melhores cumprimentos,

Rui Madeira e Silva