sábado, 28 de novembro de 2020

Guiné 61/74 - P21588: Em busca de... (308): Camaradas do meu pai, Paulo Vitorino da Costa Gomes de Pinho, do EREC 2641 (Bula, 1970/72), que infelizmente teve um AVC em 2008 e perdeu a fala (Ana Pinho, filha)



Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4



Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8


Foto nº 9



Foto nº 10


Foto nº 11

Fotos, s/d, s/l, do álbum do camarada Paulo Vitorino da Costa Gomes de Pinho, EREC 2641 (Bula, 1970/72)

Foto (e legenda): © Ana Pinho(2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de Ana Pinho, filha de Paulo Vitorino da Costa Gomes de Pinho, EREC 2641 (Bula, 1970/72)

Data - domingo, 22/11, 14:47 
Assunto - Bula, EREC 2641



 
Boa tarde,

O meu nome é Ana Pinho e o meu pai, Paulo Vitorino da Costa Gomes de Pinho, fez parte do Esquadrão de Reconhecimento [EREC] 2641. Trouxe com ele montes de fotografias que acho que deviam de ser partilhadas.

Neste momento o meu pai já não está nos seus melhores dias e deixou de falar desde 2008. (Teve um AVC que lhe provocou a perda da fala.) Portanto, é muito difícil identificar as pessoas nas fotografias. Mas sei que ele gostaria de saber o paradeiro dos seus colegas.

Deixo aqui algumas provas. Se achar que é de seu interesse, tenho todo o gosto em digitalizá-las a todas.
O meu pai é o que se encontra dentro da Panhard [Foto nº 1].

Obrigada e fico a aguardar resposta,
Ana Pinho

2. Comentário do editor Luís Graça:

Ana, obrigado pelo seu contacto. Deixe-me que lhe diga que acho bonito o seu gesto, e mais do que isso: é um acto de grande ternura, e de amor filial. E vamos tentar ajudá-la... "porque os filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são".

É uma situação dura, ter um pai, a sofrer as sequelas de um AVC, há 12 anos, e se calhar a pior das quais é não poder falar... Mas espero que ele possa comunicar consigo de outras maneiras, por exemplo, pelo gesto, pela escrita, ou não ? E espero também que ela possa manifestar alguma forma de regozijp por ver publicadas, no Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, estas fotos que a Ana nos mandou, na esperança de poder encontrar ainda, vivos, camaradas dele, do EREC 2641 (**).

Infelizmente só temos, até agora, 1 referência ao EREC 2641 (Bula, 1970/72). Mas temos mais (uma dezena)  sobre o EREC 3432 (Bula, 1972/74) que foi substituir (ou render) a subunidade a que pertencia o seu pai. 

Temos inclusive, como membro da nossa Tabanca Grande, um camarada, do EREC 3432, que tem um blogue justamente dedicado a Bula e ao Esquadrões de Reconhecimento Panhard (, além de uma página no Facebook). Pode ser que ele nos ajude a legendar as fotos que a Ana nos mandou, sem legendas, e que nós procurámos recuperar e reeditar. [Vd. fotos acima, numeradas de 1 a 11].

O camarada que eu refiro é o José Ramos, ex-1º cabo cav, condutor de Panhard, do EREC 3432, que esteve em Bula, de 1972 a 1974. É possível até que tenha conhecido e convivido, mesmo que por pouco tempo, com o seu pai. Mas já se passou meio século, é muito tempo...

A Ana não nos  disse qual era posto e a especialidade do seu pai. Esses elementos devem constar da sua caderneta militar... Também não nos disse o pai mora, se alguma vez foi a algum convívio anual do pessoal do EREC 2641, etc. 

Por outro lado, é importante que nos diga em que fotos aparece o seu pai, para além da foto nº 1 (em que é impossível reconhecê-lo). 

Na foto nº 7, aparece um operador de transmissões. Na foto nº 2, há um condutor, de óculos escuros, rodeado de miúdos (presume-se que sejam de Bula, a localidade onde o EREC 2461 estava aquartelado). 

As outras fotos são de grupo (nºs 3 e 4) ou individuais, podendo ser também de camaradas e amigos do seu pai (nºs 8, 9, 10, 11)... Todavia, as fotos nº 8, 9 e 11 parecem-me ser do seu pai  (na nº 9, talvez já depois do regresso, há uma cadeirinha de bebé, atrás dele,  sem bigode...).

A Foto nº 5 é de Mansabá, e já foi por nós publicada (*). Um dos nossos coeditores, o Carlos Vinhal, estava lá e conta-nos como foi esse ataque ao aquartelamento de Mansabá,em 12 de novembro de 1970. Não sabemos como essa foto foi parar ao álbum do seu pai, já que se trata de uma região (Oio) diferente daquela onde o seu pai prestou serviço (região do Cacheu: vd. aqui a carta de Bula].

Vamos fazer um apelo aos camaradas que passaram por Bula, dos diferentes EREC, e sobretudo aos camaradas do seu pai, do EREC 2461 (1970/72). Pode ser que nos leiam e nos ajudem a legendar as fotos.

Em relação à possibilidade de nos mandar mais fotos do álbum do seu pai, teremos que trocar mais mails (ou falarmos por telemóvel) para ver: (i) a quantidade; (ii)  a qualidade; (iii) o estado em que estão; (iv) se estão emolduradas ou coladas no álbum; (v) o seu interesse documental (, por exemplo, fotos de grupo, de viaturas, de instalações, de lugares, de colunas e operações, etc.) 

Para já publicamos estas, que são uma amostra, e que vieram sem legendas.

_________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 20 de setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1091: Memórias de Mansabá (5): O terrível ataque ao aquartelamento em 12 de Novembro de 1970 (Carlos Vinhal)

(**) Último poste da série > 14 de outubro de 2020 > Guiné 61/74 - P21448: Em busca de... (307): Camaradas do Celestino Augusto Patrício Madeira, ex-fur mil, CCAÇ 2316 / BCAÇ 2835 (Bissau, Mejo, Gandembel, Guileje, Gadamael, Ganturé, 1968/69) (Rui Pedro Madeira e Silva, neto)

8 comentários:

Cesar Dias disse...

Bom dia Luis, sobre essa foto de Mansabá, venho mais uma vez dizer que nesse dia as Panhards foram fundamentais na defesa do aquartelamento, pois ao fundo da pista havia um canhão que fez esse estrago na enfermaria, vi as panhards a avançar pela pista fora e foi aí que começou a debandado dos agressores, o Carlos deve recordar bem esse dia.

As panhards estiveram estacionadas ali para proteção aos trabalhos da estrada até Farim

Um abraço
César Dias

Carlos Vinhal disse...

Bom dia.
O camarada César Dias, já "velhinho" nessa altura, está bem lembrado desse trágico dia. E eu também.
Consta na Ficha do ERec 2641:
"Após ter deslocado, em 30OUT70, um Pelotão para Mansabá em reforço do BCaç 2885 e depois do COP 6, foi colocado, em 22NOV70, em Mansabá, em reforço do COP 6, a fim de colaborar na segurança e protecção dos trabalhos da estrada Mansabá-Farim e das colunas de transporte de materiais..."
Na HU da CArt 2732 - Capítulo II - Actividades no TO da Guiné/Fascículo V - Período de 01NOV70 a 30NOV70 - A - Situação Geral - 4. Nossas Tropas [...] 3. a) Agrupamento das Forças de Intervenção (1) - Sub-Agrupamento M
- CCAÇ PARAS 122 Ref 02 GCOMB/CCP 121
- 01 PEL REC/2641(-)
- CART 2732 (-)
[...]
Sub-Agrupamento C
- Comandante: Comandante do ERec 2641
- Forças sediadas em Mansabá: ERec 2641(-)

Ainda hoje guardo aquela sensação de (mais) segurança quando nas nossa deslocações em colunas logísticas íamos apoiados pelas Panhards, muitas vezes a abrir a coluna, a meio desta e a fechar.
E imagino a sensação de alívio do Dias quando deixou definitivamente Mansabá para, de Mansoa, regressar a casa, via Bissau. Aqueles tempos foram mesmo duros. Este ataque de 12 de Novembro de 1970 coincidiu com o início dos trabalhos, tentando desmobilizar/atemorizar os trabalhadores civis contratados. Muitos fugiram nessa noite.

Carlos Vinhal
Fur Mil Art MA
CART 2732

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Pergunto à malta de cavalaria e de transmissões: a foto nº 7, afinal, não me parece ser de um operador de transmissões...É alguém (condutor ?) que está a verificar um "painel" da Panhard ?...

Ficamos gratos pelos possíveis esclarecimentos. LG

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Ó César, desculpa lá, já não me lembrava que também tu andaste por essas estãncias turísticas!... Não foi só o bem-bom (?) de Mansoa, sede do batalhão, onde já se respirava um pouco de civilização (?) e tinha uma estrada que levava... direitinho a Bissau, pelo menos a quem podia dar-se ao luxo (ou correr o risco) de um "desenfianço".


10 DE ABRIL DE 2009
Guiné 63/74 - P4168: Os Bu...rakos em que vivemos (4): Acampamentos de apoio à construção da estrada Mansabá/Farim (César Dias)



Anónimo disse...

José Ramos (por email. c/c Ana Pinto)
28 nov 2020 13:56


Boa tarde Luís,

respondendo ao teu apelo e da Ana, deixo-vos aqui algumas informações que, caso a Ana possa fornecer mais elementos do pai, como aliás sugeres, talvez possam ir mais longe, embora sempre condicionados pelo tempo que já passou.

Passando a responder. O ERec 2641-2ª Fase foi a que fomos render. Esta segunda fase esteve em sobreposição com o ERec 3432-1ª Fase, pelo que o pai da Ana pode, eventualmente, ser reconhecido por camaradas dessa fase do meu esquadrão. Eu ainda estive algumas semanas com eles, mas não tenho qualquer lembrança do nome.

Nas fotos que vejo no teu blogue identifico as seguintes, mas nenhuma corresponde à minha fase:

n.º 6 vista da caserna dos praças

n.º 8 Fur Crayon Gonçalves (ERec 3432-1.ª Fase)

n.º 10 Fur Gomes (ERec 3432-1.ª Fase)

No meu blogue tenho fotos de Encontros realizados ao longo dos anos onde estão muitos elementos dessa primeira fase e em função de novas informações poderemos tentar outras abordagens.

Pode também a Ana consultar o blogue
https://bula-e-rec-aml-2454.webnode.pt/#!

que menciona o ERec 2641.

Eu já dei uma vista de olhos, mas não encontrei referência ao nome do pai. Outra hipótese para poder ter mais elementos será a consulta da história da unidade: Caixa n.º 85-2.ª Div/4.ª Sec do AHM (Arquivo Histórico Militar) .

Por último deixo igualmente uma palavra de apreço ao gesto da Ana. Pena que não seja seguido por outros descendentes de quem tem que viver com mágoa tempos em que deveria ter podido viver apenas os sonhos de um jovem.

Dá notícias. Saúde. Abraço.

José Ramos

Cesar Dias disse...

Luis, embora seja um comentário à margem do post, sempre ouvi dizer que a estrada Bissau-Mansoa era a linha do Estoril, mas as opiniões dividem-se pelo que tenho lido por aqui, pois cada um saberá por aquilo que passou, para mim, foi a linha do Estoril, sempre que fui a Bissau, poucas vezes, mas foi sempre pacifico.
Um abraço

César Dias

























































Joaquim Pinho disse...

Boa Tarde
O Paulo Pinho já não vejo há anos! e não sabia do seu estado de Saúde--Tem um Irmão da minha idade da Carreira de Saude Publica e uma irmã -pelo menos- que vive na casa de Familia na Rua Arantes de Oliveira junto à primitiva Escola Industrial.
São descendentes do mais antigo industrial de Chapelaria de S.João da Madeira----JOÃO GOMES DE PINHO -(Fábrica de Chapéus de Felto e de Lã-) ,que em 1933 era Gomes de Pinho & Dias--(nesta altura o preço de fábrica era de 6$oo--cada "chico"ou "chiquitos"--chapéus de lâ desde 12$00
e chapéus feltro desde 27$00)e o último proprietário foi o pai do Paulo---na Rua Gago Coutinho--edificio que já não existe,junto á filial do Sporting

Joaquim Pinho disse...

Não me identifiquei
Joaquim Pinho--não fui militar --Reserva