terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24973: Facebook...ando (47): José Claudino da Silva, "o Puto de Senradelas": o novo livro de memórias, apresentado no passado dia 15, na sua terra natal, Penafiel







Penafiel > Biblioteca Municipal > 15 de dezembro de 2023  > Apresentaçáo do último livro de José Claudino da Silva, "O Puto de Senradelas". Teve um momento musical, a cargo do Grupo dos Amigos da Viola Amarantina.

Fotos: Cortesia dos Amigos da Biblioteca de Penafiel (com a devida vénia...)


1. O nosso camarada José Claudino da Silva (ex-.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74); membro da Tabanca Grande desde 18/10/2017; com mais de 54  referências no blogue;  autor da série "Ai, Dino, o que te fizeram!... Memórias de José Claudino da Silva" , de que se publicaram mais de 70 postes; nascido em Penafiel, em 1950; reside em Amarante) acaba de publicar mais um livro, "O Puto de Senradelas", neste caso de memórias de infância e adolescescència, pelo que se depreende de alguns excertos publicados ma sua página no Facebook.

Da sessão de lançamento, realizada na Biblioteca Municipal de Penafiel, no passado dia 15 de dezembro, apresentamos algumas fotos (cortesia da página do Facebook dos Amigos da Biblioteca de Penafiel) (*)

Os “tampos” e a política,

Pelo Puto de Senradelas



A camisola feita pela minha avó,
no Natal de 1968,
é que deu classe
ao Puto de Senradelas
(Página de Facebool do autor,
8 de dezembro de 2023) 

Na minha adolescência adorava os bailes que se realizavam nos salões dos bombeiros, nos salões paroquiais, nas vindimas e desfolhadas, ou aonde houvesse uma concertina ou gira-discos.

Lembro-me principalmente das centenas de “tampos” que levava, das raparigas que se recusavam a dançar comigo.
 
Eu, qual Benjamim armado em dançarino, ficava encostado num canto, sentindo-me o bobo do baile. Quando alguma rapariga, por pena, aceitava dançar comigo, de tão nervoso, nem o ritmo do tango ou do passo-doble acertava.

Na minha vaidade de adolescente, interrogava-me constantemente das razões de levar tantos “tampos”.
Finalmente descobri!
 
Descobri que na minha ânsia de dançar, convidava qualquer uma, por azar, normalmente nem eram as mais bonitas, embora fossem as que dançavam melhor.
 
Ora, quando convidava alguma das mais bonitas, elas ao perceberem que primeiro eu convidara as mais feias, não aceitavam, e pior, olhavam para mim com tal sobranceria que eu me afundava no soalho do salão.

A partir dessa constatação passei a convidar, sempre em primeiro lugar, a mais bonita. Achava eu que depois, todas as outras, aceitariam dançar comigo. Enganei-me redondamente e passei a levar “tampos”, dumas e doutras, até que me habituei e deixei de me importar.

Alguns anos mais tarde, quando julgava já ter experiência a escolher com quem dançar, escolhi em primeiro lugar os políticos feios e levei “tampos” dos bonitos. Em seguida, escolhi políticos bonitos e levei “tampos” dos feios.

A estas situações ainda não consegui habituar-me. Só que agora há dez milhões a levar “tampos” como eu, e, isso, independentemente da escolha que façamos.

O Puto de Senradelas

(Fonte: José Claudino Silva, página do Facebook, 12 de novembro de 2023)

(Revisão / fixação de texto: LG)
__________

4 comentários:

Eduardo Estrela disse...

Boa tarde dançarino Zé!!
Tampos ou tampas como se diz aqui pelo sul, todos nós levámos, de feias e bonitas.
Quanto aos políticos e às tampas ou tampos que tens levado, só acontecem pelo facto deles não saberem, na maior parte das vezes dançar.
A música dessa malta é outra e é preciso ter muito cuidado, pois na maioria das vezes adormecem os incautos.
Abraço fraterno, boas e felizes festas e bons pés de dança
Eduardo Estrela

Valdemar Silva disse...

Claudino
Quando ia a algum baile cá por Lisboa, na Casa do Algarve mais para gente nova ou na Casa do Alentejo para os mais velhos, nunca pedia para dançar junto da rapariga por se levasse tampa todas as outras fazia o mesmo. Assim pedia de longe e já em horas avançadas para criar um certo mistério de 'por que aquele não dança' e antes de acabar a música atirava com 'podemos dançar a seguir'.
Agora, querem dar baile de discos e riscados pelo uso da sempre a mesma música.

Feliz Natal e saúde da boa
Valdemar Queiroz

Eduardo Estrela disse...

És um refinado estratego da dança Valdemar!
Como para todas as coisas da vida, torna-se necessário não sermos vítimas do poder alheio, se bem que muitas das vezes sejamos violentados pelo cujo dito.
Seja ele o poder das " fabricantes " de tampas e/ou tampos, ou dos políticos como refere o Zé Claudino.
Abraço e....... saúde da boa
Eduardo Estrela

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Senradelas: há duas povoações com este nome, uma em Penafiel,união das freguesias de Guilhufe e Urró, e outra em Soalhães. Marco de Canaveses.

A Senradelas do nosso José Claudino é em Penafiel. Um abraço para ele. LG