F18 – A escrever para a familia, no bar do clube de oficiais do QG. Abril68
F20 – Na relva da piscina, com um camarada frequentador, conversando, mas não me lembro do nome. Março68
F21 – Junto à Messe de oficiais, na minha motorizada, com o amigo alferes Soutinho. 04fev68.
F23 – Um convivio com dois camaradas, no Bar do Clube Militar de Oficais, no QG/CTIG, à noite, após refeição, já em 1969, não sei o mês, mas já estava esperando o embarque.
Ao meu lado o alferes Camelo, que foi meu companheiro na EPAM (Escola Prática de Administração Militar). A seguir um alferes miliciano da Chefia de Contabilidade, vestido com uma polo branca da Fred Perry, comprada também no Grande Hotel. Não me estou a lembrar do nome dele, mas era já conhecido do Porto ou da Faculdade de Economia ou do Instituto Comercial.
Quanto ao alferes Camelo, durante a especialidade, não sei qual foi a dele, fazíamos muita
aividade não só de ginástica como aplicação militar, marchas, corridas pelos campos de
Alvalade, lembro-me que eram em terra de tijolo, e desciamos por valas às cambalhotas, depois passávamos por valas de porcaria de esgotos. O Camelo, que era de Matosinhos, pesava aí uns 100 kg, não conseguia correr nem mesmo marchar, e muito menos carregar com o seu equipamento.
Era eu o "levezinho" que, além do meu equipamento, carregava com o dele, que suava por todos os poros, eu facilmente carregava tudo e chegava ao fim, nem ponta de suor. Acho que ele deve ter ficado agradecido, pois foram muitas vezes, depois de acabar o curso, e nunca mais nos vimos, exceto neste encontro na messe do Clube.
Mais tarde cheguei a cruzar-me com ele no Porto, mas acho que ele me evitava, devia ser de
uma familia de comerciantes burgueses, tinha uma loja onde hoje funciona em Brito Capelo,
na Loja do Andante do Metro do Porto.
Falei com outros camaradas e disseram que ele tinha a mania das grandezas. Nunca mais o vi.
F24 e 24A – A estrada de Santa Luzia à noite, vendo-se ao fundo &CTIG Porta de Armas do QG e do Clube Militar de Oficiais.
Uns 100 metros antes, para quem sobe do lado esquerdo, tinha ali a casa da minha primeira amiga, cabo-verdeana, que conheci no dia em que cheguei, cuja história não é para contar agora neste tema. Foto tirada em 1969, terá sido no 2º trimestre antes de embarcar
Guiné > Bissau > Santa Luzia > QG/CTIG > 1968 > A piscina do "Clube Militar de Oficiais"
Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2025). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Continuação da publicação de uma seleção de fotos do álbum do Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69). Última parte, fotos de 18 a
1.1. Comentário do autor (enviado por email, 17 jun 2025, 12:25) ao poste P26928 de 18junho2025 > O Biafra » O Clube de Oficiais de Santa Luzia (*)
(...) Estive a ler o texto do coronel de transmissões, Jorge Sales Golias, um trabalho de louvor, sem exageros, que infelizmente não o tinha lido. [Memórias do Agrupamento de Transmissões e Histórias de Guerra na Guiné – 1972/74 ].
Desde logo me chama a atenção de comparar o clima que encontrou quando chegou à Guiné no velho DC6 em 1972 (tal como eu o descrevi, o flagelo do clima, a sair de um frigorifico que era o frio dentro do avião, e entrar num forno instantaneamente) e tudo o resto destas experiências, que só sabe quem por elas passou.
Dizia eu, comparar alhos com bugalhos, o Regimento de Transmissões do Porto, sediado em Vale Formoso, por onde andei em menino e moço, nos anos 50, quando o meu pai lá estava a prestar serviço, quando morávamos a umas poucas centenas de metros. Nessa época e durante muito tempo, era o Regimento de Engenharia 2. (...)
Em 1972, o ano a que se refere o nosso coronel Golias, já eu tinha chegado da Guiné em 1969, casado em 1970, e em 1972 a caminho do segundo de 3 filhos, vivendo então nessa época noutra casa do Porto, e depois Vila do Conde, onde me hospedei desde então.
A reportagem desta história é tão minuciosa, e completa, que até me sinto desconfortável ao contar algumas façanhas, triviais, face a este conteúdos, de outras esferas superiores e de outros tempos, mais modernos num caso, mas mais difíceis nos anos 73 e 74. Os meus parabéns para começar. Não tenho infelizmente nada tão parecido como esta narrativa.
Muitos dos aspectos também se passaram comigo em 1967 e até 1969, mas não tenho descrições disso tudo.
Indo directo ao assunto, o coronel "Lavrador", salvo seja, não me cheira nada o nome de Saraiva. Tenho um nome algures escrito e na memória, que não me parece esse, o pai da Suzi. Eu só o vi uma vez, e nunca faláos, nem nos zangámos.(Eu frequentava aquilo, ou à civil, ou com farda normal, nunca de camuflado.)
E tenho a ideia, não certezas nenhumas, que o chefe daquilo tudo (o CMO - Clube Militar de Oficiais), seria um coronel de Administração Militar, até porque um coronel de infantaria não era a melhor opção para esta função. Digo eu.
E fala-se em duas filhas adultas... Durante dois anos só conheci esta das fotos, a Suzi, nunca me apercebi que ela tivesse outra irmã, e ainda por cima a viverem permanentemente em Bissau, durante anos.
Basicamente já está tudo esclarecido quanto ao Biafra e o CMO, depois de se ler os textos do coronel Jorge Golias e do Abilio Magro, entre outros.
Estive a ver agora a foto da construção da piscina dos Sargentos, atrás das suas sumptuosas instalações dormitórias, que pelo que me parece não chegaram a ter grande utilidade para os nossos sargentos, pois entretanto acontece o 25 de Abril.
Diga-se de passagem, que, como se pode ver, de "Biafra" não tinham nada, as instalações de madeira e zinco, boas para habitáculo de baratas, para os oficiais milicianos, leia-se, alferes milicianos, podemos até dizer sem exageros, que parecem melhores do que os quartos do Grande Hotel, e que tínhamos de pagar e não havia piscina. (Era só elitista, para uns, e um local de convívio para quem pudesse pagar.)
Quanto ao relato do Abilio Magro, destaco a foto com a legenda: Guiné > Bissau > QG/CTIG > "O "Biafra" dos Sargentos > c. 1973/74 > "Eu junto às obras da piscina de sargentos que estava a ser construída nas traseiras dos nossos quartos"... Não sabemos se chegou a estar pronta, se foi estreada e usada... Era uma alternativa à piscina do Clube Militar de Oficiais (CMO), a que os sargentos só tinham acesso muito limitado. (...)
Mas para terminar, eu voltei a este local por 4 vezes em 1984 e 1985. Fiquei hospedado no sitio onde era o nosso Biafra de 67, com moradias novas. A piscina, que por acaso nunca tinha água, estava tudo abandonado, era a mesma que eu conheci.
Provavelmente estas instalações (dos sargentos), de 1973-74, ficavam noutro local, que não cheguei a visitar! (..)
(Seleção, edição das fotos, revisão / fixação de trexto: LG)
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Nota do editor:
(*) Último poste da série > 17 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26928: A Bissau do Meu Tempo (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte IIIbh: A piscina do "Clube de Oficiais" do QG/CTIG, em Santa Luzia (Fotos de 11 a 17)
Vd. postes anterior 15 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26922: A Bissau do Meu Tempo (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte IIIa: O "Biafra", "o barraco-dormitório dos oficiais milicianos de passagem", que fazia parte do "Clube de Oficiais" do QG/CTIG, em Santa Luzia (Fotos de 1 a 10)
(*) Último poste da série > 17 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26928: A Bissau do Meu Tempo (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte IIIbh: A piscina do "Clube de Oficiais" do QG/CTIG, em Santa Luzia (Fotos de 11 a 17)
Vd. postes anterior 15 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26922: A Bissau do Meu Tempo (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte IIIa: O "Biafra", "o barraco-dormitório dos oficiais milicianos de passagem", que fazia parte do "Clube de Oficiais" do QG/CTIG, em Santa Luzia (Fotos de 1 a 10)
1 comentário:
Virgílio, faz sentido o que dizes sobre a tua instrução militar na EPAM, no Lumiar ...
(...) Quanto ao alferes Camelo, durante a especialidade, não sei qual foi a dele, faziamos muita actividade não só de ginástica como aplicação militar, marchas, corridas pelos campos de Alvalade, lembro-me que eram em terra de tijolo, e desciamos por valas às cambalhotas, depois passavamos por valas de porcaria de esgotos. O Camelo, que era de Matosinhos, pesava aí uns 100 kg, não conseguia correr nem mesmo marchar, e muito menos carregar com o seu equipamento." (...)
As atuais freguesias de Alvalade (onde fica o estádio do Sporting Club de Portugal) e Lumiar (onde fica a ENSP/NOVA onde fui professor), eram zonas periféricas e "rurais" de Lisboa: ainda me lembro de ver quintas e rebanhos de ovelhas; deppois tudo aqui foi invadido pelo cimento armado... O Lumiar (onde esteve instalada a EPAM / Quartel doi Lumiaer desde 1916 até 1996, sendo então transferido para a Póvoa do Varzim), por exemplo, passou dos 2 mil habitantes em 1890, para os 10 mil em 1950 e os 46 mil nos últimos anos...
Vt, tu és que foste "camelo"... A ingratidão, a par da inveja, da estupidez e da arrogância, são alguns dos nossos "pecados" (e não só dos portugueses, são comuns a muitos outros povos)... Mas na tropa (e na guerra) éramos todos (quase todos) camaradas, solidários...
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