quinta-feira, 21 de março de 2019

Guiné 61/74 - P19607: In Memoriam (342): Fiquei muito chocado com a morte do Jorge Rosales (Francisco Baptista, ex-Alf Mil Inf)


Comandante Jorge Rosales
Foto: Manuel Resende


1. Mensagem de Francisco Baptista (ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2616/BCAÇ 2892 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72), datada de 20 de Março de 2019, com uma dedicatória ao já saudoso nosso camarada Jorge Rosales que nos deixou recentemente:


No dia 19 de Fevereiro de 2019 morreu o Jorge Rosales

Fiquei muito chocado com a morte do Jorge Rosales, tinha acompanhado o seu internamento no hospital, por telefone, enquanto ele o pôde atender, depois o amigo Manuel Resende deu-me algumas informações sobre intervenções cirúrgicas a que foi sujeito, que não eram boas notícias. Como ele era um homem grande com espírito forte e uma compleição física avantajada e robusta pensei que resistisse. Fui adiando a minha ida a Lisboa para o visitar no hospital, entretanto morreu e eu senti uma mágoa muito grande por nunca lhe ter feito essa visita.

Não fui ao funeral pois achei que dum amigo, se pudermos, com a discrição necessária, devemos despedir-nos em vida. Somente hoje ganhei coragem para falar dele e estas palavras são parte do meu luto para me libertar da tristeza que me causou a sua perda.

Tínhamos muitas afinidades, um pouco como tinham no passado a Galiza e Trás-os-Montes, no trabalho, na pobreza, no isolamento, na emigração, em muitos vocábulos e no carácter das suas gentes. Ele era um citadino a morar na linha do Estoril mas com profundas raízes rústicas galegas que herdara dos pais, eu um camponês, nascido e criado em Trás-os-Montes. O Jorge, ele disse-me, gostava muito de ler os textos que eu escrevia sobre Brunhoso, a minha aldeia, afinal as aldeias galegas de antigamente não eram muito diferentes.

Antes de adoecer tivemos ainda bastantes conversas por telefone

Com alguns camaradas dos Bandalhos, almoçámos um dia na Taberna do Valentim, em Viana do Castelo, com muitos camaradas almoçámos um dia em Algés na Tabanca da Linha que tu dirigias, Grande Comandante, com o Manuel Resende, antes também com o José Manuel Matos Dinis.

Disseste-me algumas vezes que um dia irias a Brunhoso e convidaste-me a ir à Galiza onde ainda tinhas propriedades rústicas e ao Couço no Ribatejo, onde tinhas casa e uma vinha que produzia um pipo de vinho, de que tinhas tanto orgulho. Algumas vezes me prometeste uma garrafa desse vinho, partiste sem ma dar.

Foram poucos anos mas tivemos um convívio bom e saudável.
Gostei muito de te conhecer.

Até sempre Comandante Rosales(*)

Francisco Batista
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Nota do editor

(*) Vd. poste de 22 de fevereiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19517: In Memoriam (340): Até sempre, 'comandante' Jorge Rosales (1939-2019)

Último poste da série de 6 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19555: In Memoriam (341): Falecimento, no passado dia 3 de Março, do 1.º Sargento João da Costa Rita da CART 2732 (Carlos Vinhal, ex-Fur Mil Art MA)

2 comentários:

José Botelho Colaço disse...

Também eu era aquele ser humano amigo do seu amigo,se há corações de mel o dele de certeza que era um deles.
Abraço eterno.

Juvenal Amado disse...

Baptista ainda bem que escreveste estas linhas. Era um grande camarada e faz-nos falta .

Um abraço para ti