Alguém de ‘boa vontade’ que saiba o nome do Chefe da Tabanca do Xime… faça o favor de informar. Obrigado!
Foto 2 - Xime (1972) – Ao meu lado, o Chefe de Tabanca do Xime, sete anos depois da imagem anterior.
Foto (e legenda): © Jorge Araújo (2019) . Todos os direitos reservados. (Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné).
Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494
(Xime-Mansambo, 1972/1974); coeditor do blogue desde março de 2018
A COMPANHIA DE CAÇADORES 508 (1963-1965) E A MORTE DO SEU CMDT CAP INF FRANCISCO MEIRELLES EM 3JUN1965 NA PONTA VARELA
- A ÚNICA BAIXA EM COMBATE DE UM CAPITÃO NO XIME - PARTE I
1. INTRODUÇÃO
A presente narrativa tem na sua génese a recuperação de algumas memórias da história colectiva da Companhia de Caçadores 508 [CCAÇ 508] durante a sua presença no CTIG, entre 20Jul1963, chegada a Bissau, e 07Ago1965, data do embarque de regresso à metrópole.
Nela relataremos, também, o contexto que originou a morte do seu Cmdt - o capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres Meirelles (1938-1965), imagem ao lado - ocorrida na Ponta Varela (Xime), no dia 3 de Junho de 1965, 5.ª feira, narrado no livro elaborado em sua memória pela sua família, e por mim adquirido a um alfarrabista de São João da Madeira, cruzando-o com a versão oficial publicada pela CECA [Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974)].
Acrescento, a propósito, que este texto já estava alinhavado e alinhado desde Dezembro último, data em que foi postado o trabalho relacionado com a elaboração da lista, corrigida e aumentada, dos camaradas «Capitães» que tombaram durante a guerra na Guiné – P19315 (22.12.18) – cujas causas de morte foram agrupadas em acidente, combate e doença.
A fonte a que recorremos, para o efeito supra, foi a base de dados da «Academia Militar», sítio: https://academiamilitar.pt/filhos-da-escola-do-exercito-e-da-academia-militar.html, de onde retirámos os elementos necessários para a organização daquele trabalho.
Dessa lista de doze nomes (mortes em combate) foi sinalizado, desde logo, o do Capitão Francisco Meirelles, uma vez que a sua morte aconteceu num local mítico e muito familiar para o contingente da minha CART 3494, no qual me incluo, naturalmente, ainda que entre cada caso, ou período nele vivido, exista uma diferença temporal de sete anos (1965/1972), conforme fotos nº 1 e nº 2 (acima).
Por razão relacionada com o início da publicação, no blogue da «Tabanca Grande», do trabalho de pesquisa elaborado pelo camarada cor art ref António Carlos Morais da Silva (o nosso primeiro gã-tabanqueiro do ano em curso; que saúdo), na série: «In Memoriam: Os 47 oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar mortos na guerra do ultramar (1961-1975) – P19378 (07.01.19) – fiquei a aguardar pela postagem dos dados do malogrado Capitão Francisco Meirelles que agora aconteceu – P19579.
2. SUBSÍDIOS HISTÓRICOS DA COMPANHIA DE CAÇADORES 508 (BISSORÃ, BARRO - BIGENE, OLOSSATO, BISSAU, QUINHAMEL - PONTA DO INGLÊS, GALOMARO E XIME, 1963-1965)
2.1. A MOBILIZAÇÃO PARA O CTIG
Mobilizada pelo Regimento de Infantaria 7 [RI 7], de Leiria, a Companhia de Caçadores 508 (CCAÇ 508) embarcou em Lisboa, no Cais da Rocha, em 14 de Julho de 1963, domingo, sob o comando, interino, do Alferes Cardoso, seguindo viagem a bordo do N/M Índia, rumo à Guiné (Bissau), onde chegou a 20 do mesmo mês, sábado.
2.2. SÍNTESE OPERACIONAL
Dez dias após a sua chegada a Bissau, ou seja, em 01 de Agosto de 1963, a CCAÇ 508 assumiu a responsabilidade do subsector de Bissorã, então criado, com grupos de combate (pelotões) destacados em Barro, até 23 de Dezembro de 1963, e Bigene, até 26 de Dezembro de 1963, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 507 e, após remodelação daqueles sectores, no BCAÇ 512. Em 26 de Dezembro de 1963, passou a ter um grupo de combate destacado em Olossato.
Dez dias após ter iniciado a sua actividade operacional, ou seja, em 11 de Agosto de 1963, a CCAÇ 508 tem a sua primeira baixa, com a morte, por acidente com arma de fogo, do camarada:
● António Rodrigues Teixeira de Jesus; 1.º Cabo; natural de Avões, Lamego; solteiro.
Em Fevereiro de 1964, com seis meses de comissão, a CCAÇ 508 regista mais duas baixas, estas em combate, em Maqué (Região do Óio), na sequência da sua intensa actividade operacional.
Foto 3 - Olossato (1964) – Unimog destruído por mina anti-carro. Esta viatura foi conduzida pelo condutor da CCAÇ 508, Cândido Paredes, natural de Favaios, Vila Real. (Foto do próprio publicada em http://lugardoreal.com/imaxe/unimog-destruido, com a devida vénia).
Destaca-se, neste contexto, as seguintes:
(i) em 03Fev64, 1 Gr Comb, pernoitando em Missirá, reagiu a um ataque IN, pondo em fuga;
(ii) vinco dias depois (08Fev64) rebentou uma mina [anti-carro] na estrada Mansabá-Farim, provocando quatro feridos em 2 Gr Comb, que reagiram, provocando baixas ao IN;
(iii) Em 12Fev64, 4.ª feira, 1 Gr Comb levantou 42 abatises, em Maqué, sofrendo uma emboscada de que resultaram dois mortos e quatro feridos nas forças da CCAÇ 508, sendo os mortos os seguintes camaradas:
(i) em 03Fev64, 1 Gr Comb, pernoitando em Missirá, reagiu a um ataque IN, pondo em fuga;
(ii) vinco dias depois (08Fev64) rebentou uma mina [anti-carro] na estrada Mansabá-Farim, provocando quatro feridos em 2 Gr Comb, que reagiram, provocando baixas ao IN;
(iii) Em 12Fev64, 4.ª feira, 1 Gr Comb levantou 42 abatises, em Maqué, sofrendo uma emboscada de que resultaram dois mortos e quatro feridos nas forças da CCAÇ 508, sendo os mortos os seguintes camaradas:
● António Fernando Teixeira Vilela; soldado; natural de Rio Tinto, Gondomar; solteiro. Foi sepultado no Cemitério de Bissau (Campa 692).
● José Paulo Fonseca; soldado; natural de Aljubarrota, Alcobaça, solteiro. Foi sepultado no Cemitério de Bissau (Campa 692).
Entretanto, decorrido um ano de comissão do contingente da CCAÇ 508, chega a esta Unidade Independente o Capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres de Meirelles [1938-02-21/1965-06-03] para a comandar. A sua viagem iniciou-se em Lisboa a 17 de Julho de 1964, a bordo do barco de carga «António Carlos», rumando a Bissorã, região do Oio, onde o seu contingente se encontrava instalado.
Em 04Set64, 6.ª feira, já então na dependência do BART 645, e depois da chegada da CART 566, a CCAÇ 508 foi substituída no subsector de Bissorã pela CART 643, do antecedente ali colocada em reforço, tendo seguido para o sector de Bissau, a fim de se integrar no dispositivo de segurança e protecção das instalações e das populações da área, com um grupo de combate destacado em Quinhamel, ficando na dependência do BCAÇ 600.
Em 15Nov64, domingo, a CCAÇ 508 regista a quarta baixa, com a morte, por afogamento no Rio Geba, em Bafatá, do camarada:
● António Coutinho Nobre; Soldado; natural das Caldas da Rainha; solteiro.
Em 08Fev65, 2.ª feira, um ano após terem accionado uma mina na estrada Mansabá-Farim [imagem acima] a CCAÇ 508, contabiliza mais uma baixa, a quinta, desta vez provocada pelo levantamento de uma mina em Jabadá, verificando-se a morte do camarada:
● João Francisco Serrão; Soldado; natural de Coruche; solteiro.
É de referir que a transferência para Bissau ficou a dever-se ao facto da Companhia estar muito debilitada pela longa permanência no mato e por ter sofrido algumas baixas.
Porém, em princípio de Março de 1965, a CCAÇ 508 foi novamente mandada para uma zona operacional. Em 7 e 23 de Março de 1965, por troca com a CCAÇ 526, a CCAÇ 508 deslocou-se, por fracções para Bambadinca, assumindo a responsabilidade do respectivo subsector, com grupos de combate [pelotões] destacados em Xime e Galomaro e ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 697, sob o comando do Tenente-Coronel Mário Serra Dias da Costa Campos, sediado em Bambadinca.
Em 16Abril65, 6.ª feira, a CCAÇ 508 foi substituída pela CCAV 678, sendo deslocada para o Xime, onde assumiu a responsabilidade do respectivo subsector, então criado, com grupos de combate destacados em Ponta do Inglês e Galomaro.
Em 27Mai65, 5.ª feira, a CCAÇ 508 regista mais uma baixa no seu efectivo, a sexta, com a morte em combate, no Xime, do camarada:
● José Ferreira Clemente; Soldado Auto Rodas; natural de Milagres, Leiria; solteiro. Foi sepultado no Cemitério de Bissau (Campa 1812).
Em 03Jun65, 5.ª feira, a CCAÇ 508 perde mais quatro unidades em combate, na Ponta Varela (Xime), sendo um o seu comandante, o Capitão Francisco Meirelles, em consequência do rebentamento de uma mina. Eis os seus nomes:
● Francisco Xavier Pinheiro Torres de Meirelles; Capitão de Infantaria QP; natural de Castelões de Cepeda, Paredes; casado.
● José Maria dos Santos Corbacho; 1.º Cabo; natural de São Sebastião da Pedreira, Lisboa, solteiro.
● Domingos João de Oliveira Cardoso; Soldado Auto Rodas; natural de São Cosme, Gondomar; solteiro.
● Braima Turé; Caçador Nativo (guia), natural do Xime, Bambadinca.
[Nota: Nas diferentes fontes consultadas, não existe concordância quanto aos locais onde foram sepultados os últimos três corpos referidos acima. Na Parte II, daremos conta do que consta em cada uma delas (fontes)].
Entretanto, em 06 de Agosto de 1965, após a chegada da CCAÇ 1439 para treino operacional, a CCAÇ 508 foi rendida no subsector do Xime por forças da CCAV 678, recolhendo imediatamente a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso ao Continente, após dois anos de comissão. A viagem de regresso iniciou-se a 07 de Agosto de 1965, sábado, a bordo do vapor «Alfredo da Silva» com a chegada ao cais de Alcântara, Lisboa, a ter lugar no dia 14 do mesmo mês, sábado.
3. A MORTE DO CAPITÃO FRANCISCO MEIRELLES EM 03JUN1965 – DESCRIÇÃO
Tendo por principal fonte de investigação o livro publicado em sua memória pela sua família que, segundo creio, aconteceu a propósito do primeiro aniversário da sua morte, pela dedicatória que nele consta, tomei a liberdade de o citar, como elemento historiográfico, particularmente no que concerne aos antecedentes e a alguns detalhes relacionados com o desenrolar das acções que ditaram a sua morte e de mais três elementos da sua CCAÇ 508.
Mapa da Região do Xime, indicando os pontos mais problemáticos da actividade operacional das NT.
[…] O Xime, enquanto zona especialmente perigosa, era visitado pelos repórteres militares. […]
"Em 3 de Junho de 1965, foi [o capitão Francisco Meirelles] incumbido de mostrar aos operadores da R.T.P. como se fazia a detecção de minas, muito frequentes naquela zona, pois em menos de três meses tinham sido levantadas mais de 40. Logo a 2 kms do Xime foi detectada uma mina anti-carro. Como os trabalhos de levantamento da mina demorassem, o capitão Meirelles propôs ao major Abeilard Martins, 2.º Comandante do Batalhão 697, irem a pé até à tabanca de Ponta Varela, pois queria mostrar a conveniência da sua reocupação pelos nativos, em regime de auto-defesa, reocupando-se dessa forma uma região muito fértil. Ficariam assim os comandos a dispor de mais um ponto de observação e de vigilância, e também dificultada a colocação de minas naquela zona.
"Em 3 de Junho de 1965, foi [o capitão Francisco Meirelles] incumbido de mostrar aos operadores da R.T.P. como se fazia a detecção de minas, muito frequentes naquela zona, pois em menos de três meses tinham sido levantadas mais de 40. Logo a 2 kms do Xime foi detectada uma mina anti-carro. Como os trabalhos de levantamento da mina demorassem, o capitão Meirelles propôs ao major Abeilard Martins, 2.º Comandante do Batalhão 697, irem a pé até à tabanca de Ponta Varela, pois queria mostrar a conveniência da sua reocupação pelos nativos, em regime de auto-defesa, reocupando-se dessa forma uma região muito fértil. Ficariam assim os comandos a dispor de mais um ponto de observação e de vigilância, e também dificultada a colocação de minas naquela zona.
Aceite a sugestão, partiram aqueles oficiais, juntamente com o major Afonso, do Estado Maior do Comando Chefe, que acompanhava os operadores da TV, com o régulo da tabanca de Ponta Varela, com alguns pisteiros indígenas e com duas ou três secções que seguiam nos flancos. Percorridos os 4 ou 5 kms que distam de Ponta Varela, foi esta povoação observada minuciosamente bem como os pontos de defesa e apreciado o panorama do Canal do Geba e dos planos que o ladeiam. […]
Como fosse perto do meio-dia, comeram-se algumas frutas e iniciado o caminho do regresso, a umas centenas de metros da tabanca rebentou repentinamente uma mina antipessoal que tudo leva a crer fosse armadilhada depois da primeira passagem pelo local ou então comandada á distância.
A mina ao rebentar esfacelou o 1.º cabo João Maria [dos Santos] Corbacho, o soldado Domingos João de Oliveira Cardoso e o soldado indígena Braine [Braima Turé], que morreram instantaneamente e feriu gravemente na garganta e tórax o capitão Meirelles, que veio a falecer uns vinte minutos após a explosão. Ficaram feridos os majores Abeilard Martins (este com bastante gravidade) e Afonso e mais 4 soldados.
Com um sangue-frio impressionante, os operadores da TV Afonso Silva e Luís Miranda, que ficaram ilesos, começaram a filmar a cena, poucos momentos após a explosão, havendo assim, além das testemunhas sobreviventes, um documentário fotográfico da operação e das consequências do rebentamento". […] Op.cit. pp10-11.
Continua…
Fontes consultadas:
Ø Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 6.º Volume; Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II; Guiné; Livro I; 1.ª edição, Lisboa (2014); p195.
Ø Capitão Francisco Xavier Pinheiro Torres Meirelles (s/d). Editora Pax, Braga.
Ø http://ultramar.terreweb.biz/index_MortosGuerraUltramar.htm (com a devida vénia)
Ø Outras: as referidas em cada caso.
Termino, agradecendo a atenção dispensada.
Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.
Jorge Araújo.
14MAR2019.
________________
Nota do editor:
Último poste da série > 23 de novembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19223: (De) caras (125): Fotocines que nós conhecemos no CTIG, em Piche e Cameconde (Hélder Sousa / José Diniz de Souza Faro)
18 comentários:
Jorge, bom dia, aqui do Norte... Os teus postes têm sempre um "valor acrescentado"... O detalhe sobre as circunstâncias em que morrerram os nossos camaradas na Ponta Varela, em 1965, é importante para qualquer leitor, e muito em especial para aqueles, como tu, eu e tanto outros, que conhecemos, em situção de guerra, eses trágicos topónimos guineenses.
Ponta Varela, na margem esquerda do Rio Geba, era um sítio que era preciso "esconjurar" todas as vezes que as LDG da Marinha Portuguesa passavam lá perto, com tropas e material para desembarcar em Bambadinca ou no Xime... As LDG faziam, no mínimo, tiro de morteirete, para as margens onde os "roqueteiros" do PAIGC costumvam montar emboscadas às embarcações...
Nesse tempo, em 1965, em Ponta Varela ainda havia uma tabanca em autodefesa!... No meu tempo (1969/71), do Xime até à Foz do Corubal, e até ao Xitole, era tudo "mato", leia-se, era zona em que o PAIGC tinha "barracas" e população sob o seu controlo... e onde as NT só iam em operacões... Ponta Varela passou a ser batida pela artilharia do Xime... E ali também se montava segurança às embarcações, tal como em Mato Cão (, mais à frente, já no Rio Geba Estreito).
Abraço do Luís
(...) "Com um sangue-frio impressionante, os operadores da TV Afonso Silva e Luís Miranda, que ficaram ilesos, começaram a filmar a cena, poucos momentos após a explosão, havendo assim, além das testemunhas sobreviventes, um documentário fotográfico da operação e das consequências do rebentamento". (...)
A RTP deve ter, nos seus arquivos, esta reportagem que, provavelmente, nunca foi mostrada aos portugueses!!!...
Caro Luís,
Bom dia, aqui da margem esquerda do Tejo.
Obrigado, antes de mais, pelos "toques" neste poste.
Verifiquei algumas gralhas que, caso possas, seria bom corrigir.
1ª - Foto 3 > CCAÇ 8 (deve-se ler: "CCAÇ 508").
2ª - Ponto 2 > localidades: BISSOR (deve-se ler: "BISSORÃ").
Quanto às imagens captadas pelos repórteres da RTP, elas, de facto, existem.
Logo que tive conhecimento deste triste episódio, contactei os competentes serviços da Televisão pública, procurando saber como poderia ter acesso às imagens...
Esta história será contada num dos próximos postes.
Bom estadia e uma óptima semana.
Abraço, Jorge Araújo.
APELO
A propósito da morte do capitão Francisco Meirelles, ocorrida a 3 de Junho de 1965, em Ponta Varela, Xime, a Câmara Municipal do Porto decidiu, em 1966, dar o seu nome a uma das Praças da Foz do Douro, de modo a perpetuar a lembrança dos seus actos.
A proposta apresentada pela Comissão de Toponímia da Autarquia portista, sugeria a substituição do antigo Largo de Cadouços pelo seu nome, uma vez que o capitão Francisco Meirelles aí residiu desde 1939, com seus pais, até ao ingresso na vida militar, sendo a mesma aprovada.
Uma vez que não encontrei, ainda, a dita placa toponímia com o seu nome, aproveito a oportunidade para lançar um APELO aos camaradas da região do Porto que, caso vos seja possível, me enviassem uma foto desse Largo e da PLACA TOPONÍMICA com o nome do capitão Francisco Meirelles, a fim de completar uma das próximas partes (textos) sobre este tema.
Antecipadamente grato.
Com um forte abraço de amizade.
Jorge Araújo.
Jorge Araujo, conheço bem o largo - jardim que se chamava antes do Cadouços, mesmo ali na Foz quase em cima do mar. É um lugar por ando muitas vezes, até porque agora uma filha mora por ali.
Vou pedir por email para ela tirar lá umas fotos, e da Placa. A placa nunca a vi nem me lembro, porque não ando a olhar para as placas, quando conheço o local.
Se não puder, posso eu ir lá um dia destes.
Se alguém se adiantar, é favor informar.
Até breve, camarada,
Virgilio Teixeira
Camaradas,
Acabo de receber uma mensagem, por correio interno, do nosso amigo José Carlos Mussá Biai, também conhecido pelo "menino do Xime" do tempo da guerra (da CART 3494), e membro da nossa «Tabanca Grande», com três dezenas de referências no nosso blogue, em resposta à solicitação supra sobre o nome do Chefe de Tabanca do Xime à data de 1972.
Já lhe agradeci, também por correio interno.
Eis a sua resposta/informação:
Olá boa tarde, Jorge
Relativamente ao seu trabalho publicado no blogue Luís Graça & Camaradas de Guiné, venho por este meio informar que à data de 1972 o chefe de Tabanca de Xime era o Queba Turé, mais conhecido entre a pequena daquele tempo de Quebáquebá. Era pai do meu colega e homónimo Mussá Turé.
O Braima Turé, entretanto falecido em combate, era meu tio por afinidade. Era casado com uma prima direita da minha mãe.
Um abraço,
José Carlos Mussá Biai
Jorge: querias dizer "CCAV 678" e não "CCAÇ 678" (que não exist)... Corrigi o texo... LG
Jorge: Vê aqui o antigo Lardo de Cadouços... agora Capitão Pinheiro Torres de Meirelex... Continua a ser mais conhecida como Largo de Cadouços... Ainda esta manhã estive na Av da Boavista, que não fica longe...
https://ruasdoporto.blogspot.com/2007/08/largo-capito-pinheiro-torres-de.html
http://gisaweb.cm-porto.pt/units-of-description/documents/519140/fullscreen
JOrge:
Aqui tens a placa...
https://www.geocaching.com/geocache/GC4J9VP_antiga-estacao-de-cadoucos
Obrigado, Luís.
Quanto à referência à CCAÇ 678, retirei-a do texto do P2416.
Outro erro que vou corrigir na PARTE II é a referência ao N/M «Índia», quando, na verdade, o transporte utilizado pela CCAÇ 508, que a levou até Bissau, foi o «SOFALA»... é só "armadilhas".
Abraço, Jorge Araújo.
Quando a CART 2520 chegou ao Xime em Junho de 1969 já não havia qualquer tabanca na Ponta Varela. Até à rendição da Companhia no final de Maio de 1970, foram efectuadas 73 seguranças na Ponta Varela para protecção aos barcos que navegavam no rio Geba.
Para clarificar enviei pelas 16 horas, para o Jorge Araujo, por email, fotos tiradas hoje e foto da placa, de hoje. In real Time!
Ab,
Virgilio Teixeira
Caro Jorge Araújo: Parabéns pelo texto elaborado sobre o Cap. INf.ª Francisco Meirelles do meu Curso de Infantaria. Já que está na altura de fazer correcções e aditamentos, pode dizer que quem comandou a C. Caç. 508, antes do Chico Meirelles, foi o Cap. Mil.º Inf.ª João Henriques de Almeida. Vide "Os Anos da Guerra Colonial; 1961.1975. Unidades Mobilizadas"/2010, pp 23 de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes.
O maior esforço feito pelo então Alferes F. Meirelles em Angola, está descrito nuna carta que o Chico nessa altura remeteu a um seu primo, e quando enfrentou os crimes contra a humanidade da UPA, em Março de 1961:
"(...) Na madrugada de 16 parti com o meu pelotão em direcção a Nambuangongo. Já tinha retirado tudo o que escapara, naquela região. Parece que se safaram 200 pessoas e morreram mais do dobro. Depois do Quicabo e até ao destino tivemos sete encontros com rebeldes fanatizados e selvagens (...) Não podes calcular o que vi nesses dias. Mortes horríveis, ou melhor vestígios, tudo destruído, crinças comidas, mulheres violadas. De tudo isso fui testemunha. (...)" Vide ob. cit. por Jorge Araújo, pp 16. (possuo um exemplar)
Caro Manuel Bernardo.
Obrigado pelos comentário acima.
Já agora: para completar a Parte II (continuação), a publicar nos próximos dias, gostaria de saber a razão (ou razões) que levaram o Cap Francisco Meirelles a substituir o primeiro Cmdt da CCaç 508, Cap João Almeida. É possível saber?
Com um forte abraço,
Jorge Araújo.
Caro Jorge Araújo:
Por acaso não sei. Mas o normal é que o primeiro a comandar tenha sido abatido ou transferido, ou por baixa do serviço ou por ter terminado a comissão. Ou então pode pedir esclarecimentos aos autores que referi: Aniceto Afonso ou Matos Gomes.
Ab. Ao dispor.
MB
Mensagem email enviada para Jorge Araujo na tarde do dia 18 de Março de 2016.
Virgílio: és melhor do que o Speedy Gonzalez!...Acho que nunca lá fui, ao Largo / Jardim de Cadouços... Mas hoje andei por aquelas bandas, fui com o meu cunhado ao oftalmologista, na Av da Boavista... Vim cá fazer uma visita de "médico", vou-me embora, na 4ª feira de manhã, para a Lourinhã...Abração, Luis
Wscreveu no dia segunda, 18/03/2019 à(s) 15:38:
Caro amigo e camarada Jorge Araujo:
Não podia ser mais rápido.
Aqui vão algumas fotos do ex - Largo de Cadouços.
Hoje Capitão Torres Meireles.
São as nossas homenagens a este infortunado Oficial morto tão jovem.
Um Alfa Bravo,
Virgilio Teixeira
Camarigos,
O falecido Capitão de Infantaria Francisco Xavier Pinheiro Torres de Meireles morreu em combate, nas matas do Leste do Comando Territorial Independente da Guiné, no dia 03 de Junho de 1965. Natural de Paredes. Viveu na Foz do Douro, no Largo de Cadouços.
Também foi um Herói Combatente no Caxito, em Angola.
Foi enterrado em jazigo de família no Cemitério do Prado do Repouso, no Porto.
Comandante da CCaç. 0508
Unidade Mobilizadora: RI 7
Partida: 14-07-1963
Chegada: 08-07-1965
Localização: Bissorá, Bissau, Bambadinca e Xime.
Vemos nas fotos as duas Placas existentes na parede do edifício branco, onde habitou na Foz do Douro.
Abraço do
António Tavares
Camarigos,
Enviei três fotos para o email do Vinhal.
Conheci a família Pinheiro Torres de Meireles.
O pai era Juiz de Direito a exercer em Paredes aquando do nascimento do filho Francisco.
Tem um irmão que é um distinto Médico. Foi Professor no Hospital de Santo António, no Porto.
Gostava de ter o Livro (ou cópia) do falecido Capitão, pessoa que conheci.
Abraço do
António Tavares
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