sábado, 23 de março de 2019

Guiné 61/74 - P19615: Os nossos seres, saberes e lazeres (313): Viagem à Holanda acima das águas (17) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 16 de Novembro de 2018:

Queridos amigos,
O que é bom tem a sua duração limitada, cumprira-se um tanto à risca um programa previamente negociado para rever recordações perduráveis e conhecer mais a preceito algumas regiões da Holanda do Sul, assim se foi a Amesterdão e Haia e a Leiden, se saborearam as panorâmicas das estradas secundárias e se andou nas fimbrias do Mar do Norte.
E, como já se mostrou, andou-se por museus excecionais, daqueles que apetece repetir, tão depressa quanto possível. Tudo começou com um telefonema a incitar a visita, lá naquele lado de um braço do Reno, encontrou-se uma viagem low cost, de Bruxelas andou-se de comboio e autocarro até ao destino, agora faz-se a viagem em sentido contrário, felizmente que o viandante tem amigos que o aboletam na chamada capital da Europa, onde ele se sente tão bem. É por isso que a próxima viagem vai começar na gare central de Bruxelas, a seu tempo visitará Namur, foi quase uma visita de médico, deu para matar saudades e dizer até breve, como adiante se verá.

Um abraço do
Mário


Viagem à Holanda acima das águas (17)

Beja Santos

A visita está prestes a acabar, hoje vai deambular-se por canais, pólderes, zonas de horto, o viandante quer cheirar as flores da estação; e vamos a Katwijk, um município também na Holanda do Sul, move a curiosidade de ver uma praia no Mar do Norte, em pleno verão. As imagens são concludentes.



Antes de chegar à praia, percorre-se uma longa passadeira entre dunas, por aqui se posicionam esculturas que seguramente têm a ver com os hábitos da terra, aqui predomina a pesca, e aqui viveu Spinoza, um filósofo que trouxe uma visão radical sobre o mundo e sobre Deus.





O sol era esparso, vinha e partia, havia umas réstias de calor, suficientes para entusiasmar aqueles veraneantes que se resguardam nestas curiosas barracas, pois aqui o vento não perdoa.


Havia referência explícita a este bairro de pescadores de Katwijk, foi um prazer andar por aqui, era o fim de estação, Katwijk já estava a meio gás mas com muito comércio aberto, voltados para o mar, viandante e companha saborearam um fish and chips muito à inglesa, com uma saborosa cerveja Pilsen. E de seguida, foram à procura de plantas odoríferas.





Que paleta de cores! Na primeira imagem é uma hortênsia especial, a hortênsia Annabelle, que floco de neve, ao princípio o viandante lembrou-se das hortênsias açorianas, mas não é bem assim, esta é a Annabelle, é cá do sítio; depois temos dálias e verónica, em primeiro plano; e nas duas últimas imagens temos primeiro begónias de todas as cores e feitios e por último begónias com lobélias, havia um perfume especial no ar, era um horto muito cuidado, não faltava a preocupação de manter o ar borrifado naquela estranha época de secura. E meteram-se vários vasos no carro, já se disse que o holandês não vive só cercado de tulipas, gosta de flores de todas as condições.


Nesta sala se comia e conversava, por aqui se pavoneava um gato ronronante, muito amigo de certos restos de comida. Uma sala com vista para pólderes. Quem aqui vive trabalhou no Congo, mais propriamente em Kinshasa, trouxe muita estatueta que ali nos observa. E, como se vê, é impensável uma mesa não ter flores.


É a despedida, daqui se regressa a Gouda, depois Roterdão e depois a gare central de Bruxelas. Aqui acaba a viagem na Holanda, em Alphen aan den Rijn, nunca, em circunstância alguma, o viandante pensara ir viver uma semana junto de um braço do Reno. Para sua felicidade, assim aconteceu, como ficou contado.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 16 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19593: Os nossos seres, saberes e lazeres (312): Viagem à Holanda acima das águas (16) (Mário Beja Santos)

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