terça-feira, 19 de março de 2019

Guiné 61/74 - P19602: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LXV: Memórias do Gabu (V)


Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > Janeiro / fevereiro de 1968 > Foto nº 13A > A Escola Primária do Gabu. o professor e os alunos. Uma imagem que vale por mil palavras, num sítio daqueles também se ensinava a ler a Língua de Camões.



Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) >  Janeiro / fevereiro de 1968 >  Foto nº 13


Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) >  Janeiro de 1968 >  Foto nº10 >  Mulher guineense de etnia Fula com o seu filho.  Na porta da sua tabanca esta mulher deixou-se fotografar com o seu filho todo nu, como já era hábito nas gentes locais.  


Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) >  4º  trimestre de 1967 >  Foto nº 7 > Junto a um ribeiro, ou a Fonte de Nova Lamego, local das lavadeiras.  Alguns miúdos, mas já crescidos, estão a tomar banho de sabão num local que me parece ser o sítio onde as lavadeiras trabalhavam. Junto a mim, o então ainda Aspirante Mesquita, das Transmissões. 


Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) >  1º  trimestre de 1968 >  Foto nº 1 > Bajudas Mandingas com vestes de passeio dominical.  São 3 raparigas solteiras – bajudas – com os seus vestidos de domingo ou de festas.  Fico com uma falsa sensação, pois a do meio não tem sequer chinelos, está descalça.  Não se pode identificar as cores, mas serão certamente cores fortes e garridas. 


Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > Outubro de  1967 >  Foto nº 2 >  Um grupo de camaradas junto às sombras das Palmeiras.  Foto tirada possivelmente numa tarde de Sábado ou Domingo, com alguns militares à civil, dos quais não consigo identificar nenhum pelo nome. É uma das primeiras fotos do Gabu. 

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Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > 4º trimestre de  1967 >  Foto nº 5 > Vista geral de algumas ‘Tabancas’ no mato nos arredores do Gabu. Uma das primeiras rondas pela zona, e uma das primeiras fotos pelas tabancas do Gabu e da nossa Guiné. Tudo era novo para os ‘periquitos’.


Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > Outubro de  1967 >  Foto nº 14 > Momento de repouso à sombra do nosso fotógrafao de uma bananeira. Numa deslocação de Nova Lamego a Bafatá, foi preciso parar no caminho, e assim se aproveitou o momento para descansar na sombra de uma bananeira, pertencente a este homem, fula, dono da plantação. Não me lembro se ele nos ofereceu uma banana ou não, mas elas parecem ainda um pouco verdes.


Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > Outubro de  1967 >  Foto nº 17 > Edifício do Posto de Comando e Conselho Administrativo  do Batalhão. Localizado no centro da Vila, este edifício tipo colonial era a sede e instalações do Comando do Batalhão e do Conselho Administrativo, onde eu exercia funções. Daquele varandim do 1º piso, poderia apreciar-se grande parte do povoado, a Casa Caeiro em frente, os CTT da outra esquina e outro estabelecimento que não sei o que era. Junto a mim, debruçados, estou eu, o Furriel Pinto e o 1º cabo Seixas


Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > Dezembro de  1967 >  Foto nº 12 >  Chegada e recepção da esposa do 2º comandante, Major Américo Correia. Por alturas do mês de Natal de 67, a esposa do nosso 2º Comandante e Presidente do Conselho Administrativo foi visitar o marido a Nova Lamego. A sua chegada a terras de Gabu foi muito acompanhada, e foi bem recebida. Chegou num avião militar DAKOTA da FAP, vinda de Bissau, onde chegou da metrópole num avião, civil ou militar, não sei. Estas visitas não eram normais, por razões de segurança. Junto a ela, está o marido fardado e de boné, estou eu de quico, e o militar de camuflado pertencia aos quadros da Força Aérea.


Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > Janeiro / fevereiro de   1968 >  Foto nº 15 > Numa Tabanca dos arredores, com uma criança mestiça. Como andava muitas vezes pelas tabancas, tinha muitas amizades com a população, dava alguma coisa, tirava fotos com as bajudas e mulheres, depois levava uma cópia para eles, eu dava-me bem naquele ambiente sem medo, sem stress. Esta criança logo se vê que é filho de mãe preta e pai branco, não sei os pormenores, eram assuntos naquela altura muito tabus, perguntar estas coisas. Deve estar um homem, espero que não tenha ido para a guerrilha!

 Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2019). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, chefe do conselho administrativo, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69); é economista e gestor, reformado; é natural do Porto; vive em Vila do Conde. (*)

CTIG/Guiné 1967/69 - Álbum de Temas:

T063 – MEMÓRIAS DO GABU – PARTE V

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4 comentários:

Valdemar Silva disse...

Virgílio
Mais umas excelentes fotografias de Nova Lamego.
A da 'à sombra da bananeira' é interessante, pois sempre fiquei com a ideia das bananas da Guiné serem mais pequenas que as por cá se vendiam.
Aproveito e rectifico a minha anterior informação sobre o ataque de misseis a Nova Lamego.
Na nossa História da Unidade CART2479/CART11 está o seguinte:
- 05/04/1970 - Cerca das 20H30 o IN desencadeia uma flagelação a NOVA LAMEGO com foguetões 122.
Os disparos foram executados com grandes intervalos, tendo sido encontrados seis pontos de impacto entre COIADA e a estrada de BAFATÁ junto ao topo da nova pista de aterragem.
Não resultou qualquer baixa ou prejuízo para a nossa tropa nem para a população.
Qualquer que tivesse sido o objectivo a atingir, povoação e instalações militares ou a pista de aterragem, a precisão dos disparos revelou-se bastante precária.

Felizmente, digo eu.
Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Valdemar, ainda há mais umas dezenas de fotos, é preciso que sejam publicadas, mas leva tempo, o Luís não tem 2 cabeças e 4 braços para dar seguimento a tantos Temas, só meus!

Sim as bananas eram mais pequenas do que as nossas que se compravam cá, e em relação às que agora se compram, gigantes, aquelas eram miniaturas. Não me lembro de ter comido algumas daquelas, pois o dono estava lá ao meu lado, e eles não davam nada a ninguém.

Sobre a flagelação em 5/4/70 (estava eu a pouco mais de um mês do meu casamento, já longe dessas coisa toda, nem pensava nisso!), não estou a ver esse nome de COIADA.
E não sei onde ficou a nova pista de aterragem, a velha sim tantas vezes embarquei e desembarquei, e tinha bases de T6, DO, e pista do Heli. Só não havia para os Fiats. Acho que a pista tinha aí uns 1000 metros.

Mas nunca pensei que alguma vez eles viessem a atacar Nova Lamego!

De onde lançavam os ataques? Dos lados de PICHE?

Ou das chamadas 'Zonas libertadas' após sairmos de Madina, Cheche, Beli, e eles 'disseram que proclamaram' a independência unilateral nas matas do BOE?

AB, Virgilio Teixeira

Valdemar Silva disse...

Virgílio
Por acaso foi o meu 4º. Pelotão que no dia seguinte foi fazer o reconhecimento do local de lançamento dos misseis. Foi a cerca de 15 kms. junto da estrada de Cabuca.
Por ser muito importante, no outro dia lá voltamos ao local para 'tirar teimas' entre a tropa e a PIDE sobre exatamente o local e foram connosco Oficiais do COMBAT e o agente da PIDE que ficou 'cabeçudo' por não estar correcta a sua informação.
Na nossa História da Unidade está o seguinte registo:
- 06/04/1970 - O 4º. GRCOMB executou um patrulhamento de reconhecimento na zona compreendida entre a estrada de CABUCA e CAMPANTA com o fim de detectar a base da instalação das rampas de lançamento dos foguetões disparados na noite anterior sobre NOVA LAMEGO. Foram encontrados vestígios da instalação de duas rampas e do grupo de segurança e ainda restos de rações de combate, maços de tabaco, rodilhas de transporte à cabeça, etc.

Ainda guardo uma argola de borracha que durante alguns anos usei como pulseira. Manga de ronco.
Ab.
Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Pois Cabuca ficava muito perto da fronteira da Guiné, só poderia ser isso. Obrigado pela informação.
Não deixo de realçar um pormenor que nada tem a ver com o assunto:

«RODILHAS»

Se perguntarem a um cara qualquer hoje, não sabe o que era uma rodilha, aquele pedaço de pano enrolado, que se colocava na cabeça, para aí transportarem coisas pesadas na cabeça.

Boa...


Ab. Virgilio Teixeira