quarta-feira, 3 de julho de 2019

Guiné 61/74 - P19941: O nosso livro de visitas (200): Ana Catarina Tavares, sobrinha-neta do capelão Libório Tavares (, nascido em 1933, em Rabo de Peixe, São Miguel; esteve em Nova Lamego, ao tempo do BCAÇ 2835, 1968/69; foi pároco em Brampton, Toronto, Canadá)


Guiné > Região de Gabu > Setor de Nova Lamego) > Canjadude > CCAÇ 5, "Gatos Pretos" > 1969 > O alf mil capelão Libório Tavares, açoriano, dizendo missa, num altar improvisado. Ajudante, o José Martins, fur mil trms, CCAÇ 5 (Canjadude, 1968/70). É a úncia foto que temos deste capelão , de quem o José Martins faz um humaníssimo retrato (*).

Libório Jacinto Cunha Tavares:

(i) açoriano, nascido em 1933,  na ilha de São Miguel, em Rabo de Peixe;

(ii) frequentou o seminário diocesano da Terceira;

(iii) foi ordenado padre em 1958; esteve em várias paróquias da sua ilha natal, incluindo Rabo de Peixe;  

(iv) com  35/36 anos, foi capelão no CTIG, de 17/1/1968 a 10/12/1969, em Nova Lamego, no leste da Guiné [, como tudo iudica, no BCAÇ 2835:  mobilizado pelo RI 15, esta unidade partiu para a Guiné em 17/1/1968 e regressou a 4/12/1969; esteve em Bissau e Nova Lamego; comandantes: ten cor inf Esteves Correia, maj inf Cristiano Henrique da Silveira e Lorena, e ten cor inf Manuel Maria Pimentel Bastos; foi rendido pelo BCAÇ 2893 (1969/71)]:

(v) emigrou para o Canadá, foi pároco da igreja católica de Santa Maria, em Brampton, durante 26 anos, lugar que é hoje ocupado pelo seu sobrinho e afilhado, o padre Libório Amaral, nascido em 1963;

(vi) em 2016,  reformado, vivia  em Brampton, cidade suburbana da área metropolitana de Toronto, província de Ontario, Canadá:

(vii)  é muito conhecido de (e estimado por)  aa comunidade portuguesa e açoriana de Toronto, é foi considerado um dos principais animadores da tradição da multissecular festa do Senhor Santo Cristo 

(viii) a  ser vivo hoje, como esperamos, estará com 85/86 anos.

Foto (e legenda): © José Martins (2006). Todos os direitos reservados [Ediçaõ e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Ana Catarina Tavares:

Data: segunda, 1/07/2019, 19:58

Assunto: Padre Libório Tavares

Boa tarde,

Foi com muita felicidade e gozo que li a sua história sobre o padre Libório, meu tio avô! A forma como descreveu as histórias dele fizeram-me imaginar o ar e trejeitos dele! Até mesmo a forma de falar!

Muitos cumprimentos,

Catarina Tavares (**)


2. Resposta do editor LG, com cinhecimento do José Martins:

Ana: Obrigado pela gentileza do seu comentário... Espero que o tio-avô ainda esteja vivo e de boa saúde...

Vou dar conhecimento ao José Martins, que o conheceu bem... no teatro de operações da Guiné.  (*)

Gistaria que ele ainda se pudesse juntar a esta comunidade virtual dos anigos e camaradas da Guiné, a Tabanca Grande, partilhando connosco as suas memórias de Nova Lamego, como capelão do BCAÇ 2835 (1968/69).


3. Comentários ao poste P 16638 (*)

(i) Tabanca Grande Luís Graça;

Zé, onde foste arranjar o raio da alcunha de "capelini" para o capelão ?... "Capellini" (com dois l) é uma massa italiana, fina e longa, tipo aletria.... Ab. LG

25 de outubro de 2016 às 13:30 

(ii) José Marcelino Martins:

Caro Luis

Agora que colocas a "questão", sinceramente já não me lembro. Sei que criamos uma amizade forte e, sempre que ia a Nova Lamego não deixava de o procurar e conversar com ele. Como quando cheguei, ainda estive cerca de um mês e pouco em Nova Lamego, tínhamos encontro marcado, sempre ao fim da tarde,  e ajudava-o na missa que celebrava ao fim do dia, na Igreja local.

Talvez seja a "italianização" da palavra Capelão. Ab

25 de outubro de 2016 às 14:42 

(iii) Carlos M. Pereira:

Quanto mais leio este blog, e leio-o diariamente, mais fico desapontado com a qualidade dos oficiais e menos me admiro com o desfecho da guerra. Então os nossos alferes faltavam à parada da guarda e depois eram "absolvidos" por influência do sr capelão ?!... Claro que a partir daqui valia tudo. A indisciplina realmente era muita. E sem disciplina não há organização que se aguente,  muito mais se se tratar de forças armadas, vulgarmente designadas por tropa.

O termo capelini já em 68 o ouvi em Angola. Cumprimentos,

Carlos M.Pereira

25 de outubro de 2016 às 16:07

(iv) Tabanca Grande Luís Graça:

Zé: o equivalente a capelão, em italiano, é "cappellano" (no plural, "cappellani")... Mas não está mal, "capelini" ou "capellini" será uma forma, jocosa mas sem ser grosseira, brincalhona, de tratar o capelão na caserna... Antes de ser um oficial, um militar, ele é um sacerdote católico, apostólico , romano... Na tropa (e na guerra) havia outras cumplicidades que não era possível ter na vida civil... O próprio capelão sentia necessidade de "descer do altar" para estar mais próximos dos seus "rapazes"... E, embora de formação católica, muitos de nós, sobretudo os milicianos, já éramos "ovelhas ranhosas" ou já estávamos fora do rebanho...
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 25 de outubro de  2016 > Guiné 63/74 - P16638: Os nossos capelães (6): Libório [Jacinto Cunha] Tavares, o meu Capelini, capelão dos "Gatos Negros", açoriano de São Miguel, vive hoje, reformado, em Brampton, AM Toronto, província de Ontario, Canadá (José Martins, ex-fur mil trms, CCAÇ 5, Canjadude, 1968/70)

2 comentários:

José Marcelino Martins disse...

É agradável rever (ainda que virtualmente) o meu amigo Padre Libório.
O texto, solicitado pelo blogue, acerca das Capelães Militares, não está esquecido.
Está em fase de pesquisa. Portugal tem quase 900 anos.

Anónimo disse...


O BCAÇ2835, foi render o meu BCAÇ1933 em Nova Lamego, em fins de Fevereiro de 1968. Tivemos uns dias de sobreposição, a confusão era grande.Os nomes dos oficiais do Comando do BCAÇ2835, não se são portanto estranhos, dizem-me algo.
Por isso me lembro, olhando para esta foto e cara, fácil de identificar, deste capelão Libório Tavares, que foi substituir o nosso capelão, Carlos Augusto Leal Moita. Estimo que por volta de 20 a 25 de Fevereiro de 1968, se a memória não me falha. Nunca o contactei.
Li alguns desses comentários do capelão Libório ter 'safado' alguns alferes que não se apresentavam nas paradas e render da guarda. Que eu tenha presenciado, nunca aconteceu nada disto no meu batalhão. Comigo pelo menos não e fui chamado a muitas dessas cerimónias da praxe.
Para a Ana Catarina Tavares, os meus cumprimentos, e o meu Bem Haja, por se dedicar a ler histórias destas, que a maioria das gerações a seguir às nossas, nem querem ouvir falar, e a começar logo pelos nossos governantes todos, os presentes, os passados, e possivelmente os futuros.
Somos uma 'raça' em vias de extinção, e não há 'Liga' nenhuma que nos proteja, mas também não precisamos, penso eu!

Virgilio Teixeira