segunda-feira, 1 de julho de 2019

Guiné 61/74 - P19935: (De)Caras (131): Um ninho de "lacraus", em Espinho, Silvalde, fevereiro de 1969, na véspera de partida para o CTIG (Valdemar Queiroz / Abílio Duarte, CART 2479 / CART 11, 1969/70)


Espinho > Silvalde > Fevereiro de 1969 >  CART 2479 / CART 11 >   IAO, Instrução de Aperfeiçoamento Operacional >  Uma "foto histórica" um "ninho" de lacraus, designação do pessoal da futura  CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Piche)

CART 2479 constituiu-se no RAL 5 em Penafiel, no ano de 1968, como subunidade do BART 2866, desmembrando-se desta unidade em fevereiro de 1969, e embarcando com destino à Guiné no dia 18, aonde chegou a 25 do mesmo mês. O  percurso operacional da CART 2479 na zona leste, foi longo, fixando a sua sede em Nova Lamego, no Quartel de Baixo em setembro de 1969; passou por Bissau, Contuboel, Nova Lamego,  Piche; o comandante era o cap mil art Analido Aniceto Pinto (1934- 2014) (trabalhou na Galp Energia); foi extinta em 18 de janeiro de 1970, passando a companhia a designar-se CART 11; em maio de 1972 a CART 11 passou a designar-se CCAÇ 11. No CIM de Contuboel, no 1º e 2º trimestre de 1969l formaram-se, entre outras, as futuras CART 11 / CCAÇ 11 e CCAÇ 12-

Na foto, e graças aos contributos do Valdemar Queiroz  e do Abílio Duarte (*), podemos identificar os seguintes 1ºs cabos milicianos (futuros furriéis milicianos. "Lacraus" da CART 2479 / CART 11), da esquerda para a direita:

(i) na primeira fila, Manuel Macias (8), Pechincha (que era de operações especiais) (7), Abílio Duarte (5) e Aurélio Duarte (, de Coimbra, falecido em 2015);

(ii) na segunda fila, Canatário (que era apontador de armas pesadas) (9); o Ferreira (vaguemestre) (10);  o Cândido Cunha (3)") (**) ; e o Abílio Pinto (11);

(iii) na terceira fila,  o Vera Cruz ("este rapaz era um tratado a jogar á lerpa, bons momentos, muito stressado, mas com saída com as miúdas na Guiné"(13); e o Renato Monteiro (2):

(iv) na última fila,  o Bento (14), o Sousa (, já faelcido (4), (14) e o "indomável Valdemar Queiroz da Silva, grande contador de histórias" (1). (***)

 "Todos duma excecional colheita de bioxene", garante o Valdemar.  "Na foto faltam os restantes da colheita, os ex-fur.mil. Pais de Sousa (Mecânico), Silva (Transmissões) e Edmond (Enfermeiro).!

Foto (e legenda): © Valdemar Queiroz (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar. Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine.]
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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

 16 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12992: Memórias de um Lacrau (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70) (Parte XII): O Cunha, único até hoje, o fur mil Cândido Cunha... Ou Cor mil Lukas Títio, o antitropa...

2 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14690: Cartas de amor e guerra (Renato Monteiro, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego e Piche, 1969/70; e CART 2520, Xime, 1970) (Parte II): anti-herói

(**) Vd. poste de 28 de outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8956: O Nosso Livro de Visitas (118): Cândido Filipe da Cunha, ex-Fur Mil da CART 11 (CART 2479) (Canquelifá)

(...) Comentário, ao poste P 12992,  de Jaime Cunha, filho de Cândido Cunha, em 9/12/2015: quando era, presumimos, soldado do Regimento de Comendos:

(...) "Poderia ler este texto sem fazerem referência a quem seria, que iria sempre reconhecer que era do meu pai de que falam.... porque até eu próprio identifico me no que vejo. É uma enorme honra saber que assim recordam o meu pai, e de que,  apesar dos anos que passaram, manteve se como o grande homem que assim é retratado.... Muitas vezes o meu pai recorda os bons momentos que passaram por lá, guardando para si os maus momentos....

"Um grande abraço também deste vosso camarada, aos verdadeiros Heróis de Portugal Jaime Cunha sold rc " (...)

(***) Último poste da série >  22 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19814: (De)Caras (106): João Crisóstomo, o luso-americano que vem de propósito de Nova Iorque para estar com os seus antigos camaradas de armas, em Monte Real, no dia 25, sábado... Entretanto, tarda o reconhecimento, público, do seu país de origem, pela seu ativismo cívico e social na diáspora lusitana...

3 comentários:

Valdemar Silva disse...

Rectif. da legenda:
(13)Vera Cruz - (10)Ferreira (Vagomestre) - (14)Bento - (4)Sousa (falecido) - (11)Abílio Pinto.
Todos duma excepcional colheita de bioxene.
Na foto faltam os restantes da colheita, os ex-Fur.mil. Pais de Sousa (Mecânico), Silva (Transmissões) e Edmond (Enfermeiro).

Valdemar Queiroz

Valdemar Silva disse...

É interessante referir, que esta fotografia tirada no Quartel de Silvalde (Espinho)
é contemporânea de um acontecimento, nuns dias anteriores: o dia 31 de Janeiro.
Por essa altura, também estavam estacionados neste Quartel, a Policia de Choque com os seus cães de fila, para intervirem nalguma desordem feita por arruaceiros a soldo de potências estrangeiras, na cidade do Porto. (foi esta a explicação que nos foi dada)
Parece que não houve desordem nenhuma, provavelmente por já não haver revoltosos do 31 de Janeiro ou, então, as potências estrangeiros estavam mais preocupadas com o caso da mulher do comeu o marido.
Mas, mesmo interessante, foi saber que a verba destinada à alimentação dos cães da polícia de choque era igual à os soldados do exército.
Parece que este tratamento dos cães teria sido uma 'pan ideia', evidentemente que teriam de ser alimentados, mas clandestina, para não bulir com o resto da tropa que era tratada abaixo de cão.
Valdemar Queiroz

p.s. afinal deve-se escrever vagomestre, vaguemestre ou vague-mestre?
(o único que é corrigido, automaticamente, pelo google é vaguemestre)

Fernando Ribeiro disse...

A única palavra que o dicionário online da Priberam aceita é vagomestre: https://dicionario.priberam.org/vaguemestre. Li há muito tempo, já não sei onde, que esta palavra tem origem na palavra alemã Wagenmeister, uma palavra composta por Wagen (veículo, carro, vagão, etc., como em Volkswagen = "carro do povo") e Meister (mestre, amo, campeão, etc.). As pesquisas que fiz no Google dizem que o Wagenmeister é um empregado dos caminhos de ferro encarregado de verificar o bom estado dos rodados dos vagões e carruagens dos comboios. Ora isto não tem nada a ver com a tropa nem com a comida! Agora pergunto eu: se vagomestre tiver vindo de Wagenmeister (talvez quando o conde de Lippe, que era alemão, reorganizou profundamente o exército português no séc. XVIII), esta palavra terá alguma relação com as cozinhas de campanha, que tinham rodas?