Guiné-Bissau > Bissau > A antiga rua dr. Oliveira Salazar, hoje Rua Guerra Mendes, 60 anos depois... Fotograma de um vídeo publicitário, da empresa Revita - Estética e Massagem , disponível no portal www.dailymotion.com (com a devida vénia...)
Guiné > Bissau > s/d [ c. 1960] > Rua Dr. Oliveira Salazar [, hoje Rua Guerra Mendes]. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 135". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal, Imprimarte, SARL).
Colecção: Agostinho Gaspar / Digitalização e edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010).
Mapa da região de Antuane (Quinara), com indicação dos nomes das tabancas referidas nos documentos consultados. Sinaliza-se, ainda, o local onde o Cmdt Guerra Mendes morreu [Bulel Samba].
Jorge Araújo, ex-fur mil op esp / Ranger, CART 3494
(Xime-Mansambo, 1972/1974); coeditor do blogue;
GUINÉ: (D)O OUTRO LADO DO COMBATE > A MORTE DE 'GUERRA MENDES' EM BULEL SAMBA [S2-BUBA], A 14FEV1965, NA OPERAÇÃO "GIRA", UM ANO DEPOIS DE TER SUBSTITUÍDO RUI DJASSI (FAINCAM) NO COMANDO DA "ZONA 8" (QUINARA) POR DECISÃO DO I CONGRESSO DO PAIGC: "HERÓI DA PÁTRIA", TEM HOJE NOME DE RUA EM BISSAU
II (e Última) Parte
1. INTRODUÇÃO
Com este segundo fragmento, damos por concluída a resenha sócio-histórica sobre o contexto
operacional que esteve na origem da morte do Cmdt da "Zona 8", 'Guerra Mendes' [nome de guerra de Jaime Silva], verificada em 14 de Fevereiro de 1965, em Bulel Samba [mapa acima]. Esta ocorrência, da qual fizemos referência em narrativa anterior – P19917 – verificou-se dois anos após o início do conflito e um ano depois de ter sido nomeado substituto do Cmdt Rui Demba Djassi «Faincam», em decisão tomada durante o I Congresso do PAIGC, por desconhecimento do paradeiro deste último.
2. ENQUADRAMENTO HISTÓRICO E MILITAR SOBRE A MANOBRA EXECUTADA PELAS NT NA REGIÃO DE QUINARA EM 1964/1965
A execução da actividade operacional desenvolvida pelas NT na região em análise foi determinada pelo Comandante Militar do CTIG, à data o Brigadeiro Fernando Louro de Sousa, incluída na Directiva de Operações n.º 1/64, de 7 de Fevereiro, atribuindo essa missão ao BCAÇ 619 [unidade mobilizada pelo RI 1, da Amadora, tendo desembarcado em Bissau a 15 de Janeiro de 1964], sob o comando do TCor Inf Narsélio Fernandes Matias. De referir que após render o BCAÇ 356, em 17Jan64, aquele passou a assumir a responsabilidade pelo Sector F designado, a partir de 11Jan65, por Sector «S3», com sede em Catió, o qual abrangia os subsectores de Empada, Bedanda e Cabedú.
Os objectivos gerais da manobra eram:
1 - Intensificar a actividade de todos os Sectores por acções de patrulhamentos, nomadizações, golpes de mão e emboscadas em vista a:
(i) - Manter o controlo dos principais itinerários necessários aos reabastecimentos e à ligação entre os comandos das unidades vizinhas.
(ii) - Limitar ou impedir a liberdade de movimentos dos grupos IN.
(iii) - Detectar e aniquilar os grupos IN que se revelem nos sectores.
2 - Em ligação com o BCAÇ 513 [unidade mobilizada pelo RI 7, de Leiria, tendo desembarcado em Bissau a 22 de Julho de 1963, sendo apenas constituído por Comando e CCS], sob a liderança do TCor Inf Luís Gonçalves Carneiro, assegurar o controlo da região de Antuane - Chacoal - Bantael Sila - Queuel Lei. [Recorda-se que esta Unidade tinha assumido, anteriormente, a responsabilidade plena pelo Sector E, designado, a partir de 11Jan65, por Sector «S2», com sede em Buba, o qual abrangia os subsectores de Buba, Cacine, Aldeia Formosa e, mais tarde, os novos subsectores de Gadamael, criado em 19Dez63; Sangonhá, criado em 06Jun64 e Guileje, criado em 25Nov64].
3 - Manter o controlo dos principais itinerários do sector em especial os de:
(i) - Catió - Batambali Beafada;
(ii) - Empada - Batambali Beafada - Buba (limite do sector);
(iii) - Bedanda - Guileje (limite do sector);
(iv) - Cabedú - Bedanda.
Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Moranças Balantas. Foto do álbum do camarada João Martins, ex-alf mil art, BAC1 (1967/1969), com a devida vénia [P9947].
2.1. SUBSÍDIO HISTÓRICO SOBRE A MANOBRA DAS NT NA REGIÃO DE ANTUANE DE 21 DE JANEIRO A 15 DE FEVEREIRO DE 1965
Na sequência da reformulação de responsabilidades determinada pela nova "geografia de intervenção", iniciada em 11 de Janeiro de 1965, com a criação dos Sectores «S3-Catió» e «S2-Buba», houve a necessidade de recorrer à mobilização de mais efectivos operacionais de reforço da Unidade de quadrícula, no caso o BCAÇ 513, de modo a cumprirem-se os objectivos definidos na execução da manobra referida no ponto anterior, já que contemplavam diferentes acções: prolongadas e dispersas.
Para a execução da presente manobra, as principais escolhas recaíram nos efectivos da CCAÇ 594 e CCAV 702, já com antecedentes operacionais na região, como provam os exemplos que seleccionámos da historiografia de cada uma delas, desde a sua chegada ao CTIG até à execução desta missão.
1 – Companhia de Caçadores 594 [CCAÇ 594]
Esta Unidade foi mobilizada pelo RI 15, de Tomar, tendo desembarcado em Bissau a 03 de Dezembro de 1963, sob o comando do Cap Inf Mário Jaime Calderon Cerqueira Rocha.
Seguiu, depois, para Mansabá, onde assumiu a responsabilidade pelo subsector a 23Dez63, substituindo a CCAÇ 461.
Realizou operações, entre outras, nas regiões de Uália e Mamboncó.
Em 12Set64, foi rendida no subsector de Mansabá pela CCAÇ 642, sendo deslocada para Bissau, e integrada no dispositivo do BCAÇ 600.
Em 09Jan65, foi substituída pela CCAÇ 557 e deslocada para Buba, para intervenção e reserva do BCAÇ 513 e, posteriormente do BCAÇ 600 e, mais tarde, do BCAÇ 1861, com intervenção nas áreas de Bantael Silá e Chinchim Dárin, entre outras.
2 – Companhia de Cavalaria 702 [CCAV 702]
Esta Unidade, a primeira do BCAV 705, que era comandada pelo TCor Cav Manuel Maria Pereira Coutinho Correia de Freitas, foi mobilizada pelo RC 7, de Lisboa, tendo desembarcado em Bissau a 24 de Julho de 1964, sob o comando do Cap Cav Fernando Luís Franco da Silva Ataíde.
Em função da intervenção como reserva do Comando-Chefe, com a sua base em Bissau, as três Unidades do BCAV 705 [CCAV 702, 703 e 704], cumpriram o seu treino operacional no sector de Buba, sob a orientação do BCAÇ 507, sendo utilizadas em diversas operações, nomeadamente nas regiões do Cantanhez e do Morés-Óio.
A CCAV 702, para além das operações referidas acima, foi atribuída como reforço do BCAÇ 513, para intervenção na sua área de acção, entre 15 a 17Dez64, na região de Injassane e de 21 a 28Dez64, na região de Unal, após o que recolheu a Bolama.
Entretanto, de 16Jan a 19Fev65, foi novamente atribuída em reforço do BCAÇ 513, para operações na região de Buba, de que é exemplo a presente manobra, recolhendo, de novo, a Bolama.
2.2. FACTOS MAIS RELEVANTES SOBRE A MANOBRA DAS NT NA REGIÃO DE ANTUANE DE 21 DE JANEIRO A 15 DE FEVEREIRO DE 1965
O início da manobra em análise teve lugar em 21 de Janeiro de 1965, 5.ª feira, com a «Operação Garrote», na qual participaram as forças da CCAÇ 594, CCAV 702 e PRecFox 888. No decurso desta missão as NT detectaram duas emboscadas em Galo Bolola, das quais resultaram a morte de uma sentinela e o ferimento em outra, sendo capturada uma carabina, cartuchos e material diverso. As NT assinalaram e destruíram um acampamento com capacidade para quarenta elementos, tendo sido apreendidas duas granadas de mão, restos de medicamentos e algumas munições.
Em 29 e 30 de Janeiro de 1965, 6.ª e sábado, realizou-se a «Operação Papaia», em que intervieram as mesmas forças da operação anterior, reforçadas com a CART 494, do Cap Art Alexandre da Costa Coutinho e Lima. No primeiro dia da missão foi destruída parte da tabanca de Unal e derrubado um acampamento a norte de Bricama com 5 casas.
As NT foram flageladas pelos guerrilheiros, tendo-lhes causado dois mortos. Foi, ainda, levantada uma macar "TMH-46" na estrada Nhacobá - Cumbijã, junto a Galo Cumbijã. No segundo dia, forças da CCAÇ 594 destruíram um acampamento entre Teque e Bricama, próximo de Sambasó. O IN flagelou as NT, causando três feridos. Foi destruído um acampamento em Unal, tendo as NT surpreendido três elementos, dos quais um morreu.
Em 5 de Fevereiro de 1965, 6.ª feira, teve lugar a «Operação Toupeira» em que estiveram envolvidas as forças da CCAÇ 594, CCAV 702 e do Pel Rec Fox 888. O IN emboscou as NT na estrada Galo Bolola - Bantael Silá, causando-lhes 1 ferido. Foram capturadas uma granada de mão e diversas munições. Os guerrilheiros lançaram fogo ao capim, retardando a progressão das NT para Darsalame.
O IN voltou a flagelar na área de Cancasso, tendo causado um ferido e sofrido um morto. As NT destruíram a tabanca de Cancasso e grande quantidade de arroz e apreenderam cartuchos de diversos calibres, granadas de não defensivas, medicamentos e outro material diverso. (p313)
Citação: (1963-1973), "Guerrilheiros do PAIGC.", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_44096 (2019-5), com a devida vénia.
2.2.1. FACTOS MAIS RELEVANTES DA «OPERAÇÃO GIRA», NA REGIÃO DE ANTUANE EM 13 E 14FEV65, DATA DA MORTE DE GUERRA MENDES
A última missão prevista na manobra em análise decorreu em 13 e 14 de Fevereiro de 1965, sábado e domingo, com a participação da CCAÇ 594, CCAV 702, Pel RecFox 888, ou seja, as mesmas da acção anterior, reforçadas com a CCS/BCAÇ 513 e Pel Mort 979, instalado em Buba, a qual foi baptizada de «Operação Gira».
No decurso desta acção, foram destruídos acampamentos em Umbaná, Bulel Samba e três tabancas situadas para leste desta. O IN ofereceu resistência causando um morto às NT [o soldado radiotelegrafista Albino António Tavares, do PMort 979, solteiro, natural de Cardigos - Mação. Foi sepultado em Bissau; campa 1402], tendo sofrido três mortos confirmados. Foi-lhe capturado material diverso, entre o qual granadas de mão defensivas, carregadores e munições.
Sobre os factos acima narrados, em particular as três baixas no seio do PAIGC, onde se inclui a do Cmdt 'Guerra Mendes', é 'Nino' Vieira (1939-2009) que o confirma em carta por si dirigida a Aristides Pereira (1923-2011), datada de 16Fev65, ou seja, dois dias após a ocorrência, conforme se dá conta no texto abaixo colocado no interior da caixa a vermelho.
Entretanto, no decurso desta acção, o IN emboscou as NT a sul de Darsalame, fazendo um ferido e consentindo mais cinco baixas. As NT destruíram um acampamento de grandes dimensões a norte de Darsalame e as tabancas de Dalael Balanta e Bantael Silá. Aqui as NT foram flageladas pelo fogo IN, que teve mais uma baixa, tendo sido capturado material diverso e munições. Também abriu fogo durante a travessia do rio Insane pelas NT.
Na reacção desencadeada pelas NT, com apoio aéreo, o IN retirou com mais dez baixas confirmadas, sendo-lhe capturada uma metralhadora ligeira, um espingarda, uma pistola-metralhadora, uma pistola, quatro "longas" e diverso material de guerra. Nesta operação foi, ainda, destruída grande quantidade de arroz e abatido gado. (p. 314)
3. AINDA A CARTA ENVIADA DE SALANCAUR EM 16FEV1965 - DE NINO VIEIRA PARA ARISTIDES PEREIRA, DANDO CONTA DE UMA OFENSIVA DAS NT [OPERAÇÃO GIRA]
Caro camarada Aristides Pereira
[…] Por infelicidade n/ [nossa] perdemos o n/ [nosso] camarada Guerra Mendes, Infaly e Isnaba Naberiaguebandé. Estes camaradas foram mortos pelas tropas que avançavam por Bulel Samba. [H]ouve também 3 dos n/ [nossos] camaradas que ficaram feridos: Imbaná Sambú, Bien Naína e Beínha Natchandi.
Nestas três tabancas, as tropas destruíram uma grande quantidade de arroz e casas do povo. Espero no entanto que me dessem a vossa opinião no que respeita à pessoa capaz de seguir imediatamente para Quinara, a fim de ocupar o lugar do Guerra Mendes. Quanto a mim proponho "Saco" [nome de guerra de Mário Camará] ou Arafam [Mané?]. Se estes não servem é favor de arranjarem um responsável vindo do Norte. [Recorda-se, neste contexto, que foram estes dois elementos do PAIGC que elaboraram e assinaram o comunicado relacionado com a «Operação Alvor», levada a efeito na península de Gampará e referida em postes anteriores, a propósito da morte do Cmdt Rui Djassi «Faincam», em 24 de Abril de 1964].
Claro que proponho estes 2 camaradas porque não tenho cá alguém capaz de tomar essa responsabilidade sem serem eles. […]
3.1 - A RESPOSTA DE ARISTIDES PEREIRA RELACIONADA COM A MORTE DE GUERRA MENDES E A SUA SUBSTITUIÇÃO
Conacri, 28 de Fevereiro de 1965
Caro camarada Nino,
Recebemos a tua carta de 16 do corrente [Fev1965], tendo que lamentar a perda dos camaradas, nomeadamente do responsável Guerra Mendes [Jaime Silva]. Infelizmente a nossa luta tem de ser assim, mas lamentamos ainda mais quando temos perdas desse género devido a erros nossos. Por exemplo, há quanto tempo vimos dizendo ao camarada Guerra para deixar Antuane e seguir para o seu posto – Quinara!... Sugerimos mesmo suprimir a base de Antuane, mas tudo debalde, até chegar a esse puro azar, visto ter sido resultado de bombardeamento. Enfim, importa é que tiremos sempre lições, amargas sim, de casos como este e que suportemos as responsabilidades que sempre aumentam quando faltam-nos um elemento como este infeliz camarada responsável.
Em relação a um camarada a enviar para Quinara, achamos que dos nomes que propões, qualquer dos camaradas parecem capazes de dar conta do recado. Assim, tu é que podes melhor ver o que mais convém. No entanto, se o Secretário-Geral tiver qualquer modificação a fazer, dir-to-emos depois. Assim, talvez mandares um dos camaradas Seco ou Arafan, mas a título provisório, para confirmar depois. […]
Saúde e bom trabalho. Saudações, as melhores do camarada de sempre, Aristides.
Citação: (1965), Sem Título, CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_35310 (2019-5), com a devida vénia.
Fonte: Casa Comum; Fundação Mário Soares. Pasta: 04618.082.032. Assunto: Lamenta a perda dos camaradas, nomeadamente do responsável Guerra Mendes. Remetente: Aristides Pereira. Destinatário: Nino Vieira. Data: Domingo, 28 de Fevereiro de 1965. Observações: Doc. Incluído no dossier intitulado Correspondência dactilografada (de Amílcar Cabral, Aristides Pereira e Luís Cabral para os Responsáveis da Zona Sul e Leste). Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral. Tipo Documental: Correspondência.
4. 'GUERRA MENDES' [JAIME SILVA] – HERÓI DA PÁTRIA
Hoje, o nome de Guerra Mendes [Jaime Silva], enquanto Herói da Pátria Guineense, faz parte da toponímia de "Bissau-Antigo", cuja localização se indica nos dois mapas abaixo.
Fontes consultadas:
Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 7.º Volume; Fichas das Unidades; Tomo II; Guiné; 1.ª edição, Lisboa (2002); pp 313-314.
Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 8.º Volume; Mortos em Campanha; Tomo II; Guiné; Livro 1; 1.ª edição, Lisboa (2001); p 113.
Outras: as referidas em cada caso.
Termino, agradecendo a atenção dispensada.
Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.
Jorge Araújo.
28Jun2019
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Nota do editor:
Último poste da série > 25 de junho de 2019 > Guiné 61/74 - P19918: (D)o outro lado do combate (51): a morte de Jaime Silva ("Guerra Mendes"), na versão de Bobo Keita
25 de Junho de 2019 > Guiné 61/74 - P19917: (D)o outro lado combate (50): a morte de 'Guerra Mendes' (Jaime Silva) em Bulel Samba, Buba, em 14 de fevereiro de 1965, na Op Gira - Parte I (Jorge Araújo)
4 comentários:
A mesma rua, os mesmos edificios, hoje tudo degradado... Voltei lá em março de 2008. Infelizmente, não tinha a informação histórica e toponímica que tenho hoje, graças ao nosso blogue e a trabalhos como este, do Jorge Araújo...
Sabia lá eu quem era o Mendes Guerra, nem tenho ideia de ter visto placas toponímicas... Tal como já não havia postes de eletricidade, no "vasco velho" de Bissau... Para quê se Bissau não tinha então (e acho que ainda não tem...) luz elétrica... A noite era de breu...n Mas "breu" é também as falhas de memória das cidades, dos países, dos povos, das gerações mais novas...
Sim, Bissau não tinha energia à noite, só quem tinha geradores, e apoio o termo de 'breu' do Luis, pois era isso mesmo, eu queria mesmo era chegar ao BREU das novas gerações, dos nossos governantes, está tudo dito.
O Jorge Araujo é um génio, para conseguir compilar estas histórias e 'dados científicos' que ninguém conhece, falo por mim, e agora podem saber tudo.
Respeito estas divagações da nossa história, não quer dizer que aprecie o tema do 'outro lado do combate', isso é outra história, mas tem de haver alguém que o faça, pois também há muitas pessoas que gostam. Afinal é essa a nossa história no CTIG.
Os meus parabéns por tudo que tens mandado para conhecimento da malta.
Virgilio Teixeira
Caro Virgílio Teixeira,
Obrigado pelos comentários acima.
Como já tive a oportunidade de explicar em outras ocasiões, as narrativas que tenho vindo a partilhar no fórum (blogue), são produto de um interesse pessoal na pesquisa histórica [ou "divagações da nossa história" (sic)] sobre um período da minha vida (das vidas de todos os ex-combatentes) e que me marcou (marcou a todos)... mais ou menos, e do qual temos, ainda, muitas "memórias"... muitas interrogações (?) e algumas certezas.
Quem foram, o que pensavam, como agiam, em que circunstâncias, com quantos, que consequências, que resultados, ficaram na história deste conflito armado no CTIG (1963-1974), e quais foram os principais protagonistas dos dois lados do combate: dos individuais aos colectivos, independentemente da época, do local e/ou do contexto, eis, em suma, algumas das minhas dúvidas que me interessam aprofundar.
Por outro lado, os episódios que constam em cada uma das minhas narrativas, ainda que abordem temas diferenciados, porque não respeitam a cronologia da "fita do tempo" do conflito, são textos abertos, por permitirem a adição de novos contributos (ou achegas) produzidos a partir dos seus leitores, alargando o âmbito da sua historiografia, aliás em conformidade com os princípios, espírito e razão de ser dos membros da TABANCA, que visam a reconstrução do puzzle da(s) memória(s) da guerra... PARA MEMÓRIA FUTURA!
Até à próxima!
Do Cristo Rei (Almada) para a Ponte da Arrábida (Porto), com votos de bom fim-de-semana.
Um forte abraço do
Jorge Araújo.
Caro Jorge Araujo,
Obrigado também e uma vez mais, por estas explicações, que compreendo e partilho estas interrogações que ficaram para trás. Ainda bem que até 'finarmos' estamos sempre a aprender.
Continuo a seguir com atenção todas as narrativas, mas como muitos dizem, falta-me calo e saber para comentar, e o jeito também. Sou muito terra a terra, não sou um historiador, por isso há outros que o fazem por nós. E sempre que eu discordar de alguma coisa, digo-o frontalmente, sem criticas, não significa que não aprecie.
O fim de semana já foi, só agora li, mas já fica para o inicio da semana, eu como muitos outros, os dias da semana confundem-se com os fins de semana, já foram os tempos em que distinguia e vivia os diferentes dias.
Um forte abraço também,
Virgilio Teixeira
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