sábado, 18 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24859: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (30): Inaugurada exposição (portuguesa) sobre Amílcar Cabral, no Palácio Presidencial em Bissau, em 16/11/2023


Guiné-Bissau > Bissau > Palácio Presidencial > 16 de novembro de 2023 

Exposição dedicada à história e legados de Amílcar Cabral > Da esquerda para a direta, o investigador Vitor Barros, o primeiro ministro, o presidente da repúblicae   ministro dos negócios estrangeiros de Portugal.


Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem (e foto) quer nos foi enviada ao fim da tarde, 19:37, do passado dia 16, o Patrício Ribeiro (nosso correspondente em Bissau, colaborador permanente da Tabanca Grande para as questões do ambiente, economia e geografia da Guiné-Bissau, onde vive desde 1984, e onde é empresário, fundador e diretor técnico da Impar Lda; tem mais de 130 referências no blogue; autor da série, entre outras, "Bom dia desde Bssau"):

A legenda que acompanha a foto é lacónica mas bem humorada: 

"Visita à exposição sobre Amilcar Cabral... no palácio do Spinola".



2. Reprodução, com a devida vénia, de notícia publicada no sítio da Instituto de História Contemporânea (IHC), da FCT/UNL


EXPOSIÇÃO SOBRE AMÍLCAR CABRAL CHEGA À GUINÉ-BISSAU

Nov 17, 2023 | Notícias

A exposição dedicada à história e legados de Amílcar Cabral, que esteve patente em Lisboa entre Março e Junho deste ano, com curadoria científica de José Neves e Leonor Pires Martins, foi ontem inaugurada no Palácio Presidencial em Bissau.

Desta feita, o investigador Victor Barros foi o cicerone da visita inaugural, que contou com presença dos Presidentes da República e dos Primeiros-Ministros da Guiné-Bissau e de Portugal.

Em comunicado de imprensa, a Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau realçou que “as peças integrantes da exposição constituem uma oportunidade para homenagear Amílcar Cabral, uma destacada e multifacetada figura do século XX, enquanto líder político e engenheiro agrónomo e activista cultural, tendo contribuído decisivamente para a independência da República da Guiné-Bissau e da República de Cabo Verde e para a restauração do regime democrático em Portugal.”

Tal como em Lisboa, a iniciativa foi da Comissão Executiva da Estrutura de Missão para as Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril, contando agora também com o apoio do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., da Embaixada de Portugal em Bissau e das Autoridades Guineenses.

O projeto de arquitectura foi, novamente, da autoria de Miguel Fevereiro & Ricardo Santos Arquitetos; o design de Vera Tavares.
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Nota do editor:

Último poste da série > 16 de novembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24855: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (29): A Av Amílcar Cabral, no coração do "novo" Bissau Velho, palco das comemorações dos 50 anos da independência do país

9 comentários:

Valdemar Silva disse...

São notáveis as alterações climáticas, ou os aparelhos ar condicionado, para ver os europeus de fato e gravata, naquela terra que fazia calor de manhã, à tarde e à noite.

Valdemar Queiroz

Carlos Vinhal disse...

Aqui está um poste bem curioso.
- A Guiné-Bissau comemora em Novembro de 2023 (?) os 50 anos da sua primeira "independência", declarada unilateralmente, numa acção política para "inglês ver", na "zona libertada de Lugadjole", em Setembro de 1973, e Portugal lá vai com representação ao mais alto nível, PR, PM e MNE, levando até uma exposição sobre o Patrono do país Guiné-Bissau, Eng.º Amílcar Cabral.

- E depois, cereja em cima do bolo, este parágrafo de autoria do nosso Embaixador na Guiné-Bissau: “as peças integrantes da exposição constituem uma oportunidade para homenagear Amílcar Cabral, uma destacada e multifacetada figura do século XX, enquanto líder político e engenheiro agrónomo e activista cultural, tendo contribuído decisivamente para a independência da República da Guiné-Bissau e da República de Cabo Verde e para a restauração do regime democrático em Portugal.”

O senhor Embaixador deve ser alguém muito novo pois não sabe que o 25 de Abril aconteceu porque o regime vigente estava a cair de podre, o povo estava farto de guerra, os militares também e, talvez, a razão mais forte, o mau estar no seio dos capitães do QP, que deu origem a um movimento imparável.

Aquela ideia de que Amílcar Cabral e a guerra da Guiné contribuiram decisivamente para "a restauração do regime democrático em Portugal" está plasmada numa lápide no museu do Guiledje, ideia já contestada aqui no blog. O senhor embaixador terá ido ao museu e extraído a sua ideia a partir da dita lápide?

Amílcar Cabral, pelos jeitos, não era totalmente consensual entre as hostes guineenses do PAIGC e acabou assassinado às mãos dos seus camaradas de partido, talvez por no fundo representar a facção cabo-verdiana e lembrar os tempos em que os cabo-verdianos eram o braço direito dos colonialistas na Guiné. Será que a famosa união Guiné-Cabo Verde não seria o pronúncio da presença dos cabo-verdianos no comando dos destinos da Guiné-Bissau?
Duas coisas sabemos que aconteceram: não foi Amílcar Cabral quem declarou a primeira independência em 1973 e, muito menos, assistiu à retirada das tropas opressoras em 1974, terminando assim uma guerra que nenhum dos lados queria que se prolongasse mais no tempo.

Será que em 2024 a Guiné-Bissau vai comemorar os 50 anos de país independente, em Setembro?

Carlos Vinhal
Leça da Palmeira

Valdemar Silva disse...

Meu caro Carlos Vinhal, parece que se trata de comemorações do Dia das Forças Armadas e o embaixador não disse nada de muito diferente do PR na inauguração da exposição em Lisboa entre 17/3 e 25/6/2023.

Ai!, se o embaixador tivesse estado em Guilege .....

Abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz

A. Murta disse...

Estou inteiramente de acordo com o que exprimiu o camarada Carlos Vinhal. E mais não digo, para não me exceder.

Mas não esqueço que desde a minha saída da Guiné em Agosto de 1974, pouco ou nada do que lá se passou até hoje, se pode considerar exemplar.

Portugal deveria ser mais reservado. Detesto relacionamentos fingidos e açucarados.

António Murta.

Abilio Duarte disse...

Olá malta...

O que eu mais gosto é aquela legenda da foto " Palácio do Spínola ", é de macho.

Abílio Duarte

Carlos Vinhal disse...

Caro Valdemar, o que mais se encontra na comunicação social são notícias referentes à comemoração dos 50 anos da independência da Guiné-Bissau. Parece que coincidiu com o Dia das Forças Armadas.
Tenho para mim que as comemorações não tiveram lugar em Setembro por causa das obras não estarem concluídas então. Aliás, até parece que ainda não chegaram ao fim.
Abraço.
Espero que estejas bem.
Carlos Vinhal

*************

Caro Murta, grande abraço.

antonio graça de abreu disse...

Há uns seis meses atrás, fui ver a exposição laudatória do Amilcar Cabral, ali no espaço do Calhariz de Benfica, Lisboa. A exposição tão pequenina, tão humilde, tudo tão insignificante... Com meia dúzia de frases grandiloquentes. Marcelo e Costa, logo os dois, a correrem agora para a Guiné-Bissau homenageando 50 anos de glória. Pobre Portugal...

Abraço,

António Graça de Abreu

Manuel Luís Lomba disse...

Os ex-combatentes reconhecem o talento agronómico, mistificador e revolucionário do português guineense Amílcar Cabral (morreu nosso concidadão), sofrido no corpo e na alma, mas todos sabemos que não foi o "libertador" da Guiné - a realidade demonstrou ter-lhe legado uma organização sumamente armada e gananciosa de sinecuras e de poder.

A memória dos bissau-guineenses ser-lhe-á assim tão grata? Então por que consagraram o aeroporto internacional de Bissalanca a Osvaldo Vieira, o principal suspeito da autoria moral da sua eliminação?

Os nossos PR e PM não viram que o rei está nu. Há 50 anos, o ano de 1973 foi o ano da gestação do MFA (Movimento das Forças Armadas) e as Forças Armadas da Guiné eram portugueses.

A GBissau real é criação de Portugal, o MFA foi o fundador da sua independência, as suas FA foram fundadas em 1962, pelo MLG (Movimento da Libertação da Guiné).

Quais as datas factuais da independência da Guiné? Ou o dia 7 de Setembro de 1974, data do seu reconhecimento por Portugal, ou o dia 17, data do seu reconhecimento e da sua admissão como membro da ONU.

A História são factos - não é reescrita...

E esses calimeros que tanto nos rebaixam, na comunicação e na história que saiam da sua zona de conforto do "politicamente correto", que investiguem - e concluirão que foi Salazar que salvou Amílcar Cabral de ser "comido" e a sua Guiné poe Sekou Touré.

Abrç.



Manuel Luís Lomba disse...

Em tempo. Onde se lê "... as suas FA foram fundadas em 1962, leia-se: em Julho de 1961.

Aproveitem este domingo de sol!