Foto nº 1 > Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L5 > Galomaro > CCS/BCAÇ 2915 (1970/72) > Rascunho, manuscrito, com a lista dos efetivos escalados para o patrulhamenmto noturno, em coluna auto, às tabancas em A/D (auto-defesa) de Bangacia (ou Duas Fontes). A rúbrica no rascunho parece ser do comandante da CCS, cap inf Joaquim Rafael Ramos dos Santos. este manuscrito, ou fotocópia, quase ilegível, já tinha sido publicada no poste P10480 (*). Foi agora recuperada e reeditada a imagem.
Segundo as ordens superiores, a coluna dessa fatídica noite de 1/10/1971 seria constituída por 3 secções, duas da CCS/BCA 2912 e 1 da CCAÇ 2700 (Dulombi) (que tinha 1 Pelotão de reforço a Galomaro), mais alguns milícias (Pel Mil 288) e, ao que parece, ainda alguns elementos do Pel Caç Nat 53 (vd. depoimento do Paulo Santiago, mais abaixo). Considerando o visto (o OK) do comandante, fariam parte desta força, nesse dia, os seguintes militares:
- 2 furriéis (um, o Gomes, o outro, de apelido é ilegível) (nenhum deles parece ser da CCAÇ 2700);
- 3 atiradores;
- 3 caçadores nativos (do Pel Caç Nat 53 ?)
- 3 milícias (do Pel Mil 288 / CMil 30)
- 3 sapadores
- 1 mecânico auto
- 2 condutores
- 1 (ilegível) (maqueiro, cabo aux enf ? ou alguém do Pel Op Info Rec ?)
- 1 transmissões
Sabemos, por comentário do ex-alf mil at inf Luís Dias CCAÇ 3491/BCAÇ 3872 (Dulombi e Galomaro, 1971/74), que este Gomes era o ex-fur mecânico, Mário Gomes, da CCS, um dos sobreviventes da emboscada:
De facto, o capitão da CCS não ficou lá muito bem na fotografia, como se costuma dizer, mas no inquérito realizado chegaram à conclusão que a sua fuga foi "uma retirada estratégica" (coisas de malta do quadro)" (...) (sexta-feira, 5 de outubro de 2012 às 23:57:10 WEST) (Comentário ao poste P10480) (*)
Foto nº 2 > Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L5 > Galomaro > CCS/BCAÇ 2915 (1970/72) > O estado em ficou uma das duas viaturas, na sequência da emboscada sofrida, à noite pelas NT, em Bangacia (Duas Fontes). Tudo indica que os atacantes tiveram tempo para tudo: executar pelo menos um prisioneiro e um moribundo; levar 5 espingardas automáticas 3 G; roubar 2 relógios, revistar os bolsos dos mortos (donde recolheram mais de 300 pesos!), além de destruirem as 2 viaturas... Esta barbaridade do Paulo Maló & Companhia tem de ficar escrita preto no branco... Na guerra não vale tudo!...
Fotos (e legendas): © António Tavares (2012). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Foto nº 3 > Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L5 > Galomaro > CCS/BCAÇ 2915 (1970/72) > Uma foto "dramática" da tabanca de Bangacia (ou Duas Fontes), em fim de tarde.
Foto nº 4 > Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L5 > Galomaro > CCS/BCAÇ 2915 (1970/72) > Vista da porta de armas e demais instalações do quartel de Galomaro, que foi construído de raiz pelo BENG 447. Na foto há um "x" a sinalizar uma das casernas do pessoal, talvez a de transmissões.
Fotos (e legendas): © J. F. Santos Ribeiro (2013). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. O António Tavares (ex-fur mil SAM, CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72), tem um emocionado, duro e contundente apontamento sobre esta tragédia, com data de 1 de outubro de 2012, que vamos recuperar, com vista à tentativa de apurar a "verdade dos factos", o que 54 anos depois é difícil, para mais não havendo possibilidades de recurso ao "contraditório" e à "triangulação de fontes": os quatro depoimentos que aqui publicamos não são de nenhuma das vítimas, sobreviventes da emboscada).(**).
Por outro lado, é bom lembrar umas das nossas regras de ouro: a guerra já foi há mais de meio século, estamos aqui para partilhar memórias (e afetos), não estamos aqui para julgar (e muito menos criminalizar e punir) ninguém.
Patrulhamento auto por todas as A/D da CCS/BCAÇ 2912 (Galomaro, 1970/72): o fatídico dia 1/10/1971
por António Tavares
Manuscrito que nada tem a ver com uma obra escrita à mão mas um assassinato... escrito à mão!
Manuscrito que traduz uma das ordens dadas (1970/72) nas matas do leste do CTIG. Poderes incompetentes! Poderes que receberam e foram ensinados, na Academia Militar, para praticá-los bem.
Manuscrito que levou ao encontro da morte cinco jovens emboscados em Duas Fontes (Bangacia) na noite de 1 de outubro de 1971.
Manuscrito que no Hospital Militar 241 (Bissau) originou mais três mortes dos quatro feridos graves evacuados na manhã de 2 de Outubro.
Manuscrito igual a outros anteriores em que só mudavam os nomes.
Manuscritos que levaram diariamente militares (só praças e furriéis...) em patrulhamentos auto, noturnos, às tabancas em A/D da CCS (e que no regresso traziam informações).
Recordo que certa noite numa das tabancas em A/D sentíamos e ouvíamos os rebentamentos e o Homem Grande da tabanca dizia-me:
− Vai embora… vai embora!...
Chegados ao quartel confirmámos que tinha havido um ataque na ZA de Nova Lamego.
Manuscrito escrito antes ou depois de ter havido informações de que havia indícios de que o IN andava na zona de acção das nossas tropas nesse dia 1 de outubro de 1971. Movimentação de indígenas (população e milícia) foram vistos dentro do quartel antes da partida da coluna auto.
Coluna auto pronta a partir (às 20h00) e retardada para integração do capitão. Elemento que foi o último a subir para um dos Unimog
mas o primeiro a chegar ao quartel depois de ter ouvido o tiro do IN, sinal de que as NT estavam debaixo da área de fogo do PAIGC. Estes, bem posicionados, só tiveram de aguardar as viaturas e fazer fogo, felizmente atabalhoado, contra as NT. Caso contrário o número de mortos teria sido maior.
O oficial, a chorar e desarmado, chega ao quartel com a justificação de que vinha pedir auxílio. Entretanto, no local, os guerrilheiros do PAIGC matavam, feriam e tentavam levar um prisioneiro. Prisioneiro que foi arrastado e, uns metros à frente morto, à queima-roupa, e encostado a um poilão. Sentado com as pernas e braços cruzados e uma bala na boca, a fazer de cigarro, assim o encontraram.
Tudo testemunhado e narrado por quem viu nas Duas Fontes (Bangacia) e confirmado no quartel pelos camaradas que trataram dos corpos.
Manuscrito que marcou tragicamente a família do BCaç 2912 e a história da Guerra Colonial.
O oficial, a chorar e desarmado, chega ao quartel com a justificação de que vinha pedir auxílio. Entretanto, no local, os guerrilheiros do PAIGC matavam, feriam e tentavam levar um prisioneiro. Prisioneiro que foi arrastado e, uns metros à frente morto, à queima-roupa, e encostado a um poilão. Sentado com as pernas e braços cruzados e uma bala na boca, a fazer de cigarro, assim o encontraram.
Tudo testemunhado e narrado por quem viu nas Duas Fontes (Bangacia) e confirmado no quartel pelos camaradas que trataram dos corpos.
Manuscrito que marcou tragicamente a família do BCaç 2912 e a história da Guerra Colonial.
Manuscrito inserido na página 39 do Livro "Guineídas - Memórias de uma Comissão – BCaç 2912 CCS – X Encontro - Tavira”.
Os corpos de:
depois de recolhidos em Duas Fontes/Bangacia e arranjados em Galomaro, seguiram (em coluna auto) para Bambandinca e acompanhados, por um camarada da CCS, até Bissau onde embarcaram no T/T “Carvalho de Araújo” até Lisboa. O mesmo T/T “Carvalho Araújo” que os havia transportado há dezassete meses e uns dias ao chão do Teatro de Operações da Guiné
Foram sepultados nas suas terras. Paz às suas almas!
António Tavares
Foz do Douro, 01 Outubro 2012
Os corpos de:
- Alfredo Tomás LARANJINHA,
- José Peralta OLIVEIRA,
- Leonel José Conceição BARRETO,
- José Guedes MONTEIRO e
- Rogério António SOARES
depois de recolhidos em Duas Fontes/Bangacia e arranjados em Galomaro, seguiram (em coluna auto) para Bambandinca e acompanhados, por um camarada da CCS, até Bissau onde embarcaram no T/T “Carvalho de Araújo” até Lisboa. O mesmo T/T “Carvalho Araújo” que os havia transportado há dezassete meses e uns dias ao chão do Teatro de Operações da Guiné
Foram sepultados nas suas terras. Paz às suas almas!
António Tavares
Foz do Douro, 01 Outubro 2012
2. Excerto do depoimento do nosso camarada José Fernando dos Santos Ribeiro(ou J. F. Santos Ribeiro, como consta da lista da Tabanca Grande), ex-1º cabo trms, CCS / BCAÇ 2912 (Galomaro, 1970/72, aquando da sua apresentação à Tabanca Grande
Era o fim da tarde, preparava-se um Grupo (de Combate) para partir, para um emboscada, a realizar na picada entre Galomaro e Dulombi.
Mais precisamente no aldeamento de Bangacia (Duas Fontes). Aldeamento que tinha como população feminina, as mulheres de pele negra (fulas) mais lindas que eu alguma vez vi. Tinham feições de brancas... mas bonitas!
Nesse dia, além do grupo destacado por escala (dos sapadores, onde alinhava o "Vermelhinho", nosso camarada, de Matosinhos, que tinha essa alcunha pela cor da sua tez, devido às "bazucas", whisky e vinho que ingeria), foram também por castigo o Laranjinha e mais outro camarada (do qual não me lembra o nome).
Como já tinha acabado o meu serviço nas Transmissões e o jantar no refeitório, encaminhava-me para a cantina, juntamente com outros companheiro... quando ao longe começamos a ver "balas tracejantes" a rasgar o céu.
Antevimos, de imediato, a desgraça que estava a acontecer para os lados das Duas-Fontes.. Ficámos em estado de alerta. Passados, sei lá, duas horas ou mais... começaram a chegar ao aquartelamento, a chorar, os companheiros que haviam saído sem serem feridos ou mortos, na emboscada em que o Pelotão havia caído...
Primeiro o "Vermelhinho" e outros... mais adiante o capitão da CCS, todos sem arma e o pânico espelhado no rosto.
Formou-se, rapidamente, um pelotão de homens que avançaram (sujeitos a serem de novo emboscados) até ao sítio onde se desenrolou o combate, encontrando deitados no chão, entre outros, o Oliveira das Transmissões e o Laranjinha da "ferrugem"... com a boca cheia de cartuchos da "costureirinha" e trespassados à bala.
Pelas suas posições, verificou-se que tinham sido feridos e, posteriormente, deitados no chão onde, cobarde e selvaticamente, foram mortos a tiro!
Durante os primeiros seis a sete meses de comissão, em Galomaro, foram "umas férias", o que deu origem a "facilitanços"... O ior deles foi o Grupo passar a levar as armas metidas debaixo do banco do Unimog e, assim, foram apanhados de surpresa na emboscada. (...)
Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Carta de Duas Fontes ( 1959) / Escala 1/50 mil : Posição relativa de Galomaro, Duas Fontes (Bangacia), Cansamba... Bafatá ficava a norte, Dulombi a sudeste.
Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2025)
3. Outros depoimentos (c0mentários ao poste P2529) (**):
(i) Timóteo Santos (ex-fur mil, CCAÇ 2700, Dulombi,m 1970/72)
Sobre a referida emboscada ao patrulhamento de corpo bom "giria que se dizia na altura", depois do cap.Jaoquim Rafael Ramos Santos ter fugido e deixar os feridos espalhados pelo chão o IN veio ao saque juntou os corpos uns aos outros e fez a matança a sangue frio.
O prisioneiro que dizem ter feito foi executado a sangue frio antes da tabanca. Que esperavam de um comandante de batalhão caduco, um major de operações alcólico e um 2º comandante que só via cabelos grandes. Nunca gostei de criminosos de guerra. Aos historiadores estarei sempre pronto a dar o meu contributo. Timoteo Santos ex.Fur.mil 2700 70/70.
(...) Informo que a fotografia das urnas que estão referidas como pertencentes a esta emboscada, não está correta a legenda: as mesmas referem-se aos mortos que a CCAÇ 2700 teve com uma mina que destruiu uma viatura a caminho de Jifim numa operação.
Timoteo Santos
timoteomemoria@gmail.com
sábado, 19 de fevereiro de 2011 às 01:50:00 WET
(ii) Vasco Joaquim, ex-1º cabo escriturário, CCS/BCAÇ 2912 (Galomaro, 1970/72)
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Vasco Joaquim |
(ii) Vasco Joaquim, ex-1º cabo escriturário, CCS/BCAÇ 2912 (Galomaro, 1970/72)
(...) Era habitual nas patrulhas noturnas sairmos de noite para o mato em viaturas com faróis acesos. Certamente era para dar a entender ao IN onde nos encontrávamos. Foi isso que aconteceu na noite de 1/10/1971.
Os sobreviventes estiveram por sua conta e risco e foram aparecendo no aquartelamento a conta-gotas. Como diz o Timóteo, em comentário anterior, não tinhamos comando. Eu, na altura 1º cabo escriturário, e todos os outros e não só, fazíamos essas patrulhas noturnas.
O nosso comandante só depois de sofrermos os mortos aos 17 meses de comissão, requereu forças militares especiais (companhia de paraquedistas) para a zona.
Sei que estes mortos que tivemos, CCS/BCAÇ 2912 e e CCaç 2700, poderiam ter sido evitados se tivéssemos tido
comandantes que tivessem responsabilidade de comando.
Entre as tropas da CCS houve mesmo, na época, recusa de avançar para o mato como antes se fazia.
O governador e comandante-chefe António Spinola chegou mesmo a ir a Galomaro por motivos que se englobavam com as tropas estacionadas.
O BCaç 2912 e companhias operacionais 2699. 2700 e 2701, junto com a CCS, sabem bem o que sofremos e o desprezo a que estávamos votados, numa zona de guerra onde o PAIGC tudo fazia para mostrar a sua supremacia. (...)
domingo, 14 de agosto de 2016 às 23:41:00 WEST
PS - Por esquecimento deixei de dizer que foi vivido por mim, na altura 1º cabo escriturário, Vasco de Jesus Joaquim, e que fui incumbido te transcrever as mensagens dos mortos na emboscada, afim de que a noticia fosse transmitida às famílias através do Serviço de Transmissões.
domingo, 14 de agosto de 2016 às 23:41:00 WEST
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Paulo Santiago |
(iii) Paulo Santiago (ex-alf mil, cmdt, Pel Caç Nat 53, Saltinho, 1970/72)
(...) Não foi emboscada a uma coluna, tratava-se de um patrulhamento... E agora reparem nas horas,20.30: fazer um patrulhamento noturno, montado em viaturas, deu em tragédia,
Culpados? Octávio Pimentel, comandante do BCAÇ 2912 (Galomaro) que mandou executar,e o cap Santos, comandante da CCS, que executou sem normas de segurança, acabando por abandonar os mortos e os feridos, e regressar a pé ao quartel,com a desculpa de vir em busca de ajuda.
Não estive lá, mas estava uma secção do Pel Caç Nat 53, comandada pelo fur mil Martins, e o sold Iero Seide foi ferido
Não estive lá, mas estava uma secção do Pel Caç Nat 53, comandada pelo fur mil Martins, e o sold Iero Seide foi ferido
com alguma gravidade, sendo evacuado para o HM 241.Também
o 1º cabo Mamadú Sanhá foi ferido ligeiramente
(...) Em 1970/72 estive em Galomaro, dentro e fora do arame farpado tendo viajado por Bafatá, Bambadinca, Nova Lamego, Saltinho e muitas tabancas.
Tive sorte de nunca ter dado um tiro apesar de ter estado sob fogo e tido muitos sustos!
Amiga G3, saíste da minha mão virgem e limpa conforme te recebi e com toda a certeza que me agradeceste o descanso que te dei durante 23 meses embora muitas vezes estivesses engatilhada para me ajudar!
Amiga G3, foi desumano o transporte para Bambadinca dos nossos amigos defuntos caídos na emboscada da noite de 01-10-1971... e no regresso trazer 6 urnas para reserva...
Amiga G3, vamos pertencer a uma Tabanca Grande, diferente das outras onde estiveste mas é bom recordar a História e Estórias dos ex-combatentes.(...)
o 1º cabo Mamadú Sanhá foi ferido ligeiramente
(Revisão / fixação de texto: CV/LG)
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Notas do editor LG:
(*) Vd. poste de 4 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10480: In Memoriam (128): Laranjinha, Oliveira, Barreto, Monteiro e Soares, da CCS/BCAÇ 2912, vítimas de um manuscrito no dia 01Oit71 em Duas Fontes (António Tavares)
(*) Vd. poste de 4 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10480: In Memoriam (128): Laranjinha, Oliveira, Barreto, Monteiro e Soares, da CCS/BCAÇ 2912, vítimas de um manuscrito no dia 01Oit71 em Duas Fontes (António Tavares)
Vd. também poste de 24 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4573: Tabanca Grande (154): António Tavares, ex-Fur Mil SAM, CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72
(...) Em 1970/72 estive em Galomaro, dentro e fora do arame farpado tendo viajado por Bafatá, Bambadinca, Nova Lamego, Saltinho e muitas tabancas.
Tive sorte de nunca ter dado um tiro apesar de ter estado sob fogo e tido muitos sustos!
Amiga G3, saíste da minha mão virgem e limpa conforme te recebi e com toda a certeza que me agradeceste o descanso que te dei durante 23 meses embora muitas vezes estivesses engatilhada para me ajudar!
Amiga G3, foi desumano o transporte para Bambadinca dos nossos amigos defuntos caídos na emboscada da noite de 01-10-1971... e no regresso trazer 6 urnas para reserva...
Amiga G3, vamos pertencer a uma Tabanca Grande, diferente das outras onde estiveste mas é bom recordar a História e Estórias dos ex-combatentes.(...)
(**) Vd. poste de 12 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2529: PAIGC: Emboscada a forças do BCAÇ 2912, na estrada Galomaro-Bangacia (Duas Fontes), em 1 de Outubro de 1970 (Luís Graça)
(**) Último poste da série > 28 de setembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27263: Casos: a verdade sobre... (56): Os dois militares mortos por um só tiro de metralhadora, em Bissalanca, em 2 de março de 1963, quando um mecânico da FAP procedia à manutenção de um avião (Armando Fonseca, o "Alenquer", sold cond, Pel Rec Fox 42, 1962/64)
2 comentários:
Luís Graça (by email)
5 out 2025 19:34 (
Camaradas (de Galomaro): nunca é demais lembrar...O que não é sinónimo de acusar nem julgar ninguém... Cometeram-se erros (e certamente crimes), como em todas as guerras. Temos procurado esclarecer melhor certas situações, passadas no nosso tempo de Guiné, e nomeadamente alguns reveses das NT que custaram muitas vidas e sofrimento. (mas também "galgas" do PAIGCm fanfarronadas, proganda, mentiras, etc.).
A Comissão para o Estudo das Campanhas de África (CECA), que fez um trabalho gigantesco, meritório e patriótico, tem muitas lacunas nos seus livros, e nomeadamente os respeitantes à atividade operacional. Este caso é um deles (tal como o foi a grande emboscada que eu sofri, nós sofremos, CCAÇ 12 e CART 2715, no subsetor do Xime, em 26/11/1970, no âmbito da Op Abencerragem Candente, 4 dias depois da Op Mar Verde: aqui também houve culpas no cartório, em termos de planeamento e execução da operação,mque envoveu 250 homens, 8 grupos de combate: o responsável direto, já não está cá, na Terra da Alegria, para responder às nossas dúvidas, perplexidades, gritos... e muito menos ao silêncio dos mortos)...
Em Bambadinca, ao tempo do BART 2017, em Galomaro, ao tempo do BCAÇ 2912!...(Ainda sou do tempo das heróicas colunas logísticas Bambadinca-Mansambo-Xitole-Saltinho, no 2º semestre de 1969, mas também via Bambadinca- Bafatá-Galomaro-Saltinho (!) (Galomaro chegou a pertencer ao Sector L1, Bambadinca)... E ainda fiz uma operação com os páras do BCP 12 em que foi gravemente ferido o Mamadu Injdai, esse mesmo, um dos conspiradores contra o Amílcar Cabral, em emboscada montada pelos camaradas da CART 2339, Mansambo, que eram de 1968/69...
Já não estávamos na Guiné (eu e os meus camaradas "sócios fundadores" da CCAÇ 12...), mas ligam-nos laços de vizinhança e camaradagem à malta do BCAÇ 2912.
Resgatei a "fotocópia" da escala de pessoal desse tatídico dia 1/10/1971 que o António Tavares publicou há anos (palmas para ele, que vai mantendo a nossa memória viva!), mas que era um borrão, feio... Está mais legível... Mas não apanho tudo...Por exemplo, quem era o outro furriel que foi na coluna, a par do fur mec Mário Gomes, da CCS, já identificado pelo Luís Dias ?
Deem por favor uma vista de olhos a este posto... e comentem (se vos aprouver).
Um alfabravo. Luis
PS1 - Vejo que o Timóteo Santos bem podia juntar-se aos 907 membros da Tabanca Grande (entre vivos e falecidos). Ele continua a ativo, na mobilização do pessoal para os encontros da CCAÇ 2700. A malta da Tabanca Grande tem desconto no céu, no bar do São Pedro... Mas quantos mais formos, mais barato é o "visquinho" lá em cima...
PS2 - Gostava que o Américo Estanqueiro (grande fotógrafo, vi a sua exposição há muitos anos na Fundação Mário Soares!), pudesse esclarecer a dúvida do Timóteo Santo sobre as "urnas" (data e local)...
Alguém tem o endereço atual do António Tavares ? Não consigo fazer-lhe chegar as mensagens, o endereço que eu tenho é antigo. Ele deve tem ter um "gmail". Vive na Foz do Douro, Porto.
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