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domingo, 22 de junho de 2025

Guiné 61/74 - P26948: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (57): jovens balantas de Encheia à porta da Impar Lda... e um mergulho na piscina do antigo Clube Militar de Oficiais





Foto nº 1A e 1 > Jovens balantas de Encheia à porta da sede da Impar Lda, na Av Domingos Ramos, 43 D, Bissau, CP 489



Foto nº 2 > Antiga piscina do Clube Militar de Oficiais, hoje integradas num complexo hoteleiro (que começou por ser, a seguir à independência, o Hotel 24 de Setembro)


Guiné-Bissau > Bissau > 15 de junho de 2025

Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Patrício Ribeiro


Português, natural de Águeda, da colheita de 1947, criado desde criança em Nova Lisboa, hoje Huambo, Angola, ex-fuzileiro em Angola (1969/72), a viver na Guiné-Bissau desde 1984, fundador, sócio-gerente e ex-director técnico da firma Impar, Lda; é um "histórico" nossa Tabanca Grande (que integra desde 6/1/2006): é o português que melhor conhece a Guiné e os guineenses; é o nosso "embaixador" em Bissau, colaborador permanente para as questões de ambiente, geografia e economia, autor da série "Bom dia, desde Bissau": tem  cerca de 190 referências no nosso blogue.

1. Mensagem do Patrício Ribeiro


Data - 15/06/2025, 14:00
Assunto - Bom dia, desde Bissau


Bom dia, desde Bissau...

Hoje domingo, um grupo duas dezenas de jovens vieram visitar a Praça de Bissau.

Estes 3 jovens que estão na foto, informaram que fazem parte da “cultura balanta”, vieram das tabancas balantas da região de Bissorã, estes 3 são de Encheia.

Nesta época, final da campanha de caju, os camponeses têm algum dinheiro, para poderem fazer as suas cerimónias.

Há muitos “choros”, são precisas muitas vacas e porcos, as pessoas ficam com dívidas para pagar durante muito tempo, porque o dinheiro não chega e as festas são grandes, para não ficarem atrás das cerimónias dos amigos.

Como hoje é domingo, vou dar um mergulho à piscina da antiga messe dos oficiais, junto ao QG e almoçar lá.

Quando cheguei á Bissau,  em 1984 , vai fazer agora uns anos, acompanhado por uma equipa de colegas, era aqui que tomávamos banho, com sabão e toalha de banho, com água pelo joelho, não havia água em mais nenhum local do Hotel 24 de Setembro,

Era assim o nome que o hotel tinha naquela data… depois já mudou de nome 2 vezes (ver foto da piscina).

A chuva hoje vai deixar dar o mergulho… ela chegou com força no início de junho, praticamente chove todas as noites, a humidade e o calor é aquela o que vocês conheceram quando por cá andaram.

Abraço. Patrício
_________________

2 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Com a ajuda do Gemini IA / Google, procurámos responder à pergunta: "Os 'choros' na Guiné-Bissau, entre os balantas e outras etnias, ficam muito caros e quem os realiza hipoteca-se... É verdade ?"

Resposta (sem indicação de fontes específicas):

Sim, a afirmação de que os "choros" na Guiné-Bissau, especialmente entre os Balantas e outras etnias, se tornaram muito caros e levam à hipoteca das famílias é amplamente reconhecida e uma preocupação social significativa.

Os "choros" são cerimónias fúnebres tradicionais que desempenham um papel crucial na cultura e nas crenças de muitas etnias na Guiné-Bissau, incluindo os Balantas. Estas cerimónias são ricas em rituais e simbolismo, e são vistas como essenciais para garantir o repouso do falecido e a continuidade das tradições familiares e comunitárias.

No entanto, ao longo do tempo, os custos associados a estas cerimónias têm vindo a aumentar exponencialmente. Isso deve-se a vários fatores, entre os quais:

(i) Pressão social: existe uma forte pressão social para realizar choros grandiosos e dispendiosos, como forma de honrar o falecido e demonstrar o estatuto da família; não cumprir estas expectativas pode levar ao ostracismo social;

(ii) Despesas com alimentação e bebida: os choros frequentemente envolvem a alimentação de um grande número de pessoas por vários dias, o que acarreta custos elevados com produtos alimentares, bebidas e até mesmo animais para sacrifício;

(iii) Roupas e adornos: as famílias gastam somas consideráveis em roupas tradicionais e outros adornos para os participantes e para o falecido;

(iv) Transporte e alojamento: para famílias que vivem fora das suas aldeias de origem, os custos de transporte e alojamento para os participantes também podem ser significativos.

(v) Ofertas e presentes: é comum fazerem-se ofertas e presentes a figuras importantes da comunidade e a outros participantes.

Consequências da onerosidade dos choros

O impacto financeiro desses eventos é devastador para muitas famílias, levando a consequências como:

(i) Endividamento: as famílias frequentemente contraem empréstimos a juros elevados ou vendem bens valiosos, como terras, gado ou imóveis, para cobrir os custos dos choros. Isso pode levar a um ciclo de dívida difícil de quebrar;

(ii) Pobreza: o alto custo dos choros pode empurrar as famílias para a pobreza extrema, afetando a sua capacidade de investir em educação, saúde ou outras necessidades básicas;

(iii) Disputas familiares: a pressão para contribuir financeiramente pode gerar conflitos e tensões dentro das famílias e das comunidades;

(iv) Interrupção do desenvolvimento: a canalização de recursos financeiros para os choros pode desviar investimentos potenciais que poderiam impulsionar o desenvolvimento económico e social das comunidades.

Em suma, embora os "choros" sejam uma parte vital da cultura guineense, a sua crescente onerosidade representa um desafio sério, com consequências sociais e económicas profundas para as famílias e comunidades, levando muitas vezes ao endividamento e à hipoteca de bens.






Antº Rosinha disse...

Já passaram 40 anos , parece que foi ontem!