1. O nosso camarada Veríssimo Ferreira (ex-Fur Mil, CCAÇ 1422 / BCAÇ 1858, Farim, Mansabá, K3, 1965/67), em mensagem do dia 7 de Maio de 2013, enviou-nos mais uma história para publicar na sua série "Os melhores 40 meses da minha vida".
OS MELHORES 40 MESES DA MINHA VIDA
GUINÉ 65-67 - MEMÓRIAS AVULSAS
17 - A INVENÇÃO DO "XIS"
Aquando do CSM em Mafra e foram cinco meses iniciados a 24 de Janeiro de 1964, uma das instruções que nos prodigalizaram, foi precisamente o treinar visando um "xis" que desenhávamos em qualquer vetusta árvore ali do parque onde ensaiávamos guerras.
Depois e com os pés bem paralelos e melhor assentes no chão, à distância um do outro de mais ou menos 20 centímetros, e com o objectivo a 4 ou 5 metros, íamos atirando pedrinhas num movimento brusco.
Diziam-nos e eu acreditei, que esta era a forma de aprender a disparar sem apontar com a G3, quer fosse no tiro a tiro, quer de rajada, mas tudo instintivo.
Em princípio pensei que se tratasse duma forma de nos concederem alguns bons momentos de descanso e ainda por cima naquele local paradisíaco.
Verifiquei depois e com a arma já na mão, que na realidade a coisa até funcionava mesmo, ao contrário do que hoje me acontece que e embora esteja farto de colocar "xises" nos jogos da Santa Casa, não acertei ainda nada e relembrando o descrito atrás, vou começar já esta semana a praticar de novo com a finalidade de que possa vir a ficar mais rico ainda, se tal for possível.
Põe-se-me-le contudo a questão de não saber em que árvore.
Lá no monte dos meus sogros em Foros do Mocho-Montargil, junto à barragem onde pesco achigãs enormes, tenho oliveiras, figueiras, laranjeiras, pessegueiros, pinheiros bravos e mansos e até um sobreiro vejam bem... mas diz-se que dormir à sombra da figueira não é saudável e debaixo das oliveiras também não me apetece pois qu'agora estão cheias de candeio e deitam um pó verde bem desagradável.
Debaixo do pinheiro manso, também não me atrevo, porque as pinhas no ano passado não foram colhidas e de quando em vez caiem.
Ora com a sorte que tenho e considerando o peso das ditas, decerto saio de lá com a cabeça meio, ou mais, desfeita.
Com os pinheiros bravos não me meto, estão cheios de nemátodo, uma espécie de lagartita originada por uma mosca, depois escaravelho, grande com'o caraças e mais parecendo um aspro, lagarta ainda maior, que tal como algumas sogras, tem de morder sete vezes por dia, senão falece.
É por isso que vou de ter de pensar melhor.
Também treinávamos enquanto instruendos, o atirar da faca de mato contra quaisquer outras árvores, se possível de tronco preto.
A intenção era a de possível eliminação de sentinelas, é verdade.
Hoje mesmo e às vezes a brincar com a que estripo e escamo os achigãs MUITA GRANDES qu'atrás mencionei e quando ainda estão vivos, às vezes atiro o facalhão contra qualquer salgueiro ali à borda e acerto mesmo.
Por acaso na última vez, vi-me aflito para o retirar, que se entranhou desmesuradamente.
De qualquer forma ali passávamos por aqueles momentos em sossego depois do matinal crosse, que é assim uma espécie de ir passear em formatura, de fato de trabalho e a correr, com cantil cheio, capacete e Mauser e com a barriguinha pesada do pequeno almoço tomado em púcaro d'aço e composto de qualquer mistela a que chamavam café com leite condensado desfeito na amarelada água do convento, amarelo decerto oriundo da ferrugem amontoada nos velhinhos canos.
Em tais crosses do que mais gostava era quando os excelentíssimos instrutores diziam uma frase assim estilo: -A tua prima é boa?
Nós correndo e ao bater do pé direito teríamos de responder:
- É.
- Angola é nossa? - e a gente tadinhos:
- É.
Em Abrantes e Tomar onde tive a honra de ajudar a preparar recrutas, inventei novas perguntas que e sendo essa a intenção, divertiam e ajudavam a suportar o sacrifício. Frases bem simples, maliciosas "qb", mas que não posso dizer pois qu'a minha superior educação não me permite recordar tamanhas indecências.
(continua)
____________
Nota do editor
Último poste da série de 6 DE MAIO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11534: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (34): 35.º episódio: Memórias avulsas (16): Os dois amigos ao chegar à Guiné
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
domingo, 12 de maio de 2013
Guiné 63/74 - P11556: Estórias do Xitole (David Guimarães, ex-fur mil, CART 2716, 1970/72) (3): Era do caraças o paludismo
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > 2005 > "No Saltinho, as bajudas continuam lindas, ontem, como hoje", escreveu o José Teixeira, quando lá voltou em Abril de 2005. Mas esta é (ou era, no nosso tempo) também uma região palúdica, devido à existência de rios e charcos de água, acrescenta o nosso David Guimarães, vítima do paludismo, como quase todos nós...
Foto: © José Teixeira (2005).Todos os direitos reseravdos
1. Texto do David Guimarães (ex-fur mul, at inf, minas e armadilhas, da CART 2716, Xitole, 1970/1972), um dos primeiros camaradas a aparecer, a dar cara, a escrever no nosso blogue, nos idos anos de 2005. O primeiro poste que temos dele é de 17 de maio de 2005, e era o nº 20 (Foi você que pediu uma Kalash ?). Este que reproduzimos a seguir foi o 480 (*). É mais uma das suas estórias do Xitole, escritas no seu português castiço, e que retratam bem o quotidiano de um operacional de uma unidade de quadrícula (**).
Nós sabemos o que era uma coluna logística, uma operação de reabastecimento, mas outros nem calculam o que seja... O vai haver coluna já era uma grande chatice... Andar até ao Jagarajá, à Ponte do Rio Jagarajá, a pé e a picar, não era pera doce... E depois? Se acaso acontecia mais algo a seguir?
Claro que não vou explicar o que é picar - não será necessário, antes fosse... O picar na tabanca era bem melhor, maravilha mesmo... Agora picar aquela estrada toda até ao Jagarajá, porra, que grande merda!... Na tabanca sempre era melhor, era pelo menos algo bem diferente do que ir a servir de rebenta minas...
Pois é, a grande operação, a saída da rotina. Depois havia que manter a guarda de manhã até à noite... É que, quando a coluna vinha para o Xitole, então também se ia ao Saltinho. Ufa, que grande merda, mas tinha que ser...
O Quaresma, o Santos e eu vivíamos os três na altura no mesmo apartamento do Xitole - um à esquerda, outro à direita e eu ao centro... Sempre simples e amigo da brincadeira, eu via os dois desgraçados com uma camada de paludismo a vomitarem e eu lá no meio a acalmá-los:
- Vocês são uns merdas, não valem nada... Pois, não fazem o que eu digo!.. Apanham isto por que não bebem. Quem bebe bem, safa-se!
E eles, coitados, riam e choravam ao mesmo tempo, e seguir lá vomitavam o que não tinham no estômago. O paludismo era assim... Bem, lá me levantava eu de manhã e lá ficavam eles na cama... Eles já tinham o cu como um crivo, só das injecções.
- Porra!, - dizia eu - quem dera nunca me dê esta merda...
Bem, mas eles melhoravam e eu estava bom, antes assim. São meus amigos, faço-lhes companhia e trago-lhes o correio... É verdade e lá parto de manhã, um belo dia, para a dita operação de segurança à coluna que vinha de Bambadinca...
- Ai, que bom não ser eu a picar, ainda bem!
Nos revezávamo-nos entre os três grupos de combate em cada coluna: ia um até ao Jagarajá, outro ficava no ponto intermédio e o outro adiante da Ponte dos Fulas, aquela ponte a 3 Km do Xitole onde estava sempre um grupo de combate. Esse limitava-se a ver passar o comboio... e a tomar conta da ponte, claro...
Bem, lá fomos nós por ali adiante, os três grupos, o meu no meio. Eu, como sempre levei duas Fantas -cerveja só no Xitole - enfim uma ou outra coisita da ração de reserva e doces, nem vê-los... É que aquelas geleias e coisas mais doces da ração atraía a nós uns mosquitos chatos e sobretudo umas formigas que ferravam e não nos largavam. Quantas vezes tivemos que as tirar das zonas púbicas - que bem que está a falar um ex-militar!... Quantas vezes tivemos que arrear as calças, para essa aflitiva operação!... Mas essa era outra guerra, paralela à coluna...
Lá progredimos e começámos a instalarmo-nos, ao lado da estrada, metidos uns 20 a 30 metros dentro do mato... Depois ali era esperar, esperar que os motores se começassem a ouvir e as viaturas a surgir, envoltas em nuvens de poeira:
- Aí vem a coluna!...
Já tínhamos morto umas centenas de moscas pequeninas que vinham fazer cócegas onde havia mais suor. O pulso era um dos seus alvos preferidos, mesmo na zona da correia do relógio...
Uma vez instalado, eis que me deu sede... Bebi uma Fanta, quase de um só gole. Ao mesmo tempo deu-me um frio danado, vomitei a bebida de imediato e tiveram que me cobrir com um camuflado. Comecei a tremer como varas verdes - não, dessa vez não era com medo, era com frio, arrepios de frio, no meio de um calor do caraças... Tive ainda forças para dizer:
- Lopes (era um cabo da minha secção), comande esta merda e meta-me na primeira viatura que aparecer... Estou com paludismo...
Porra, que eu nem forças tinha para me pôr de pé. Lá vim para a estrada, apoiado no cabo, até que enfim se ouve o trabalhar dos motores, as viaturas das colunas... O cabo mete-me na primeira...
- Sobe, diz o oficial.
Guiné > Zona Leste >Ector L1 >Xitole > 1970 > A coluna logística mensal de Bambadinca chega ao Xitole... Em cima da Daimler, ao centro o alferes miliciano de cavalaria Vacas de Carvalho, comandante do pelotão Pel Rec Daimler 2206 (Bambadinca, 1970/71); à sua direita, o furrriel miliciano Reis, da CCAÇ 12, à sua esquerda o furriel miliciano enfermeiro Godinho, da CCS do BART 2917, mais o furriel miliciano Roda, da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71).
Foto: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados
E lá fui eu a tremer até ao Xitole, a bordo o de uma viatura... de Cavalaria, a autometralhadora Daimler do Vacas de Carvalho, comandante do Pel Rec Daimler... Esse mesmo, o da fotografia, espero que não tenha sido nesse dia mesmo que eu fiquei doente; julgo que na altura lhe agradeci a boleia, mas se o não fiz, devido ao estado febril em que eu me encontrava, ainda vou a tempo, trinta e seis anos depois:
- Obrigado, meu alferes! Foi a melhor boleia, a mais oportuna, a mais rápida, que eu apanhei na puta da vida! Mesmo à justa!...
Bom, o resto da estória é fácil de imaginar: enfermaria, uns comprimidos e cama - uma semana de baixa!... Ai que bom, nem precisei de injecções... Aí naquele quarto de hotel de cinco estrelas, o que o Santos e o Quaresma - falecido pouco depois, uma história negra que hei-de aqui contar - me disseram!
- Então, seu caralho, tu é que eras o bom!...
- Por favor, deixem-me em paz! - pedia-lhes eu...
A guerra naquela zona sempre foi tremendamente difícil. Sei que o Xitole era das zonas da Guiné que mais problemas tinha com o caraças do paludismo: tínhamos muito charcos de água e dois rios bem perto, o Corubal e o Poulom, aquele da ponte dos Fulas... Chegámos a ter muita gente acamada ao mesmo tempo e não dávamos descanso à enfermaria...
Como estão a ver na guerra apanhava-se de tudo: boleias de Daimler, picadas de formigas, moscas e mosquitos, paludismo, além da porrada... Em matéria de picadas, também as fiz, picadas à pista de aviação de Bambadinca... Mas isso é outra estória, que fica para uma próxima...
- Sobe, diz o oficial.
Guiné > Zona Leste >Ector L1 >Xitole > 1970 > A coluna logística mensal de Bambadinca chega ao Xitole... Em cima da Daimler, ao centro o alferes miliciano de cavalaria Vacas de Carvalho, comandante do pelotão Pel Rec Daimler 2206 (Bambadinca, 1970/71); à sua direita, o furrriel miliciano Reis, da CCAÇ 12, à sua esquerda o furriel miliciano enfermeiro Godinho, da CCS do BART 2917, mais o furriel miliciano Roda, da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71).
Foto: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados
E lá fui eu a tremer até ao Xitole, a bordo o de uma viatura... de Cavalaria, a autometralhadora Daimler do Vacas de Carvalho, comandante do Pel Rec Daimler... Esse mesmo, o da fotografia, espero que não tenha sido nesse dia mesmo que eu fiquei doente; julgo que na altura lhe agradeci a boleia, mas se o não fiz, devido ao estado febril em que eu me encontrava, ainda vou a tempo, trinta e seis anos depois:
- Obrigado, meu alferes! Foi a melhor boleia, a mais oportuna, a mais rápida, que eu apanhei na puta da vida! Mesmo à justa!...
Bom, o resto da estória é fácil de imaginar: enfermaria, uns comprimidos e cama - uma semana de baixa!... Ai que bom, nem precisei de injecções... Aí naquele quarto de hotel de cinco estrelas, o que o Santos e o Quaresma - falecido pouco depois, uma história negra que hei-de aqui contar - me disseram!
- Então, seu caralho, tu é que eras o bom!...
- Por favor, deixem-me em paz! - pedia-lhes eu...
A guerra naquela zona sempre foi tremendamente difícil. Sei que o Xitole era das zonas da Guiné que mais problemas tinha com o caraças do paludismo: tínhamos muito charcos de água e dois rios bem perto, o Corubal e o Poulom, aquele da ponte dos Fulas... Chegámos a ter muita gente acamada ao mesmo tempo e não dávamos descanso à enfermaria...
Como estão a ver na guerra apanhava-se de tudo: boleias de Daimler, picadas de formigas, moscas e mosquitos, paludismo, além da porrada... Em matéria de picadas, também as fiz, picadas à pista de aviação de Bambadinca... Mas isso é outra estória, que fica para uma próxima...
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Notas do editor:
(*) Originalmente publicad na I Série > 27 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXX [480]: Uma boleia na Daimler do Vacas de Carvalho (Xitole, David Guimarães)
(**) Último poste da série > 24 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11456: Estórias do Xitole (David Guimarães, ex-fur mil, CART 2716, 1970/72) (2): Nem santos nem pecadores
Notas do editor:
(*) Originalmente publicad na I Série > 27 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXX [480]: Uma boleia na Daimler do Vacas de Carvalho (Xitole, David Guimarães)
(**) Último poste da série > 24 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11456: Estórias do Xitole (David Guimarães, ex-fur mil, CART 2716, 1970/72) (2): Nem santos nem pecadores
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sábado, 11 de maio de 2013
Guiné 63/74 - P11555: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (45): Respostas (nºs 93/94/95): Paulo Salgado (CCAV 2721,Olossato e Nhacra, 1970/72 ); António Manuel Sucena Rodrigues (CCAÇ 12, Xime, 1972/74) ; José Santos (CCAÇ 3326, Mampatá e Quinhamel, 1971/73)
Resposta nº 93 > Paulo Salgado [, ex-Alf Mil, CCAV 2721,Olossato e Nhacra, 1970/72]:
(1) Quando é que descobriste o blogue ?
Quase desde o início. Aliás, a minha mulher [Conceição] e a minha filha [Paula] são tabanqueiras, mas muito irregulares…
(2) Como ou através de quem (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)?
Através do Luís Graça. Um encontro…
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) ? Se sim, desde quando ?
O meu bombolom começou a tocar há alguns anos – basta ver as notícias
(4) Com que regularidade visitas o blogue (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...) ?
Regularmente
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ?
Mando de forma irregular.
(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ?
Não.
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?
Nunca
(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?
Do Blogue: o que os camaradas pensam do que fizeram na Guiné sob os aspectos humanos e sociais (é estranho?). Do face, não falo…não leio.
(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ?
Mesmo quendo se fala de guerra (emboscadas, “roncos”) aprecio saber. Mas não é o meu forte, confesso. Oh, camaradas, há ética na guerra?
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
Sem dificuldade.
(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ?
O blogue permitiu e permite fazer a catarse, possibilita o reviver de memórias. E, pessoalmente encontrar um equilíbrio entre o que vivi então e o que vivenciei nas imensas vezes que fui lá…depois (sempre fui bem recebido…e tratado…há tantas histórias.)
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?
Não. Com pena minha.
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?
Ainda não sei se poderei…
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?
Claro que tem. Eu procurarei dar mais contributos.
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.
Vamos todos cumprir os “mandamentos”…do nosso blogue.
Paulo Salgado – ex-alferes de Op. Esp. CCAV2721
Resposta nº 94 > António Manuel Sucena Rodrigues [ex-Ful Mil Inf, CCAÇ 12, no período final da guerra (1972/74, tendo estado no Xime]
(1) Quando é que descobriste o blogue ?
R: Em 2008
(2) Como ou através de quem (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada) ?
R: Pesquisa no Google
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) ? Se sim, desde quando ?
R: Sim, desde 2008 [, Falta-nos foto do tempo de Guiné, 1972/74].
(4) Com que regularidade visitas o blogue (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...) ?
R: De tempos a tempos.
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ? R: Não, mas vou mandar.
(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ?
R: Não.
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?
R: Não vou ao Facebook.
(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?
R: Artigos de opinião; comparar opiniões sobre os vários acontecimentos da guerra; notícias atuais
do povo da Guiné
(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ? ~
R: Nada~.
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
R: Não.
(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ?
R: Recordar o que de bom lá passei e aprendi (e foi muito). Tentar perceber o que na altura, dada a minha juventude, não consegui perceber e o que ficou por aprender.
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?
R: Sim
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?
R: Sim. Já estou inscrito.
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?
R: Acho que sim, enquanto houver alguma coisa por explicar, por contar, por aprender com a guerra, por compreender nos povos da Guiné e na nossa juventude, e explicar a nossa história e sobretudo enquanto houver quem conte e quem queira ouvir contar.
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.
Resposta nº 95 > José Santos [ex-1.º Cabo Aux. Enf.º da CCAÇ 3326, Mampatá e Quinhamel, 1971/73]
1) [Descobri o blogue] há cerca de 3 anos
2) Informação de um camarada já falecido
3) Sou membro [da Tabanca Grande] desde há 3 anos [, 16 de novembro de 2011]
4) [Visito o blogue] de tempos a tempos
5) Já enviei história passada por mim em Mampatá
6) Não, [a nossa página no Facebook, Tabanca Grande Luís Graça]
7) Nem uma nem outra, mas vou fazer os possíveis para os visitar mais vezes
8/9/10) ...
11) Gosto de saber novidades
12) Não, [nunca fui aos encontros nacionais da Tabanca Grande]
13) Não, [não vou este ano]
14) Sempre
15) Unicamente prometo que vou estar mais atento. Abração
_____________
Nota do editor:
Último poste da série > 10 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11547: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (44): Respostas (nºs 90/91/92): José Rodrigues Firmino (CCAÇ 2585, Jolmete, 1969/71); Fernando Chapouto (CCAÇ 1426, Geba, Camamudo, Banjara e Cantacunda, 1965/67); José Manuel Carvalho (CCS/BCAÇ 4612/74, Cumeré, Mansoa e Brá, 1974)
Guiné 63/74 - P11554: Convívios (521): CART 1746 (Bissorã e Xime, 1967/69): 8º convívio, Quinta do Conde, Sesimbra, 8 de junho de 2013 (Manuel Moreira)
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Nota do editor:
Último poste da série > 11 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11553: Convívios (520): CCAÇ 2792 (Cabedu e Catió, 1970/72), 25 de maio de 2013, Mosteiro de Leça do Balio, Matosinhos (Fernando Macedo, ex-1º cabo, 15º Pel Art, Cabedu, 1971/72)
Guiné 63/74 - P11553: Convívios (520): CCAÇ 2792 (Cabedu e Catió, 1970/72). 25 de maio de 2013, Mosteiro de Leça do Balio, Matosinhos (Fernando Macedo, ex-1º cabo, 15º Pel Art, Cabedu, 1971/72)
Foto: © AD- Acção para o Desenvolvimento (2011). Todos os direitos reservados
2. Fernando Macedo. nosso tabanqueiro, ex. 1º cabo art, que serviu em Cabedú, em 1971/1972, integrando o 5º Pel Art, adstrito à CAÇ 2792. convida os seus antigos camaradas, que passaram por Cabedú pelo 5º Pel Art, sob o comando do alf mil Nolasco, para comparecerem neste convívio anual.
Nota do editor
Último poste da série > 10 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11551: Convívios (519): 9.º Almoço de confraternização do pessoal do Pel Mort 4574/72 em Almeirim no dia 1 de Junho de 2013 (António Santos)
sexta-feira, 10 de maio de 2013
Guiné 63/74 - P11552: Agenda cultural (269): Convite para a Mesa Redonda "Guidage, Guiledje, Gadamael 40 anos dos 3 G's da Guerra na Guiné", dia 23 de Maio de 2013, pelas 14H00, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra (Julião Soares Sousa)
A pedido do Prof. Julião Soares Sousa [foto à esquerda], leva-se ao conhecimento da tertúlia, e leitores em geral, a realização da Mesa Redonda "GUIDAGE (Cumbamori), GUILEDJE, GADAMAEL 40 ANOS DOS 3 G's DA GUERRA NA GUINÉ", a ter lugar no próximo dia 23 de Maio, pelas 14H00, na Sala Francisco Sá de Miranda, na Casa Municipal da Cultura, em Coimbra.
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Nota do editor
Último poste da série de 9 DE MAIO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11544: Agenda cultural (268): Exposição, Lisboa, Museu da Eletricidade, de 3 a 26 de maio de 2013, entrada gratuita: World Press Photo 2013
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Nota do editor
Último poste da série de 9 DE MAIO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11544: Agenda cultural (268): Exposição, Lisboa, Museu da Eletricidade, de 3 a 26 de maio de 2013, entrada gratuita: World Press Photo 2013
Guiné 63/74 - P11551: Convívios (519): 9.º Almoço de confraternização do pessoal do Pel Mort 4574/72 em Almeirim no dia 1 de Junho de 2013 (António Santos)
1. A pedido do nosso camarada António Santos (ex-Sold Trms do Pel Mort 4574/72, Nova Lamego, 1972/74), [foto à direita], aqui fica o anúncio do 9.º Almoço de Confraternização do seu Pel Mort, que este ano se vai realizar em Almeirim no próximo dia 1 de Junho de 2013.
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Nota do editor
Último poste da série de 28 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11490: Convívios (518): 17º Encontro/Convívio da CCAV 8351 - “Os Tigres de Cumbijã” (Magalhães Ribeiro)
Guiné 63/74 - P11550: Notas de leitura (479): A História do BCAÇ 2845 em verso, por Albino Silva, e A política da luta armada - Libertação nacional nas colónias africanas de Portugal, por Basil Davidson (Mário Beja Santos)
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 22 de Janeiro de 2013:
Queridos amigos,
É a primeira história de uma unidade que combateu na Guiné que encontro literalmente em verso, isto graças à solicitude da Teresa Almeida, da Biblioteca da Liga dos Combatentes, confesso que desconhecia esta veia poética, o trabalho de Albino Silva é espantoso na dedicação e na afetuosidade.
Impunha-se igualmente a recensão do livro de Basil Davidson, cheio de clichês, às vezes com erros grosseiros, impressiona como homens de grande vigor intelectual cedem aos caprichos da propaganda, esquecendo o mínimo dos mínimos do contraditório.
Talvez por isso, o Basil Davidson ande agora a escrever, compungido, sobre os dramas africanos atuais…
Um abraço do
Mário
"A história do BCAÇ 2845 em verso", de Albino Silva
"A política da luta armada, libertação nacional nas colónias africanas de Portugal", por Basil Davidson
Beja Santos
A história do BCAÇ 2845 em verso, de Albino Silva
“História da Unidade, BCAÇ 2845 em verso”, por Albino Silva, edição de autor, 2003, é um livro singular, confesso que nunca tinha lido a história de uma unidade, toda ela, em verso. O Albino Silva foi soldado maqueiro entre 1968 e 1970. Em 1959 estava em Angola, assustou-se com os massacres e os horrores de 1961, regressou, depois fugiu para França. E escreve: “Mas com os meus 20 anos e em França há já um ano eu pensava no tempo que lá iria estar e pensava também nos que iam para o Ultramar lutar por aquilo que eu fui obrigado a abandonar. Comecei a pensar que estava a ser cobarde para com a minha Pátria. Comecei a pensar que era Angola que precisava de mim e que eu tinha por direito vingar aqueles que lá tombaram sem cabeça no norte de Angola, na minha zona e gente minha amiga”.
O destino trocou-lhe as voltas, a unidade mobilizadora foi o BCAÇ 10, sito em Chaves. Em 1 de Maio de 1968 o BCAÇ 2845 parte para a Guiné, a bordo do Niassa. Albino Silva forjou toda a obra em quadras ao gosto popular, como se exemplifica: “Alcântara foi o cais/ onde íamos embarcar/ manhã cedo lá chegámos/ com familiares a chorar”. E vão para Teixeira Pinto, apresenta a sua CCS: “A CCS era composta/ por maqueiros e doutores/ enfermeiros eletricistas/ mecânicos e condutores/ Fui maqueiro da CCS/ com voz e alegria/ para o ano venham todos/ há festa da companhia”.
Guarda saudades de todo este tempo, das bajudas, dos petiscos, do trabalho de enfermaria, foi de bom relacionamento e não gostava de contumélias, manteve uma excelente relação com o médico: “Na enfermaria o doutor/ era bom e como tal/ consultava de manhã/ de tarde no hospital/ Mas a nossa enfermaria/ também tinha enfermeiro/ atenciosos p’ra vós/ estavam lá os maqueiros”. Mostra fotografia de enfermaria e maternidade em Teixeira Pinto, não esconde o seu orgulho: “Era uma enfermaria/ pela tropa procurada/ pois tendo um pouco de tudo/ pouco faltava ou nada”. Ficou-lhe a vontade de voltar à Guiné, não esconde esse desejo: “Se não fossem escaramuças/ daquela gente sem fé/ de certeza que eu já tinha/ visitado a Guiné./ Mas tenho esperanças que um dia/ a Guiné vou visitar/ e até sendo possível/ algum tempo lá ficar”.
Dá um grande relevo à composição da CCS, enumera todos os camaradas um a um e depois dedica a sua atenção às companhias operacionais (CCAÇ 2366/2367 e 2368, regista os louvores, as operações, os locais onde se combateu, é verdade que teve acesso a história do batalhão e diz com orgulho: “De tantos de nós falei/ de nenhum me esqueci/ em tudo que tu já leste/ e que fui eu que escrevi”. É caloroso com África, manifesta pesar com as dificuldades da Guiné: “Gosto de ti ó Guiné/ das aldeias e raças/ dói muito às vezes ouvir/ tudo por quanto tu passas”. Repete insistentemente que a Guiné não lhe sai da memória, tal como o serviço que ali prestou: “Guiné foi castigo/ Guiné foi verdade/ Guiné foi juventude/ Guiné hoje saudade”. Termina o seu livro com agradecimentos, dizendo que foi por pura brincadeira que um dia se lembrou de escrever toda esta história em verso, dedica a sua obra ao sargento António Manuel Mestra, agradece ao coronel Aristides de Araújo Pinheiro o empréstimo da história da unidade, se ali tudo estava registado então havia que pôr em verso, apesar do seu mau jeito, como ele diz, despede-se dizendo que ainda hoje vive no dia a dia aquela Guiné e a sua saudade é incontida.
A política da luta armada, Libertação nacional nas colónias africanas de Portugal, por Basil Davidson
Em 1976, em pleno rescaldo da descolonização, Basil Davidson, um historiador e publicista com imensos títulos publicados sobre a luta da libertação na Guiné-Bissau, Angola e Moçambique. Basil Davidson, traça um quadro sumário sobre o desenvolvimento dessas lutas e apresenta as caraterísticas inovadoras dessa emancipação. Davidson faleceu em 2010.
A primeira consideração que tece é sobre a motivação da guerrilha vitoriosa: “O motivo essencial da sua capacidade de vencer era exterior ao campo militar. A guerra de guerrilha bem-sucedida é sempre e principalmente guerra política. Os homens e as mulheres que conduziam tais lutas eram sem dúvida eficientes na tática e na estratégia militar. Mas na política eram excelentes. A sua política explica o que, sem ela, permaneceria misterioso (…) A vitória política foi ainda maior do que a vitória militar a que dera também origem. Esta vitória política dos africanos podia tornar-se também uma vitória política dos portugueses”.
A segunda consideração tem a ver com a análise que faz do colonialismo português no contexto do movimento independentista africano, exibe números e vê-se que está bem documentado sobre o quadro cultural dos dirigentes que pugnaram a favor do Portugal imperial citando uma obra “Os nativos na economia africana” em que o seu autor, Marcello Caetano assim se pronunciava, em 1954: “Os pretos em África têm de ser dirigidos e enquadrados por europeus (…) Os negros em África devem ser olhados como elementos produtores enquadrados ou a enquadrar numa economia dirigida por brancos”.
A terceira consideração refere-se à natureza estratégica do lado colonial e do lado independentista, aqui cita abundantemente Amílcar Cabral e as suas insistentes iniciativas junto do governo português para evitar o conflito armado, mostra igualmente os diferentes processos que levaram a divisões, sobretudo em Angola e Moçambique.
A quarta consideração prende-se com a evolução da guerra e o sentido crítico manifestado pelos dirigentes mais lúcidos. Cita Cabral a criticar em 1965 debilidades militares do PAIGC e em concreto a deplorar insuficiente trabalho político e a emergência de “militarismo”, devido ao qual alguns dirigentes se tinham esquecido de que eram militantes armados e não militaristas. Vê-se que Davidson admirava profundamente Cabral e a sua inovação em procurar nas áreas libertadas houvesse participação e processo de aculturação entre o movimento e as massas. Para Cabral, removido o sistema colonial havia que encontrar um desenvolvimento específico que pudesse travar a tentação neocolonial, como ele assim explicava: “A nossa resistência cultural consiste no seguinte: ao mesmo tempo que erradicamos a cultura colonial e os aspetos negativos da nossa cultura, temos de criar uma cultura nova, também baseada nas nossas próprias tradições, mas respeitando tudo quanto o mundo conquistou para o serviço da humanidade”.
Comenta a evolução militar nos últimos anos, vê-se perfeitamente que estava influenciado pelos dados da propaganda dos movimentos de libertação e às vezes diz asneiras de que posteriormente se deve ter arrependido, do género: “Em Março de 1973,o PAIGC começou a abater os bombardeiros de Spínola com mísseis terra-ar. Em Julho, o campo fortificado de Guileje, de importância decisiva, foi arrasado, e a sua guarnição aniquilada num bombardeamento de artilharia e morteiros que durou algumas horas e a que Spínola não pôde replicar”.
Por fim dedica a sua atenção aos acontecimentos posteriores ao 25 de Abril, de novo cede à retórica, neste caso dando opiniões destemperadas sobre os conflitos angolanos e cita Luís Cabral exatamente onde este dirigente falhou rotundamente: “O que queremos é desenvolver os nossos países das aldeias para as cidades e não inversamente”.
Enfim, uma obra datada e conceitos que a História se encarregou de arquivar.
____________
Nota do editor
Último poste da série de 6 DE MAIO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11532: Notas de leitura (478): Homem de Ferro, edição de autor, por Manuel Pires da Silva (2) (Mário Beja Santos)
Queridos amigos,
É a primeira história de uma unidade que combateu na Guiné que encontro literalmente em verso, isto graças à solicitude da Teresa Almeida, da Biblioteca da Liga dos Combatentes, confesso que desconhecia esta veia poética, o trabalho de Albino Silva é espantoso na dedicação e na afetuosidade.
Impunha-se igualmente a recensão do livro de Basil Davidson, cheio de clichês, às vezes com erros grosseiros, impressiona como homens de grande vigor intelectual cedem aos caprichos da propaganda, esquecendo o mínimo dos mínimos do contraditório.
Talvez por isso, o Basil Davidson ande agora a escrever, compungido, sobre os dramas africanos atuais…
Um abraço do
Mário
"A história do BCAÇ 2845 em verso", de Albino Silva
"A política da luta armada, libertação nacional nas colónias africanas de Portugal", por Basil Davidson
Beja Santos
A história do BCAÇ 2845 em verso, de Albino Silva
“História da Unidade, BCAÇ 2845 em verso”, por Albino Silva, edição de autor, 2003, é um livro singular, confesso que nunca tinha lido a história de uma unidade, toda ela, em verso. O Albino Silva foi soldado maqueiro entre 1968 e 1970. Em 1959 estava em Angola, assustou-se com os massacres e os horrores de 1961, regressou, depois fugiu para França. E escreve: “Mas com os meus 20 anos e em França há já um ano eu pensava no tempo que lá iria estar e pensava também nos que iam para o Ultramar lutar por aquilo que eu fui obrigado a abandonar. Comecei a pensar que estava a ser cobarde para com a minha Pátria. Comecei a pensar que era Angola que precisava de mim e que eu tinha por direito vingar aqueles que lá tombaram sem cabeça no norte de Angola, na minha zona e gente minha amiga”.
O destino trocou-lhe as voltas, a unidade mobilizadora foi o BCAÇ 10, sito em Chaves. Em 1 de Maio de 1968 o BCAÇ 2845 parte para a Guiné, a bordo do Niassa. Albino Silva forjou toda a obra em quadras ao gosto popular, como se exemplifica: “Alcântara foi o cais/ onde íamos embarcar/ manhã cedo lá chegámos/ com familiares a chorar”. E vão para Teixeira Pinto, apresenta a sua CCS: “A CCS era composta/ por maqueiros e doutores/ enfermeiros eletricistas/ mecânicos e condutores/ Fui maqueiro da CCS/ com voz e alegria/ para o ano venham todos/ há festa da companhia”.
Guarda saudades de todo este tempo, das bajudas, dos petiscos, do trabalho de enfermaria, foi de bom relacionamento e não gostava de contumélias, manteve uma excelente relação com o médico: “Na enfermaria o doutor/ era bom e como tal/ consultava de manhã/ de tarde no hospital/ Mas a nossa enfermaria/ também tinha enfermeiro/ atenciosos p’ra vós/ estavam lá os maqueiros”. Mostra fotografia de enfermaria e maternidade em Teixeira Pinto, não esconde o seu orgulho: “Era uma enfermaria/ pela tropa procurada/ pois tendo um pouco de tudo/ pouco faltava ou nada”. Ficou-lhe a vontade de voltar à Guiné, não esconde esse desejo: “Se não fossem escaramuças/ daquela gente sem fé/ de certeza que eu já tinha/ visitado a Guiné./ Mas tenho esperanças que um dia/ a Guiné vou visitar/ e até sendo possível/ algum tempo lá ficar”.
Dá um grande relevo à composição da CCS, enumera todos os camaradas um a um e depois dedica a sua atenção às companhias operacionais (CCAÇ 2366/2367 e 2368, regista os louvores, as operações, os locais onde se combateu, é verdade que teve acesso a história do batalhão e diz com orgulho: “De tantos de nós falei/ de nenhum me esqueci/ em tudo que tu já leste/ e que fui eu que escrevi”. É caloroso com África, manifesta pesar com as dificuldades da Guiné: “Gosto de ti ó Guiné/ das aldeias e raças/ dói muito às vezes ouvir/ tudo por quanto tu passas”. Repete insistentemente que a Guiné não lhe sai da memória, tal como o serviço que ali prestou: “Guiné foi castigo/ Guiné foi verdade/ Guiné foi juventude/ Guiné hoje saudade”. Termina o seu livro com agradecimentos, dizendo que foi por pura brincadeira que um dia se lembrou de escrever toda esta história em verso, dedica a sua obra ao sargento António Manuel Mestra, agradece ao coronel Aristides de Araújo Pinheiro o empréstimo da história da unidade, se ali tudo estava registado então havia que pôr em verso, apesar do seu mau jeito, como ele diz, despede-se dizendo que ainda hoje vive no dia a dia aquela Guiné e a sua saudade é incontida.
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A política da luta armada, Libertação nacional nas colónias africanas de Portugal, por Basil Davidson
Em 1976, em pleno rescaldo da descolonização, Basil Davidson, um historiador e publicista com imensos títulos publicados sobre a luta da libertação na Guiné-Bissau, Angola e Moçambique. Basil Davidson, traça um quadro sumário sobre o desenvolvimento dessas lutas e apresenta as caraterísticas inovadoras dessa emancipação. Davidson faleceu em 2010.
A primeira consideração que tece é sobre a motivação da guerrilha vitoriosa: “O motivo essencial da sua capacidade de vencer era exterior ao campo militar. A guerra de guerrilha bem-sucedida é sempre e principalmente guerra política. Os homens e as mulheres que conduziam tais lutas eram sem dúvida eficientes na tática e na estratégia militar. Mas na política eram excelentes. A sua política explica o que, sem ela, permaneceria misterioso (…) A vitória política foi ainda maior do que a vitória militar a que dera também origem. Esta vitória política dos africanos podia tornar-se também uma vitória política dos portugueses”.
A segunda consideração tem a ver com a análise que faz do colonialismo português no contexto do movimento independentista africano, exibe números e vê-se que está bem documentado sobre o quadro cultural dos dirigentes que pugnaram a favor do Portugal imperial citando uma obra “Os nativos na economia africana” em que o seu autor, Marcello Caetano assim se pronunciava, em 1954: “Os pretos em África têm de ser dirigidos e enquadrados por europeus (…) Os negros em África devem ser olhados como elementos produtores enquadrados ou a enquadrar numa economia dirigida por brancos”.
A terceira consideração refere-se à natureza estratégica do lado colonial e do lado independentista, aqui cita abundantemente Amílcar Cabral e as suas insistentes iniciativas junto do governo português para evitar o conflito armado, mostra igualmente os diferentes processos que levaram a divisões, sobretudo em Angola e Moçambique.
A quarta consideração prende-se com a evolução da guerra e o sentido crítico manifestado pelos dirigentes mais lúcidos. Cita Cabral a criticar em 1965 debilidades militares do PAIGC e em concreto a deplorar insuficiente trabalho político e a emergência de “militarismo”, devido ao qual alguns dirigentes se tinham esquecido de que eram militantes armados e não militaristas. Vê-se que Davidson admirava profundamente Cabral e a sua inovação em procurar nas áreas libertadas houvesse participação e processo de aculturação entre o movimento e as massas. Para Cabral, removido o sistema colonial havia que encontrar um desenvolvimento específico que pudesse travar a tentação neocolonial, como ele assim explicava: “A nossa resistência cultural consiste no seguinte: ao mesmo tempo que erradicamos a cultura colonial e os aspetos negativos da nossa cultura, temos de criar uma cultura nova, também baseada nas nossas próprias tradições, mas respeitando tudo quanto o mundo conquistou para o serviço da humanidade”.
Comenta a evolução militar nos últimos anos, vê-se perfeitamente que estava influenciado pelos dados da propaganda dos movimentos de libertação e às vezes diz asneiras de que posteriormente se deve ter arrependido, do género: “Em Março de 1973,o PAIGC começou a abater os bombardeiros de Spínola com mísseis terra-ar. Em Julho, o campo fortificado de Guileje, de importância decisiva, foi arrasado, e a sua guarnição aniquilada num bombardeamento de artilharia e morteiros que durou algumas horas e a que Spínola não pôde replicar”.
Por fim dedica a sua atenção aos acontecimentos posteriores ao 25 de Abril, de novo cede à retórica, neste caso dando opiniões destemperadas sobre os conflitos angolanos e cita Luís Cabral exatamente onde este dirigente falhou rotundamente: “O que queremos é desenvolver os nossos países das aldeias para as cidades e não inversamente”.
Enfim, uma obra datada e conceitos que a História se encarregou de arquivar.
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Nota do editor
Último poste da série de 6 DE MAIO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11532: Notas de leitura (478): Homem de Ferro, edição de autor, por Manuel Pires da Silva (2) (Mário Beja Santos)
Guiné 63/74 - P11549: Álbum fotográfico do Zé Teixeira (CCAÇ 2381, Buba e Empada, 1968/70) (Parte I): Em tempo de guerra, brindando à vida, à paz, ao amor, á amizade
Guiné > Região de Quínara > Buba (?) > CCAÇ 2381 (Buba e Empada, 1968/70) > O Zé (Teixeira), o nosso querido fermero, de marmita na mão, no relativo (des)conforto de um refeitório do mato, em instalações hoteleiras de múltiplas estrelas... Ele não disse nem quando nem onde...
Guiné > Região de Quínara > Buba (?) > CCAÇ 2381 (Buba e Empada, 1968/70) > Três tugas (o da direita, é o Zé) partilhando um copo, brindando à vida, à paz, ao amor, à amizade... Não importa onde nem quando...
Guiné > Região de Quínara > Buba > CCAÇ 2381 (Bubza e Emapada, 1968/70) > O Zé, barbido, de óculos escuros, com três barbudos que só podiam ser fuzileiros navais, dos que atravessavam o Grande Rio de Buba ...
Guiné > Região de Quínara > Buba (?)) > CCAÇ 2381 (Buba e Empada, 1968/70) > Mais outra foto à procura de legenda... Momentos de descontração em grupo ou quiçá posando em grupo, com o Zé a pensar que um dia voltaria à Guiné... Como aconteceu por estes dias, em mais uma viagem de lazer e de trabalho... (Já são quntas, Zé ?)...Tanto quanto sei, o Zé regressa de Bissau, amanhã, com o ortopedista e nosso camarada Francisco Silva, seu companheiro de viagem ... Será que estiveram em Buba e Empada ?
Guiné > Região de Quínara > Buba (?) > CCAÇ 2381 (Buba e Empada, 1968/70) > Três tugas (o da direita, é o Zé) partilhando um copo, brindando à vida, à paz, ao amor, à amizade... Não importa onde nem quando...
Guiné > Região de Quínara > Buba > CCAÇ 2381 (Bubza e Emapada, 1968/70) > O Zé, barbido, de óculos escuros, com três barbudos que só podiam ser fuzileiros navais, dos que atravessavam o Grande Rio de Buba ...
Guiné > Região de Quínara > Buba (?)) > CCAÇ 2381 (Buba e Empada, 1968/70) > Mais outra foto à procura de legenda... Momentos de descontração em grupo ou quiçá posando em grupo, com o Zé a pensar que um dia voltaria à Guiné... Como aconteceu por estes dias, em mais uma viagem de lazer e de trabalho... (Já são quntas, Zé ?)...Tanto quanto sei, o Zé regressa de Bissau, amanhã, com o ortopedista e nosso camarada Francisco Silva, seu companheiro de viagem ... Será que estiveram em Buba e Empada ?
Pedi ao Zé para fazer uma pequena reportagem de mais esta viagem de saudade e de solidariedade. Sei que ele ia ao Cantanhez, mas também a Farim e à região do Cacheu, e que no Dia da Mãe deveria estar muito provavelmente a visitar o Centro Materno-Infantil de Elalab, em chão felupe, que a Tabanca Pequena de Matosinhos ajudou a construir "para apoiar as mães de hoje".
Fotos: © José Teixeira (2006). Todos os direitos reservados.
Fotos: © José Teixeira (2006). Todos os direitos reservados.
Guiné 63/74 - P11548: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (8): K3, Madrinha de guerra
1. Mais um poema enviado em 9 de março último pelo Ricardo Almeida [, ex-1.º Cabo da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, K3 / Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71]
Madrinha de guerra, K3
Epalhas amor a granel,
Minha amiga Isabel,
Sem nada pedires em troca...
Porque a mim também me toca
Por ser um dos bafejados
Desse amor tão verdadeiro
Que enaltece teus predicados,
E, por mim, sempre lembrados!
Desse ser tão altaneiro,
E estares em lugar cimeiro
No coração de quem tocas,
Não de palavras, mas de carinho,
Terás sempre o teu cantinho
Na outra parte de mim!
Como a flor de jasmim
Que cativa pelo seu cheiro,
Minha amiga Isabel,
Espalhas amor a granel,
Sem nada pedires em troca.
Ricardo Almeida
CCAÇ 2548/ BCAÇ 2879
Farim, K3 / Saliquinhedim,
Cuntima e Jumbembem, 1969/71
[Fixação de texto: L.G.]
______________
Nota do editor:
Último poste da série > 15 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11394: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (7): Hotel Santa Maria, servindo de Hospital militar, no Caramulo
Madrinha de guerra, K3
Epalhas amor a granel,
Minha amiga Isabel,
Sem nada pedires em troca...
Porque a mim também me toca
Por ser um dos bafejados
Desse amor tão verdadeiro
Que enaltece teus predicados,
E, por mim, sempre lembrados!
Desse ser tão altaneiro,
E estares em lugar cimeiro
No coração de quem tocas,
Não de palavras, mas de carinho,
Terás sempre o teu cantinho
Na outra parte de mim!
Como a flor de jasmim
Que cativa pelo seu cheiro,
Minha amiga Isabel,
Espalhas amor a granel,
Sem nada pedires em troca.
Ricardo Almeida
CCAÇ 2548/ BCAÇ 2879
Farim, K3 / Saliquinhedim,
Cuntima e Jumbembem, 1969/71
[Fixação de texto: L.G.]
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Nota do editor:
Último poste da série > 15 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11394: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (7): Hotel Santa Maria, servindo de Hospital militar, no Caramulo
Guiné 63/74 - P11547: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (44): Respostas (nºs 90/91/92): José Rodrigues Firmino (CCAÇ 2585, Jolmete, 1969/71); Fernando Chapouto (CCAÇ 1426, Geba, Camamudo, Banjara e Cantacunda, 1965/67); José Manuel Carvalho (CCS/BCAÇ 4612/74, Cumeré, Mansoa e Brá, 1974)
Resposta nº 90 > José [Rodrigues] Firmino [, ex-sold atir, CCAÇ 2585/BCAÇ 2884, Jolmete, 1969/1971}
1 Descobri o blogue já há algum tempo não tendo presente a data.
2 Pesquisando no google, depois através do nosso camarada Sousa de Castro.
3 Sou membro da Tabanca Grande, não tenho presente a data. [14 de setembro de 2007]
4 Gostava visitar mais vezes, outras tarefas por vezes impedem.
5 Sempre que possível envio [material para o blogue].
6 Conheço [a nossa página no facebook] embora não vá la muito.
7 [Vou] mais vezes ao blogue.
8 No blogue [gosto de] tudo o que sejam notícias, aniversários.
9 De um modo geral gosto do que vou vendo no blogue.
10 De minha parte sempre quero vir ao blogue entro sem dificuldade.
11 O blogue para mim representa o podermos dizer algo sobre nossa passagem enquanto militares pela Guiné Bissau, muito importante o contacto entre nós
12 Nunca estive presente [em nenhum encontro], embora nada tenha contra, dou mais valor aos encontros de Batalhão ou Companhia
13 Não, pelo que disse atrás, depois no mesmo mês ou seja dia 1 de Junho do corrente ano temos o do nosso Batalhão 2884 ("Mais Alto").
14 Quero acreditar que sim, abandonar todo um trabalho feito que acredito não ser fácil, seria.
15 Não tenho criticas a fazer, já que entendo todos dão o seu melhor, a nós resta-nos apoiar visitar participar, de minha parte deixar um bem haja ao Luís Graça, Pai deste magnífico blogue e claro a todos seus colaboradores.
Resposta nº 91 > Fernando Chapouto [, ex-fur mil op esp, CCAÇ 1426, Geba, Camamudo, Banjara e Cantacunda, 1965/67]
1) Quando é que descobriste o Blogue?
Descobri em Junho de 2005.
(2) Como ou através de quem?
Pelo meu companheiro e grande amigo da minha Companhia Fur Mil Vaqueiro. Também com a ajuda do nosso grande tabanqueiro Marques Lopes.
(3) És membro da nossa Tabanca Grande?
Sou membro da Tabanca Grande desde 30 de junho de 2005]
Todos os dias uma ou duas vezes quando estou em Lisboa.
(5) Tens mandado material para o Blogue ?
Afirmativo, enviei várias histórias reais e fotos.
(6) Conheces também a nossa página no Facebook?
Não, não sou grande admirador, mas respeito.
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?
Esta resposta está bem patente nas duas perguntas anteriores.
(8) O que gostas mais do Blogue ?
As histórias verdadeiras dos companheiros Ex combatentes pelo sofrimento que passaram na guerra colonial.
(9) O que gostas menos do Blogue ?
Publicidade que em nada dignifica o nosso blogue.
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ?
Não.
(11) O que é que o Blogue representou para ti?
Em boa hora tive a notícia do Blogue, pois libertei da minha cabeço o estado psicológico que me afetava, pois os macacos da guerra pairavam todos os dias na minha mente, com as histórias dos tabanqueiros e as minhas desanuviei parte, porque ainda anda por cá algum stresse.
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?
Já, em Montemor e Pombal.
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?
Não.
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?
Grande Comandante, Deus te dê muita saúde para continuares com o Blogue.
porque com o Blogue Luís só há um o Graça e mais nenhum.
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.
Teria algumas notas a escrever mas não o faço para não ser mal interpretado como já o fui no passado. Talvez para quem não tenha o memória curta fui alcunhado como “racista”, porque não souberam interpretar a minha versão, sendo o meu 1º. Cabo a preferir a frase (não são terroristas foi o “preto” que ficou-se a dormir). Tudo isto está escrito nas minhas memórias da Guiné. Fiquei triste pois foi para mim uma provocação, mas já lá vao. Quantos daí para cá proferiram frases piores e não vi ninguém escrever alguma coisa a cerca das suas frases. Fico por aqui para não entrar em polémicas que só me são prejudiciais. Só lamento não hajam mais ex-combatentes a escrever sobre Banjara.
De acordo com o solicitado venho fazer a minha "prova de vida" respondendo ao inquérito (*).
(1) Quase desde a sua criação, em consultas na Net sobre a Guiné.
(2) Num encontro que tive com o Eduardo Magalhães Ribeiro aquando de uma deslocação minha ao Porto no qual falamos dos tempo da Guiné (ambos integrámos a CCS/BCaç. 4612/74).
(3) Fui apresentado como membro da Tabanca Grande em [26 de ] Maio de 2011.
(4) Leio o blogue quase diariamente, de um modo geral quando acedo ao PC o que acontece quase todos os dias.
(5) Lamentavelmente apenas enviei o post de apresentação e pequenos comentários. O tempo de permanência no CTIG foi reduzido...
(6) Não conheço a pagina do facebook por não ser grande fã/utilizador de redes sociais na Net.
(7) Vd. resp 6.
(8) Tudo quanto contribua para o enriquecimento pessoal me interessa. O sentimento de camaradagem que se verifica é excelente e de enaltecer o sentido de humor de muitos dos autores dos trabalhos apresentados.
(9) Nada a registar.
(10) Não tenho tido dificuldades no acesso ao blogue.
(11) Representa o local de encontro de camaradas que,
de um modo geral, viveram um período da sua vida em situação muito difcil.
(12) Nunca participei em encontros anteriores.
(13) Este ano estou a pensar em ir.
(14) Tem condições para continuar claro, que não falte "a força" aos editores e demais colaboradores.
Nota do editor:
Último poste da série > 8 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11543: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (43): Respostas (nº 87/88/89): Armando Pires (CCS/BCAÇ 2861, Bula e Bissorã, 1969/70); Alberto Antunes (CCAÇ 2402, Olossato, e CCAÇ 5, Canjadude,1970/72); Ricardo Almeida (CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, K3/Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71)
(1) Quando é que descobriste o blogue ?
(2) Como ou através de quem (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada) ?
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) ? Se sim, desde quando ?
(4) Com que regularidade visitas o blogue (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...) ?
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ?
(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ?
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?
(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?
(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ?
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ?
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.
Guiné 63/74 - P11546: Parabéns a você (574): Henrique Matos, ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52 (Guiné, 1966/68)
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Nota do editor
Último poste da série de 5 DE MAIO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11528: Parabéns a você (573): Joaquim Gomes Soares, ex-1.º Cabo da CCAÇ 2317 (Guiné, 1968/69)
Nota do editor
Último poste da série de 5 DE MAIO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11528: Parabéns a você (573): Joaquim Gomes Soares, ex-1.º Cabo da CCAÇ 2317 (Guiné, 1968/69)
quinta-feira, 9 de maio de 2013
Guiné 63/74 - P11545: 9º aniversário do nosso blogue: Os melhores postes da I Série (2004/06) (13): Estórias cabralianas nº 7: Alfero põe catota nova... (Jorge Cabral)
1. O "alfero Cabral" foi um dos grandes artistas que animou a nossa "tertúlia" nos idos tempos da I Série do blogue (que vai de 23/4/2004 a 1/6/2006)... Simplesmente genial este camarada da tropa que, se não existisse, teria que ser inventado... Ele trouxe, na época, à nossa caserna virtual o outro lado do espírito do blogue, que podemos descrever como sendo o lado mais solar, alegre, romântico, maroto, brejeiro, provocador, irreverente, desconcertante, descomplexado, histriónico, humorístico, burlesco, saudavelmente louco... dos camaradas da Guiné.
O "alfero Cabral" foi uma criação do Jorge Cabral, uma espécie de "alter ego" do Jorge Cabral, ex-alf mil art, comandante do Pel Caç Nat 63, que esteve destacado, há muitas luas, nos idos tempos de 1969/71, em Fá Mandinga e depois em Missirá, na zona leste, no setor L1 (Bambadinca)... Na portuguesíssima província da Guiné, longe do Vietname... Hoje, República da Guiné-Bissau, pátria de outro Cabral, que não tinha, nem de longe, o sentido de humor, a ironia fina, e o talento para contar histórias, do seu homónimo lisboeta... Aliás, discutia-se, no meu tempo, quem era "o Cabral mais Cabral da Guiné"... Seu contemporâneo e vizinho na região, eu nunca tive dúvidas de que "Cabral só há [, havia,] um, o de Missirá e mais nenhum"... Mesmo que dele se dissesse coisas manifestamente exageradas como "consertador de catotas, engatatão de bajudas, anfitrião da putaria, oferente de soutiãs, e pai de todos os mininos da tabanca"...
O melhor elogio que se pode fazer deste brioso "alfero Cabral", é dizer que ele, no TO da Guiné, foi "pau para toda a obra": para além de oficial miliciano e comandante de um pelotão de caçadores nativos, era homem grande, pai, patrão, chefe de tabanca, conselheiro, poeta, contador de histórias, antropólogo, cherno, mauro, enfermeiro, médico, sexólogo, confidente de bajudas, advogado e não sei que mais, um verdadeiro Lawrence das Arábias da Guiné... Mais: não tinha inimigos, nem nas fileiras do PAIGC!... E a prova disso é que, no seu tempo, nem Fá nem Missirá foram atacadas ou flageladas.
Pois bem, foi este homem quem começou a escrever, na I Série do blogue, as famosas "estórias cabralianas" que já vão no nº 76... Pensando nos seus fãs, mais antigos ou mais recentes, e em tempo de comemorações do nosso 9º aniversário (*), reproduzimos aqui a nº 7 dessas "estórias cabralianas", que tem a ver com um delicioso anúncio que apareceu um dia, cravado no poilão da Tabanca de Fá Mandinga: " Alfero poi catota noba, dam trez bintim"...
Se não foi o melhor negócio da vida dele, "alfero Cabral", foi seguramente a melhor "boa ação" psicossocial levada a cabo no tempo do Spínola, e que muito terá contribuído para uma Guiné Melhor... Pelo menos, em Fá (Mandinga), sempre que lá fui, nunca vi bajudas com ar infeliz... (LG).
2. Estórias cabralianas > Alfero Cabral põe "catota nova" (**)...
por Jorge Cabral
Finda a comissão, calculem (!), fui louvado. O despacho do Exmo. Comandante do CAOP Dois [, com sede em Bafatá,] referia, entre outros elogios, a minha “habilidade para lidar com a tropa africana e populações”, a qual me havia “granjeado grande prestígio”.
Esquecido, porém, foi o essencial – evitei a dezenas de bajudas o repúdio matrimonial e a consequente devolução do preço. Essa tão meritória actividade, sim, teria merecido, não um simples louvor, mas uma medalha…
Entre Fulas, Mandingas e Beafadas, as mulheres eram compradas, alcançando-se verbas elevadas. Cheguei a arbitrar casamentos, cujo dote atingiu os trinta contos! Claro que era exigida a virgindade, que às vezes havia desaparecido… Era então que o Alfero odjo grosso era procurado para remediar o que parecia irremediável.
Quanto ao teste pré-matrimonial, a cargo das mulheres grandes, que utilizavam um ovo (!), a questão resolvia-se, com alguns pesos.
O mais difícil era a prova do sangue no lençol, que devia ser exibido no dia seguinte à cerimónia. Equacionado o problema, adoptei uma solução que sabia já ter sido usada entre outras gentes com sucesso. Comprei em Bafatá pequenas esponjas, as quais embebidas em sangue de galinha, e metidas no local apropriado deram um resultadão.
Não houve mais Bajuda que não casasse em total e absoluta virgindade e confesso que me dava um certo gozo assistir às manifestações de júbilo dos viris maridos, no dia seguinte aos casamentos, no meio da algazarra da Tabanca.
Espalhada a minha fama, acorreram noivas de todo o lado. Ponderei mesmo montar um gabinete especializado, tendo chegado a escrever um folheto publicitário a informar que Alfero poi catota noba, dam trezbintim.
Texto: © Jorge Cabral (2006). Todos os direitos reservados
Notas do editor
(*) Último poste da série > 7 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11539: 9º aniversário do nosso blogue: Os melhores postes da I Série (2004/06) (12): Fima Siga, a enfermeira do Morés (Virgínio Briote, ex-alf mil comando, Brá, 1965/67)
(**) Vd. I Série, poste de 17 de março de 2006 > Guiné 63/74 - DCXXXIX [639]: Estórias cabralianas (7): Alfero poi catota noba (Jorge Cabra)
Guiné 63/74 - P11544: Agenda cultural (268): Exposição, Lisboa, Museu da Eletricidade, de 3 a 26 de maio de 2013, entrada gratuita: World Press Photo 2013
Imagem 1 > Paul Hansen, Sweden, Dagens Nyheter | Imagem 2 > Daniel Rodrigues, Portugal, Youth Playing Football, Dulombi, Guinea-Bissau
Texto e imagens: reproduzidos com a devida vénia da página da Fundação EDP
___________________
Fundação EDP > Museu da Eletricidade > Lisboa > De 3 a 26 de maio de 2013 > Exposição > WORLD PRESS PHOTO 2013
A Edição de 2013 da World Press Photo 2013 volta uma vez mais a Lisboa. As fotos vencedoras podem ser admiradas no Museu da Eletricidade, de 3 a 26 de Maio.
As fotografias vencedoras do World Press Photo 2013 vão estar em exposição no Museu da Eletricidade de 3 a 26 de Maio.
Nesta exposição vai ser possível ver fotos como a do sueco Paul Hasen que mostra grupo de homens a transportar os cadáveres de duas crianças mortas num ataque aéreo israelita em Gaza e que foi eleita pelo júri internacional como a Foto do Ano.
Ao todo, o júri do World Press Photo atribuiu prémios em nove categorias temáticas a 54 fotógrafos de 33 nacionalidades diferentes.
A Edição de 2013 da World Press Photo 2013 volta uma vez mais a Lisboa. As fotos vencedoras podem ser admiradas no Museu da Eletricidade, de 3 a 26 de Maio.
As fotografias vencedoras do World Press Photo 2013 vão estar em exposição no Museu da Eletricidade de 3 a 26 de Maio.
Nesta exposição vai ser possível ver fotos como a do sueco Paul Hasen que mostra grupo de homens a transportar os cadáveres de duas crianças mortas num ataque aéreo israelita em Gaza e que foi eleita pelo júri internacional como a Foto do Ano.
Ao todo, o júri do World Press Photo atribuiu prémios em nove categorias temáticas a 54 fotógrafos de 33 nacionalidades diferentes.
O português Daniel Rodrigues foi distinguido na categoria "Vida Quotidiana" como uma imagem a preto e branco onde se pode ver um grupo de crianças a jogar futebol num campo, em Dulombi, na Guiné-Bissau.
A exposição da edição de 2013 da World Press Photo poderá ser visitado no Museu da Electricidade todos os dias, de terça a quinta-feira, entre as 10h00 e as 18h00, sexta, sábado e domingo das 10h00 às 24h00.
A entrada é gratuita.
A exposição da edição de 2013 da World Press Photo poderá ser visitado no Museu da Electricidade todos os dias, de terça a quinta-feira, entre as 10h00 e as 18h00, sexta, sábado e domingo das 10h00 às 24h00.
A entrada é gratuita.
Nota do editor:
Último poste da série > 2 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11518: Agenda Cultural (267): Divulgação | sessão de lançamento da obra "Tao Te Ching / Livro da Via e da Virtude", um clássico da literatura chinesa, em edição bilingue, com tradução do António Graça de Abreu: Auditório da Delegação Económica e Comercial de Macau em Portugal, Lisboa, 7 de maio, 18h00
quarta-feira, 8 de maio de 2013
Guiné 63/74 - P11543: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (43): Respostas (nº 87/88/89): Armando Pires (CCS/BCAÇ 2861, Bula e Bissorã, 1969/70); Alberto Antunes (CCAÇ 2402, Olossato, e CCAÇ 5, Canjadude,1970/72); Ricardo Almeida (CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, K3/Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71)
Resposta nº 87 > Armando Pires [, ex-fur mil enf, CCS/BCAÇ 2861,Bula e Bissorã, 1969/70, ]
(1) Encontrei-te, Blogue Amigo, estávamos em meados de 2009.
(2) Eu e o meu camarada jornalista Joaquim Furtado, falávamos sobre a sua série “A Guerra”, em fase de finalização, quando lhe perguntei como tinha ele localizado um determinado personagem que ali era entrevistado. Esclareceu-me que tinha sido através “do blogue do Luís Graça”. Fui ver do que se tratava e fiquei arrebatado pelo fantástico acervo histórico que sobre a guerra na Guiné ali se reunia.
(3) Após algum tempo de “namoro”, apresentei-me às tropas no dia 4 de Agosto de 2009, apresentação que ficou consagrada no P4778.
(4) Desde então, ver, ler, consultar o Blogue, é uma tarefa diária. Para mim, as manhãs começam com as notícias da rádio, depois os jornais, seguem-se os “e-mail’s”, e aí vou eu ao blogue. Posso não ler de imediato, mas selecciono o que fica para mais tarde.
(5) Tenho escrito para o Blogue na medida do possível, sempre que é possível. Claro que gostava de ser mais participativo. Claro que o Blogue merece que o seja. Mas faço os impossíveis para tornar cada vez mais possível a minha participação.
(6/7/8) Conheço a página no Facebook mas só muito raramente por lá passo. É no Blogue que concentro a minha atenção.
(9) Desculpa que não possa fazer uma apreciação tipo gostar mais “disto ou daquilo”. O Blogue e o Facebook são duas realidades diferentes, com objectivos diferentes, e que, na minha opinião, não exercem interacção.
(10) Não tenho notado qualquer dificuldade em aceder ao Blogue. Por vezes um pouco lento a abrir mas é preciso ter em conta a enorme quantidade de informação a carregar.
(11) Para mim, o Blogue é um ajuste de contas com a memória. Um ombro amigo pronto para nos ouvir, para nos atender, para nos entendermos. E desentendermo-nos, também. E tantas têm sido as vezes, de umas e de outras. Mas sempre com uma enorme disponibilidade para nos unir, porque é essa união a que nem sabemos dar o justo nome, que nos tem mantido juntos, pela vida fora, tenha sido qual fosse o tempo e o lugar que cada um nós palmilhou. E depois, está cumprida uma das principais tarefas a que o Blogue se dispôs. Não deixar que a história seja contada sem ser pelos seus protagonistas. Tem-no feito em versões contraditórias? Antagónicas, até? Seja. É na diversidade que se encontra a justa medida das coisas.
Finalmente. Quero agradecer ao Blogue cada reencontro que me proporcionou, sobretudo, ter permitido que me reencontrasse com um passado de que me honro e orgulho.
(12/13) Infelizmente, por razões várias, a mais das vezes profissionais, não me foi possível, ainda, estar presente no Encontro Nacional, e, lamentavelmente, não sei se conseguirei fazê-lo este ano.
(14) Não é o Blogue que tem fôlego para continuar. É ele que nos dá força anímica e garra para prosseguirmos.
(15) Nem criticas, nem sugestões, nem comentários. Tudo tem seu tempo. Este é o tempo de te dizer, Blogue Amigo, simplesmente OBRIGADO!
Resposta nº 88> Alberto [José dos Santos] Antunes (ex-Fur Mil TRMS, CCAÇ 2402 (Olossato) e CCAÇ 5 (Canjadude), 1970/72
(1) Descobri o blogue em 2011.
(2) Através de um camarada (Jose Corceiro).
(3) Sou membro da Tabanca Grande, desde 2012. [... 5 de outubro de 2010]
(4) De temos a tempos.
(5) Já enviei material para publicação.
(6) Não conhecia a existência da página do facebook.
(7/8/9)[Vou] mais vezes ao facebook
(10) Não.
(11) Representa o modo de recordar momentos passados na Guiné.
(12) Não, [nunca fui.]
(13) Não estou a pensar ir ao encontro.
(14) Penso que ainda tem pernas para andar.
(15) Considero o blogue muito bem elaborado, tenho pena que não haja mais camaradas motivados a colaborar, pois sei que há muito mais para contar desses tempos passados
Resposta nº 89 > Ricardo Almeida [, ex-1.º Cabo da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, Saliquinhedim,Cuntima e Jumbembem, 1969/71]
(1/3) Não recordo a data mas pelo menos p'rá aí a uns quatro cinco anos.
(3) Diariamente.
(2) Como ou através de quem (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada) ?
(4) Com que regularidade visitas o blogue (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...) ?
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ?
(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ?
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?
(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?
(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ?
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ?
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?
(1) Encontrei-te, Blogue Amigo, estávamos em meados de 2009.
(2) Eu e o meu camarada jornalista Joaquim Furtado, falávamos sobre a sua série “A Guerra”, em fase de finalização, quando lhe perguntei como tinha ele localizado um determinado personagem que ali era entrevistado. Esclareceu-me que tinha sido através “do blogue do Luís Graça”. Fui ver do que se tratava e fiquei arrebatado pelo fantástico acervo histórico que sobre a guerra na Guiné ali se reunia.
(3) Após algum tempo de “namoro”, apresentei-me às tropas no dia 4 de Agosto de 2009, apresentação que ficou consagrada no P4778.
(4) Desde então, ver, ler, consultar o Blogue, é uma tarefa diária. Para mim, as manhãs começam com as notícias da rádio, depois os jornais, seguem-se os “e-mail’s”, e aí vou eu ao blogue. Posso não ler de imediato, mas selecciono o que fica para mais tarde.
(5) Tenho escrito para o Blogue na medida do possível, sempre que é possível. Claro que gostava de ser mais participativo. Claro que o Blogue merece que o seja. Mas faço os impossíveis para tornar cada vez mais possível a minha participação.
(6/7/8) Conheço a página no Facebook mas só muito raramente por lá passo. É no Blogue que concentro a minha atenção.
(9) Desculpa que não possa fazer uma apreciação tipo gostar mais “disto ou daquilo”. O Blogue e o Facebook são duas realidades diferentes, com objectivos diferentes, e que, na minha opinião, não exercem interacção.
(10) Não tenho notado qualquer dificuldade em aceder ao Blogue. Por vezes um pouco lento a abrir mas é preciso ter em conta a enorme quantidade de informação a carregar.
(11) Para mim, o Blogue é um ajuste de contas com a memória. Um ombro amigo pronto para nos ouvir, para nos atender, para nos entendermos. E desentendermo-nos, também. E tantas têm sido as vezes, de umas e de outras. Mas sempre com uma enorme disponibilidade para nos unir, porque é essa união a que nem sabemos dar o justo nome, que nos tem mantido juntos, pela vida fora, tenha sido qual fosse o tempo e o lugar que cada um nós palmilhou. E depois, está cumprida uma das principais tarefas a que o Blogue se dispôs. Não deixar que a história seja contada sem ser pelos seus protagonistas. Tem-no feito em versões contraditórias? Antagónicas, até? Seja. É na diversidade que se encontra a justa medida das coisas.
Finalmente. Quero agradecer ao Blogue cada reencontro que me proporcionou, sobretudo, ter permitido que me reencontrasse com um passado de que me honro e orgulho.
(12/13) Infelizmente, por razões várias, a mais das vezes profissionais, não me foi possível, ainda, estar presente no Encontro Nacional, e, lamentavelmente, não sei se conseguirei fazê-lo este ano.
(14) Não é o Blogue que tem fôlego para continuar. É ele que nos dá força anímica e garra para prosseguirmos.
(15) Nem criticas, nem sugestões, nem comentários. Tudo tem seu tempo. Este é o tempo de te dizer, Blogue Amigo, simplesmente OBRIGADO!
Resposta nº 88> Alberto [José dos Santos] Antunes (ex-Fur Mil TRMS, CCAÇ 2402 (Olossato) e CCAÇ 5 (Canjadude), 1970/72
(1) Descobri o blogue em 2011.
(2) Através de um camarada (Jose Corceiro).
(3) Sou membro da Tabanca Grande, desde 2012. [... 5 de outubro de 2010]
(4) De temos a tempos.
(5) Já enviei material para publicação.
(6) Não conhecia a existência da página do facebook.
(7/8/9)[Vou] mais vezes ao facebook
(10) Não.
(11) Representa o modo de recordar momentos passados na Guiné.
(12) Não, [nunca fui.]
(13) Não estou a pensar ir ao encontro.
(14) Penso que ainda tem pernas para andar.
(15) Considero o blogue muito bem elaborado, tenho pena que não haja mais camaradas motivados a colaborar, pois sei que há muito mais para contar desses tempos passados
Resposta nº 89 > Ricardo Almeida [, ex-1.º Cabo da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, Saliquinhedim,Cuntima e Jumbembem, 1969/71]
(1/3) Não recordo a data mas pelo menos p'rá aí a uns quatro cinco anos.
(3) Diariamente.
(5) Tenho mandado muito trabalho.
(6) Também conheço e visito diariamente; sou um leitor interessado
(7) Vou mais vezes ao nosso blog
(8/9) A divulgação do nosso infortúnio quando criança adulta em guerra; tocam-me muito fundo as histórias e relatos e comentários, para que as gerações vindouras se apercebam o que foi e o que fez a nossa geração. Mediante desconhecimento do nosso blog por uma grande parte da população portuguesa, ou até por algum comodismo o facbook é mais acessivel . Cabe-nos esclarecer, através desta função enquanto rede social, que todo o povo português não pode esquecer aquele flagelo.
(10) Sim, realmente tem havido um pouco de lentidão mas temos que compreender que os editores também têm dificuldades e rapidamente de satisfazer todas as vontades e opiniões. Resta-me pois congratular por haver tão grande dignidade e ombridade dos nossos editores que sem outro beneficio põem ao nosso dispor tão grandiosa obra. . Abraço-vos, meus queridos amigos.
(11) O blogue representa, não só para mim mas também para todos quantos dele fazem parte, a nossa segunda família porque é com todos os camaradas que sofreram juntos as agruras daquele flagelo, e só de tu lá e tu cá sabemos do que falamos.
(6) Também conheço e visito diariamente; sou um leitor interessado
(7) Vou mais vezes ao nosso blog
(8/9) A divulgação do nosso infortúnio quando criança adulta em guerra; tocam-me muito fundo as histórias e relatos e comentários, para que as gerações vindouras se apercebam o que foi e o que fez a nossa geração. Mediante desconhecimento do nosso blog por uma grande parte da população portuguesa, ou até por algum comodismo o facbook é mais acessivel . Cabe-nos esclarecer, através desta função enquanto rede social, que todo o povo português não pode esquecer aquele flagelo.
(10) Sim, realmente tem havido um pouco de lentidão mas temos que compreender que os editores também têm dificuldades e rapidamente de satisfazer todas as vontades e opiniões. Resta-me pois congratular por haver tão grande dignidade e ombridade dos nossos editores que sem outro beneficio põem ao nosso dispor tão grandiosa obra. . Abraço-vos, meus queridos amigos.
(11) O blogue representa, não só para mim mas também para todos quantos dele fazem parte, a nossa segunda família porque é com todos os camaradas que sofreram juntos as agruras daquele flagelo, e só de tu lá e tu cá sabemos do que falamos.
(12/13) Não, nunca participei mas hei-de no próximo, não já este ano, mas em outros que irão acontecer, lá estarei.
(14) Eu penso que sim; mas tudo depende da vontade e do crer dos editores que até agora têm desenvolvido sem mácula este trabalho digno, que é nem mais nem menos por-nos de novo a falar esta linguagem que é só nossa.
(15) Não se me oferece tecer críticas ao blogue pois compreendo que os camaradas não só não têm qualquer recompensa remunatória, resta-nos a sua paciência a sua ombridade e o seu crer para que todos sejam testemunho ainda vivo para levantarem tão grandiosa obra. O meu muiito bem haja e não esmoreçam! Fica o meu abraço de tão alto reconhecimento.
_____________________
Nota do editor:
Último poste da série > 6 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11536: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (42): Respostas (nº 84/85/86): Mário Serra de Oliveira (ex-1º cabo escrit, BA 12, Bissalanca, 1967/68), Luís Borrega (ex-fur mil cav, CCAV 2749, Piche, 1970/72), Adriano Moreira (ex-fur mil enf, CART 2412, Bigene, Guidaje e Barro, 1968/70)
(...) Questionário ao leitor do blogue:
(1) Quando é que descobriste o blogue ?
_____________________
Nota do editor:
Último poste da série > 6 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11536: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (42): Respostas (nº 84/85/86): Mário Serra de Oliveira (ex-1º cabo escrit, BA 12, Bissalanca, 1967/68), Luís Borrega (ex-fur mil cav, CCAV 2749, Piche, 1970/72), Adriano Moreira (ex-fur mil enf, CART 2412, Bigene, Guidaje e Barro, 1968/70)
(...) Questionário ao leitor do blogue:
(1) Quando é que descobriste o blogue ?
(2) Como ou através de quem (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada) ?
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) ? Se sim, desde quando ?
(4) Com que regularidade visitas o blogue (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...) ?
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ?
(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ?
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?
(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?
(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ?
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ?
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.
Guiné 63/74 - P11542: In Memoriam (149): Maio de 1973 - Guidaje - Campo da morte para os: 1.º Cabo Mil Bernardo Moreira Castro Neves e Soldado António Júlio Carvalho Redondo do BCAÇ 4512; Fur Mil Arnaldo Marques Bento e Soldado Lassana Calissa da CCAÇ 14 (Manuel Marinho)
1. Mensagem do nosso camarada Manuel Marinho (ex-1.º Cabo da 1.ª CCAÇ/BCAÇ 4512, Nema/Farim e Binta, 1972/74), com data de 2 de Maio de 2013:
Caro amigo Carlos,
Ao vasculhar os meus papéis encontrei uns escritos que foram enviados a um concurso que o DN lançou em 1997, intitulado: “UMA GUERRA CEM PALAVRAS”.
Destinava-se a todos os ex-combatentes (ou não), que quisessem participar, com textos vividos ou ficcionados.
O regulamento entre outras coisas, impunha que os textos enviados não poderiam exceder as CEM PALAVRAS. Está exactamente como o enviei, se vires interesse em publicar, avança.
Eu na altura procurei que eles tivessem a ver com a realidade vivida por mim na Guiné, mandei três textos, claro que não tive prémio, apenas desabafei, e em cem palavras lembrei um momento complicado da minha vida, ao homenagear um camarada morto ao meu lado, depois só escrevi sobre a guerra quando deparei com o nosso blogue.
Mas este texto na altura tinha, e tem, destinatário, e porque se aproxima a data de 8 e 9 de Maio, resolvi enviar à tua consideração, pretendendo homenagear o meu camarada 1.º Cabo Miliciano Bernardo Moreira Castro Neves da 1.ª C.ª / BCAÇ 4512 que foi um dos primeiros a tombar por Guidaje, com apenas dois meses de comissão, estava a integrar-se muito bem no nosso 1.º GComb.
Faz agora 40 anos que esta emboscada aconteceu, aproveito também para homenagear os outros nossos três camaradas que tombaram nesse dia:
Soldado António Júlio Carvalho Redondo - 3.ª C.ª / BCAÇ 4512
Fur Mil Arnaldo Marques Bento - CCAÇ 14
Soldado Lassana Calissa - CCAÇ 14
Esta foto foi cedida pelo camarada da minha CCaç, Carlos Cotrim, que está na foto, e foi tirada no bar de Nema. O camarada Bernardo Neves é o primeiro a contar da esquerda.
**********
Texto enviado a concurso
A MEDALHA
Avançam de noite tensos e apreensivos, missão – levar mantimentos e armamento ao aquartelamento sitiado. Não conseguirão…
Mobilizado por castigo disciplinar, o Furriel fora integrado recentemente no Grupo de Combate. Tem um pressentimento lúgubre.
Diz:
- Não sairemos vivos desta. Não voltarei a ver os meus.
Contempla a medalha estimativa que traz ao peito, aperta-a com força.
Caem na emboscada nocturna, e breve. A noite é a mais longa da vida.
Surge a manhã, recomeçam os ataques, o Furriel é atingido com gravidade. Os seus gritos dilaceram os ouvidos. Volta a ser atingido e morre.
Passado algum tempo, já em terreno minado, são levantados os corpos.
O Furriel foi reconhecido pela MEDALHA.
Setembro de 1997
Um grande abraço
Manuel Marinho
____________
Notas do editor
Vd. comentário de Manuel Marinho no poste de 29 DE MAIO DE 2012 > Guiné 63/74 - P9961: Efemérides (96): Guidaje foi há 39 anos: a coluna que rompeu o cerco, em 10 de maio de 1973 (Amílcar Mendes, ex-1º Cabo Cmd, 38ª CCmds, 1972/74)
Último poste da série de 8 DE MAIO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11540: In Memoriam (148): Cândido Perna Tavares, o "República" (1943-2013), CART 730, Bissorã, e Grupo Vampiros, dos Comandos do CTIG, Brá, 1964/66 (João Parreira)
Caro amigo Carlos,
Ao vasculhar os meus papéis encontrei uns escritos que foram enviados a um concurso que o DN lançou em 1997, intitulado: “UMA GUERRA CEM PALAVRAS”.
Destinava-se a todos os ex-combatentes (ou não), que quisessem participar, com textos vividos ou ficcionados.
O regulamento entre outras coisas, impunha que os textos enviados não poderiam exceder as CEM PALAVRAS. Está exactamente como o enviei, se vires interesse em publicar, avança.
Eu na altura procurei que eles tivessem a ver com a realidade vivida por mim na Guiné, mandei três textos, claro que não tive prémio, apenas desabafei, e em cem palavras lembrei um momento complicado da minha vida, ao homenagear um camarada morto ao meu lado, depois só escrevi sobre a guerra quando deparei com o nosso blogue.
Mas este texto na altura tinha, e tem, destinatário, e porque se aproxima a data de 8 e 9 de Maio, resolvi enviar à tua consideração, pretendendo homenagear o meu camarada 1.º Cabo Miliciano Bernardo Moreira Castro Neves da 1.ª C.ª / BCAÇ 4512 que foi um dos primeiros a tombar por Guidaje, com apenas dois meses de comissão, estava a integrar-se muito bem no nosso 1.º GComb.
Faz agora 40 anos que esta emboscada aconteceu, aproveito também para homenagear os outros nossos três camaradas que tombaram nesse dia:
Soldado António Júlio Carvalho Redondo - 3.ª C.ª / BCAÇ 4512
Fur Mil Arnaldo Marques Bento - CCAÇ 14
Soldado Lassana Calissa - CCAÇ 14
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Texto enviado a concurso
A MEDALHA
Avançam de noite tensos e apreensivos, missão – levar mantimentos e armamento ao aquartelamento sitiado. Não conseguirão…
Mobilizado por castigo disciplinar, o Furriel fora integrado recentemente no Grupo de Combate. Tem um pressentimento lúgubre.
Diz:
- Não sairemos vivos desta. Não voltarei a ver os meus.
Contempla a medalha estimativa que traz ao peito, aperta-a com força.
Caem na emboscada nocturna, e breve. A noite é a mais longa da vida.
Surge a manhã, recomeçam os ataques, o Furriel é atingido com gravidade. Os seus gritos dilaceram os ouvidos. Volta a ser atingido e morre.
Passado algum tempo, já em terreno minado, são levantados os corpos.
O Furriel foi reconhecido pela MEDALHA.
Setembro de 1997
Um grande abraço
Manuel Marinho
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Notas do editor
Vd. comentário de Manuel Marinho no poste de 29 DE MAIO DE 2012 > Guiné 63/74 - P9961: Efemérides (96): Guidaje foi há 39 anos: a coluna que rompeu o cerco, em 10 de maio de 1973 (Amílcar Mendes, ex-1º Cabo Cmd, 38ª CCmds, 1972/74)
Último poste da série de 8 DE MAIO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11540: In Memoriam (148): Cândido Perna Tavares, o "República" (1943-2013), CART 730, Bissorã, e Grupo Vampiros, dos Comandos do CTIG, Brá, 1964/66 (João Parreira)
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