Camaradas,
Deixo à vossa consideração a publicação do pequeno texto que anexo.
Se entenderem pela sua não publicação, peço o favor de o colocarem como comentário " in su sitio".
Muito obrigado
Vasco da Gama
Oh Santa Ingenuidade!
Temos aproximação entre camaradas e esta recensão é o abraço gostoso entre dois Mários.
O analista, o Mário Beja Santos, que dedica horas e horas sem conto ao nosso Blogue, trazendo novidades, desbravando publicações sobre a nossa Guiné, indicando caminhos de leitura que os camarigos seguem ou ignoram!
O escritor, o Mário Fitas, com duas obras publicadas a merecer que a sua Pami Na Dondo aqui seja apresentada à malta do nosso Blogue que ainda não conhece a obra do nosso camarigo e que eu li com tanto agrado!
Feita a recensão com total liberdade de opinião, gostando aqui ou discordando acolá, referindo até o merecimento do texto, o analista dispara uma rajada mortífera no último parágrafo, que eu me escuso de aqui referir.
A metralha, personificada “nas agruras e nos dislates gramaticais” feriu-me com a mesma intensidade dos estilhaços que me penetram a pele quando o Mário Beja Santos é gratuitamente ofendido.
Ficaria de mal comigo mesmo se aqui e agora não me perfilasse a dar um abraço amigo ao meu Camarada da Guiné, Mário Fitas, o Indy , que venceu há pouco grave doença cardíaca, da mesma forma como respondo à chamada quando sinto que a injustiça, venha de onde vier, belisca Camarada meu.
Ao terminar a leitura do poste 8915, fiquei triste, magoado e angustiado!
No que a mim me diz respeito, tratarei de cavar vala ou abrigo ainda mais profundo para que os desconchavos do Blogue soem cada vez mais ao longe.
Um abraço para todos os meus Camaradas da Guiné!
Vasco Augusto Rodrigues da Gama
Buarcos, 20 de Outubro de 2011
2. Ainda sobre o mesmo assunto, mensagem do nosso camarada Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Op Esp/Ranger da CART 3492/BART 3873, (Xitole/Ponte dos Fulas); Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73 :

Pede-nos o Luís que escrevamos aquilo que possamos achar importante para melhorar o nosso espaço de partilha.
Sou muito exigente comigo mesmo em matéria de relações humanas até porque sei bem que falho bastante, pelo que, tudo quanto se refere a este tema leva-me a ser exaustivo.
O texto que envio para publicação, tem como finalidade fazer-nos pensar, mas tem também a finalidade de reparação junto de quem foi ofendido, pelo menos, assim publicamente, para que ele perceba que este é o pensar de alguns.
Ninguém, repito, ninguém, tem o direito, por se julgar mais culto ou "intelectualizado", de ofender a outrém, que julga na sua "superioridade" ser passível de critica pública, ofensiva, e muito menos, se se trata de alguém com quem se deveria partilhar sentimentos de camaradagem e amizade, a tal "camarigagem".
Portanto este texto tem, pelo menos para mim, a intenção de prevenir situações semelhantes, até porque situações destas levam ao afastamento de muitos que não se querem ver criticados de tal forma.
Se o texto é publicado ou não, deixo ao vosso critério, como sempre, bem como não acho necessidade de publicar também este prólogo explicativo, mas vós julgareis melhor.
Um grande e amigo abraço do
Joaquim Mexia Alves
Meus camarigos
Pede-nos o Luís Graça, fundador do nosso blogue, que nos pronunciemos sobre alguns aspectos deste nosso espaço de partilha.
E eu não me escuso a fazê-lo, correndo o risco de ser mal interpretado, mas não deixando nunca de usar de toda a franqueza e de coerência com os princípios que todos os dias tento que rejam a minha vida.
Por isso decidi escrever sobre um assunto muito específico, e que é o cuidado a ter com as palavras escritas, que muito facilmente podem ofender aquele a quem se dirigem.
Mas também escrever sobre a responsabilidade daquele que as escreve, tal como daqueles que dão a cara pelo blogue, mormente e sobretudo o seu fundador.
É que há palavras que podem ser insultuosas para alguém, mas cujo conteúdo é facilmente “esquecível”.
Outras há que permanecem porque são um ataque à integridade, ao carácter do outro, porque vão para além do insulto do palavrão dirigido, mas dirigem-se à sua cultura, á sua identidade, ao seu ser que se mostra aos outros.
E se esses insultos partem de alguém que é reconhecidamente detentor de cultura e conhecimento, são ainda mais ofensivos, porque denotam uma pretensa superioridade inadmissível entre camarigos.
Refiro-me obviamente ao insulto, gratuito e injusto, que o Mário Beja Santos dirigiu ao Mário Fitas, na suposta recensão do livro deste.
Se o insulto é grave, mais grave ainda se torna a falta de um pedido de desculpas, porque tendo sido o Beja Santos alertado por tantos camarigos para a indecência das suas palavras, teimosamente se manteve em silêncio, colocado numa posição de arrogância de quem se acha acima dos outros.
Aqui e agora, e porque o meu nome e fotografia constam deste espaço como colaborador/conselheiro, quero afirmar ao Mário Fitas a minha total discordância com as palavras que lhe foram dirigidas, e embora não tendo sido autor dessas palavras, pedir-lhe desculpa pelo insulto que lhe foi feito.
Nós sabemos que as palavras que cada um escreve são da sua própria responsabilidade, mas sabemos também que este espaço tem um rosto, que é o do Luís Graça, (a quem estamos sempre gratos por ele), e que por isso mesmo, em meu entender, aqui mesmo, em texto público, ele se deveria ter distanciado daquele insulto injustificável.
Este meu texto, (usando um assunto específico), pretende alertar-nos para o cuidado que devemos ter quando criticamos o trabalho dos outros, mas sobretudo termos a consciência que ninguém é superior a ninguém, e que um pedido de desculpas quando se erra, quando se ofende, é a atitude mais nobre a tomar e que só engrandece aquele que a toma.
Só num espaço em que todos somos tratados de igual forma e nos tratamos como iguais, é que podemos ser verdadeiramente camarigos, e sobretudo ter a alegria de podermos ter connosco um largo espectro de combatentes, que ao longo de treze anos passaram pela Guiné.
Os elitismos, e a intelectualidade arrogante, apenas dividem e afastam, nunca são causa de união e amizade.
Falo/escrevo com o coração nas mãos, e com a idade que tenho já não mudo, mas o que me leva a escrever este texto é apenas tentar construir uma ligação, uma camarigagem, entre pessoas tão diferentes como cada um de nós, mas que estão unidas por uma mesma experiência, a guerra na Guiné, e que por isso mesmo se devem estimar, respeitar e entreajudar.
Não sou detentor da verdade, nem sequer da correcção no trato, mas tento sempre reconhecer os meus erros e deles pedir desculpa àqueles que possa ofender com as minhas palavras ou acções, e aqui na Tabanca Grande temos inúmeros casos de camarigos que, reconhecendo os seus erros, os seus excessos, prontamente pediram desculpa, o que só os enobrece.
Fico por aqui.
Um abraço para todos do
Joaquim Mexia Alves
Monte Real, 7 de Novembro de 2011
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Notas de CV:
(*) Vd. poste de 17 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8915: Notas de leitura (288): Pami Na Dondo, A Guerrilheira, de Mário Vicente [, o nosso Mário Fitas, ex-Fur Mil Op Esp, CCAÇ 763, Cufar, 1965/66] (Mário Beja Santos)
Vd. último poste da série de 8 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9013: (Ex)citações (153): Oleg Ignátiev e a biografia de Amílcar Cabral (Mário Beja Santos / Mário Serra de Oliveira)