sábado, 9 de outubro de 2010

Guiné 63/74 - P7106: Patronos e Padroeiros (José Martins) (17): Curso 1962/1967 da Escola Naval - Jorge Manuel Catalão de Oliveira e Carmo


1. Mensagem de José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 7 de Outubro de 2010:

Caros amigos e Camaradas
Junto mais um texto sobre Patronos das nossas Forças Armadas.

Um abraço
José Martins




PATRONOS E PADROEIROS XVII

Patronos da Marinha Portuguesa

Patrono do Curso 1962/1967 da Escola Naval


Jorge Manuel Catalão de Oliveira e Carmo, nascido no ano de 1936 em Santo Estêvão no concelho de Alenquer.
Entrou para a Escola do Exército em Outubro de 1954, depois de ter concluído o estudo secundário, para se preparar para o acesso à Escola Naval.
Passados quatro anos, em 1 de Maio de 1958, é promovido a Guarda-Marinha e a Segundo-Tenente no dia 31 de Dezembro dessa mesmo ano.

Depois de servir nos Patrulhas “Boavista” e “Porto Santo” assim como na Fragata “Pedro Escobar”, foi nomeado para comandar a Lancha de Fiscalização “Vega” a prestar serviço em Diu, para onde se deslocou em meados de 1961.

Desde 1954, após a queda de Dadrá e Nagar Haveli, que pairava no ar um certo clima de “invasão”. Numa viagem de rotina a “Vega” fundeou pelas 22 horas em frente a Nagoá. Cerca da 1 hora e 40 minutos foram ouvidos tiros em terra, pelo que o Comandante mandou ocupar postos de combate e levantar ferro.

Dirigiu-se na direcção de um contacto não identificado, que se encontrava a cerca de 12 milhas. Cerca das 4 horas o contacto foi identificado como um cruzador, que lançou sobre o barco português, granadas iluminantes e fogo de metralhadora pesada, pelo que a “Vega” se retirou para Diu.

Pelas 7 horas da manhã, do dia 18 de Dezembro de 1961 são avistados aviões de combate que se dirigem para a fortaleza de Diu para a bombardear, tendo a “Vega” aberto fogo com a peça de 20mm, atingindo um dos aparelhos.

Os aviões indianos ripostaram ao fogo da lancha, ferindo quase a totalidade da guarnição e acabando por afunda a Lancha de Fiscalização “Vega”. Tinha terminado o último combate naval da história da Marinha de Guerra Portuguesa, enquanto em terra se consumava a invasão do Estado Português da Índia, por tropas da União Indiana.

Mantendo uma lúcida coragem, brilhante conduta que honra as tradições da nossa história, amor pátrio e desprezo pela vida, Oliveira e Costa foi condecorado com a Medalha de Valor Militar com Palma, agraciado com o grau de Comendador da Ordem Militar da Torre e Espada e promovido ao posto de Capitão-Tenente.

Pesquisa e fixação do texto por
José Marcelino Martins
07 de Outubro de 2010

[Organizado a partir do texto da díptico distribuído em 10 de Junho de 2010, aquando da Homenagem Nacional]
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 8 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7099: Patronos e Padroeiros (José Martins) (16): CCAÇ 3477 - Nossa Senhora dos Milagres

2 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
admor disse...

Foi pena só ter atingido um avião e não a esquadrilha toda, podia se que eles desistissem e a História tivesse mudado de rumo.

Mas mesmo assim eles eram tantos e nós tão poucos e mal armados, que era capaz denão dar outro resultado.

È só pena não mencionarem os restantes herois e só falarem no chefe representante de todos. PAZ À ALMA DELES.

Um grande abraço para todos.
Adriano Moreira