1. Mensagem do nosso camarada Mário Migueis da Silva (ex-Fur Mil Rec Inf, Bissau, Bambadinca e Saltinho, 1970/72), com data de 28 de Março de 2016:
Caro amigo:
Ainda no dia do teu aniversário, renovo os meus votos de muita saúde e felicidade, quanta queiras.
Como já tive oportunidade de transmitir-te tempos atrás, um problema, não especialmente grave, mas muito aborrecido, relacionado com a vista, tem-me mantido à distância, que é como quem diz tem-me vindo a remeter para um plano demasiado passivo para o meu gosto, no que ao blogue se refere. Com efeito, aconselha quem sabe que, até ver, deva reduzir a um uso tão limitado quanto possível coisas interessantes como computadores, livros, televisões, enfim, coisas de somenos – por isso é que, quando tomei conhecimento da morte do nosso amigo Batista, já este estava enterrado.
Mas, a propósito da “segunda” morte do nosso querido “morto-vivo”, que continuo a recordar com carinho e um sorriso brincalhão nos lábios, por me lembrar das palhaçadas com que o provoquei no “Milho-Rei”, pus-me a ler o poste P15907 (Rui Batista), e fui surpreendido pela fotografia do BCAÇ 3872, em Bissau, com o alferes Rosa Santos em primeiro plano. E isto porque, durante alguns meses, pude privar com este no Saltinho, onde comandou o Pelotão de Nativos 53, tendo recebido o respectivo testemunho das mãos do alferes Paulo Santiago. Como nos comentários ao poste de apresentação do Rui Batista em 2009 (a que, então, não tive acesso), era dito que o alferes em presença “fora subtraído” à CAÇ 3489 / Cancolim, coisa que sempre desconheci, fiquei até na dúvida sobre se o Rosa Santos da foto era o mesmo que eu viria a conhecer no Saltinho. Por isso, hoje mesmo, dirigi um e-mail ao Paulo Santiago, a pedir confirmação (ainda não tenho resposta) e, posteriormente, contactei telefonicamente o Carlos Raimundo, da 3490/Saltinho, que logo confirmou que, sim senhor, o alferes Rosa Santos, que substituíra o Paulo Santiago, passara pela CCAÇ 3489/Cancolim.
Porque tive um excelente relacionamento com ele – era uma pessoa de educação esmerada e muito jovial, sempre com um sorriso de boa disposição (é vê-lo, numa das fotos, a ensaiar um passo de dança, ao som de um disco dos anos 60), sempre pronto para uma brincadeira, para uma conversa bem humorada –, ocorreu-me, há minutos, procurar naquela velha mala de que te falei – lembras-te? – alguma fotografia em que ele estivesse presente. Encontrei duas – vá lá! –, tiradas aquando de uma deslocação da tropa do Saltinho ao Xitole, para uma operação de elevado melindre: recolha do correio da malta, proveniente, via aérea, de Bissau. Mas, com alguma perplexidade, constato que o Rosa Santos está com farda n.º 2, sendo de admitir que, em trânsito para Bissau ou outro lado qualquer, tivesse aproveitado a nossa boleia.
Bissau > 26/12/1971 > Apresentação do Batalhão BCAÇ 3872 ao Com-Chefe, Gen Spínola. Em primeiro plano o Alf Mil Rosa Santos, já falecido há uns anos.
Foto (e legenda): © Rui Baptista (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.
Obviamente, fiquei triste ao tomar conhecimento de que também ele já faleceu, anos atrás. Era, se bem me recordo, mais velho que eu dois ou três anos, devendo-se isso ao facto de só ter sido chamado a cumprir o serviço militar após a conclusão do curso de Física e Química. Após o meu regresso da Guiné, não voltei a vê-lo, e do pouco que me recordo, para além das nossas conversas animadas, é que era natural da Figueira da Foz, e pertencia a uma família de empresários de transportes (Marianos?!) muito conhecida. Era uma excelente pessoa – razão tinha o Rui Batista para lamentar a sua partida precoce do pelotão “Os Vingadores”.
E, por falar em excelentes pessoas, e se me permites, meu caro amigo Carlos Vinhal, que tanto considero, aproveito para referir que o camarada que, numa das fotos, canta ao desafio comigo – está de costas, com lenço claro e cartucheiras à cintura – é o Henrique Custódio (furriel enfermeiro da CCAÇ 3490/Saltinho), de quem era muitíssimo amigo. Homem de raro talento, em especial no campo literário, proporcionou-me momentos inesquecíveis de franca camaradagem, na alegria, como na dor. Após uma despedida, em que a poesia, que muito nos dizia, falou mais alto, nunca mais nos encontrámos. Mas sei que continua a escrever as “Décadas de Abril” e a ser um dos redactores do “Avante”, órgão central do PCP.
Xitole / 1972 – À esquerda, em farda n.º 2, e de mãozinha direita na barriga, o alferes Rosa Santos; ao centro, o barbudo da “kalash” é o Migueis, tendo à sua esquerda o Custódio Henrique (furriel enfermeiro da CCAÇ 3490-Saltinho); à porta da messe, visivelmente à vontade e bem disposto, um alferes da Companhia do Xitole.
Xitole / 1972. À esquerda, em farda n.º 2, atento ao despique, o alferes Rosa Santos; ao centro, de costas, lencinho de seda e cartucheiras, o Henrique Custódio, cantando à desgarrada com o barbudo, que é o seu amigo Migueis.
Fotos (e legendas): © Mário Migueis / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.
E, quanto à kalashnikov, é verdade que costumava andar com uma, mas era só para ”fazer ronco”, pois claro.
Um grande abraço para todos,
Mário Migueis
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Nota do editor
Último poste da série de 4 de abril de 2016 Guiné 63/74 - P15935: (Ex)citações (307): A descolonização da Guiné-Bissau tinha tudo para correr mal (Jorge Sales Golias)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
terça-feira, 12 de abril de 2016
Guiné 63/74 - P15969: (Ex)citações (308): No poste de apresentação do Rui Batista era dito que o alferes Rosa Santos “fora subtraído” à CAÇ 3489, coisa que sempre desconheci (Mário Migueis)
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Guiné 63/74 - P15968: Fotos do álbum da minha mãe, "Honra e Glória" (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Nova Lamego e Paunca, 1969/70) - Parte IV: saudades de Contuboel
Foto nº 1 > Em cima de uma montanha de mancarra [s/d: s/ l: Contuboel ?]
Foto nº 2 > 1969 > Lavadeiras em Contuboel
Foto nº 3 > 1969 > Praia de Contuboel, no rio Geba
Foto nº 4 > 1969 > Na semana de campo da recruta do pessoal (africano) da CART 11 e CCAÇ 12
Foto nº 5 > 1969 > Contuboel > O içar da bandeira
Fotos (e legendas): © Abílio Duarte (2016). Todos os direitos reservados.
1. Continuação da publicação de fotos do Abílio Duarte [, ex-fur mil, CART 2479, mais tarde CART 11 e, finalmente, já depois do regresso à metrópole do Duarte, CCAÇ 11, a famosa Companhia de “Os Lacraus de Paunca” (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70)] (*).
Trata-se do "álbum que a minha saudosa mãe criou com fotos que eu lhe enviava".
Trata-se do "álbum que a minha saudosa mãe criou com fotos que eu lhe enviava".
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Nota do editor:
Último poste da série > 28 de março de 2016 > Guiné 63/74 - P15910: Fotos do álbum da minha mãe, "Honra e Glória" (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Nova Lamego e Paunca, 1969/70) - Parte III
Último poste da série > 28 de março de 2016 > Guiné 63/74 - P15910: Fotos do álbum da minha mãe, "Honra e Glória" (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Nova Lamego e Paunca, 1969/70) - Parte III
Guiné 63/74 - P15967: A Universidade dos Açores vai homenagear o Prof Dr. Carlos Cordeiro, amanhã, 13 de Abril, pelas 17,00 horas, no Anfiteatro C daquela Universidade (José da Câmara)
1. Mensagem do nosso camarada José da Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327
e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), com data de 5 de Abril de 2016, dando-nos notícia de uma homenagem ao nosso camarada e tertuliano Prof. Doutor Carlos Cordeiro, professor na Universidade dos Açores, a levar a efeito no próximo dia 13 de Abril, pelas 17,00 horas, no Anfiteatro C daquela Universidade.
Na noite da passada quinta-feira recebi um honroso convite da Universidade dos Açores para participar na homenagem que aquela Instituição de Ensino irá prestar ao Sr. Dr. Carlos Cordeiro.
Infelizmente, não poderei estar lá fisicamente, mas certamente que estarei presente de muitas horas formas.
As amizades nascem quase sempre sem darmos por isso, mas desenvolvem-se pelo respeito e pela comunhão de princípios cívicos entre as pessoas. De outra maneira não fariam sentido.
O meu primeiro contacto com o Sr. Dr. Carlos Cordeiro aconteceu através de um comentário que ele fez a um artigo que escrevi num Blogue dedicado aos Combatentes da Guiné. Desde então habituei-me a respeitar o homem, o professor, o combatente que ele foi na então Província de Angola e, por que não, o incentivador que tem sido desde que o conheço. Por tudo isso e muito mais sinto ser um privilégio a oportunidade que ele me deu de ser seu amigo.
Ao longo dos anos muitas foram as vidas tocadas pelo ensino do Sr. Dr. Carlos Cordeiro. Os Açores e não só certamente que estão muito mais ricos. E muito menos se pode esquecer o seu contributo para a História Açoriana. É incalculável o valor das suas obras, sendo que já tive a oportunidade de ler algumas. Para nós, Combatentes que fomos nas então Províncias Ultramarinas, certamente que calaram fundo as suas conferências sobre a Guerra do Ultramar.
Sim a homenagem que a Universidade dos Açores irá prestar ao Sr. Dr. Carlos Cordeiro é justíssima. Do fundo do coração associo-me ao evento a ter lugar na Universidade dos Açores, pelas 17,00 horas, do próximo dia 13 de Abril.
A homenagem é pública para quem tiver a oportunidade de participar.
Um abraço para o meu amigo Sr. Dr. Carlos Cordeiro.
José da Câmara
2. C.V. do Professor Dr. Carlos Cordeiro:
Professor Auxiliar com Agregação da Universidade dos Açores, onde concluiu o doutoramento e prestou provas de agregação.
É autor dos livros "Insularidade e Continentalidade: os Açores e as contradições da Regeneração" (1992), "Na Senda da Identidade Açoriana (Antologia de Textos do Correio dos Açores)" (1995), "Nacionalismo, Regionalismo e Autoritarismo nos Açores durante a I República" (1999), (coord.) "Autoritarismos, Totalitarismos e Repostas Democráticas" (2011) e de diversos artigos em revistas nacionais e internacionais.
Coordenou diversos colóquios e o projeto “História da Imprensa nos Açores (Séculos XIX e XX)”.
É investigador integrado do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra e diretor do Centro de Estudos de Relações Internacionais e Estratégia da Universidade dos Açores.
É coordenador do Mestrado em Relações Internacionais da Universidade dos Açores.
Integrou a Comissão Científica do Dicionário da República e o Comité Organizador do Congresso Histórico Internacional “I República e Republicanismo”.
(Foto de Carlos Cordeiro: Com a devida vénia a IAC-Azores.org)
3. A tertúlia do Blogue não pode deixar de se associar a esta homenagem prestada ao nosso ilustre camarada e amigo tertuliano Carlos Cordeiro, a quem desejamos que continue a sua actividade cultural, partilhando o conhecimento. Sabemos que dedica muito do deu tempo na pesquisa e reunião de dados sobre tudo o que se relaciona com a participação dos açorianos na Guerra do Ultramar, pelo que também assim tenta preservar a memória dos portugueses que deram muito de si em terras de África.
Os nossos parabéns ao Carlos pelo reconhecido do seu trabalho por parte da sua Universidade. Será justa com certeza esta homenagem pública.
O nosso agradecimento ao camarada José da Câmara por ter feito chegar até nós esta notícia, coisa que o Carlos, pela sua modesta forma de estar na vida, não faria.
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Na noite da passada quinta-feira recebi um honroso convite da Universidade dos Açores para participar na homenagem que aquela Instituição de Ensino irá prestar ao Sr. Dr. Carlos Cordeiro.
Infelizmente, não poderei estar lá fisicamente, mas certamente que estarei presente de muitas horas formas.
As amizades nascem quase sempre sem darmos por isso, mas desenvolvem-se pelo respeito e pela comunhão de princípios cívicos entre as pessoas. De outra maneira não fariam sentido.
O meu primeiro contacto com o Sr. Dr. Carlos Cordeiro aconteceu através de um comentário que ele fez a um artigo que escrevi num Blogue dedicado aos Combatentes da Guiné. Desde então habituei-me a respeitar o homem, o professor, o combatente que ele foi na então Província de Angola e, por que não, o incentivador que tem sido desde que o conheço. Por tudo isso e muito mais sinto ser um privilégio a oportunidade que ele me deu de ser seu amigo.
Ao longo dos anos muitas foram as vidas tocadas pelo ensino do Sr. Dr. Carlos Cordeiro. Os Açores e não só certamente que estão muito mais ricos. E muito menos se pode esquecer o seu contributo para a História Açoriana. É incalculável o valor das suas obras, sendo que já tive a oportunidade de ler algumas. Para nós, Combatentes que fomos nas então Províncias Ultramarinas, certamente que calaram fundo as suas conferências sobre a Guerra do Ultramar.
Sim a homenagem que a Universidade dos Açores irá prestar ao Sr. Dr. Carlos Cordeiro é justíssima. Do fundo do coração associo-me ao evento a ter lugar na Universidade dos Açores, pelas 17,00 horas, do próximo dia 13 de Abril.
A homenagem é pública para quem tiver a oportunidade de participar.
Um abraço para o meu amigo Sr. Dr. Carlos Cordeiro.
José da Câmara
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2. C.V. do Professor Dr. Carlos Cordeiro:
Professor Auxiliar com Agregação da Universidade dos Açores, onde concluiu o doutoramento e prestou provas de agregação.
É autor dos livros "Insularidade e Continentalidade: os Açores e as contradições da Regeneração" (1992), "Na Senda da Identidade Açoriana (Antologia de Textos do Correio dos Açores)" (1995), "Nacionalismo, Regionalismo e Autoritarismo nos Açores durante a I República" (1999), (coord.) "Autoritarismos, Totalitarismos e Repostas Democráticas" (2011) e de diversos artigos em revistas nacionais e internacionais.
Coordenou diversos colóquios e o projeto “História da Imprensa nos Açores (Séculos XIX e XX)”.
É investigador integrado do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra e diretor do Centro de Estudos de Relações Internacionais e Estratégia da Universidade dos Açores.
É coordenador do Mestrado em Relações Internacionais da Universidade dos Açores.
Integrou a Comissão Científica do Dicionário da República e o Comité Organizador do Congresso Histórico Internacional “I República e Republicanismo”.
(Foto de Carlos Cordeiro: Com a devida vénia a IAC-Azores.org)
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3. A tertúlia do Blogue não pode deixar de se associar a esta homenagem prestada ao nosso ilustre camarada e amigo tertuliano Carlos Cordeiro, a quem desejamos que continue a sua actividade cultural, partilhando o conhecimento. Sabemos que dedica muito do deu tempo na pesquisa e reunião de dados sobre tudo o que se relaciona com a participação dos açorianos na Guerra do Ultramar, pelo que também assim tenta preservar a memória dos portugueses que deram muito de si em terras de África.
Os nossos parabéns ao Carlos pelo reconhecido do seu trabalho por parte da sua Universidade. Será justa com certeza esta homenagem pública.
O nosso agradecimento ao camarada José da Câmara por ter feito chegar até nós esta notícia, coisa que o Carlos, pela sua modesta forma de estar na vida, não faria.
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Guiné 63/74 - P15966: In Memoriam (252): Júlio Rafael Moreira Assis (1948-2016), ex-Soldado Radiotelegrafista da CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) (Benjamim Durães)
1. Mensagem do nosso Camarada Benjamim Durães (ex-Fur Mil Op Esp do BART 2917, Bambadinca,
1970/72), com data 11 de Abril de 2014:
Faleceu no passado dia 10 de Abril de 2016 o nosso ex-camarada JÚLIO RAFAEL MOREIRA ASSIS, Soldado Rádio-Telegrafista da CCS / BART 2917.
Hoje, às 15,00 horas irá para a igreja do Porto Salvo e será cremado no dia 12 de Abril (terça-feira) pelas 10,30 horas no cemitério de Barcarena.
A informação foi dada pela filha Fernanda Assis Barreto, por e-mail de 10/04/2016.
O telemóvel da filha é o 96 987 63 82.
As condolências da Tabanca Grande à família e aos camaradas da CCS/BART 2917.
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Nota do editor
Último poste da série de 11 de abril de 2016 Guiné 63/74 - P15963: In Memoriam (251): José Moreira (1943-2016), ex-fur mil, CCAÇ 1565 (Jumbembem e Canjambari, 1966/68), um grande ser solidário, um grande ser humano, cofundador e líder da ONGD "Memórias e gentes" (, com sede em Coimbra)... Recordamos a sua pessoa, os seus valores e a sua obra, através de uma entrevista de há 5 anos
Faleceu no passado dia 10 de Abril de 2016 o nosso ex-camarada JÚLIO RAFAEL MOREIRA ASSIS, Soldado Rádio-Telegrafista da CCS / BART 2917.
Hoje, às 15,00 horas irá para a igreja do Porto Salvo e será cremado no dia 12 de Abril (terça-feira) pelas 10,30 horas no cemitério de Barcarena.
A informação foi dada pela filha Fernanda Assis Barreto, por e-mail de 10/04/2016.
O telemóvel da filha é o 96 987 63 82.
Júlio Rafael Moreira Assis
Ex-Soldado Radiotelegrafista
CCS / BART 2917
As condolências da Tabanca Grande à família e aos camaradas da CCS/BART 2917.
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Nota do editor
Último poste da série de 11 de abril de 2016 Guiné 63/74 - P15963: In Memoriam (251): José Moreira (1943-2016), ex-fur mil, CCAÇ 1565 (Jumbembem e Canjambari, 1966/68), um grande ser solidário, um grande ser humano, cofundador e líder da ONGD "Memórias e gentes" (, com sede em Coimbra)... Recordamos a sua pessoa, os seus valores e a sua obra, através de uma entrevista de há 5 anos
Guiné 63/74 - P15965: Convívios (734): 10.º Encontro do pessoal da CCS / BART 2719 (Bambadinca, 1970/72) e subunidades adidas, Viseu, 21 de maio de 2016 (Benjamim Durães)
VISEU,
21 DE MAIO DE 2016
21 DE MAIO DE 2016
O 10º encontro-convívio da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72):
(i) É extensivo a todas as subunidades que operaram sob o comando do BART 2917 [Guiné, zona leste, setor L1, Baambadinac, 1970/72]:
CART 2714 / BART 2917
CART 2715 / BART 2917
CART 2716 / BART 2917
CCAÇ 12
PEL CAÇ NAT 52, 53 e 63
PEL REC DAIMLER 2206 e 3085
PEL MORT 2106 e 2268
PEL INT A/D 2189 e 3050
20º PEL ART/GAC 7
e PEL ENG do BENG 447 (estacionado em Bambadinca);
(ii) está aberto a familiares e amigos;
(iii) e terá lugar no dia 21 de Maio de 2016 em Viseu (, pela terceira vez);
(iv) no HOTEL ONIX situado a 3 Km do Centro de Viseu, na Via Caçador, n.º 16 [coordenadas GPS - N 40º 38' 36,9'' W 7º 51' 52,48''];
(iv) no HOTEL ONIX situado a 3 Km do Centro de Viseu, na Via Caçador, n.º 16 [coordenadas GPS - N 40º 38' 36,9'' W 7º 51' 52,48''];
(v) com a concentração a partir das 10,00 horas.
2. Ementa, preço e contactos:
Os aperitivos-entradas terão início às 11,30 horas e consistem em rissóis, croquetes, bolos de bacalhau, chouriça, caprichos, camarão, feijocas, orelha de porco, salada de polvo, etc.
O almoço será servido às 13,00 horas com canja, bacalhau à lagareiro, borrego com vitela mista, com batatas fritas e salada.
A sobremesa compõe-se de doce, gelatina, pudim, fruta laminada e bolo de Convívio.
O lanche-ajantarado terá início pelas 16,45 horas e que consiste de caldo verde e porco no espeto.
O Bar estará aberto enquanto durar o Encontro-Convívio e terá à disposição, sumo de laranja, água mineral, cerveja, coca-cola, Whisky novo, aguardente, amarguinha, vinho tinto e vinho branco e café.
O custo é de 33,00 euros por pessoa, e para as crianças dos 6 aos 12 anos o custo é de 17,00 euros.
Quem quiser pernoitar no Hotel Onix, terá de efetuar a reserva até ao dia 03 de Maio.
Solicita-se a confirmação das presenças no encontro até dia 10 de Maio para:
A organização do evento está a cargo de Benajmim Durães, ex-fur mil op esp, e Álvaro Gomes Santos, ex-1º cabo caixeiro, ambos da CCS/BART 2917.
- ÁLVARO GOMES SANTOS
telemóvel - 96 693 08 88 / telefone > 232 641 470
email -rafaelalmeidasantos8@gmail.com
- BENJAMIM DURÃES
telemóvel - 93 93 93 315
email - duraes.setubal@hotmail.com
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Nota do editor:
Último poste da série de 23 de março de 2016 Guiné 63/74 - P15891: Convívios (733): Encontro do pessoal da CCAÇ 412 (1963/65), dia 14 de Maio de 2016, na Mealhada (Alcídio Marinho, ex-Fur Mil)
Guiné 63/74 - P15964: Parabéns a você (1064): Francisco Alberto Santiago, ex-1.º Cabo TRMS do BART 3873 (Guiné, 1972/74)
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Nota do editor
Último poste da série de Guiné 63/74 - P15959: Parabéns a você (1062): Jorge Félix, ex-Alf Mil PilAv Alouett III da BA 12 (Guiné, 1968/70); Jorge Picado, ex-Cap Mil CMDT das CCAÇ 2589 e CART 2732 - CAOP 1 (Guiné, 1970/72) e Manuel Marinho, ex-1.º Cabo At Inf do BCAÇ 4512 (1972/74)
Nota do editor
Último poste da série de Guiné 63/74 - P15959: Parabéns a você (1062): Jorge Félix, ex-Alf Mil PilAv Alouett III da BA 12 (Guiné, 1968/70); Jorge Picado, ex-Cap Mil CMDT das CCAÇ 2589 e CART 2732 - CAOP 1 (Guiné, 1970/72) e Manuel Marinho, ex-1.º Cabo At Inf do BCAÇ 4512 (1972/74)
segunda-feira, 11 de abril de 2016
Guiné 63/74 - P15963: In Memoriam (251): José Moreira (1943-2016), ex-fur mil, CCAÇ 1565 (Jumbembem e Canjambari, 1966/68), um grande ser solidário, um grande ser humano, cofundador e líder da ONGD "Memórias e gentes" (, com sede em Coimbra)... Recordamos a sua pessoa, os seus valores e a sua obra, através de uma entrevista de há 5 anos
Sítio da ONGD "Memórias e Gentes", com sede em Coimbra.
Coimbra > Sítio "Memórias e Gentes" > 13 de dezembro de 2012 > José Morera recebe o prémio de sócio honorário da assocaição, das mãos de Fernando Ferreira.
Coimbra > MEG - Memórias e Gentes > 20 de dezembro de 2012 > José Morera agradece prémio de sócio honorário da associação que ele ajudou a criar, crescer e a dinamizar.
ONGD "Memórias e Gentes" > Projecto Albinos (Guiné-Bissau)... Fonte: ONGD "Memórias e Gentes", página no Facebook.
1. O José Moreira, nascido em Taveiro, Coimbra, em 8 de junho de 1943, foi, juntamente com o algarvio de Alagoa, o António Camilo, fur mil da CCAÇ 1565 (Bissau, Jumbembém, Canjambari, Bissau, 1966/68). E, tal como o Camilo, era um grande ser solidário. Foi um dos fundadores da Associação Humanitária Memórias e Gentes, e seguramente o seu grande líder. Fez mais de uma dúzia de expedições à Guiné-Bissau.
No dia da sua morte, transcrevemos aqui um entrevista que ele deu ao sítio da CAD - Associação Coimbra Basquete. Vamos lembrá-lo, como ele merece, e dar a conhecer o seu exemplo de grande ser humano, camarada e amigo da Guiné. Acabámos de falar com o seu genro (pelo nº de telemóvel 96 402 8040, que era o telemóvel pessoal do Zé Moreira), que nos confirmou a triste notícia: o Zé Moreira morreu hoje, ao fim de dois anos de luta tenaz contra uma neoplasia. O funeral é amanhã. Era membro da nossa Tabanca Grande. O seu nome passa a figurar na lista daqueles de nós que da lei da morte já se libertaram. As nossas condolências à família. LG
PS - Na sua página pessoal do Facebook, há camaradas a deixar mensagens de pesar, como esta do Álvaro [Manuel Oliveira] Basto, nosso grã-tabanqueiro:
"Zé, soube ha pouco com tristeza que partiste para a tua última expedição humanitária. Obrigado pelo que me ensinaste e pela amizade franca com que sempre me trataste. Vais deixar dentro de mim um vazio que nunca poderá ser preenchido. Fica bem lá na tua nova tabanca onde quer que estejas. À família o meu mais profundo pesar."
PS - Na sua página pessoal do Facebook, há camaradas a deixar mensagens de pesar, como esta do Álvaro [Manuel Oliveira] Basto, nosso grã-tabanqueiro:
"Zé, soube ha pouco com tristeza que partiste para a tua última expedição humanitária. Obrigado pelo que me ensinaste e pela amizade franca com que sempre me trataste. Vais deixar dentro de mim um vazio que nunca poderá ser preenchido. Fica bem lá na tua nova tabanca onde quer que estejas. À família o meu mais profundo pesar."
Entrevista, em 28/12/2011, a José Moreira em Campanha de solidariedade - Associação "Memorias e Gentes" (Reproduzida com a devida vénia)
Entrevista a José Moreira, presidente da associação “Memórias e Gentes”
[Fonte: CAD - Associação Coimbra Basquete]
P- A associação denomina-se Memórias e Gentes. Pode nos falar um pouco sobre esse projecto, quando foi criado e com que objetivos?
R- Antes de lhe responder e para se perceber, tenho de falar de mim:
Sou um combatente da “Guerra Colonial” na década de 60, concretamente em 1966, 1967 e 1968, tendo cumprido o serviço militar obrigatório na antiga província ultramarina da Guiné-Bissau, hoje país independente.
Terminada a vida militar, volvidos 33 anos, voltei à Guiné por terra em 2001, para reviver os locais por onde andei e apagar um pouco do chamado “stress pós traumático”. Do que vi, no regresso, trouxe na minha mala a vontade de voltar para levar coisas àquela gente que pouco ou nada tem, e foi o que aconteceu no ano seguinte e, ininterruptamente, até agora.
Desde então, fui convidando os amigos e de ano para ano a caravana foi engrossando. Paralelamente, por mar, começamos a enviar um contentor com os mais diversos bens, distribuídos por nós nas aldeias do interior. Passado 6 anos, como o Grupo já tinha um capital de credibilidade e experiência, constituímo-nos em Associação, continuando como até aqui, a desenvolver acções de apoio humanitário, sem filiação partidária, sindical ou religiosa.
Face aos factos apontados, o nome escolhido “Memórias e Gentes” resulta da lembrança do passado (memórias) e, sensibilizados com o conhecimento das mais diversas carências, juntos, não nos poupamos a esforços em levar um pouco de esperança àquele povo que, mesmo sujeitos a uma situação de extrema pobreza, nos fascina com o seu calor humano, os laços culturais e a amizade que prevalece (gentes).
P- Quais as ações que já dinamizaram? Que feed back tem do trabalho realizado? A ajuda foi pontual ou continua a haver contribuições e intercâmbios?
R- Das acções desenvolvidas ao longo destes 9 anos com maior destaque, tem sido no apoio ao sistema educativo, pois a língua oficial é o português, de seguida o apetrechamento dos Centros de Saúde do interior com equipamento hospitalar e, por fim, roupa, calçado, alimentação duradoura para as Instituições credíveis e identificadas por nós. Do que levamos, fica de lado para distribuirmos pessoalmente, os brinquedos, algum material didáctico, as “bic´s” (que fazem a diferença) e os “chupa-chupas” para, em troca, receber sorrisos daquelas crianças das aldeias mais recônditas.
Do trabalho realizado, temos já o reconhecimento e registo como ONGD pelo Estado Português, tendo-se adquirido automaticamente a natureza de pessoa colectiva de UTILIDADE PÚBLICA.
Em termos de ajudas oficiais, temos submetido alguns projectos sérios e credíveis, mas em vão!
Somente a destacar um pequeno subsídio à expedição/2010 pela Câmara Municipal de Coimbra e a ajuda, com material didáctico, do ex-Governo Civil de Coimbra.
A destacar também, e isso sim, o papel preponderante que os cidadãos comuns e os responsáveis de algumas empresas desempenham, na dinâmica e motivação destas missões de ajuda humanitária.
De referir, ainda, que estas viagens são a expensas de cada expedicionário.
O José Moreira já estava doente, em tratamento oncológico, há 2 anos... Não sabemos se ainda participou da XIII Expedição Humanitária, que partiu de Coimbra em 3 de abril de 2014, com destino à Guiné-Bissau. Imagem: página pessoal do José Moreira no Facebook.
P- Este ano está a apoiar uma creche em Varela, na Guiné-Bissau. Pode-nos falar um pouco porque surgiu essa iniciativa? Muitos nos perguntam porquê Guiné e não Portugal ou outro país qualquer?
R- Com as nossas incursões ao interior, durante todos estes anos, chegamos há 3 anos a Varela que fica a norte daquele país, muito perto da fronteira com o Senegal. Na altura, foi-nos transmitido o porquê da existência brutal de índice de mortalidade infantil, que passo a explicar: Varela fica junto ao mar, a actividade dos homens é a pesca artesanal, as mulheres, em terra, fazem grandes fogueiras para, em “panelões”, cozerem o peixe e posterior seca ao sol. Dito isto, tudo parece pacífico, mas não é! As mães, na referida labuta, trazem permanentemente consigo e às costas as crianças de tenra idade, inalando os fumos e ainda por cima debaixo de um sol tórrido.
Face aos factos apontados, o nome escolhido “Memórias e Gentes” resulta da lembrança do passado (memórias) e, sensibilizados com o conhecimento das mais diversas carências, juntos, não nos poupamos a esforços em levar um pouco de esperança àquele povo que, mesmo sujeitos a uma situação de extrema pobreza, nos fascina com o seu calor humano, os laços culturais e a amizade que prevalece (gentes).
P- Quais as ações que já dinamizaram? Que feed back tem do trabalho realizado? A ajuda foi pontual ou continua a haver contribuições e intercâmbios?
R- Das acções desenvolvidas ao longo destes 9 anos com maior destaque, tem sido no apoio ao sistema educativo, pois a língua oficial é o português, de seguida o apetrechamento dos Centros de Saúde do interior com equipamento hospitalar e, por fim, roupa, calçado, alimentação duradoura para as Instituições credíveis e identificadas por nós. Do que levamos, fica de lado para distribuirmos pessoalmente, os brinquedos, algum material didáctico, as “bic´s” (que fazem a diferença) e os “chupa-chupas” para, em troca, receber sorrisos daquelas crianças das aldeias mais recônditas.
Do trabalho realizado, temos já o reconhecimento e registo como ONGD pelo Estado Português, tendo-se adquirido automaticamente a natureza de pessoa colectiva de UTILIDADE PÚBLICA.
Em termos de ajudas oficiais, temos submetido alguns projectos sérios e credíveis, mas em vão!
Somente a destacar um pequeno subsídio à expedição/2010 pela Câmara Municipal de Coimbra e a ajuda, com material didáctico, do ex-Governo Civil de Coimbra.
A destacar também, e isso sim, o papel preponderante que os cidadãos comuns e os responsáveis de algumas empresas desempenham, na dinâmica e motivação destas missões de ajuda humanitária.
De referir, ainda, que estas viagens são a expensas de cada expedicionário.
O José Moreira já estava doente, em tratamento oncológico, há 2 anos... Não sabemos se ainda participou da XIII Expedição Humanitária, que partiu de Coimbra em 3 de abril de 2014, com destino à Guiné-Bissau. Imagem: página pessoal do José Moreira no Facebook.
P- Este ano está a apoiar uma creche em Varela, na Guiné-Bissau. Pode-nos falar um pouco porque surgiu essa iniciativa? Muitos nos perguntam porquê Guiné e não Portugal ou outro país qualquer?
R- Com as nossas incursões ao interior, durante todos estes anos, chegamos há 3 anos a Varela que fica a norte daquele país, muito perto da fronteira com o Senegal. Na altura, foi-nos transmitido o porquê da existência brutal de índice de mortalidade infantil, que passo a explicar: Varela fica junto ao mar, a actividade dos homens é a pesca artesanal, as mulheres, em terra, fazem grandes fogueiras para, em “panelões”, cozerem o peixe e posterior seca ao sol. Dito isto, tudo parece pacífico, mas não é! As mães, na referida labuta, trazem permanentemente consigo e às costas as crianças de tenra idade, inalando os fumos e ainda por cima debaixo de um sol tórrido.
Foi assim, que nos propusemos em apoiar uma Creche que, no primeiro ano, colocamos aquelas crianças à sombrinha, água engarrafada (de cá) e alimentação e vigiadas por duas senhoras. Nos anos subsequentes, tudo temos levado, desde pratos colheres, copos, mobiliário, caminhas, roupas, rolos de pano para fazerem batas, etc..
Entretanto, abrimos um furo com água potável, temos levado materiais para a construção da nova Creche, tubagem, material sanitário, lavatórios e acessórios, como rede de vedação, gerador e bomba submersível. Entretanto admitimos 3 formadoras para ensinarem as coisas mais básicas e ensinar-lhes a falar e a escrever o português. Esperemos que colhamos frutos brevemente!
Na próxima expedição, com saída de Coimbra a 23 de Fevereiro próximo [2011], vamos montar uma torre em ferro, para suportar os depósitos de água. Em relação ao potente gerador que já lá temos para a iluminação e tomadas, como para accionar a bomba de água, estamos a ponderar em vendê-lo e montar um painel “foto voltaico” (energia solar), dado que os custos de manutenção são muito mais reduzidos, só que, com esta alteração, necessitamos de mais 3.000 €, valor que ainda não realizamos.
Em relação ao porquê Guiné e não outros países, cumpre-nos informar que estamos a trabalhar em parceria com algumas Instituições da cidade de Coimbra e Lojas Sociais, nomeadamente, a de Taveiro. Pelo terramoto no Haiti enviamos 3 paletes de medicamentos e na mesma altura, outros tantos para Moçambique, em colaboração com a Associação Saúde em Português de Coimbra.
Na próxima expedição, com saída de Coimbra a 23 de Fevereiro próximo [2011], vamos montar uma torre em ferro, para suportar os depósitos de água. Em relação ao potente gerador que já lá temos para a iluminação e tomadas, como para accionar a bomba de água, estamos a ponderar em vendê-lo e montar um painel “foto voltaico” (energia solar), dado que os custos de manutenção são muito mais reduzidos, só que, com esta alteração, necessitamos de mais 3.000 €, valor que ainda não realizamos.
Em relação ao porquê Guiné e não outros países, cumpre-nos informar que estamos a trabalhar em parceria com algumas Instituições da cidade de Coimbra e Lojas Sociais, nomeadamente, a de Taveiro. Pelo terramoto no Haiti enviamos 3 paletes de medicamentos e na mesma altura, outros tantos para Moçambique, em colaboração com a Associação Saúde em Português de Coimbra.
Portanto, como solidários que somos, estamos atentos, muito embora esta Associação esteja talhada a realizar expedições a África por terra. Aqui, queremos realçar a participação dos mais jovens, que trouxeram uma mais-valia, quer na dinâmica de recolha de bens, quer na participação activa das expedições, certamente devido à parte lúdica da viagem, nomeadamente, a travessia do deserto, conhecerem outras gentes, outras culturas, como a demonstração do seu espírito solidário, pois também se sentem incomodados nas diferenças de dois mundos que nos são tão próximos.
O Alfaiate de Jumbembem: na Expedição Coimbra-Bissau da MEG, um velho alfaiate disse-nos que precisava de uma máquina de costura para voltar a trabalhar, porque a sua Singer estava morta fazia já muitas chuvas. Há dias realizou-se o Convívio Anual da Companhia de Caçadores 1565 que esteve em Junbembem nos anos de 1966-1968. Dirigentes da MEG [Memórias e Gentes] mostraram fotografias do nosso encontro. E hoje cabe-nos falar de solidariedade e velhas amizades:
- O Alfaiate terá uma nova máquina de costura (nova e Singer!) oferecida pela D. Fernanda, esposa do ex-Furriel Leite (Porto);
- O Alfaiate terá agulhas e carrinhos de linhas (para mais dez anos) oferecidos pelo Polery, ele também ex-militar da CCaç. 1565 (Vizela);
- O dirigente da MEG e ex-furriel José Moreira está encarregado de entregar em mão ao Alfaiate de Jumbembem estes seus novos pertences. Obrigado!
- O Alfaiate terá uma nova máquina de costura (nova e Singer!) oferecida pela D. Fernanda, esposa do ex-Furriel Leite (Porto);
- O Alfaiate terá agulhas e carrinhos de linhas (para mais dez anos) oferecidos pelo Polery, ele também ex-militar da CCaç. 1565 (Vizela);
- O dirigente da MEG e ex-furriel José Moreira está encarregado de entregar em mão ao Alfaiate de Jumbembem estes seus novos pertences. Obrigado!
Foto (e legenda): Página do Facebook da ONGD "Memórias e Gentes" > MEG - Memórias e Gentes > 19 de junho de 2013
P- O Projeto Bom Dia Bom Dia é uma ideia muito terna e parece nos muito fácil de concretizar. Tem tido uma boa aceitação? Como reagem os meninos apadrinhados ao saberem que alguém “muito longe” se preocupa com eles?
R- A sua pergunta é pertinente e muito actual! Aquando da nossa estada em Março passado, alguém se lembrou de tirarmos fotos à criançada e medir a altura, só não foram pesados por falta de balança. Daí a ideia do apadrinhamento e um meio de realizar fundos, ajudando-nos na alimentação e educação das cerca de 80 crianças. Devo dizer que tem sido um êxito, Temos já 54 crianças apadrinhadas que, entre madrinhas e padrinhos, estão envolvidas 71 pessoas de norte a sul de Portugal, da Áustria, da Suíça e de Inglaterra. Na próxima viagem, só dos padrinhos, vamos levar muito perto dos 2.000 € e lembranças para os afilhados. Isto é lindo, BEM-HAJAM a todos!
Muito embora as crianças já tenham conhecimento desta iniciativa, quando chegarmos, queremos vincar junto das mães, da responsável pela creche e das formadoras, que nós portugueses, somos efectivamente solidários e empenhados que sejam mais felizes e fundamentalmente de boa saúde.
P- O CAD Associação Coimbra Basquete fez uma campanha entre os seus atletas e amigos e angariou bastantes e diversificados bens. Como podem as pessoas assegurar se de que as suas ofertas irão chegar ao destino certo?
R- Antes de mais, queremos agradecer ao CAD Associação Coimbra Basquete pela campanha em curso. Dos bens angariados, só queremos saber qual o destino a dar-lhes na Guiné, se inteiramente para a Creche e(ou) para outras Instituições, e a “Memórias e Gentes” pessoa colectiva de direito privado sem fins lucrativos, já com um capital de credibilidade naquele país, garantirá a entrega dos bens no destino a indicar pelo CAD.
P- Congratulamo-nos pela sua dedicação e empenho numa causa tão nobre e com o dinamismo que lhe imprime. Agradecemos-lhe ter nos dado a possibilidade de alertar os nossos jovens/atletas para estes problemas sociais que farão parte da sua formação enquanto pessoa. Qual a mensagem que lhes quer deixar?
R- Que pratiquem o desporto com lealdade. Que na sua formação saibam distinguir o bem do mal. Que gostaria de os levar a conhecer o outro mundo. Que partilhassem com os meninos e meninas da mesma idade, com aquilo de que já não necessitam, pois seria um tónico milagroso contra a indiferença que parece estar a disseminar-se assustadoramente pelo mundo, e assim, nascerão novos sorrisos, novas esperanças para aqueles que pouco ou nada tem e o mundo ficará diferente…menos indiferente!
Um muito obrigada
Pelo CAD Coimbra Basquete
Margarida Teresa Figueiredo
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Guiné 63/74 - P15962: O que dizem os Perintreps (Nuno Rubim) (1): Violações da fronteira e assaltos no chão felupe, em julho de 1961: S. Domingos (a 18, 21 e 24), Ingoré (a 21), Susana (a 24) e Varela (a 25)
1. Mensagem de ontem, do nosso grã-tabanqueiro da primeira hora, Nuno Rubim, que por razões de saúde tem estado, desde há muito, afastado das nossas lides bloguísticas
Luís:
Mando mais uns extractos dos Perintreps iniciais do CTIG que claramente mostram que:
(i) a guerra se iniciou em 1961;
(ii) embora o IN não fosse ainda o PAIGC.
Um dia ainda espero falar contigo sobre as “divergências” que notei entre alguns relatos expostos no blogue e o respectivo teor transcrito nos documentos oficiais ...
Abraço
Nuno Rubim
[Nuno Rubim, cor art ref, historiador, especialista em história da artilharia]
Luís:
Mando mais uns extractos dos Perintreps iniciais do CTIG que claramente mostram que:
(i) a guerra se iniciou em 1961;
(ii) embora o IN não fosse ainda o PAIGC.
Como sabes, tenho TODOS os Perintreps digitalizados.
Um dia ainda espero falar contigo sobre as “divergências” que notei entre alguns relatos expostos no blogue e o respectivo teor transcrito nos documentos oficiais ...
Abraço
Nuno Rubim
2. O que dizem os Perintreps (1) (Nuno Rubim): violações da fronteira e assaltos no chão felupe, em julho de 1961: S. Domingos (a 18, 21 e 24), Ingoré (a 21). Varela (a 25) e Suzana (a 24)
[Cortesia de Nuno Rubim. Perintrep é abreviatura do inglês "Periodic Intelligence Report"]
Guiné 63/74 - P15961: In Memoriam (250): Faleceu hoje o nosso camarada José Moreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 1565, inspirador, fundador, presidente e líder da Associação Humanitária Memórias e Gentes
JOSÉ MOREIRA
Através do contacto telefónico, hoje pela manhã, o Xico Allen fez chegar ao Blogue a triste notícia do falecimento do nosso camarada José Moreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 1565, inspirador, fundador, presidente e líder da Associação Humanitária Memórias e Gentes. Técnico Oficial de Contas, reformado, morava em Coimbra.
O dia e hora do funeral deste nosso camarada será indicada logo que saibamos.
Da actividade do nosso amigo, e grande amigo da Guiné-Bissau, José Moreira, e da Associação Humanitária Memórias e Gentes, sediada em Coimbra, ficam algumas imagens e links que falam mais que as palavras que aqui possamos deixar:
Guiné-Bissau > Março de 2008 > O José Moreira, inspirador, fundador, presidente e líder da Associação Humanitária Memórias e Gentes, em acção (é o primeiro à esquerda, em primeiro plano, logo na primeira foto, de cima). Aparece a seguir, em mais duas fotos. Técnico Oficial de Contas, reformado, mora em Coimbra. Foi Fur Mil da CCAÇ 1565 (1966/68).
Vd. postes de:
9 de novembro de 2008 Guiné 63/74 - P3428: Ser solidário (24): Em marcha a expedição de ajuda humanitária de 2009 (José Moreira / Pepito / Carlos Silva / Xico Allen)
e
16 de fevereiro de 2009 Guiné 63/74 - P3900: Expedição Humanitária 2009 (1): Já se fez à estrada a expedição da Humanitarius, com o J. Almeida, o A. Camilo e outros
Guiné 63/74 - P3901: Expedição Humanitária 2009 (2): Mensagem do José Moreira, de Coimbra, para o Pepito (AD - Bissau), em Lisboa (Paulo Santiago)
17 de fevereiro de 2009 Guiné 63/74 - P3906: Expedição Humanitária 2009 (4): 25 toneladas de ajuda, 897 caixotes, 22 expedicionários... E obrigado, povo meu (José Moreira)
22 de fevereiro de 2009 Guiné 63/74 - P3924: Expedição Humanitária 2009 (5): Ei-los que partem, do Largo da Portagem, Coimbra... a caminho de Bissau (José Moreira)
7 de novembro de 2009 Guiné 63/74 – P5231: Expedição Humanitária 2009 (7): Diário de Bordo: de 20 a 26 de Fevereiro (José Moreira, Memórias e Gentes)
e
22 de abril de 2010 Guiné 63/74 - P6214: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (13): Força, Luís e Camaradas, porque o Blogue é um momento único e inigualável no mundo (Pepito)
À família enlutada, os sentidos pêsames da tertúlia do Blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné pela perda do seu ente querido.
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Nota do editor
Último poste da série de 24 de março de 2016 Guiné 63/74 - P15897: In Memoriam (249): "No Dia da Minha Morte"... A história de amor que o António da Silva Batista (1950-2016) gostaria que eu vos contasse no dia da sua morte... (José Teixeira, régulo da Tabanca de Matosinhos)
Guiné 63/74 - P15960: Nota de leitura (828): “A Marinha em África, Angola, Guiné e Moçambique, Campanhas Fluviais, 1961-1974”, por John P. Cann, Academia da Marinha 2014 (Mário Beja Santos)
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 25 de Maio de 2015:
Queridos amigos,
Este distinto investigador norte-americano tem uma observação muito peculiar sobre os trâmites da nossa guerra colonial, é rigoroso nos factos e atrativo pelo seu olhar refrescado.
Temos agora a Marinha e vemos como a partir de 1961 esta arma passou a prever a sua intervenção com barcos apropriados, com o armamento mais adequado, em 1962, quando já é patente a subversão no Sul chegam os fuzileiros no DFE n.º 2. John P. Cann escreve as grandes divergências que se instalaram entre o Exército e a Marinha, acabando por diminuir as duas.
Trata-se de uma obra de referência que a Academia da Marinha reeditou o ano passado.
Um abraço do
Mário
A Marinha na Guiné, 1961-1974
Beja Santos
A obra intitula-se “A Marinha em África, Angola, Guiné e Moçambique, Campanhas Fluviais, 1961-1974”, por John P. Cann. Entre 1987 e 1992, John P. Cann foi oficial da Marinha no Estado-Maior do Comando da NATO, na Área Ibero-Atlântica, em Oeiras. Fascinou-se pelo estudo da nossa guerra colonial. Começou por escrever “Contrassubversão em África. O modo português de fazer a guerra". Com a Marinha em África, John P. Cann ocupa-se da componente naval, como esta se antecipou ao conflito, como se preparou e travou esta luta nos rios de África. Este livro foi inicialmente editado pela Prefácio, em 2009, uma edição com erros clamorosos, em boa hora a Academia da Marinha o reeditou em 2014. Vejamos no essencial como ele contextualiza o desempenho da Marinha e o seu comportamento na Guiné.
Considera que a Armada cumpriu exatamente o que tinha originalmente planeado alcançar e é elegante na crítica: “As falhas na sua utilização poderão ser atribuídas ao primado do Exército e à falta de compreensão por parte dos seus chefes sobre o modo como uma Marinha fluvial poderia ser utilizada como maior eficácia num ambiente de contrassubversão".
Estamos agora na Guiné e o capítulo intitula-se “Um sinistro e tórrido trecho de pântano e selva”. A Guiné foi o mais importante teatro de operações para a Marinha, cerca de 80% de toda a carga e pessoal movimentava-se por mar ou via fluvial. O transporte através dos rios e braços do mar era também importante para o PAIGC, daí a premência de policiamento do tráfego fluvial pela Marinha. Em termos estratégicos, procurava-se a combinação de lanchas de fiscalização e desembarque e a operacionalidade dos fuzileiros. John P. Cann renova a sua apreciação de que a Marinha correspondeu ao desafio “mas foi em parte inibida por uma diferença não resolvida na aproximação ao objetivo com o Exército”.
E explica a questão de fundo: “Desde o início da guerra que havia um debate sobre a melhor estratégia militar a ser empregue na Guiné, havia diferenças significativas no pensamento do Exército e da Armada. Esta era a favor de um conceito estratégico de estrangulamento do inimigo, exercendo-se estrito controlo sobre as diferentes vias fluviais a partir de uma posição central”. Tratava-se obviamente de uma estratégia que tinha limites de exploração, não era aplicável nas áreas despovoadas e periféricas.
O autor faz o reparo de que permanece um enigma porque é que o PAIGC nunca se posicionou para tornar a vida nos rios e rias um inferno para as nossas tropas.
Nos primeiros anos de guerra, cerca de 60% do transporte no rio era assegurado por uma frota comercial de 60 embarcações. Era vital que essa linha de abastecimento fosse protegida. A Marinha entra de facto no cenário da Guiné em Maio de 1961 com a chegada de duas LFP. Em Junho de 1962, chega a hora dos fuzileiros, o DFE n.º 2 chega a Bissau a bordo de dois aviões militares. Em Outubro de 1962, a situação na Guiné deteriorou-se progressivamente, o PAIGC procurou isolar o Sul. A primeira experiência de confronto teve lugar em Dezembro de 1962 aquando do reconhecimento de Cachil, na ilha de Caiar. Foi a primeira experiência de operação conjunta entre o Exército e a Marinha da Guiné.
Os fuzileiros até ao final da governação de Schulz entraram em operações conjuntas, mas gozando sempre um estatuto de autonomia. A utilização e o controlo de fuzileiros mudaram com a chegada de Spínola.
O autor tece considerações sobre o armamento e a resistência dos navios que operavam nas rias e rios e explica como houve necessidade de os robustecer protegendo-os no casco e na superestrutura para serem resistentes aos projéteis do inimigo. Refere as quatro rotas principais da Marinha a partir de Bissau: de Bissau para Farim ou para o rio Cacheu; de Bissau para Bissum, no rio Armada; de Bissau para Catió; e de Bissau para Bedanda. Estranho é a inexistência de referências à proteção que a Marinha dava ao Geba, designadamente o acompanhamento que as lanchas faziam das embarcações civis no Geba estreito, no início da guerra, o PAIGC mostrou-se operativo em dois pontos fulcrais: à entrada do Geba estreito: perto do Xime, em Ponta Varela, o local tinha a propriedade, na correnteza, de fazer aproximar as embarcações da margem, os RPG2 e RPG7 eram francamente demolidores; e na outra margem, no Cuor, em Mato de Cão, daí a fiscalização e patrulhamento da área até Novembro de 1969, altura em que o porto do Xime entrou em pleno funcionamento.
Falando de operações, John P. Cann destaca as façanhas de Alpoim Calvão na região Sul e a operação Tridente. E reserva uma referência especial à operação Via Láctea, que se desenrolou em Junho de 1968, em que capturaram dez toneladas de armas e munições. Spínola, logo que chegou, interrompeu este tipo de ações e implementou uma linha operacional distinta da anterior. Mesmo de forma muito polida, John P. Cann faz sentir de que houve um claro desentendimento entre o Exército e a Marinha que subtraiu as potencialidades a esta última. Em dado momento, Spínola desloca fuzileiros para Ganturé, a missão era suster a passagem de guerrilheiros no Cacheu. E os fuzileiros ficaram na posição de viver em destacamento, vivendo mesmo as consequências de todas as flagelações a que estavam sujeitas as unidades do Exército, e policiando o rio.
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Nota do editor
Último poste da série de 10 de abril de 2016 Guiné 63/74 - P15955: Nota de leitura (827): "Eusébio - O romance biográfico", de Sónia Louro (Lisboa, Editora Saída de Emergência, 2016)
Queridos amigos,
Este distinto investigador norte-americano tem uma observação muito peculiar sobre os trâmites da nossa guerra colonial, é rigoroso nos factos e atrativo pelo seu olhar refrescado.
Temos agora a Marinha e vemos como a partir de 1961 esta arma passou a prever a sua intervenção com barcos apropriados, com o armamento mais adequado, em 1962, quando já é patente a subversão no Sul chegam os fuzileiros no DFE n.º 2. John P. Cann escreve as grandes divergências que se instalaram entre o Exército e a Marinha, acabando por diminuir as duas.
Trata-se de uma obra de referência que a Academia da Marinha reeditou o ano passado.
Um abraço do
Mário
A Marinha na Guiné, 1961-1974
Beja Santos
A obra intitula-se “A Marinha em África, Angola, Guiné e Moçambique, Campanhas Fluviais, 1961-1974”, por John P. Cann. Entre 1987 e 1992, John P. Cann foi oficial da Marinha no Estado-Maior do Comando da NATO, na Área Ibero-Atlântica, em Oeiras. Fascinou-se pelo estudo da nossa guerra colonial. Começou por escrever “Contrassubversão em África. O modo português de fazer a guerra". Com a Marinha em África, John P. Cann ocupa-se da componente naval, como esta se antecipou ao conflito, como se preparou e travou esta luta nos rios de África. Este livro foi inicialmente editado pela Prefácio, em 2009, uma edição com erros clamorosos, em boa hora a Academia da Marinha o reeditou em 2014. Vejamos no essencial como ele contextualiza o desempenho da Marinha e o seu comportamento na Guiné.
Considera que a Armada cumpriu exatamente o que tinha originalmente planeado alcançar e é elegante na crítica: “As falhas na sua utilização poderão ser atribuídas ao primado do Exército e à falta de compreensão por parte dos seus chefes sobre o modo como uma Marinha fluvial poderia ser utilizada como maior eficácia num ambiente de contrassubversão".
Estamos agora na Guiné e o capítulo intitula-se “Um sinistro e tórrido trecho de pântano e selva”. A Guiné foi o mais importante teatro de operações para a Marinha, cerca de 80% de toda a carga e pessoal movimentava-se por mar ou via fluvial. O transporte através dos rios e braços do mar era também importante para o PAIGC, daí a premência de policiamento do tráfego fluvial pela Marinha. Em termos estratégicos, procurava-se a combinação de lanchas de fiscalização e desembarque e a operacionalidade dos fuzileiros. John P. Cann renova a sua apreciação de que a Marinha correspondeu ao desafio “mas foi em parte inibida por uma diferença não resolvida na aproximação ao objetivo com o Exército”.
E explica a questão de fundo: “Desde o início da guerra que havia um debate sobre a melhor estratégia militar a ser empregue na Guiné, havia diferenças significativas no pensamento do Exército e da Armada. Esta era a favor de um conceito estratégico de estrangulamento do inimigo, exercendo-se estrito controlo sobre as diferentes vias fluviais a partir de uma posição central”. Tratava-se obviamente de uma estratégia que tinha limites de exploração, não era aplicável nas áreas despovoadas e periféricas.
O autor faz o reparo de que permanece um enigma porque é que o PAIGC nunca se posicionou para tornar a vida nos rios e rias um inferno para as nossas tropas.
Nos primeiros anos de guerra, cerca de 60% do transporte no rio era assegurado por uma frota comercial de 60 embarcações. Era vital que essa linha de abastecimento fosse protegida. A Marinha entra de facto no cenário da Guiné em Maio de 1961 com a chegada de duas LFP. Em Junho de 1962, chega a hora dos fuzileiros, o DFE n.º 2 chega a Bissau a bordo de dois aviões militares. Em Outubro de 1962, a situação na Guiné deteriorou-se progressivamente, o PAIGC procurou isolar o Sul. A primeira experiência de confronto teve lugar em Dezembro de 1962 aquando do reconhecimento de Cachil, na ilha de Caiar. Foi a primeira experiência de operação conjunta entre o Exército e a Marinha da Guiné.
Os fuzileiros até ao final da governação de Schulz entraram em operações conjuntas, mas gozando sempre um estatuto de autonomia. A utilização e o controlo de fuzileiros mudaram com a chegada de Spínola.
O autor tece considerações sobre o armamento e a resistência dos navios que operavam nas rias e rios e explica como houve necessidade de os robustecer protegendo-os no casco e na superestrutura para serem resistentes aos projéteis do inimigo. Refere as quatro rotas principais da Marinha a partir de Bissau: de Bissau para Farim ou para o rio Cacheu; de Bissau para Bissum, no rio Armada; de Bissau para Catió; e de Bissau para Bedanda. Estranho é a inexistência de referências à proteção que a Marinha dava ao Geba, designadamente o acompanhamento que as lanchas faziam das embarcações civis no Geba estreito, no início da guerra, o PAIGC mostrou-se operativo em dois pontos fulcrais: à entrada do Geba estreito: perto do Xime, em Ponta Varela, o local tinha a propriedade, na correnteza, de fazer aproximar as embarcações da margem, os RPG2 e RPG7 eram francamente demolidores; e na outra margem, no Cuor, em Mato de Cão, daí a fiscalização e patrulhamento da área até Novembro de 1969, altura em que o porto do Xime entrou em pleno funcionamento.
Falando de operações, John P. Cann destaca as façanhas de Alpoim Calvão na região Sul e a operação Tridente. E reserva uma referência especial à operação Via Láctea, que se desenrolou em Junho de 1968, em que capturaram dez toneladas de armas e munições. Spínola, logo que chegou, interrompeu este tipo de ações e implementou uma linha operacional distinta da anterior. Mesmo de forma muito polida, John P. Cann faz sentir de que houve um claro desentendimento entre o Exército e a Marinha que subtraiu as potencialidades a esta última. Em dado momento, Spínola desloca fuzileiros para Ganturé, a missão era suster a passagem de guerrilheiros no Cacheu. E os fuzileiros ficaram na posição de viver em destacamento, vivendo mesmo as consequências de todas as flagelações a que estavam sujeitas as unidades do Exército, e policiando o rio.
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Nota do editor
Último poste da série de 10 de abril de 2016 Guiné 63/74 - P15955: Nota de leitura (827): "Eusébio - O romance biográfico", de Sónia Louro (Lisboa, Editora Saída de Emergência, 2016)
Guiné 63/74 - P15959: Parabéns a você (1063): Jorge Félix, ex-Alf Mil PilAv Alouett III da BA 12 (Guiné, 1968/70); Jorge Picado, ex-Cap Mil CMDT das CCAÇ 2589 e CART 2732 - CAOP 1 (Guiné, 1970/72) e Manuel Marinho, ex-1.º Cabo At Inf do BCAÇ 4512 (1972/74)
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Nota do editor
Último poste da série de 9 de Abril de 2016 Guiné 63/74 - P15952: Parabéns a você (1061): Jorge Canhão, ex-Fur Mil Inf do BCAÇ 4612/72 (Guiné, 1972/74); Mário Vitorino Gaspar, ex-Fur Mil Art MA da CART 1659 (Guiné, 1967/68) e Miguel Pessoa, Coronel PilAv Ref, ex-Tenente PilAv da BA 12 (Guiné, 1972/74)
domingo, 10 de abril de 2016
Guiné 63/74 - P15958: Blogpoesia (443): "Quando no céu...", de J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728
1. Em mensagem do dia 8 de Abril de 2016, o nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66), enviou-nos este de sua autoria:
Quando no céu...
tudo esgaça e parece desabar,
Eis que, duma simples nesga,
um mar de sol irrompe
e tudo sorri, de calor e luz.
Refulgem de branco os cumes mais altos,
se vestem verdes as encostas,
florescem as pradarias,
e os rebanhos famintos
correm das suas cercas,
montanhas acima.
De novo a passarada, em cardumes extensos,
percorre os céus,
cantando alegres.
Em grandes baforadas,
as chaminés dos lares
expelem toda a fumarada
que fazia arder os olhos.
Se ouvem os sinos,
tilintando as horas,
agora, de esperança.
Hossana!
A tormenta negra passou, enfim...
ouvindo Finlândia de Sibelius
Bar Caracol, arredores de Mafra,
8 de Março de 2016
8h45m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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Notas do editor
Foto: Com a devida vénia a MYGUIDE
Último poste da série de 2 de abril de 2016 Guiné 63/74 - P15927: Blogpoesia (442): "Castelo da Pena", de J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728
Guiné 63/74 - P15957: Atlanticando-me (Tony Borié) (12): Um mau dia
Décimo segundo episódio da nova série "Atlanticando-me" do nosso
camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGR 16, Mansoa, 1964/66).
Um mau dia
Sem te fazer um “Ultra-Som” e um “MRI” a essa perna, não te posso curar. Pode por aí haver um qualquer tumor ou até cancer, vais fazer esses testes, quero ver o resultado depois falamos de novo. - E “virou-me as costas”, saindo do consultório, com cara de amargura, tal como quando entrou. Ficámos desolados, possivelmente antes tinha consultado outro paciente que mostrava todos esses sintomas.
Todos os dias nem sempre é o melhor dia, mas quando isso acontece, temos que ter o poder de transformar tudo ao nosso redor, é nossa responsabilidade livrar-nos do mau humor, passando para outros horizontes, ver as coisas de outra maneira, uma maneira mais agradável.
Tudo tinha começado uns dias antes, nas nossas habituais “caminhadas”, tínhamos sentido uma “dorzita”, ao fundo da perna, quase onde começa o pé, parecia quase nada, mas chegados a casa começou a aumentar o volume tanto nas dores corporais, como na dimensão da perna. Porra, temos que ir ver o “fdp do doutor” e, foi o que fizemos.
Tudo isto companheiros, acontece porque já não somos jovens. Na nossa juventude, quantas vezes, caminhamos, algumas descalços, por vales, pequenas montanhas, calcando mato e “tojos”, lama, areia, terra batida, riachos, mais tarde, savanas e bolanhas lá na Guiné e, sempre sem qualquer dor, se nos arranhávamos, esfregava-se com álcool, ou mesmo aguardente, amarrava-se um qualquer “trapo”, continuando a nossa rotina, hoje é diferente, o doutor não faz nada sem os tais “testes”, pois não quer assumir responsabilidade de qualquer “azar” nas suas decisões.
Continuando com o mau humor que por vezes, pelo menos na nossa idade, nos visita e nos tortura, temos que resistir, temos que mandar “esse dia cão”, para longe, temos que ir buscar forças, a tal força de combatente e, pensar em outras coisas, iniciar um fluxo de energia positiva, cantar, ligar a música de que gostamos, às vezes bem alto de maneira que nos entre “na pele”, dançar em pijama, ter um romance de juventude no pensamento, convidar o “mau humor” para que dance connosco, perguntar-lhe se quer ter uma festa de pijama, dizer-lhe que por mais que nos queira atormentar, só nos dará força, até para dançar.
Passámos as duas últimas semanas com algumas dores e algum constrangimento, não nos podendo deslocar para outras paragens, mas também foi agradável, sentados, ver as fotos antigas, onde aparecem familiares ou amigos que podemos lembrar dizendo: "Oh meu Deus, não me lembro. Quando fizemos isto?”. Depois no pensamento, começamos histórias grandiosas, mesmo dizendo, "deixa-me ver, este “gajo” era fodi.., fazia coisas do caral.. ". Hoje, já andamos melhor, cremos mesmo que está a passar, mas no futuro vamos ter cuidado, embora pensando que as nossas pernas são o melhor meio de transporte com que o “criador “ nos contemplou, pois podem levar-nos a lugares que qualquer outro meio de transporte nunca conseguirá.
Tony Borie. Abril de 2016.
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Nota do editor
Último poste da série de 20 de março de 2016 Guiné 63/74 - P15878: Atlanticando-me (Tony Borié) (11): Simplesmente, um ovo
Um mau dia
Sem te fazer um “Ultra-Som” e um “MRI” a essa perna, não te posso curar. Pode por aí haver um qualquer tumor ou até cancer, vais fazer esses testes, quero ver o resultado depois falamos de novo. - E “virou-me as costas”, saindo do consultório, com cara de amargura, tal como quando entrou. Ficámos desolados, possivelmente antes tinha consultado outro paciente que mostrava todos esses sintomas.
Todos os dias nem sempre é o melhor dia, mas quando isso acontece, temos que ter o poder de transformar tudo ao nosso redor, é nossa responsabilidade livrar-nos do mau humor, passando para outros horizontes, ver as coisas de outra maneira, uma maneira mais agradável.
Tudo tinha começado uns dias antes, nas nossas habituais “caminhadas”, tínhamos sentido uma “dorzita”, ao fundo da perna, quase onde começa o pé, parecia quase nada, mas chegados a casa começou a aumentar o volume tanto nas dores corporais, como na dimensão da perna. Porra, temos que ir ver o “fdp do doutor” e, foi o que fizemos.
Tudo isto companheiros, acontece porque já não somos jovens. Na nossa juventude, quantas vezes, caminhamos, algumas descalços, por vales, pequenas montanhas, calcando mato e “tojos”, lama, areia, terra batida, riachos, mais tarde, savanas e bolanhas lá na Guiné e, sempre sem qualquer dor, se nos arranhávamos, esfregava-se com álcool, ou mesmo aguardente, amarrava-se um qualquer “trapo”, continuando a nossa rotina, hoje é diferente, o doutor não faz nada sem os tais “testes”, pois não quer assumir responsabilidade de qualquer “azar” nas suas decisões.
Continuando com o mau humor que por vezes, pelo menos na nossa idade, nos visita e nos tortura, temos que resistir, temos que mandar “esse dia cão”, para longe, temos que ir buscar forças, a tal força de combatente e, pensar em outras coisas, iniciar um fluxo de energia positiva, cantar, ligar a música de que gostamos, às vezes bem alto de maneira que nos entre “na pele”, dançar em pijama, ter um romance de juventude no pensamento, convidar o “mau humor” para que dance connosco, perguntar-lhe se quer ter uma festa de pijama, dizer-lhe que por mais que nos queira atormentar, só nos dará força, até para dançar.
Passámos as duas últimas semanas com algumas dores e algum constrangimento, não nos podendo deslocar para outras paragens, mas também foi agradável, sentados, ver as fotos antigas, onde aparecem familiares ou amigos que podemos lembrar dizendo: "Oh meu Deus, não me lembro. Quando fizemos isto?”. Depois no pensamento, começamos histórias grandiosas, mesmo dizendo, "deixa-me ver, este “gajo” era fodi.., fazia coisas do caral.. ". Hoje, já andamos melhor, cremos mesmo que está a passar, mas no futuro vamos ter cuidado, embora pensando que as nossas pernas são o melhor meio de transporte com que o “criador “ nos contemplou, pois podem levar-nos a lugares que qualquer outro meio de transporte nunca conseguirá.
Tony Borie. Abril de 2016.
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Nota do editor
Último poste da série de 20 de março de 2016 Guiné 63/74 - P15878: Atlanticando-me (Tony Borié) (11): Simplesmente, um ovo
Guiné 63/74 - P15956: Dando a mão à palmatória (29): Corrigindo o nome do comandante do BCAÇ 4612/74, ten cor Américo (e não António) da Costa Varino, um dos nossos oficiais superiores presentes na cerimónia de entrega do quartel de Mansoa ao PAIGC, em 9 de setembro de 1974
Guiné > Mansoa > 9 de setembro de 1974 > Cerimónia da transição da soberania nacional, aquando da entrega do aquartelamento de Mansoa ao PAIGC, e troca de cumprimentos entre o Comandante do BCAÇ 4612/74, ten cor Américo da Costa Varino e os comandantes do PAIGC presentes na cerimónia.
Guiné > Região do Óio > Mansoa > 9 de setembro de 1974 > Da esquerda para a direita: (i) comandante do BCAÇ 4612/74, ten cor Américo da Costa Varino; (ii) comissário político do PAIGC; (iii) 2º comandante do batalhão, major Ramos de Campos; e (iv) o representante do CEME/CTIG, o major Fonseca Cabrinha.
1. Mensagem do nosso leitor Pedro Oliveira Varino:
Data: 15 de março de 2016 às 00:22
Assunto: Correcção de nome
Exmos. Srs.
Após leitura do vosso blogue que retrata parte da nossa História, infelizmente pouco divulgada, agradecia a correcção do nome do meu avô, comandante Américo da Costa Varino, que procedeu à cerimónia de transição de soberania da Guiné no ano de 1974.
No vosso blogue, nomeadamente no poste P9335, de 26 de fevereiro de 2012, encontra-se erradamente como "António C. Varino".
Muito agradecido e com os melhores cumprimentos,
Pedro Varino
(a pedido do coronel inf ref Américo da Costa Varino) [ex-comandante do BCAÇ 4612/74, Mansoa, 1974]
2. Mensagem emitida pelo nosso editor, na volta do correiro:
3. Comentário do nosso amigo e grã-tabanqueiro Luís Gonçalves Vaz, autor do poste P
Caro Pedro Varino:
Antes demais, peço-lhe para apresentar as minhas desculpas ao senhor seu avô, sr coronel Américo da Costa Varino pelo erro no meu artigo.
(***) Último poste da série > 11 de julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8539: Dando a mão à palmatória (28): Na melhor nódoa cai o pano... ou: Não basta à mulher de César ser séria, é preciso parecê-lo (Luís Graça)
Guiné > Região do Óio > Mansoa > 9 de setembro de 1974 > Da esquerda para a direita: (i) comandante do BCAÇ 4612/74, ten cor Américo da Costa Varino; (ii) comissário político do PAIGC; (iii) 2º comandante do batalhão, major Ramos de Campos; e (iv) o representante do CEME/CTIG, o major Fonseca Cabrinha.
Fotos do álbum do nosso coeditor Eduardo José Magalhães Ribeiro, ex-fur mil op esp/ ranger, CCS do BCAÇ 4612/74, Cumeré, Mansoa e Brá, 1974.
Fotos (e legendas): © Eduardo José Magalhães Ribeiro (2009). Todos os direitos reservados.
1. Mensagem do nosso leitor Pedro Oliveira Varino:
Data: 15 de março de 2016 às 00:22
Assunto: Correcção de nome
Exmos. Srs.
Após leitura do vosso blogue que retrata parte da nossa História, infelizmente pouco divulgada, agradecia a correcção do nome do meu avô, comandante Américo da Costa Varino, que procedeu à cerimónia de transição de soberania da Guiné no ano de 1974.
No vosso blogue, nomeadamente no poste P9335, de 26 de fevereiro de 2012, encontra-se erradamente como "António C. Varino".
Muito agradecido e com os melhores cumprimentos,
Pedro Varino
(a pedido do coronel inf ref Américo da Costa Varino) [ex-comandante do BCAÇ 4612/74, Mansoa, 1974]
2. Mensagem emitida pelo nosso editor, na volta do correiro:
Pedro, obrigado, um alfabravo (abraço), de camarada para camarada, do editor Luís Graça para o seu avô... Já corrigimos a "gralha", de que pedimos desculpa, com conhecimento ao autor do poste (*), o Luís Vaz Gonçalves. E não só nesse, como também nos postes P7404 e P7388 (**), do nosso coeditor Eduardo Magalhães Ribeiro... Américoo da Costa Varino era na altura tenente coronel, comandante do BCAÇ 4612/74. Não é um erro de palmatória, mas é um erro factual, de que pedimos desculpa. No nosso blogue, prezamos a verdade e o rigor.
Diga ao seu avô que este espaço também é dele, é de todos os camaradas, ex-combatentes, que passaram pelo TO da Guiné, entre 1961 e 1974.
Diga ao seu avô que este espaço também é dele, é de todos os camaradas, ex-combatentes, que passaram pelo TO da Guiné, entre 1961 e 1974.
Saudações. Luís Graça.
Caro Pedro Varino:
Antes demais, peço-lhe para apresentar as minhas desculpas ao senhor seu avô, sr coronel Américo da Costa Varino pelo erro no meu artigo.
Gostava também de lhe agradecer o seu pedido de correção, que já foi realizado pelos Editores do Blog. Assim o artigo "Retirada Final, os últimos militares portugueses a abandonar o TO da Guiné" (*), ficou mais fiel à nossa história relativa a este capítulo da transição da soberania nacional na Guiné, para o PAIGC.
Aproveito para lhe enviar os meus melhores cumprimentos para o sr. coronel Américo da Costa Varino, que com certeza conheceu bem o meu falecido pai, coronel CEM Henrique Gonçalves Vaz.
Cumprimentos, Luís Gonçalves Vaz
Cumprimentos, Luís Gonçalves Vaz
____________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 26 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9535: Os nossos últimos seis meses (de 25abr74 a 15out74) (3): A Retirada Final: os últimos militares portugueses a abandonar o TO da Guiné (Luís Gonçalves Vaz / Manuel Beleza Ferraz)
(**) Vd. postes de
8 de dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7404: Efemérides (58): Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné (4) (Magalhães Ribeiro)
6 de dezembro 2010 > Guiné 63/74 - P7388: Efemérides (55): Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné (1) (Magalhães Ribeiro)
(*) Vd. poste de 26 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9535: Os nossos últimos seis meses (de 25abr74 a 15out74) (3): A Retirada Final: os últimos militares portugueses a abandonar o TO da Guiné (Luís Gonçalves Vaz / Manuel Beleza Ferraz)
(**) Vd. postes de
8 de dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7404: Efemérides (58): Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné (4) (Magalhães Ribeiro)
6 de dezembro 2010 > Guiné 63/74 - P7388: Efemérides (55): Cerimónia da transição da soberania nacional na Guiné (1) (Magalhães Ribeiro)
(***) Último poste da série > 11 de julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8539: Dando a mão à palmatória (28): Na melhor nódoa cai o pano... ou: Não basta à mulher de César ser séria, é preciso parecê-lo (Luís Graça)
Guiné 63/74 - P15955: Nota de leitura (827): "Eusébio - O romance biográfico", de Sónia Louro (Lisboa, Editora Saída de Emergência, 2016)
1. Mensagem de Margarida Damião, diretora de comunicalção da editora Saída de Emergência:
Data: 1 de abril de 2016 às 15:04
Assunto: Eusébio - O romance biográfico
Boa tarde!
A figura de Eusébio desperta admiração em todo o mundo.
Para homenagear a sua vida e carreira, Sónia Louro escreveu um romance biográfico (nas livrarias a 15 de Abril) que retrata não só uma história de vitórias e glória mas também derrotas dolorosas, um joelho destroçado que nem seis cirurgias salvaram e o medo do dia em que irá pisar o relvado pela última vez.
Se quiser falar com a autora e descobrir mais sobre a vida deste grande homem, contacte-me. Obrigada!
SINOPSE
Vindo do bairro pobre do Mafalala, em Moçambique, Eusébio aterrou em Lisboa numa noite fria de Dezembro de 1960. O seu sonho era jogar no Benfica, mas a disputa entre os encarnados e o Sporting quase o impediram de jogar em Portugal. Quando finalmente o fez, a sua velocidade, técnica e remate imparável mudaram o futebol português para sempre.
Mas a história de Eusébio não é apenas uma história de vitórias e glória. Para além dos mais de 800 golos, Botas de Ouro, Bolas de Prata, campeonatos e título de melhor do mundo, há a história de um menino assustado que apenas queria jogar futebol. E algumas derrotas dolorosas, um joelho destroçado que nem seis cirurgias salvaram e o medo do dia em que irá pisar o relvado pela última vez.
Sónia Louro, com a mesma mestria com que nos contou a vida de Aristides de Sousa Mendes ou Fernando Pessoa, relata-nos agora a vida do homem que, durante os anos cinzentos do Estado Novo, conseguiu, com o seu talento, fazer dos portugueses um povo orgulhoso.
SÓNIA LOURO
Assunto: Eusébio - O romance biográfico
Boa tarde!
A figura de Eusébio desperta admiração em todo o mundo.
Para homenagear a sua vida e carreira, Sónia Louro escreveu um romance biográfico (nas livrarias a 15 de Abril) que retrata não só uma história de vitórias e glória mas também derrotas dolorosas, um joelho destroçado que nem seis cirurgias salvaram e o medo do dia em que irá pisar o relvado pela última vez.
Se quiser falar com a autora e descobrir mais sobre a vida deste grande homem, contacte-me. Obrigada!
SINOPSE
Vindo do bairro pobre do Mafalala, em Moçambique, Eusébio aterrou em Lisboa numa noite fria de Dezembro de 1960. O seu sonho era jogar no Benfica, mas a disputa entre os encarnados e o Sporting quase o impediram de jogar em Portugal. Quando finalmente o fez, a sua velocidade, técnica e remate imparável mudaram o futebol português para sempre.
Mas a história de Eusébio não é apenas uma história de vitórias e glória. Para além dos mais de 800 golos, Botas de Ouro, Bolas de Prata, campeonatos e título de melhor do mundo, há a história de um menino assustado que apenas queria jogar futebol. E algumas derrotas dolorosas, um joelho destroçado que nem seis cirurgias salvaram e o medo do dia em que irá pisar o relvado pela última vez.
Sónia Louro, com a mesma mestria com que nos contou a vida de Aristides de Sousa Mendes ou Fernando Pessoa, relata-nos agora a vida do homem que, durante os anos cinzentos do Estado Novo, conseguiu, com o seu talento, fazer dos portugueses um povo orgulhoso.
SÓNIA LOURO
Nasceu em 1976 em França. Desde cedo apaixonada pelas Ciências e pela Literatura, acabou por optar academicamente pela primeira, mas nunca abandonou a sua outra paixão.
Licenciou-se em Biologia Marinha, mas não perdeu de vista a Literatura, à qual veio depois aliar um outro interesse: a História. Fruto desse casamento, já publicou entre nós A Vida Secreta de Dom Sebastião, O Cônsul Desobediente, A Verdadeira Peregrinação, Amália – O Romance da Sua Vida, Fernando Pessoa – O Romance.
Sofisticada e minuciosa, além de apaixonada pelas obras que escreve, Sónia Louro traz-nos agora Eusébio, uma obra que fazia falta no panorama literário português.
Margarida Damião
Dir. de Comunicação
margarida@ed.saidadeemergencia.com
tel. 96 344 19 79
Rua Adelino Mendes, 152,
Sofisticada e minuciosa, além de apaixonada pelas obras que escreve, Sónia Louro traz-nos agora Eusébio, uma obra que fazia falta no panorama literário português.
Margarida Damião
Dir. de Comunicação
margarida@ed.saidadeemergencia.com
tel. 96 344 19 79
Rua Adelino Mendes, 152,
Quinta do Choupal, 2765-082 S. Pedro do Estoril, Portugal
Tel: +351 214 583 770 / www.sde.pt
2. Comentário do editor:
Não sei qual o mérito do livro. Não o li. Mas é um livro sobre o "nosso Eusébio", o Eusébio que é (ou foi) um dos "mitos" da nossa geração de combatentes da guerra colonial,
Não falamos de futebol, política e religião no nosso blogue. Ou não devemos falar, de acordo com o nosso "livro de estilo". Mas o Eusébio está hoje acima do futebol e sobretudo acima das "paixões" clubísticas. Daí a razão de ser deste poste que é mais promocional do que de "nota de leitura" ou de "recensão bibliográfica". (Essa fica para quem a quiser fazer, depois de compar e ler o livro). (*)
Como escrevemos na altura da sua morte, o Eusébio da Silva Ferreira (1942-2014) é um ídolo da nossa geração, e uma imagem de marca de Portugal. Ainda o é, infelizmente não temos muitas "marcas" ou "ícones" como o Eusébio... Daí a singela homenagem, que foi feita entrão, no blogue da Tabanca Grande (**), a um dos grandes desportistas de todos os tempos, o primeiro futebolista português e africano, por exemplo, a ganhar a Bola de Ouro (1965), prestigiado galardão criada pelo jornal desportivo France Football.
Tel: +351 214 583 770 / www.sde.pt
2. Comentário do editor:
Não sei qual o mérito do livro. Não o li. Mas é um livro sobre o "nosso Eusébio", o Eusébio que é (ou foi) um dos "mitos" da nossa geração de combatentes da guerra colonial,
Não falamos de futebol, política e religião no nosso blogue. Ou não devemos falar, de acordo com o nosso "livro de estilo". Mas o Eusébio está hoje acima do futebol e sobretudo acima das "paixões" clubísticas. Daí a razão de ser deste poste que é mais promocional do que de "nota de leitura" ou de "recensão bibliográfica". (Essa fica para quem a quiser fazer, depois de compar e ler o livro). (*)
Como escrevemos na altura da sua morte, o Eusébio da Silva Ferreira (1942-2014) é um ídolo da nossa geração, e uma imagem de marca de Portugal. Ainda o é, infelizmente não temos muitas "marcas" ou "ícones" como o Eusébio... Daí a singela homenagem, que foi feita entrão, no blogue da Tabanca Grande (**), a um dos grandes desportistas de todos os tempos, o primeiro futebolista português e africano, por exemplo, a ganhar a Bola de Ouro (1965), prestigiado galardão criada pelo jornal desportivo France Football.
Alguém lhe chamou o primeiro herói negro português... Filho de pai branco, angolano, e de mãe, negra, moçambicana, Eusébio entrou no Olimpo, espaço etéreo, mitológico, só reservado aos deuses e aos heróis. Em termos simbólicos e físicos, pelo menos quisemos pô-lo no nosso Panteão Nacional, logo um ano depois da sua morte.
Embora eu não seja muito dado às emoções futebolísticas, muito menos clubísticas, e tenha sempre alguma relutância em alinhar no fácil (e muitas vezes hipócrita) unanimismo que a morte das figuras públicas desencadeia em Portugal, com os meios de comunicação social (e em particular a TV) a explorar, sem pudor e até à exaustão, as emoções dos vivos, achei que foi justa a homenagem que os portugueses fizeram ao "pantera negra" na altura da sua despedida da "terra da alegria"...
Sim, foi bonita a homenagem de despedida que os portugueses lhe fizeram... Independentemente da origem, da cor da pele, da geração, do clube, do credo religioso, da opção político-ideológica, dos ódios de estimação, dos preconceitos de cada um.
Também achei, na altura, que estávamos a fazer, de algum modo, a catarse de muitas das nossas perdas, nestes últimos anos ou até décadas, a começar pela perda de entes queridos, de amigos, de valores, de memórias, de líderes, de figuras de referência, e até de lugares do mundo que os portugueses ajudaram a pôr no mapa, desde Quinhentos...(Num desses lugares, Moçambique, nascera Eusébio).
No mínimo, espero que o livro da Sónia Louro nos ajude a perceber melhor o homem, o jogador de futebol, o português e o moçambicano que foi o nosso Eusénio. LG
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Notas do editor:
(*) Último poste da série > 8 de abril de 2016 > Guiné 63/74 - P15951: Notas de leitura (826): “A Guerra na Picada, Moçambique 1970”, por Rodrigues Soares, Chiado Editora, 2014 (2) (Mário Beja Santos)
(**) Vd. postes de:
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