Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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quinta-feira, 6 de abril de 2023
Guiné 61/74 - P24203: Blogoterapia (311): A sombra do jagudi (Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 / BCAÇ 1887, Canquelifá e Bigene, 1966/68)
adão cruz
Acordei com um sol baço, esfreguei os olhos, espreguicei-me a todo o comprimento dos braços e bocejei a toda a largura da boca. Na rede mosquiteira, um grande insecto, enredado nas malhas, desesperava por se libertar, arrancando das asas um zumbido estridente de raiva e de agonia. Ainda ensonado, achei que era eu próprio a libertar-me da prisão onde me enfiaram.
Só tinha adormecido pela madrugada, com um peso no peito e um amargo na boca, deixado pela repetida leitura da carta da mãe da Sónia.
A Sónia vivia na África do Sul. Conheci-a em Lisboa, onde ela passava as férias com os pais, que eram amigos da família do meu colega Carvalho Santos. Era uma lindíssima miúda de vinte anos, cheia de sol e futuro. Com ela convivi durante os dias que precederam o meu embarque para a guerra da Guiné e o regresso da Sónia à África do Sul. O tempo suficiente para que dentro de nós se criasse uma linda relação e uma promessa de correspondência futura.
Entra a Guiné e a África do Sul, trocámos tantas cartas quantas o tempo e a distância o permitiram. Todas levavam e traziam as mais bonitas palavras que cada um de nós tinha dentro de si. Mas este fio de água cristalina que tão bem refrescava o calor da Guiné, subitamente secou. Durou metade da guerra. De um momento para o outro, as cartas deixaram de aparecer, como se no céu as estrelas se apagassem. A última que recebi foi da mãe da Sónia, dizendo que a filha morrera, vítima de um cancro da medula. Nunca de tal coisa a Sónia me falara. Nunca as suas cartas se escureceram. O estrondo que senti dentro do peito não foi menor do que o duma bazuca. Fugi para o meu quarto e encolhi-me até onde as carnes se dobraram. Dentro da carta vinha um pequenino alfinete de ouro, “a singela joia de que ela mais gostava” e que ainda guardo… mas não sei onde.
(Jagudi era o nome dos abutres, na Guiné)
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Nota do editor
Último poste da série de 3 DE JANEIRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P23944: Blogoterapia (310): Não estou bem, e como anteriormente já dissera, voltei a ir para o "Corredor da Morte" (Mário Vitorino Gaspar, ex-Fur Mil Art MA)
Guiné 61/74 - P24202: Manuscrito(s) (Luís Graça) (221): Boas e santas Páscoas, nós por cá... todos bem!
Quinta de Candoz > c. 1999 >Os manos e sócios, da esquerda para a direita: Chita (Alice), Nitas (Ana) (1947-2023), Zé e Rosa
A manhã, primaveril, trazia-te
que era mais pagão, celta, visigótico e românico
Um citadino, como tu, não sabia

Um citadino como tu
Nos campos de erva, de diferentes tonalidades de verde,
Na grande matança da Páscoa,
In hoc signo vinces.
"Aleluia, aleluia, Cristo ressuscitou!",
Em frente o vale e a montanha.

Quinta de Candoz > s/d > A preparação do anho... Ainda a Maria da Graça (1922-2014) (à esquerda) era viva... Veio do Sul em visita aos do Norte. A meio a Alice (Chita) e, à sua esquerda, a cunhada Maria (Mi).
Os brasileiros tinham dado lugar aos franceses.
Um mundo quase perfeito, visto da janela do teu quarto.

Há quinhentos anos que se deitavam foguetes
E todos os anos pela Páscoa,

Da janela do quarto da aldeia
O mar.
Texto profundamente revisto e melhorado nesta data, 6/4/2023 (em que a minha querida Joana faz 45 anos, às dez e trinta da manhã; e a nossa Nitas deixou a Terra da Alegria há duas semanas: faria hoje precisamente 49 anos de casada com o homem da sua vida, o Gusto, meu "mano", o "engenheiro" da Quinta de Candoz).
Nota do editor:
Último poste da série > 3 de abril de 2023 > Guiné 61/74 - P24189: Manuscrito(s) (Luís Graça) (220): Provérbios populares sobre a doença, a medicina, a saúde, a vida e a morte: o que podemos aprender com eles? - Parte IIIB: Quando o pobre come frango, um dos dois está doente
Guiné 61/74 - P24201: Parabéns a você (2157): Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Op Especiais da CART 3492 / BART 3873, Pel Caç Nat 52 e CCAÇ 15 (Xitole, Mato Cão e Mansoa, 1971/73)
Nota do editor:
Último poste da série > 4 de abril de 2023 > Guiné 61/74 - P24193: Parabéns a você (2156): Agostinho Gaspar, ex-1.º Cabo Mec Auto da 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74)
quarta-feira, 5 de abril de 2023
Guiné 61/74 - P24200: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (34): Visita ao "Museu Militar da Luta de Libertação Nacional", na fortaleza da Amura

Data(s) - 1/04/2023, 11:21 e 2/04/2023, 12:39
Assunto - Bom dia desde Bissau: visita ao museu da Amura,
Vou enviar diversas fotos.
Luis, para vosso conhecimento
1ª Parte
Em visita ao Museu da Amura, a convite da Cooperação Portuguesa para assistir a uma peça de teatro sobre a vida do Amílcar Cabral.
Tivemos a possibilidade de ver o Museu Militar, construído dentro da fortaleza da Amura.
Envio algumas fotos, das armas pesadas, que podemos encontrar no exterior. Para os comentários dos nossos especialistas do Blog.
Na 2ª parte, as tiradas no interior do museu. Existem algumas salas novas, onde nas paredes podemos observar dentro de expositores as armas ligeiras.
O Museu Militar da Luta de Libertação Nacional, inaugurado em 2017, pode ser visitado todos os dias, das 8 até 16 horas, sem marcação.
Diretor do museu, Tenente-coronel Quintino Napoleão dos Reis | WTS 00245 95 63556340 | tel. 95 595 90554 – 96663 2756.
Abraço.
Nota do editor:
Último poste da série > 28 de dezembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23924: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (33): Fotos de Bissau Velho e Amura, na véspera de Natal
Guiné 61/74 - P24199: Historiografia da presença portuguesa em África (362): Discurso político de Castro Fernandes, Bissau, 1960, Comemorações Henriquinas (Mário Beja Santos)

Queridos amigos,
A sorte não favorece só os audazes, há bancas da Feira da Ladra onde se podem descobrir pepitas, esta conferência de António Júlio de Castro Fernandes tem muito que se lhe diga, recordo que em 1955 ele produziu, e seguramente que não era um exclusivo para a administração do BNU, um documento bem encorpado sobre a situação da Guiné e já numa previsão de mudanças geoestratégicas e geopolíticas, queixando-se da falta de qualidade dos funcionários da administração e da estagnação económica, baseada numa avidez de duas ou três culturas, de fraquíssima qualidade, só de puro escoamento em Portugal, escreveu para quem o quis ler que a Guiné em termos socioeconómicos e culturais tinha que dar uma grande volta. O que não aconteceu. Seguramente escalado para se dirigir à administração colonial, aos empresários locais, adoçou o discurso, nada de temores com subversões (houve quem previsse que os tumultos nacionalistas podiam começar pela Guiné), e vendeu a receita tão cara aos dirigentes do Estado Novo que a nossa presença em África era uma especificidade em prol da civilização ocidental e da mensagem cristã. No ano seguinte a esta alocução de fé e da inabalável crença do Estado Novo de que não haverá política de abandono, a subversão estará em marcha.
Um abraço do
Mário
Discurso político de Castro Fernandes, Bissau, 1960, Comemorações Henriquinas
Mário Beja Santos
Nome sonante do Estado Novo, economista, banqueiro, membro do Governo, Presidente da Comissão Executiva da União Nacional, António Júlio de Castro Fernandes era grande conhecedor da realidade económica da Guiné. Queria lembrar ao leitor o documento que assinou pelo seu punho em 1955 e enviado à administração do BNU, a que ele pertencia, documento que parcialmente transcrevi no meu livro "Os Cronistas Desconhecidos do Canal de Geba", o BNU da Guiné, Edições Húmus, 2019, onde revela que não se pode perder mais tempo numa atitude de desenvolvimento, estavam previstas grandes alterações em torno da colónia, era um risco não mudar o estado das coisas. Se o leitor estiver interessado tem o documento integral à sua disposição na Biblioteca da Sociedade de Geografia de Lisboa.
A conferência que ele vai proferir em 23 de abril de 1960 direciona-se para três temas: Portugal na Guiné; presente e futuro da Guiné; e condicionalismo político. Não traz nada de novo acerca do descobrimento da Guiné, a não ser não ter referenciado Nuno Tristão como o primeiro a chegar à região, mas sim Diogo Gomes, em 1456. Refere sumariamente a colonização e dirige-se ao auditório falando do presente e do futuro. Estamos em 1960, na fronteira norte está a República do Senegal que então fazia parte da Federação do Mali. “Sobre vários aspetos, a Guiné Portuguesa é um país singular, que se destaca pelas características próprias entre as paisagens do Sudão e o grande planalto da Guiné Superior, com a sua particular estrutura de terras baixas, irrigadas por rios largos e numerosos, um território meio continental e meio insular.”
Dá-nos uma água-forte do mosaico étnico, e discreteia sobre a economia, baseada na agricultura. “O ponto fraco do sistema reside na monocultura, não em sentido literal porque, na área da província, há três ou quatro culturas com relevante valor económico. Assim, temos: a mancarra em Farim, Bafatá e Gabu; a palmeira de azeite em Cacheu, Geba e Arquipélago de Bijagós; o arroz em Mansoa, Catió, Fulacunda, Bissau e São Domingos. É visível que a agricultura guineense está concentrada em número restrito de produtos: o amendoim, o coconote e o óleo de palma, que são artigos de exportação; o arroz e o milho, de consumo interno. O primeiro problema que se põe é o de transitar para um esquema em que os produtos cultivados sejam mais numerosos e em que as explorações evoluam no sentido da policultura. É preciso imprimir à economia agrícola da Guiné características de variedade e flexibilidade que lhe faltam. As grandes culturas tradicionais correspondem a direções que estão certas e bem pode dizer-se que têm sentido funcional. O arroz e o milho são os produtos-base da alimentação do indígena. As oleaginosas são o ouro da província. Mas não só podem aclimatar-se outras culturas como aquelas são suscetíveis de adquirir maior extensão. Há que vitalizar e enriquecer um sistema que se enquistou na rotina, sem que nela encontrasse um equilíbrio salutar.”
E tece considerações sobre os problemas da qualidade, o amendoim era de baixa qualidade, o óleo de palma dificilmente colocável no estrangeiro, a mancarra ia acarretar o empobrecimento dos solos, impunha-se sanear e valorizar a agricultura da Guiné, que se encontrava num quadro de estagnação. A indústria da Guiné pouco representava, as suas trinta e tantas unidades fabris eram complementares da lavoura. E espraia-se sobre os planos de fomento, a recuperação de terras para o arroz, um programa de regularização e dragagem do rio Geba, a construção de pontes sobre o Geba, o Corubal e o Cacheu, a conclusão da ponte do cais de Bissau e dos cais de Catió e Cacheu. Faz sempre menção ao I Plano de Fomento e ao II, onde se previra a instalação de uma estação agrária para aproveitamento dos terrenos alagados, ribeirinhos do Geba.
E assim se chegou à questão mais delicada, o condicionalismo político, socorre-se de um punhado de lugares comuns para falar da África Negra, do nacionalismo africano, pretende que fique claro que o continente não é nem homogéneo nem uniforme, da ebulição dos novos Estados parece que se deseja um regresso às origens, renasceram ódios, é intensa a hostilidade ao Ocidente, e faz uma observação de caráter pessoal:
“A África é de tal modo complemento da Europa que bem podemos admitir a hipótese de, passado algum tempo, se refazer a colaboração que está na ordem natural das coisas e arrefecer e apagar-se o ímpeto agressivo de um racismo negro que é de criação puramente artificial, produto da propaganda dos agitadores mais do que a expressão autêntica de uma aversão hereditária. Ouvimos por toda a África o tambor da guerra. Nem a África pode organizar-se unitariamente, porque nela não há fator de unidade, nem sequer lhe é possível organizar-se pela simples transformação dos territórios coloniais em Estados autónomos.”
E o político que abraçou o nacional sindicalismo e que se entusiasmou pelo corporativismo e é um peso pesado da União Nacional dá conta à audiência do que fará Portugal. Não se percebe como os responsáveis do Ocidente querem fazer frente à invasão comunista, parece que todos querem descolonizar e recomendam a descolonização a quem não a quer fazer, porque há a especificidade portuguesa. “Não conhecemos os equívocos em que outros tropeçam porque, dentro das nossas fronteiras, nos territórios portugueses, o nacionalismo só tem um sentido. Não há, no nosso Ultramar, nacionalismo que não seja português ou, se o preferirmos, que não seja nacional. Nós vivemos à margem dos equívocos em que outros se transviam. Como eles, nós não temos nações negras dentro dos limites em que se exerce a soberania portuguesa. Na nossa África, é efetiva a presença de uma nação, a Nação Portuguesa. Não corremos o risco de nos desnortearmos, ao ponto de nos atormentar as vigílias a ideia de que dominamos e recusamos o direito à vida a nações escravizadas. A nossa experiência africana é mais larga que a dos outros povos, mais longa e mais rica de conteúdo.”
Está dado o mote para avisar a audiência, os meios de comunicação e a opinião pública em geral de que não iremos praticar a política do abandono, a renunciar ao que é irrenunciável. E evoca-se a lição da história:
“Começámos por nos aventurar pelas rotas do Atlântico Sul e do Índico, lutando com as tempestades em frágeis caravelas, a dobrar os promontórios, de mandar as aguadas, aprender a conhecer o litoral do grande continente. Depois, fundámos os nossos estabelecimentos da costa. Desde logo nos aventurámos através do sertão inóspito, ganhando palmo a palmo a terra e as gentes alma a alma. É que, para nós, colonizar não era apenas criar balcões de comércio ou mesmo fazendas prósperas. Era serviço de Deus e da Pátria. Fomos em África soldados e missionários, mercadores e lavradores, mas fomos, acima de tudo e na mais larga acessão da palavra, homens humanizando outros homens.”
E na sua alocução não deixa de mencionar os valores materiais e morais da Civilização Ocidental e Cristã. E termina a sua conferência com o apelo à energia firme; a aceitação voluntária de sacrifícios e riscos, vivia-se a hora em que se propunha a Portugal o problema de sobreviver ou não sobreviver na sua dimensão mundial. Havia que estar unidos e confiar nos chefes e na aliança inquebrantável de todos os portugueses de boa vontade. Sagaz, não menciona uma só vez a erupção do nacionalismo africano na Guiné ou a subversão latente, não havia que descolonizar porque éramos todos portugueses. Bem silenciou as tensões já existentes, deverá ter considerado que era a comunicação adequada para comemorar a epopeia henriquina. No ano seguinte, tudo começará a ser diferente.
Imagem da época da sede da Associação Comercial, Industrial e Agrícola da Guiné, projeto do arquiteto Jorge Chaves, teve intervenções no interior de um jovem que seria um grande nome das artes plásticas portuguesas, José Escada
Nota do editor
Último poste da série de 29 DE MARÇO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24175: Historiografia da presença portuguesa em África (361): Informações sobre a Guiné no Anuário Colonial de 1917 (Mário Beja Santos)
Guiné 61/74 - P24198: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (34): papas de sarrabulho à moda de Candoz
Tabanca de Candoz > 12 de Outubro de 2006 > Na matança do porco (*), faziam-se as papas de sarrabulho... à moda de Candoz.
1. A "Tia Nitas" (como eu tratava carinhosamente a minha "mana", e que "Deus já lá tem", como diz aqui o povo) sabia explicar tudo direitinho... com a sabedoria, o amor e a paciência que ela punha em tudo o que fazia na Terra da Alegria... Era uma excelente cozinheira e "dona de casa" tal como foi uma grande profissional no laboratório de tecnologia química do ISEP.
Já não se mata mais o porco, lá em casa, como antigamente, nem se farão mais as papas de sarrabulho (a não ser comprando os ingredienets no Talho, mas já não teria a mesma graça...). A matéria prima é (era) o sangue de porco e os miúdos da carne de porco (coração, fígado, etc.) .
Fomos desencantar este vídeo (mais do que amador...) no blogue "A Nossa Quinta de Candoz"... E voltamos a reproduzi-lo aqui. É uma pequena homenagem à nossa Nitas (Candoz, 1947 - Porto, 2023), nesta quadra festiva, a Páscoa, de que ela gostava tanto ou mais do que o Natal.
Vamos reunir a família em Candoz, este fim de semana, (Riosunbga mas não vamos abrir a porta ao compasso pascal, este ano. (A visita em Candoz era sempre à segunda-feira, o compasso levava dois dias a percorrer a feguesia.) Estamos de luto, como manda a tradição e o coração.
No vídeo, que é de 2006, aparecem as três manas da familia, a Rosa (Rosinha, a mais velha das três), a Chita (Alice) e a Nitas (Ana), guardadoras dos segredos e dos sabores culinários da família Ferreira Carneiro... Na altura eram também elas as sócias da Quinta de Candoz (falta aqui o mais novo, o mano Zé para completar o quarteto dos sócios da Sociedade Agrícola da Quinta de Candoz...).
2. O modo de fazer este prato segue a tradição minhota, comum à região do Douro Litoral (a que pertence Candoz, já no limite do distrito do Porto) (***). A receita pode ser vista aqui, na página Cozinha Tradicional:
(...) As papas de sarrabulho fazem parte das receitas tradicionais da cozinha portuguesa, sendo oriundas do Minho, no norte de Portugal.As papas de sarrabulho são tradicionalmente feitas no Inverno, quando se realiza a matança do porco. Além disso, fazem um prato forte, que apetece sobretudo saborear no tempo frio.
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terça-feira, 4 de abril de 2023
Guiné 61/74 - P24197: Fichas de unidade (30): BCAV 3854 (Nova Lamego, 1971/73): CCAV 3404 (Cabuca), CCAV 3405 (Mareué) e CCAVV 3406 (Madina Mandinga)
Identificação: BCav 3854
Unidade Mob: RC 3 - Estremoz
Cmdt: TCor Cav António Malta Leuschner Fernandes
2.° Cmdt: Maj Cav Jaime Alexandre Santos Marques Pereira | Maj Cav Francisco José Martins Ferreira
OInfOp/Adj: Maj Cav Viriato Manuel d' Assa Castel-Branco | Maj Cav Eduardo Barata das Neves
Cmdts Comp:
CCS: Cap SGE Adelino Lopes de Almeida Ferreira
CCav 3404: Cap Cav Grad Luís Fernando Andrade de Moura
CCav 3405: Cap Cav Fernando Gill Figueiredo Barros | Ten QEO António Pereira de Lima
CCav 3406: Cap Cav José Carlos Cadavez
Divisa: "Cumprir"
Partida: Embarque em 04Ju171; desembarque em 10Jul71 | Regresso: Embarque em 050ut73
Após realização da IAO com as suas companhias, de 12Jul71 a 06Ago71, no CMl, em Cumeré seguiu, em 13Ag07l, para o Sector L3(Lamego), com as suas subunidades, a fim de efectuar o treino operacional e a sobreposição com o BCaç 2893.
Em 05Set71, assumiu a responsabilidade do Sector L3, com sede em Nova Lamego e abrangendo os subsectores de Cabuca, Madina Mandinga, Canjadude, Mareué e Nova Lamego.
Desenvolveu intensa actividade de patrulhamento, de protecção de itinerários, de escoltas, de intercepção e aniquilamento de elementos inimigos infiltrados e ainda de controlo e defesa dos aglomerados populacionais e organização do respectivo sistema de autodefesa.
Dentre o material capturado mais significativo, refere-se: 1 espingarda, 5 granadas de armas pesadas e a detecção e levantamento de 25 minas.
Em 08Set73, foi rendido no sector de Nova Lamego pelo BArt 6523/73 e recolheu em 11 Set73 a Cumeré e em 24Set73 a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.
Em 08Set73, foi rendida pela 2ª Comp/BArt 6523/73 e recolheu, em 10Set73, a Cumeré e, em 24Set73, a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.
A CCav 3405 seguiu em 11Ago71 para Mareué, a fim de efectuar o treino operacional e a sobreposição com a CCaç 2658, tendo assumido a responsabilidade do respectivo subsector, em 05Set71, com dois pelotões colocados em Nova Lamego, em reforço da guarnição local.
Em 21Nov71, foi substituída em Mareué pela CCav 3463 e assumiu a responsabilidade do subsector de Nova Lamego, com pelotões destacados em Cansissé e Oco Maúnde, tendo rendido a CCaç 2680 em 29Nov71.
Em 08Set73, foi rendida pela 3ª Comp/BArt 6523/73 e seguiu, em 11Set73, para Cumeré e, em 24Set73, para Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.
A CCav 3406 seguiu em 11 e 13Ago71 para Madina Mandinga, a fim de efectuar o treino operacional e a sobreposição com a CCaç 2619, tendo assumido a responsabilidade do respectivo subsector, com um destacamento em Dara, em 05Set7l.
Em 08Set73, foi rendida pela 1ª Comp/BArt 6523/73 e recolheu, em 10Set73, a Cumeré e, em 25Set73, a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.
Observações - Tem História da Unidade (Caixa n." 101 - 2ª Div/4ª Sec, do AHM).
Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 288/289.