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segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26325: Tabanca da Diáspora Lusófona (27): o luso-canadiano, de origem madeirense, João E. Abreu, ex-sold cond auto, CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) - Parte II




Foto nº 7 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Buruntuma >  c. abril 68 / mai 69  > "Eu e meus companheiros Manuel Filipe (já falecido) com o Jose Carlos junto ao duche da colónia de ferias em Buruntuma.  CArt 1742, 1967/69". (O João é o direita, de bigode e chapéu.)



Foto nº 8 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Buruntuma >  c. abril 68 / mai 69  > "Os condutores da CArt 1742, em  Buruntuma, preparando um bom petisco". (O João é o segundo,  da esquerda para a direita,  de bigode e chapéu.)







Foto nº 9 e 9A > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Buruntuma >  c. abril 68 / mai 69  > "Este menino na foto sou eu junto ao monumento da CCAÇ 1588 que fomos render em abril de 1968". (No monumento estão inscritos o nomes dos mortos da CCAÇ 1588,  "Os Cruzados" (1966/68).  (Mortos: 2 furrieis mil; 1 cabo; 6 soldados; 4 milícias).



Foto nº 10  > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Buruntuma >  c. abril 68 / mai 69  > "Quem se lembra deste grupo da  CART 1742 ?... Da esquerda para a direita: José Carlos Figueira, Avelar (falecido), João Eusébio Abreu, Manuel Filipe Silva Andrade (já falecido), e os restantes são camaradas não identificados, com exceção do Vieira (na ponta, em primeiro plano)"


Foto nº 11 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Buruntuma >  c. abril 68 / mai 69  > "Grande amigo guinense,  Cupertino Gonçalves, 1º cabo de obus Buruntuma 1968/69... O que será  feito deste nosso colega ?"






Foto nº 12A e 12 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Buruntuma  > 1968 >  "Aqui está o Gabriel Mateus Bagaço, do Pelotão de Morteiros 1191. Falecido num ataque em Buruntuma."

Fotos (e legendas): © João E. Abreu (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1.
 Com a devida vénia, estamos a selecionar, editar e publicar algumas das fotos do nosso camarada João Eusébio Abreu, ex-sold cond auto, CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69). 

Nascido na Madeira, emigrou para o Canadá, como tantos outros camaradas nossos (madeirenses e açorianos, em especial),  regressados da guerra colonial. Vive em Mississauga, Ontário. 

 Já o convidámos a entrar para o Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Só precisamos do seu OK e do seu endereço de email. Já é amigo do Facebook da Tabanca Grande. Um amigo comum é o Abel Santos, também da CART 1742, que muito tem contribuído para que os bravos "Panteras" não sejam votados ao esquecimento. Já trouxe com ele mais quatro camaradas da CART 1742. "Falta agora o Eusébio"...


A CART 1742, mobilizada pelo RAL 5 (Penafiel), era comandada pelo cap mil inf Álvaro Lereno Cohen. Partiu para o CTIG em  22ju167; desembarcou em 30jul67 e regressou à metrópole em 6jun69.

Em traços largos, a sua atividade operacional pode sintetizar-se da seguinte maneira:

(i) de início, ficou colocada em Bissau, substituindo no serviço de guarnição a CArt 1646 e sendo integrada no dispositivo do BArt 1904, com vista à segurança e protecção das instalações e das populações da área;

(ii)  em 14set67, foi rendida na guarnição de Bissau pela CCaç 1497 e foi deslocada para Nova Lamego, a fim de substituir a CCav 1963, na função de intervenção e reserva do sector, ficando na dependência do BCav 1915, depois do BCaç 1933 e ainda do BCaç 2835;

(iii) na zona leste, tomou parte em operações realizadas nas regiões de Ganguiró, Canjadude, Cabuca e Sinchã Jobel, entre outras e ainda em operações conduzidas em outros sectores da zona Leste, bem como em escoltas a Béli e Ché-Ché;

(iv) em 13abr68, após ser substituída na intervenção pela CArt 2338, iniciou o deslocamento por fracções, em 13, 17 e 23abr68, para Buruntuma, a fim de render a CCaç 1588; assumiu em 27abr68 a responsabilidade do respetivo subsector, com destacamentos em Camajabá e ponte do rio Caium, mantendo-se integrada no dispositivo e manobra do BCaç 2835 e depois do BArt 2857.

(v) em 29mai69, foi rendida no subsector de Buruntuma pela CArt 2338 e recolheu, em 1jun69, a Bissau, a fim de efetuar o embarque de regresso.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26171: Fotos à procura de... uma legenda (187): O fotógrafo, o então cmdt da CCAÇ 2796, "Gaviões" (Gadamael, 1970/72), Morais Silva (hoje cor art ref) pergunta se seria Cabedu... Vejam se o podem ajudar, que ele quer arrumar os "slides"...



Foto nº 29A


Foto nº 29B


Foto nº 29C


Foto nº 29D


Foto nº 29E


Foto nº 29D


Foto nº 29F




Foto nº 29 

Guiné > Região de Tombali > Gadamael > Península de Cubucaré > Vista aérea de uma tabanca e  destacamento das NT  em  finais do ano de 1971 > Será o destacamento de Cabedu ?, pergunta o fotógrafo... Ao fundo, avista-se o rio Cacine,,,

Foto (e legenda): © Morais da Silva (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Cor art ref Morais da Silva:

 (i) cadete-aluno nº 45/63 do Corpo de Alunos da Academia Militar (será depois professor de investigação operacional na AM, durante cerca de 2 décadas);

 (ii) no CTIG, foi instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, em 1971/72;

 (iii)  “avancei no fim de janeiro de 1971 para o comando da CCaç 2796,  em Gadamael,  quando da morte em combate do seu comandante, meu camarada de curso e amigo Capitão de Infantaria Assunção Silva; fiquei, a meu pedido, no comando desta companhia até ao fim da comissão em outubro de 72”;

 (iv) fez parte do Grupo L34, na Op Viragem Histórica, no 25 de Abril de 1974; 

(v) membro da nossa Tabanca Grande, com c. 150 referências no blogue:


1. O cor art ref Morais Silva  andava a "rearrumar" fotos do seu álbum da Guiné. Mas tinha umas tantas, sem legendas (*)... São vistas aéreas, tiradas de avioneta (civil ou da FAP) quando um dia, em finais de 1971, foi fazer uma visita de cortesia, camaradagem e amizade ao Augusto José Monteiro Valente (1944-2012), cmdt da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedu, 1970/72) (precocemente falecido, com o posto de maj gen ref).

Na altura, ele comandava, desde janeiro de 1971,  a CCAÇ 2796, os "Gaviões", em Gafamael. Deixou  ao cuidado dos seus homens o  aquartelamento de Gadamael (que, logo, por azar, foi flagelado nesse dia, mas felizmente   sem consequências). 

A caminho de Catió tirou umas tantas fotos ("slides", aliás de excelente qualidade), incluindo uns quatro ou cinco do quartel e reordenamento de Gadamael.  

Reconstituindo o seu perscurso de avioneta (DO 27 ou Cesdsna), deve ter seguido para sul, ao longo do rio Cacine, sobrevoado Cacine (**) e atravessado a península de Cubucaré (que é delimitada pelos rios Cacine e Cumbijá), para chegar finalmente a Catió (***).

Recorde-se que, na altura, em finais de 1971, o PAIGC ainda estava fortemente implantado no Cantanhez. A reocupão da pensínsula de Cubucaré começa em finais de 1972 (Op Grande Empresa).

Ele está a pedir à malta do blogue, que andou por estas bandas (Gafamael, Cacine, Cabedu, Catió, Cufar, Bedanda, etc.) para o ajudarem a legendar corretamene estas "vistas aéreas!" (fotos nºs 23 e 25, que já identificámos como sendo de Catió; nº 30, que respeita a Cacine; e agora esta, a nº 29; a próxima será a nº 20, e é de um reordenamento).

Vamos lá dar uma ajuda, que a memória já não é o que era... E  mesmo sabendo que muita malta, como eu,  nunca teve o privilégio de andar de avião no interior da Guiné, em serviço ou à boleia.




Guiné > Mapa Geral (1961) (Escala 1/500 mil) > Posição relativa de Gadamael, Cacine, Rio Cacine, Cabedu, Rio Cumbijã, Catió, Cufar e Bedanda... Cabedu era um das nossas guarnições militares que ficava na península do Cubucaré, delimnitada pelos rios Cacine e Cumbijã. O Cubucaré alberga hoje Parque Nacional das Florestas de Cantanhez (criado em 2008).


Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2024)


2. Ficha da unidade  > CCAÇ 2796 , "Gaviões" (Gadamel e Quinhamel, 1970/72

Companhia de Caçadores n.º 2796
Identificação CCaç 2796
Unidade Mob: RI2 - Abrantes
Cmdt: Cap Inf Fernando Assunção Silva (falecido em combate em 24/1/1971) | Cap Art António Carlos Morais da Silva
Divisa: "Gaviões"

Partida: Embarque em 310ut70; desembarque em 10nov70 | Regresso: Embarque em 50ut72

Síntese da Actividade Operacional

Após uma curta permanência em Bissau, seguiu em 27nov70, para Gadamael e assumiu a responsabilidade do respetivo subsector em 01Dez70, em substituição da CArt 2478, ficando integrada no dispositivo e manobra do BArt 2865 e depois do BCaç 2930.

Em 1fev72 foi rendida pela CCaç 3518, tendo seguido para Quinhámel, por fracções, em 24jan72 e 2fev72. 

Em 22fev72, rendendo. a CCaç 2724, assumiu a responsabilidade do subsector de Quinhámel com destacamentos em Ponta Vicente da Mata, Orne e Ondame, colaborando na segurança e protecção das instalações e das populações e ainda nos trabalhos dos reordenamentos de Blom e Quiuta, na dependência do COMBIS.

Em 5set72, foi rendida no subsector de Quinhámel pela CCaç 3326, recolhendo seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n." 87 - 2ª Div/4ª Sec, da AHM).

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002,pág. 398

(**) Vd. poste de 17 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26161: Fotos à procura de... uma legenda (185): O fotógrafo, o então cmdt da CCAÇ 2796, "Os Gaviões" (Gadamael, 1970/72), Morais Silva (hoje cor art ref) pergunta se seria Cacine... Vejam se o podem ajudar, que ele quer arrumar os "slides"...

(***) Vd. poste de 18 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26163: Fotos à procura de... uma legenda (186): O "gavião" que perdeu, não a "pena", mas... as legendas das fotos nº 23 e 25 do seu álbum... Ele pergunta se será Catió (...falamos do cor art ref Morais Silva)

domingo, 30 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25702: Fichas de unidade (36): CCAÇ 2382 (Buba, 1968/70)



Guiné > Região de Quínara > Buba > CCAÇ 2382 (1968/70) > Dia do "santo patacão", o do pagamento do pré. Cap Mil Art Gomes de Araújo, sentado, alf mil Curado, de pé, à direita, o sargento Boiça, à esquerda  e o fur Mil Henrique, ao centro, em segundo plano. 

A foto é do nosso camarada Manuel Traquina, retirada e editada, com a devida vénia, do seu livro, "Os tempos de guerra: de Abrantes à Guiné" (Abrantes: Palha de Abrantes, 2009, pág. 130).




Guião da CCAÇ 2382 (Buba, 1968/70), "Por picadas nunca estradas, por estradas nunca picadas"... Um trocadilho bem achado..., ó Zé do Olho Vivo!

Companhia de Caçadores nº 2382

Identificação: CCaç 2382

Unidade Mob: RI2 - Abrantes

Crndt: Cap Mil Art Carlos Nery de Sousa Gomes de Araújo

Divisa: "Por picadas nunca estradas, por estradas nunca picadas"

Partida: Embarque em 1mai68; desembarque em 6mai68

Regresso: Embarque em 3abr70

Síntese da Actividade Operacional

Em 18mai68, seguiu para Bula, a fim de efectuar a instrução de aperfeiçoamento
operacional com a CCaç 2312, sob orientação do BCav 1915, tendo tomado parte em operações realizadas nas regiões de Blequisse, Ponta Consolação e Bajope, nas quais obteve excelentes resultados. 

Entretanto, a referida instrução foi interrompida por razões operacionais e a subunidade seguiu para Aldeia Formosa, por fracções, em 3jun68 (dois pelotões) e em 8jun68, a fim de reforçar o dispositivo do BArt 1896 e depois do COSAF/COP 1, em face de pressão inimiga então verificada na região do Forreá.

Em 7jun68, dois pelotões ocuparam Contabane e em 11jun68, o comando e os outros dois pelotões instalaram-se em Mampatá; no entanto, em 18Jun68, a sede da subunidade passou para Contabane, ficando um pelotão
destacado em Mampatá. 

Em 1jul68, por evacuação de Contabane, voltou de novo a instalar-se em Mampatá, agora com dois pelotões destacados em Buba e Patê Embalá.

Em 13jul68, substituíu temporariamente a CArt 1612 no subsector de Aldeia Formosa até à chegada da CCaç 2381, em 8ag068, com os seus pelotões disseminados por Nhala, Mampatá, Chamarra e Patê Embalá, este até 3ag068 e depois deslocado para Buba, em reforço do BCaç 2834.

Em 12ag068, a subunidade foi então transferida para Buba, com um pelotão destacado em Nhala, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCaç 2834, e depois do COP 4, quando criado, com a missão de intervenção e reserva; nesta função, efetuou diversas operações na zona de acção e exerceu o seu esforço na contrapenetração, tendo capturado elevadas quantidades de armamento e material e de que se destaca uma emboscada efectuada a uma coluna de reabastecimentos inimiga, no rio Chinconhe, em 22nov68.

Em 290ut69 e 8nov69, foi rendida, por frações, pela CCaç 2616 e recolheu a Bissau, a fim de se integrar no BArt 2866 e colaborar na segurança e  protecção das instalações e das populações, tendo ainda um pelotão destacado em Sanfim e João Landim.

Em14mar70, foi substituída pela CArt 2411, a fim de aguardar o embarque de regresso.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n.º 96 - 2ª Div/4ª  Sec, do AHM). 

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 367/368.

___________

Nota do editor:

Último poste da série > 1 d maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25466: Fichas de unidade (35): BCAÇ 2856 (Bafatá, 1968/70)

sábado, 18 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25538: O Cancioneiro da Nossa Guerra (20): Nemíades e bolanhíades, as "ninfas" ao estilo camoniano imaginadas pelos "Cobras" da CCAÇ 2549 (Cuntima, Nema e K3 Farim, 1969/71), do ex-cap inf Vasco Lourenço


Capa do livro de Vasco Lourenço - N6o regressso vinham todos: relato da Companhia nº 2549. Lisboa: Editorial Notícias, 1997, 103 pp.  (1ª edição, 1975) (A guerra colonial em livros, 3). (*)


1. Não
 temos muitas referências à CCAÇ 2549 (Cuntima, Nema e K3, 1969/71): apenas 15. O que se explica por uma razão: não temos nenhum representante dessa subunidade do BCAÇ 2879 (Farim, 1969/71) na nossa Tabanca Grande. O seu comandante, o então  cap inf Vasco Lourenço  (**) e uma das figuras mais conhecidas do MAF (Movimento das Forças Armadas),  tem também apens 26 referências.

Uma dos primeiros livros a sair ao 25 de Abril de 1974 com testemunhos da experiência da  guerra colonial foi justamente o "No regresso vinham todos":  o ex-cap Vasco Lourenço dá a cara, o livro tem o contributo de outros graduados:

  • alf mil Ferreira (Manuel do Carmo Ferreira)
  • alf mil Carvalho (Luís Fernando da Silva Carvalho)
  • alf mil Sampaio (João Borges Frias Sampaio)
  • fur mil Leonel
  • fur mil Paulo (Armindo Aníbal Pinto da Costa Paulo)
  • fur mil Brotas (Francisco António Brotas)
  • fur mil Mano Nunes (António Manuel Mano Nunes)

O mais representado nas 103 páginas do livro é o ex-alf mil Ferreira, de seu nome completo Manuel do Carmo Ferreira (**). E é da sua autoria,  as estrofes que a seguir se reproduzem e que são uma paródia, inspirada nos nossos "Lusíadas", do Luís de Camões. Destaque para as figuras mitológicas criadas pelo Ferreira: as "nemíadas" (referência a Nema, nos arredores de Farim) e as "bolanhíadas" (de "bolanha)... (Ou sejam: as "ninfas" de Nema e das bolanhas...) .O tom, poético-burlesco, é o de outras letras "parodiadas", em que se exaltam os "perigos" e "trabalhos esforçados" e se anseia pelo regresso a casa. 

O Ferreira é decidifdamente nortenho pelo uso da variante regional "désteis" e "fizésteis" (2º pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos "dar" e "fazer").


Nemíadas

Da piriquitagem afastada,
Se narra com verdades e conscicência
A vida triste desventurada
Dos heróis da paciência;
Como à força de tanta calcadela
Perdendo a malta a potência,
Fugiu de Cuntima que alto berra:
Pobre Companhia, quem te desterra ?

E vós, bolanhíadas minhas,
Que às pernas energia tirais,
Ajudai-me a preencher estas linha
Com umas verdades cruais, reais;
Deixemos de lado as queixinhas,
Sejamos connosco sicneros, leais,
Diagmos a verdade. Nada nos demove...
Falemos dos lixados da 49!!!

De Cuntima connosco veio
A má sina o esgotamento;
O trabalho não encontra freio
Ao mirarmos o novo aquartelamento,
E monumentos tão cheio,
Que as obras têm seguimento.
É operacional ? É de Engenhria )
ão, é construtora. É de Infantaria...

Do outro lado que a distância cala
Nos destinam ruinas em montão;
E vê-lo se estremece, se perde a fala,
Nos pôem em mãos um trabalhão;
E o que mais nos irrita, nos abala,
Era saber só em Cuntima a inspeção.
É mesmo de encarar este desmando:
Como é possível tão perto do comando ?

Há tanta coisa p'ra fazer
Nesta vila tão trópica, tão pacata
Que a Compnhia tem de  oferecer
Quatro diáras para arranjar a sucata,
Mas mais tarde vão verde
Os ditos que lançará a malta
- Vós,  da 49, que ajuda désteis ?
Nada tendes a dizer, nada fizesteis...

Narro agora as colunas, narro as picadas,
De uma companhia tão lixadsa
Que durantte um ano só viu emboascadas,
Sonhou vida mais regalada;
Que gramou constantes chuvasdas
E ferradelas da atroz mosquitada.
Que, matando a febre de Sitató,
Foi pilhada na bolsa de Faringó.

Meses de tragalho e esgotamento
Ficam lembrados neste papel;
De Cuntima, o reordenamento,
Em Nema, emboscando Lamel.
Que mais teremos de tormento ?
Qual será o róximo pimcel ?
Deixemos a roleta rodar,
Até quando podem as forças durar ?

Trista sina nos fazem acarretar
Não lobrigo a vida folgada:
A Companhia continua a penar,
Há sempre mais trapalhada.
Quando acabaremos de emboscar
Essa maldita carreirada ?
Estou a ver isto tantas vezes
Que penso só daqui a nove ou dez meses...

Depois de tantaas fornicadelas,
Há de vir por força a bonança,
E então firmes nas canelas
Acabará para todos a estafança;
E em copos afogaremos todas elas
Quando deixarmos esta matança.
E a caminho da nossa terra
Gritaremos: camaradas,  acabou a guerra! (***)

Alferes miliciano Ferreira (Manuel do Carmo Ferreira) (****)

(Revisão  /  fixação de texto: LG)


(Foto à esquerda: o nosso camarada Manuel do Carmo Ferreira, ainda cadete em Mafra, c. 1968; cortesia de Carlos Silva,  poste P2525)





2. Ficha de unidade  CCAÇ 2549 / BCAÇ 2879

Identificação; BCaç 2879
Unidade Mob: RI 2 - Abrantes
Cmdt: TCor Inf Manuel Agostinho Ferreira | TCor Inf António José Ribeiro | TCor Inf Carlos Frederico Lopes da Rocha Peixoto
2.° Cmdt: Maj Inf Alexandre Augusto Durão Lopes
OInfOp/Adj: Maj Inf Lourenço Calisto Aires

Cmdts Comp:
CCS: Cap SGE Manuel Landeiro | Cap Mil Art José Manuel Lopes do Nascimento
CCaç 2547: Cap Mil Art José Fernando Covas Lima de Carvalho |! Cap Mil Art João José Pires de Almeida Loureiro
CCaç 2548: Cap Mil Inf Luís Fernando da Fonseca Sobral
CCaç 2549: Cap Inf Vasco Correia Lourenço
Divisa: -
Partida: Embarque em 19ju169; desembarque em 25Jul69 | Regresso: Embarque em 26jn71

Síntese da Atividade Operacional

Em 4ago69, substituindo o COP 3, assumiu a responsabilidade do Sector O2 (Oeste Dois), novamente transferido para esta zona de acção, com a sede em Farim e abrangendo os subsectores de Cuntima, Jumbembém, Canjambari e Farim. 

Em 25abr71, foi incluída na zona de acção do sector a área do destacamento de Binta, transferida do COP 3. As suas subunidades mantiveram-se sempre integradas no dispositivo e manobra do batalhão.

Desenvolveu intensa actividade operacional, particularmente orientada para a contrapenetração nas linhas de infiltração de Lamel e Sitató, para a segurança e controlo dos itinerários, para impedir a instalação de bases inimigas na sua zona de acção e ainda para a segurança, defesa e construção de aldeamentos e promoção socioeconómica das populações.

Pelos resultados obtidos e pela acção continuada de contrapenetração, destacam-se as operações "Camélia", "Caminhos Detidos", "Barragem Contínua" e "Corvina", entre outras.

Do armamento capturado mais significativo, salienta-se: 2 canhões sem recuo, 6 metralhadoras ligeiras, 43 pistolas-metralhadoras, 25 espingardas, 3 LGFog, 660 granadas de armas pesadas e mais de 155 mil munições.

***

A CCaç 2549 seguiu em 30jul69 para Cuntima, a fim de efectuar o treino operacional e render a CCaç 1789, assumindo a responsabilidade do respectivo subsector em 4ag069 e ficando integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão.

Em 17Ju170, por troca com a CCaç 2547, foi colocada em Farim, com um pelotão destacado em Saliquinhedim /K3, assumindo a responsabilidade do respectivo subsector e colaborando também no esforço de contrapenetração no corredor de Lamel.

Em 12jun71, foi rendida pela CArt 3358 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n." 110 - 2ª Div/4ª Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 127/129.

Sobre Cuntima, ver a carta de Carolina do Norte (1956), escala 1/50 mil
_____________

Notas de  leitura:


(***) Último poste da série > 17 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25535: O Cancioneiro da Nossa Guerra (19): O "soneto do artilheiro" (17º Pel Art + CCAÇ 6, Bedanda, 1971/73)

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25530: O Cancioneiro da Nossa Guerra (18): CCAÇ 5, Canjadude: (i) o Hino dos Gatos Pretos; (ii) Binóculos de Guerra (José Martins, 1968/70; João Carvalho, 1973/74)


Guiné > Região do Gabu > Canjadude  (carta de Cabuca, 1959, escala 1/50 mil)> CCAÇ 5 (Gatos Pretos) > 1973 > Interior do "Clube de Oficiais e Sargentos de Canjadude"... O ex- fur mil enf João Carvalho, um histórico da nossa Tabanca Grande, é o terceiro a contar da esquerda... No mural, na pintura na parede, pode ler-se: [gato] preto agarra à mão grrr....

Percebe-se que estamos no Rio Corubal com o destacamento de Cheche do lado de cá (margem direita) e... o mítico campo fortitificado de Madina do Boé, do lado de lá (margem esquerda)... Em 24 de setembro de 1973, não em Madina do Boé, na vasta e desertificada região do Boé, junto à fronteira (se não mesmo para lá da fronteira...), o PAIGC proclama "urbi et orbi", numa  "jogada de mestre", a independência unilateral da nova República da Guiné-Bissau: foi um verdadeiro xeque-mate à diplomacia portuguesa...  O aquartelamento de Madina do Boé, como se sabe, foi retirado pelas NT em 6/2/1969 (Op Mabecos Bravios).

Foto: © João Carvalho (2005). Todo os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Caamaradas da Guiné]



Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Canjadude > CCAÇ 5 (1973/74) > O  fur mil enf João Carvalho (1973/74)  junto a ao Morteiro 81 mm: uma arma poderosa, eficaz, mortífera, quando bem manejada, e apontada para as linhas inimigas... O nosso camarada é hoje farmacêutico.

Foto: © João Carvalho (2006). Todo os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Caamaradas da Guiné]



Carta geral da antiga Província da Guiné Portuguesa (1961) (Escala 1/500 mil) > Posições relativas de Nova Lamego, Cabuca, CanjadudeBéli, Ché-Ché (ou Cheche), e Madina do Boé (as duas últimas posições,  na margem esquerda do rio Corubal)

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)



"Canções da Guerra!", um programa de Luís Marinho, que passou todos os dias, desde meados de outubro de 2015, de 2ª a 6ª feira, na Antena Um, às 14h55. Havia mais de meia centena de canções disponíveis "on line" do portal da RTP. Infelizmente já não há...  Os "podcasts" já não estão "on line" *) 


1. Podemos dizer que há um Cancioneiro da Guiné, o Cancioneiro da Nossa Guerra, composto por letras, de diferentes épocas e sítios, que são sobretudo letras de "canções parodiadas", e com músicas conhecidas, da época: tinham um propósito, não tanto de "contestação, resistência e denúncia", como sobretudo de "humor negro" e "resiliência".

Um ou outro de nós, em pequenos grupos, às tantas da noite, já com uns uísques ou cervejas no bucho, éramos capazes de cantar, tocar ou cantalorar "coisas proibídas" ou "censuradas", como era o caso de algumas canções da guerra colonial / guerra do ultramar que foram recuperadas e relembradas no programa do Luís Marinho, na Antena Um, no último trimestre de 2015 (*)...


2. O nosso camarada, amigo e colaborador permanente do nosso blogue, José Martins (ex-fur mil trms, CCAÇ 5, "Gatos Pretos", Canjadude, 1968/70)  [foto à direita ], colaborou com o Luís Marinho no programa "Canções da Guerra", com duas canções do Cancioneiro da Nossa Guerra, o Hino dos Gatos Pretos e Binóculos de Guerra (integradas no Cancioneiro de Canjadude). (**)

O José Martins recordou, na altura, no programa,  o "making of" destas duas canções. 

Da nossa parte, continuamos recuperar e a juntar numa só série, "O Cancioneiro da Nossa Guerra" (***),  os nossos vários "cancioneiros" (Bambadina, Bedanda, Cachil, Canjadude, Empada,  Gadamael, Gandembel,  Mampatá, Xime, etc.,)  dispersos pelo blogue... 


2.1. CANÇÕES DA GUERRA: Programa da Antena Um

Portal da RTP > Antena Um > "Canções da Guerra": programa de rádio, 2015 > Passava todo os dias, de 2ª a 6ª,  na Antena Um, às 14h55, no último trimestre de 2015.. 

Sinopse:

(...) "A guerra colonial, tendo em conta o seu enorme impacto social, foi motivo de canções.

"Desde o hino 'Angola é Nossa', criado após o início da rebelião em Angola, que levou a uma guerra que durou 14 anos.

"As canções ligadas à guerra, falam da vida dos soldados, da saudade da terra, ou criticam de forma mais dissimulada ou mais directa, a própria guerra.

"De 2ª a 6ª feira, às 14h55 na Antena1, ou nesta página, escute as canções da guerra colonial, enquadradas por uma história. Que pode ser a da própria canção, do seu autor ou de um episódio que com ela esteja relacionado.

"Um programa: António Luís Marinho | Produção: Joana Jorge".

Infelizmente já não está disponível "on line".

https://arquivo.pt/wayback/20151117234402/http://www.rtp.pt/play/p1954/e213787/cancoes-de-guerra


2.2.O Hino dos Gatos Pretos | Antena Um, 17 de novembro de 2015.


Sinopse:

No Leste da Guiné, entre Madina do Boé e Gabu, na altura Nova Lamego, estava instalada, em Canjadude, a Companhia de Caçadores 5.

Eram os Gatos Pretos. O ex-furriel José Martins, conta-nos a história desta companhia e também a do seu hino.


2.3. Binóculos de Guerra | Antena Um, 16 de novembro de 2015

Sinopse: 

Num quartel na região leste da Guiné, Canjadude, numa zona de grande atividade da guerrilha do PAIGC, estava uma companhia africana do exército português, a de Caçadores 5.

A maioria dos oficiais e sargentos era oriunda da metrópole e, nas horas de descanso, criavam-se canções.

O ex-furriel José Martins, que esteve na Guiné entre 1968 e 1970, foi um dos autores de algumas destas canções.

Enviou-nos uma delas, Binóculos de Guerra,  e contou-nos também como nasciam …

(Fonte: Media > RTP  > Canções da Guerra... Com a devida vénia)

Infelizmente já não está disponível "on line" o podcast:

https://arquivo.pt/wayback/20151116232440/http://www.rtp.pt/play/p1954/e213611/cancoes-de-guerra


3. Fichas de unidade > CCAÇ 5

Companhia de Caçadores N.o 5
Identificação:  CCaç 5
Crndt: Cap Mil Inf João Alberto de Sá Barros e Silva | Cap Cav José Manuel Marques Pacífico dos Reis | Cap Inf Manuel Ferreira de Oliveira | Cap Inf António José Guerra Gaspar Borges | Cap Inf Arnaldo Carvalhais da Silveira Costeira  | Cap Cav Fernando Gil Figueiredo de Barros | Cap Mil Inf José Manuel de Matos e Silva de Mendonça

Início: 1abr67 (por alteração da anterior designação de 3* CCaç) | Extinção: 20ago74

Síntese da Actividade Operacional

Em 1abr67, foi criada por alteração da anterior designação de 3ª CCaç.

Era uma companhia da guarnição normal do CTIG, constituída por quadros metropolitanos e praças indígenas do recrutamento local. 

Continuou instalada em Nova Lamego, onde detinha a responsabilidade do respetivo subsetor e se integrava no dispositivo e manobra do BCaç 1856, tendo então pelotões destacados em Canjadude, Cabuca e Ché-Ché.

Ficou sucessivamente na dependência dos batalhões que assumiram a responsabilidade do Sector L3.

Em 14Ju168, foi deslocada para Canjadude, no mesmo sector, tendo assumido a responsabilidade do respectivo subsetor, então criado, tendo então um pelotão destacado em Cabuca até meados de fev69 e sendo substituída mais tarde em Nova Lamego, em 9ago68, pela CCaç 2403. 

Por períodos variáveis, destacou ainda pelotões para reforço temporário de outras guarnições, nomeadamente em Nova Lamego, de meados de abr70 a 21nov70, em Buruntuma, de 21nov70 a 18jun70, em reforço do BCav 2922 e de Copá, de 3ljan71 a princípios de mar71 , em reforço do COT1. 

Efectuou diversas operações de que se destaca a captura de 70 granadas de armas pesadas, 10 minas e 650 quilos de munições de armas ligeiras, na região de Siai.

Em 20ago74, após desactivação e entrega do aquartelamento de Canjadude ao PAIGC, foi desactivada e extinta.

Observações - Tem História da Unidade referente ao período de 1jan70 a 3lju173 (Caixa n."
130 - 2ª Div/4ª Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pág. 629

_______________
 


(...) O isolamento em que nos encontrávamos, a necessidade de ocupar a mente com algo diferente que não fosse a actividade operacional, a tentativa de encurtar a distância que nos separava da metrópole, o sentido de improvisação e muitas mais razões, levaram a que os militares tomassem como suas as músicas em voga, na época, e lhes dessem nova vida, com factos que lhes estavam mais próximos e, sobretudo, que ajudavam a manter um espírito de corpo.

Os textos das canções ou poemas que se seguem, quando não identificam o autor, devem ser considerados de criação colectiva, pois que, se sempre há quem lance a ideia e lhe dê uma forma inicial, será o conjunto a sancioná-la e a transmitir-lhe a forma definitiva. (...)

(***) Último poste a série > 13 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25515: O Cancioneiro da Nossa Guerra (17): "Isto é tão bera"! (Letra do sportinguista e "caça-talentos futebolísticos", Aurélio Pereira, música da canção cubana "Guantanamera") (Gabriel Gonçalves, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71)

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25466: Fichas de unidade (35): BCAÇ 2856 (Bafatá, 1968/70)




BCAÇ 2856  (Bafatá, 1968/70). Guião e brasão. 
Fonte: Cortesia de Carlos Coutinho (2009)

Ficha de unidade > BCAÇ 2856

Batalhão de Caçadores n.º 2856
Identificação: BCaç 2856
Unidade Mob: RI 2 - Abrantes
Cmdt: TCor Inf Jaime António Tavares Machado Banazol | 2.° Crndt: Maj Inf Virgílio Martins Raposo | OInfOp/Adj: Maj Inf Fernando Xavier Vidigal da Costa Cascais

Cmdts Comp:
CCS: Cap Inf Raúl Afonso Reis
Cap Art José Gamaliel Borges Alves
CCaç 2435: Cap Inf José António Rodrigues de Carvalho | Cap Inf Raúl Afonso Reis
CCaç 2436: Cap Inf José Rui Borges da Costa
CCaç 2437: Cap Mil Inf Celestino Castro Fontes
Divisa: "Nunca diga o inimigo não o vi" 
Partida: Embarque em 23out68; desembarque em 28out68 | Regresso: Embarque em 1out70

Síntese da Actividade Operacional

Em 2nov68, rendendo o BCav 1905, assumiu a responsabilidade do Sector L2, com sede em Bafatá e abrangendo os subsectores de Fajonquito, Contuboel, Geba e Bafatá.

Desenvolveu intensa actividade operacional de patrulhamentos, reconhecimentos, emboscadas e batidas por forma a impedir a infiltração e fixação do inimigo na zona, exercer a vigilância e controlo dos itinerários e promover a autodefesa e segurança das populações. Nomeadamente em reacções a ataques aos aquartelamentos e nas operações "Vitória Certa", "Alerta", "Impacto" e "Infalível", entre outras, demonstrou excelente capacidade ofensiva e prontidão das subunidades utiliizadas.

Dentre o material capturado mais significativo, salienta-se: 9 pistolas-metralhadoras, 3 espingardas, 65 granadas de armas pesadas e 2135 munições de armas ligeiras.

Em 13ag070, foi rendido no sector pelo BArt 2920, recolhendo seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

***
A CCaç 2435 seguiu imediatamente para o subsector de Quinhámel a fim de efectuar a sobreposição e render a CCav 1649, assumindo em 18nov68 a responsabilidade do referido subsector, com destacamentos em Ilondé, Ponta Vicente da Mata, Ondame e Orne e ficando integrada no dispositivo do BCaç 1911, com vista a garantir a segurança e protecção das instalações e das populações da área.

Em 7dez68, foi substituída pela CCaç 1681 e seguiu para a zona Leste, a fim de render a CCav 1685, tendo assumido, em 14dez68, a responsabilidade do subsector de Fajonquito, com pelotões destacados em Cambajú e Sumbundo, este até finais de Jul69 e ficando integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão.

Em 20abr70, por troca com a CCaç 2436, assumiu a responsabilidade do subsector de Contuboel, com dois pelotões destacados em Sare Bacar.

Em 13go70, foi rendida pela CArt 2741, mantendo entretanto dois pelotões em Contuboel em reforço da guarnição local até meados de set70, tendo seguido para Bissau e depois para reforço do subsector de Nhacra.

Em 25set70, voltou a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

***

A CCaç 2436 ficou inicialmente colocada em Bissau, substituindo a CCav 1650, ficando integrada no dispositivo do BCaç 1911, com vista à segurança e protecção das instalações e das populações da área.

Em 4dez68, foi substituída pela CArt 1689 e seguiu para Galomaro, tendo assumido temporariamente a responsabilidade do respectivo subsector, então criado na zona de acção do BCaç 2852.

Em 24dez68, foi substituída em Galomaro pela CCaç 2405 e foi colocada seguidamente em Contuboel, a fim de reforçar a guarnição local e assumir a função de subunidade de intervenção e reserva do sector, sob responsabilidade do seu batalhão, tendo tomado parte em patrulhamentos e acções nas regiões de
Quique e Caresse, entre outras e ainda na operação "Mabecos Bravios", do Agr 2957, de 2 a 7fev69.

Em 18fev69, com a saída da CCav 1748, assumiu a responsabilidade do subsector de Contuboel, com um pelotão destacado em Sare Bacar, ficando integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão.

Em 20abr70, por troca com a CCaç 2435, assumiu a responsabilidade do subsector de Fajonquito, com um pelotão destacado em Cambajú.

Em 13Ago70, foi rendida pela CArt 2742, mantendo entretanto dois pelotões em Fajoquinto até meados de Set70, para realização de patrulhamentos e acções nas regiões de Caresse e Quenható e seguiu, por fracções, para Bissau, onde permaneceu a fim de aguardar o embarque de regresso.

*** 

A CCaç 2437 ficou inicialmente colocada em Bissau, em reforço temporário do BCaç 1911, a fim de colaborar na segurança e protecção das instalações e das populações da área.

Em 4nov68, rendendo a CCaç 1690, assumiu a responsabilidade do subsector de Geba, com pelotões destacados em Cantacunda, Sare Banda e Sare Ganá, este até princípios de dez68, ficando integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão.

Em 13ago70, foi rendida pela CArt 2743, mantendo entretanto dois pelotões em Geba até à segunda semana de Set70, para realização de acções na região de Bucol-Mansaina e seguiu, por fracções, para Bissau, onde permaneceu a aguardar o embarque de regresso.

Observações: Tem História da Unidade (Caixa nº 111 - 2ª Div/4ª Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 121/123.

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Nota do editor:

Último poste da série > 17 de fevereiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25179: Fichas de unidade (34): CCAÇ 797 (Tite, São João e Nhacra, 1965/67)

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25404: No 25 de Abril de 1974 eu estava em... (30): Em Bolama, à espera do meu "periquito"... Embarquei nos TAM, em meados de maio, a expensas minhas (João Silva, ex-fur mil at inf, CCAV 3404, Cabuca; CCAÇ 12, Bambadinca e Xime; CIM, Bolama, 1972/74)



 a título póstumo, nº 866, desde 22 de outubro de 2022


1. Comentário de João Pedro Candeias da Silva (1950 - 2022), ex-Fur Mil At Inf, CCAV 3404 (Cabuca, 1972), CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1973) e CIM Bolama (1973/74), ao poste P 13078 (*):

Estava em Bolama no dia 25 do quatro (**)... e dias seguintes, onde pude aperceber-me da confusão, isto é, da falta de informação que chegava pelo menos aos furriéis.

Assim ficamos durante largos dias, vivendo de boatos, alguns mais tarde confirmados como a prisão do Comandante-Chefe.

Recordo que uns dias mais tarde, não é para rir, fomos informados pelo major Lima, uma bela peça, que poderíamos, se o quiséssemos, participar numa manifestação do PAIGC. 

Que me recorde,  tal sugestão não teve aderência.

Depois a bagunça que veio afectar os que,  como eu, aguardavam a chegada do periquito. Acabou por não chegar. A muito custo e depois de alguma insubordinação, lá fui para Bissau onde aguardei alguns dias no QG o embarque nos TAM.

No dia aprazado eu e muitos outros militares fomos informados de que não tínhamos lugar no avião porque este estava ocupado pelo pessoal da DGS (Direç ão-Geral de Segurança) e família. 

Eu,  mais dois furriéis, um deles de nome Spínola, fomos ao QG, e obtivemos uma autorização escrita do Major Freitas, responsável pelas companhias africanas, para regressarmos a Lisboa a extensas próprias, documento que ainda hoje tenho.

Fomos à TAP,  comprámos o bilhete e, no dia seguinte, já em meados de maio de 1974, aterrámos em Lisboa.

Penso não haver muitos militares que fizeram a viagem de regresso a sua casa pagando do seu bolso.

Foi a primeira benesse que o 25 de Abril me ofereceu.

João Silva ex-furriel mil, Ccav 3404, Cabuca, Ccaç 12, Bambadinca e Xime, CIM, Bolama.

2 de maio de 2014 às 15:45 (*)


2. Fichas de unidade > CIM - Centro de Instrução Militar

Identificação; CIM
Cmdt: Cap Inf José Manuel Severiano Teixeira
Cap Inf António Lopes de Figueiredo
Cap Inf António Ferreira Rodrigues Areia
Cap Inf Laurénio Felipe de Sousa Alves
Cap Inf António Feliciano Mota da Câmara Soares Tavares
Cap Inf João José Louro Rodrigues de Passos
Cap Inf Alcino Fernando Veiga dos Santos
Cap Inf António de Matos
Cap Art Samuel Matias do Amaral
Cap Inf Carlos Alberto Antunes Ferreira da Silva
Maj Cav Carlos Manuel de Azeredo Pinto Melo e Leme
Maj Inf Carlos Alberto Idães Soares Fabião
Maj Inf Fernando Jorge Belém Santana Guapo
Maj Cav José Luís Jordão de Ornelas Monteiro
TCor Inf Octávio Hugo de Almeida e Vasconcelos Pimentel
TCor Cav Raúl Augusto Paixão Ribeiro
Cor Inf Carlos Emiliano Fernandes

Divisa:

Início: Anterior a 1Jan61 | Extinção: 14Set74

Síntese da Actividade Operacional

Era uma unidade da guarnição normal, tendo sido criada inicialmente em
Bissau no aquartelamento de Santa Luzia, a partir de 17Mar59, com a finalidade
de ministrar instrução militar ao pessoal residente na Guiné e já recenseado
e com documentos de identificação nacionais. 

Inicialmente, com a designação Centro de Instrução de Civilizados, passou, a partir de 24Nov59, a ter a designação de Centro de Instrução Militar, ministrando também instrução a praças I(ndígenas).

Em 20Mai61, foi transferido para Bolama, tendo assumido a responsabilidade
do subsector respectivo, o qual englobava ainda as ilhas de Bijagós.

Para além da instrução básica e especial ministrada aos militares do
recenseamento local para formação de diversas especialidades, efectuou ainda a
IAO de unidades e subunidades metropolitanas, esta instrução especialmente a
 partir de meados de 1970, e estágios de Oficiais e Sargentos para enquadramento
de unidades africanas da guarnição normal. 

Efectuou também acções de patrulhamento e de contacto com as populações, garantindo ainda a segurança, protecção e controlo dos itinerários, dos aldeamentos e das populações, contribuindo para o seu desenvolvimento social, económico e cultural e superintendendo no funcionamento do Centro de Licenças de Bolama.

Em 14Set74, na sequência do plano de retracção do dispositivo e após
entrega do aquartelamento de Bolama ao PAIGC, o Centro foi desactivado e extinto.

Observações - Tem História da Unidade, referente a lJan72 a 30Jun74 (Caixa n.º 117 - 2ª Div/4ª  Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 683/684.
__________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 1 de maio de  2014 > Guiné 63/74 - P13078: O golpe militar de 26 de abril de 1974 no TO da Guiné: memorando dos acontecimentos, pelo cor inf António Vaz Antunes (1923-1998) (Fernando Vaz Antunes / Luís Gonçalves Vaz): Parte I

(**) Último poste da série > 14 d abril de 2024 > Guiné 61/74 - P25386: No 25 de abril de 1974 eu estava em... (29): Bissau, Depósito de Adidos, era oficial de justiça, na Secção de Justiça... e a viver com a minha mulher, em "segunda lua de mel"...( Joaquim Luis Fernandes, ex- alf mil, CCAÇ 3461/BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, 1973, e Depósito de Adidos, Brá, 1974)