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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25404: No 25 de Abril de 1974 eu estava em... (30): Em Bolama, à espera do meu "periquito"... Embarquei nos TAM, em meados de maio, a expensas minhas (João Silva, ex-fur mil at inf, CCAV 3404, Cabuca; CCAÇ 12, Bambadinca e Xime; CIM, Bolama, 1972/74)



 a título póstumo, nº 866, desde 22 de outubro de 2022


1. Comentário de João Pedro Candeias da Silva (1950 - 2022), ex-Fur Mil At Inf, CCAV 3404 (Cabuca, 1972), CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1973) e CIM Bolama (1973/74), ao poste P 13078 (*):

Estava em Bolama no dia 25 do quatro (**)... e dias seguintes, onde pude aperceber-me da confusão, isto é, da falta de informação que chegava pelo menos aos furriéis.

Assim ficamos durante largos dias, vivendo de boatos, alguns mais tarde confirmados como a prisão do Comandante-Chefe.

Recordo que uns dias mais tarde, não é para rir, fomos informados pelo major Lima, uma bela peça, que poderíamos, se o quiséssemos, participar numa manifestação do PAIGC. 

Que me recorde,  tal sugestão não teve aderência.

Depois a bagunça que veio afectar os que,  como eu, aguardavam a chegada do periquito. Acabou por não chegar. A muito custo e depois de alguma insubordinação, lá fui para Bissau onde aguardei alguns dias no QG o embarque nos TAM.

No dia aprazado eu e muitos outros militares fomos informados de que não tínhamos lugar no avião porque este estava ocupado pelo pessoal da DGS (Direç ão-Geral de Segurança) e família. 

Eu,  mais dois furriéis, um deles de nome Spínola, fomos ao QG, e obtivemos uma autorização escrita do Major Freitas, responsável pelas companhias africanas, para regressarmos a Lisboa a extensas próprias, documento que ainda hoje tenho.

Fomos à TAP,  comprámos o bilhete e, no dia seguinte, já em meados de maio de 1974, aterrámos em Lisboa.

Penso não haver muitos militares que fizeram a viagem de regresso a sua casa pagando do seu bolso.

Foi a primeira benesse que o 25 de Abril me ofereceu.

João Silva ex-furriel mil, Ccav 3404, Cabuca, Ccaç 12, Bambadinca e Xime, CIM, Bolama.

2 de maio de 2014 às 15:45 (*)


2. Fichas de unidade > CIM - Centro de Instrução Militar

Identificação; CIM
Cmdt: Cap Inf José Manuel Severiano Teixeira
Cap Inf António Lopes de Figueiredo
Cap Inf António Ferreira Rodrigues Areia
Cap Inf Laurénio Felipe de Sousa Alves
Cap Inf António Feliciano Mota da Câmara Soares Tavares
Cap Inf João José Louro Rodrigues de Passos
Cap Inf Alcino Fernando Veiga dos Santos
Cap Inf António de Matos
Cap Art Samuel Matias do Amaral
Cap Inf Carlos Alberto Antunes Ferreira da Silva
Maj Cav Carlos Manuel de Azeredo Pinto Melo e Leme
Maj Inf Carlos Alberto Idães Soares Fabião
Maj Inf Fernando Jorge Belém Santana Guapo
Maj Cav José Luís Jordão de Ornelas Monteiro
TCor Inf Octávio Hugo de Almeida e Vasconcelos Pimentel
TCor Cav Raúl Augusto Paixão Ribeiro
Cor Inf Carlos Emiliano Fernandes

Divisa:

Início: Anterior a 1Jan61 | Extinção: 14Set74

Síntese da Actividade Operacional

Era uma unidade da guarnição normal, tendo sido criada inicialmente em
Bissau no aquartelamento de Santa Luzia, a partir de 17Mar59, com a finalidade
de ministrar instrução militar ao pessoal residente na Guiné e já recenseado
e com documentos de identificação nacionais. 

Inicialmente, com a designação Centro de Instrução de Civilizados, passou, a partir de 24Nov59, a ter a designação de Centro de Instrução Militar, ministrando também instrução a praças I(ndígenas).

Em 20Mai61, foi transferido para Bolama, tendo assumido a responsabilidade
do subsector respectivo, o qual englobava ainda as ilhas de Bijagós.

Para além da instrução básica e especial ministrada aos militares do
recenseamento local para formação de diversas especialidades, efectuou ainda a
IAO de unidades e subunidades metropolitanas, esta instrução especialmente a
 partir de meados de 1970, e estágios de Oficiais e Sargentos para enquadramento
de unidades africanas da guarnição normal. 

Efectuou também acções de patrulhamento e de contacto com as populações, garantindo ainda a segurança, protecção e controlo dos itinerários, dos aldeamentos e das populações, contribuindo para o seu desenvolvimento social, económico e cultural e superintendendo no funcionamento do Centro de Licenças de Bolama.

Em 14Set74, na sequência do plano de retracção do dispositivo e após
entrega do aquartelamento de Bolama ao PAIGC, o Centro foi desactivado e extinto.

Observações - Tem História da Unidade, referente a lJan72 a 30Jun74 (Caixa n.º 117 - 2ª Div/4ª  Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 683/684.
__________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 1 de maio de  2014 > Guiné 63/74 - P13078: O golpe militar de 26 de abril de 1974 no TO da Guiné: memorando dos acontecimentos, pelo cor inf António Vaz Antunes (1923-1998) (Fernando Vaz Antunes / Luís Gonçalves Vaz): Parte I

(**) Último poste da série > 14 d abril de 2024 > Guiné 61/74 - P25386: No 25 de abril de 1974 eu estava em... (29): Bissau, Depósito de Adidos, era oficial de justiça, na Secção de Justiça... e a viver com a minha mulher, em "segunda lua de mel"...( Joaquim Luis Fernandes, ex- alf mil, CCAÇ 3461/BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, 1973, e Depósito de Adidos, Brá, 1974)

domingo, 14 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25386: No 25 de abril de 1974 eu estava em... (29): Bissau, Depósito de Adidos, era oficial de justiça, na Secção de Justiça... e a viver com a minha mulher, em "segunda lua de mel"...( Joaquim Luis Fernandes, ex- alf mil, CCAÇ 3461/BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, 1973, e Depósito de Adidos, Brá, 1974)


Joaquim Luís Fernandesnatural de Leiria, foi alf mil, CCAÇ 3461/BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, 1973, e Depósito de Adidos, Brá, 1974; é autor da série "Acordar memórias"; membro da Tabanca Grande desde 21 de junho de 2013; tem 23 referências no nosso blogue.



1. As histórias das nossas vidas... Pequenas, mas são nossas. Quando as nossas almas forem pesadas, no Juízo Final, que importam as boas obras, e sobretudo as grandiosas ?...Vão-nos dar cabo do juízo mas é com os pecados... mortais. 

Joaquim, onde é que tu estavas no 25 de Abril ? (*)  Cuidado com as más companhias... Ah!, estavas em Bissau, ao pé do grande amor da tua vida, a avó dos teus netos... Estás perdoado... E já agora os teus antigos camaradas do BCAÇ 3863 não terão vindo no T/T Niassa, mas nos TAM (Transportes Aéreos Miliyares), em 16 de dezembro de 1973...


No 25 de abril de 1974 eu estava em... (29): Bissau, no Depósito de Adidos, era oficial de justiça, na Secção de Justiça... e a viver com a minha mulher, em "segunda lua de mel"...( Joaquim Luis Fernandes, ex- alf mil,  CCAÇ 3461/BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, 1973, e Depósito de Adidos, Brá, 1974)

por Joaquim Luís Fernandes


Viva,  Luís Graça!

Só agora a responder à tua "trivial" questão: onde é que eu estava no 25 de Abril de 1974.(**)

A resposta é simples: estava em Bissau. Mas dito deste modo, a resposta que interesse tem?

E o que dizer mais, que suscite algum interesse?

Depois de no ano de 1973 ter estado em Teixeira Pinto, onde sofri e vi sofrer qb, de, apesar de tudo, reconhecer que era uma região pacífica quando comparada com outras, do Norte, Leste e Sul, mais próximas das fronteiras, com o aproximar do fim de comissão do BCAÇ 3863, onde estava integrado, apresentei um requerimento para que me fosse concedida a possibilidade de ficar integrado na Unidade que o iria render. O requerimento foi indeferido.

Interrogava-me então, sofrendo por antecipação, que sorte seria a minha, para que buraco me iriam mandar. Para alguma Companhia Africana?...

Em Dezembro de 1973, fui com o Batalhão para o Cumeré, onde o pessoal que tinha acabado a comissão aguardou o embarque para a Metrópole. Acompanhei os meus camaradas até ao navio Niassa (não recordo bem a data, dia 19 ou 20?) onde me despedi dos mais próximos.

E o meu destino imediato, foi apresentar-me no Depósito de Adidos em Brá, penso que a aguardar colocação.

E aconteceu, que por esses dias, tinha terminado a sua comissão nesta Unidade, o nosso camarada e amigo, Augusto Delfim Silva Santos, que prestava serviço na Secção de Justiça, criando aí uma vaga.

Pois foi precisamente essa vaga, penso eu, que me safou de pior destino. Fiquei colocado no Depósito de Adidos em Brá, na Secção de Justiça, como Oficial de Justiça.

E logo em eu, atirador de Infantaria, sem formação na área de Direito.

Mas a falta dessa formação académica, não me impediu de um bom desempenho nas funções em que fui incumbido, que mereceu um louvor do Comandante da Unidade, pelos bons serviços prestados nos Processos que me foram confiados.

E um convite para preencher o requerimento para a minha continuidade no Serviço Militar, que rejeitei.

Foi pois nestas funções e nesta Unidade, que vivi o 25 de Abril de 1974. Não recordo de nesse dia ter sabido do que se estava a passar em Lisboa.

A esse tempo, vivia com a minha mulher em Bissau e levava a vida de um casal em segunda "lua de mel". Estava demasiado concentrado na nossa vida a dois, para me dispersar em devaneios políticos.

Estes já tinha acontecido na minha mocidade, de adolescente e jovem, em formação de carácter, contra o Regime, opressor e caduco, de Salazar e Caetano.

Durante a Instrução Militar, sempre me associei com os camaradas que eram do "contra", cortando na casaca do Regime e da Instituição militar.

Também em Teixeira  Pinto, acompanhei os movimentos corporativos (mas também políticos) dos Oficiais do Quadro Permanente, que se manifestavam contra o Decreto Lei, que os prejudicava na promoção, sendo este o embrião do que viria a ser o Movimento do Capitães, do 25 de Abril de 1974.

Como sabemos, em Bissau, a "revolução" aconteceu em 26 de Abril de 1974. Do que se tornou visível e audível, lembro o movimento dos helicópteros, a baixa altitude sobre Bissau, em ações persuasivas sobre a cidade.

Não me embrenhei no que se estava a passar em Bissau e penso até que fiquei de noite no Quartel.

A minha mulher contou-me que ficou assustada com o movimento aéreo sobre a cidade e que estranhou que um Tenente, que morava em casa vizinha, viesse armado de G3 para casa, o que não era costume.

Sobre o que se seguiu a esse dia, mesmo não tendo retido tudo na memória, o que havia a contar não cabe neste comentário que já vai muito longo.

Abraços

JLFernandes



2. Ficha de unidade > Batalhão de Caçadores nº 3863

Identificação: BCaç 3863
Unidade Mob: RI 1 - Amadora
Cmdt: TCor Inf António Joaquim Correia
2.° Cmdt: Maj Inf Joaquim Abrantes Pereira de Albuquerque | Maj Inf João José Pires
OInfOp/Adj: Maj Inf João José Pires (acumulava)

Cmdts Comp:

CCS: Cap SGE Manuel Ferreira de Amorim
CCaç 3459: Cap Mil Inf António Mendes Robalo da Silva
Cap Mil Inf Joaquim Mendes Teixeira Ribeiro
CCaç 3460: Cap Mil InfFemando Manuel de Araújo Lacerda Morgado
CCaç 3461: Cap Inf Abílio Dias Afonso
Cap Mil Inf Aires da Silva Gouveia

Divisa: "Honra e Glória"
Partida: Embarque em 16Set71; desembarque em 22Set71 | Regresso: Embarque em 16Dez73

Síntese da Actividade Operacional

Após realização da IAO, de 27Set71 a 230ut71, no CIM, em Bolama, seguiu para o sector de Teixeira Pinto, em 240ut71, a fim de efectuar o treino operacional e a sobreposição com o BCaç 2905.

Em 24Nov71, assumiu a responsabilidade do referido Sector 05, com sede em Teixeira Pinto e abrangendo, então, apenas o subsector de Teixeira Pinto, com subunidades instaladas com as sedes em duas áreas diferentes, em Bassarel e Teixeira Pinto. 

Em 01Fev73, por transferência do CAOP 1 para outra área, o sector voltou a integrar os subsectores de Bachile e Cacheu. 

A partir de meados de Set73, as áreas de Teixeira Pinto e Bassarel foram individualizadas e
consideradas subsectores distintos. As suas subunidades mantiveram-se integradas
no dispositivo e manobra do batalhão, com excepção, inicialmente, da CCaç
3460.

Desenvolveu prioritariamente uma actividade de controlo, coordenação e segurança dos trabalhos dos reordenamentos das populações e sua promoção socioeconómica, a par de constante vigilância e acções de patrulhamento e segurança de itinerários tendentes a impedir eventuais acções inimigas sobre as populações e respectivos aldeamentos.

Dentre o material capturado mais significativo, refere-se 1 morteiro e 1 espingarda.

***

A CCaç 3459, após o treino operacional na regiao de Bachile desde 240ut71, seguiu, em 13Nov71, para Bassarel, a fim de render a CCaç 3327 e assumir a responsabilidade da referida área de Bassarel e dos destacamentos instalados nos reordenamentos de Chulame, Blequisse, Bajope e Binhante. 

Em 01Fev73, mantendo a sua sede em Bassarel, passou então a incluir os destacamentos
de Chulame e Churobrique.

Em 23Nov73, foi rendida no então subsector de Bassarel pela 3ª C/BCaç 4615/73 e recolheu a Bissau para o embarque de regresso.

***
A CCaç 3460 seguiu em 240ut71 para a região de Cacheu, a fim de efectuar o treino operacional e sobreposição com a CCaç 2659. 

Em 24Nov71, assumiu a responsabilidade do referido subsector de Cacheu, com um destacamento em Bianga, inicialmente na dependência do CAOP 1 e depois integrada
no seu batalhão.

Em 23Nov73, foi rendida pela 1ª C/BCaç 4615/73 e recolheu a Bissau para o embarque de regresso.

***
A CCaç 3461 seguiu em 240ut71 para Teixeira Pinto, a fim de efectuar o treino operacional, deslocando-se, em 12Nov71, para Carenque, a fim de efectuar a sobreposição com a CCaç 2660 e assumir a responsabilidade da área de Carenque, com pelotões destacados nos reordenamentos de Batucar e Caió, e outro em Teixeira Pinto. 

Em 01Fev73, a sede da subunidade foi transferida para Teixeira Pinto, onde assumiu a responsabilidade do respectivo subsector, agora com pelotões destacados em Carenque e Batucar.

Em 28Nov73, foi rendida n subsector de Teixeira Pinto pela 2ª C/BCaç 4615/73, tendo recolhido seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.
 
Observações - Tem História da Unidade (Caixa n.º 94 - 2ª Div/4ª." Sec, do AHM).

 Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 157/158.

_____________

Notas do editor:


(**) 12 de abril de 2024 > Guiné 61/74 - P25374: A 23ª hora: Memórias do consulado do Gen Bettencourt Rodrigues, Governador e Com-Chefe do CTIG (21 de setembro de 1973-26 de abril de 1974) - Parte XV: as ondas hertzianas também chegavam a Nhala, Gadamael, Pirada, Canquelifá...

segunda-feira, 25 de março de 2024

Guiné 61/74 - P25306: Tabanca Grande (555): ex-fur mil enf, CCAÇ 2658 / BCAÇ 2905 (Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate, Galomaro, Paunca, Mareué e Bissau, 1970/1971): senta-se à sombra do nosso poilão no lugar nº 885


Victor Jesus Carvalho, ex-fur mil enf, CCAÇ 2658 / BCAÇ 2905 
(Teixeira Pinto, Nhamate, Galomaro, Paunca, Bissau, 1969/71)... 
Membro da Tabanca da Linha, passa a integrar também 
a nossa Tabanca Grande, com o nº 885. 

Foto: Manuel Resende (2024)


Foto nº 1  > O  fur mil enf  Victor Carvalho exercendo 
as suas funções em Nhamate 


Foto nº 2 


Fotonº 3


Foto nº 4


Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8


Foto nº 9


Foto nº 10

Guiné > Região do Cacheu > CCAç 2658 > Nhamate > 1970 > Fotos diversas, sem legendagem > O aquartelamento de Nhamate tinha instalações precárias, o BENG 447 andava ainda a desmatar e a construir o aquartelamento. 

Fotos (e legendas): © Victir Carvalho (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar (Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O Victor Carvalho, com quem o nosso editor Luís Graça esteve no 55º almoço-convívio da Tabanca da Linha, em Algés, no passado dia 14, mostrou-nos um lote das suas fotos, algumas com fraca qualidade. Tirámos cópia, com a nossa máquina fotográfica, de um seleção daquelas que nos pareciam melhores. A legendagem tem que ser, oportunamente, completada.

Ficámos a saber que é natural de Peniche, morando em Linda-A-Velha. Ficámos  com o seu número de telemóvel e endereço de email. 

O nosso editor convidou-o  a integrar a nossa Tabanca Grande, o que ele de imediato aceitou. É visita regular dos convívios da Tabanca da Linha. Não tem página no Facebook.

Vai sentar-se à sombra do nosso poilão no lugar nº 885. 

Temos apenas 11 referências à CCAÇ 2658. O Rogério Ferreira, ex-fur mil at inf MA, era o único representante até agora desta subunidade (**)

Nhamate, subsetor do setor O1 (Bissorã ),  Zona Oeste,  também tem escassas referências (12) no nosso blogue.

De acordo com a "ficha de unidade", em 9 de março de 70, a CCÇ 2658 foi render a CCAÇ 13,  em Nhamate, passando a ter a responsabilidade desse subsetor.


Guiné > Região do Cacheu  > Binar > Nhamate > CCAÇ 13 > 1970 > Tratava-se de um reordenamento, tendo a população sido substraída ao controlo do PAIGC. As NT tiveram que construir um aquartelamento de raíz. Vivia-se em tendas e "buracos"...

"A nossa missão junto da população foi calma, em geral mostrou-se afável e colaborante, embora fosse clara a tristeza por abandonarem a sua antiga casa. Notou-se alguma influência da guerrilha, pois dois elementos da população (guerrilheiros?) chegaram a desafiar abertamente a nossa autoridade, um acabou por ser preso e o outro por ser morto, depois destes incidentes, as relações com a população foram sempre excelentes. Este reordenamento tinha não só o objectivo de retirar a população do controlo do PAIGC, mas também de reforçar a defesa nesta zona, dado que com os novos foguetões 122 mm, seria fácil à guerrilha atingir Bissau a partir daqui... " (Carlos Fortunato). 

Foto do álbum de  Adriano  Silva, ex-fur mil da CCaç 13 (Bissorã, 1969/71).

Foto (e legenda) : © Carlos Fortunato (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



2. Ficha de unidade > CCAÇ 2658 / BCAÇ  2905 

Identificação: BCaç 2905

Unidade Mob: RI 2 - Abrantes

Cmdt: TCor Inf Júlio Teófilo de Assunção Vila Verde | TCor Inf Alberto Alves Pinto Baptista
2.° Cmdt: Maj Inf Ernesto Farinha dos Santos Tavares
OInfOp/Adj: Maj Inf Noel da Silva Fernandes Aguiar

Cmdts Comp:

CCS: Cap SGE Albino Pedrosa Viana

CCaç 2658: Cap Mil Inf Hermenegildo Gomes Ribeiro

CCaç 2659: Cap Inf José Eduardo Miranda da Costa Moura

CCaç 2660: Cap Inf Luciano Ferreira Duarte

Divisa: "Firmes e Constantes"

Partida: Embarque em 3lJan70; desembarque em 06Fev70 | Regresso: Embarque em 02Dez71

Síntese da Actividade Operacional

Após sobreposição com o BCaç 2845, assumiu em 21Fev70 a responsabilidade do Sector 05, com sede em Teixeira Pinto e abrangendo os subsectores de Cacheu e Teixeira Pinto e a partir de 30Abr70 o subsector de Bachile, então criado. 

Em 28Jun71, os subsectores de Cacheu e Bachile foram retirados à sua zona de acção, passando ao Comando directo do CAOP I. 

Em 17 e 28Jun71 foram sucessivamente instaladas novas subunidades respectivamente em Bassarel e Carenque, e ainda em Chulame, este apenas de 26Jun71 a 20Ag071, então incluídas no subsector de Teixeira Pinto.

Desenvolveu intensa actividade operacional de patrulhamento, reconhecimentos, escoltas e de controlo e segurança dos itinerários, colaborando e fornecendo, ainda, todo o apoio logístico e administrativo à actividade operacional do CAOP (depois CAOP 1) e tendo como missão prioritária a orientação, coodenação e segurança dos reordenamentos das populações a sul do rio Costa (Pelundo) e a sua promoção económico-cultural.

Em 24Nov71, foi rendido no Sector 05 pelo BCaç 3863 e recolheu, seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.
***

A CCaç 2658 seguiu em 13Fev70 para Teixeira Pinto e dois pelotões para Bachile, a fim de efectuar o treino operacional e a sobreposição com a CCaç 2572 até 28Fev70, após o que substituíu aquela subunidade na missão de reforço do sector do seu batalhão.

Entretanto, em 09Mar70, foi substituída pela CCaç 16 e foi deslocada para Nhamate a fim de render a CCaç 13. 

Em 14Mar70, assumiu a responsabilidade do respectivo subsector de Nhamate, com dois pelotões destacados em Manga e ficando integrada no dispositivo e manobra do BCaç 2861, com vista à execução dos trabalhos de reordenamento das populações daquela área.

Em 18Jun70, foi substituída pela CCaç 2529 e seguiu em 22Jun70 para a zona Leste, a fim de reforçar os efectivos do Agr 2957, instalando-se em Galomaro e com três pelotões destacados em Paúnca, estes em reforço do COT 1, a partir de 23Jun70.

 Em 26Ju170, instalou-se em Paúnca, com destacamentos em Paiama e Saré Abdulai, ficando então na totalidade em reforço do COT 1.

Após deslocamento prévio de pelotões para Mareué, em 17Dez70 e meados de Jan71, assumiu, em 01Fev71, a responsabilidade do subsector de Mareué, então criado na zona de acção do BCaç 2893, mantendo, no entanto, dois
pelotões em Paiama até meados de Mai71 e depois apenas um até Jun71.

Após deslocamento, em 18Ago71, de dois pelotões para Bissau, foi rendida pela CCav 3405, em 05Set71, tendo seguido, em 08Set71, para Bissau, a fim de substituir a CCaç 2724 no subsector de Brá, ficando na dependência do COMBIS, com vista a garantir a segurança e protecção das instalações e das populações da área.

Em 23Nov71, foi rendida pela CCav 2765 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n.º  112 - 2.ª Div/4.ª Sec, do AHM).

 Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 141/142

________________

Notas do editor

(*) Vd. postes de 


6 de janeiro de  2024 > Guiné 61/74 - P25040: Tabanca Grande (554): Alberto Pires, "Teco", natural de Angola, ex-fur mil da CCAÇ 726 (Guileje, out 64/ jul 1966): passa a sentar-se à sombra do nosso poilão, no lugar n.º 883

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Guiné 61/74 - P25179: Fichas de unidade (34 ): CCAÇ 797 (Tite, São João e Nhacra, 1965/67)

 

Guião da CCÇ 797 (Tite, São João e Nhacra, 1965/67) (Cortesia: Coleção Carlos Coutinho, 2009)


1. Não temos cópia da história da CCAÇ 797, uma subunidade que foi comandada pelo ex-cap inf Carlos Fabião (1930-2006) e a que pertenceu, entre outros,  o nosso "brasileiro de Cinfães", o ex-1º cabo radiolegrafista Nicolau Esteves (*). 

Isso não nos impede de saber um pouco mais das suas andanças na Guiné, entre abril de 1965 e janeiro de 1967.  Atuou sobretudo na região de Quínara (Sector Sul 1, S1, Tite).

Há algunas referências no livro da CECA (2014) sobre a atividade operacional desta companhia, sempre no Sector S1, Tite. Aqui vão:

  • 9Mai65 - Op Ivo

No dia 9Mai65, na operação "Ivo", forças da CCav 677 e CCaç 797 destruíram um acampamento com dois grupos de casas, em Aldeia Nova e em Gambinta, onde sofreram uma emboscada.

Foi capturada 1 granada de mão, várias munições e documentos. 

No dia seguinte surpreenderam um grupo lN em Flaque Intela, causando-lhe baixas não estimadas e capturando várias granadas de mão.

 As NT foram flageladas em Feninque e Biogate (CECA, 2014, pág. 312).

  • 29Mai65 - Golpe de mão a leste de Saliquinhe

(...) Em 29Mai, forças da CCaç 797 efectuaram um golpe de mão a leste de Saliquinhe, tendo destruído 5 casas que aparentavam ser local de reabastecimento do lN, pois continham grandes quantidades de arroz, "vinho" de cajú, medicamentos, camas novas, mosquiteiros, colchões de palha e almofadas

Foram detidos 61 nativos que anteriormente residiam na tabanca Gã Sene. (...)

  •  6Jun65 - Golpe de mão a norte de Jufá

(...) Em 6Jun65, forças da CCaç 797, durante um golpe de mão, destruíram um acampamento a norte de Jufá; o lN sofreu 2 mortos e foram capturadas 11 espingardas, 1 pistola metralhadora e outro material de guerra. (CECA, 2014, pág. 313).

  • 14Dez65 - Op Onça na península de Gampará

(...) Em 14Dez65, o BCaç 1860, através das CCaç 797 e CCaç 1420, realizou a operação "Onça", na península do Gampará.

O lN opôs resistência durante o desembarque das forças da CCaç 797 em Ganquecuta; emboscou por 2 vezes as mesmas forças na região de Gambachicha, causando 3 feridos e flagelou forças da CCaç 1420, perto de Tumaná, sofrendo 5 mortos.

 As NT fizeram 10 prisioneiros e capturaram 1 espingarda (CECA, 2014, pág. 324).

9-10Jan66 - Op Orfeu, golpe de mão a sul de Fulacunda

 Forças da CCaç 797(-) e da CCaç 1487(-) executaram um golpe de mão sobre o acampamento ln localizado a sul de Fulacunda.

O acampamento era constituído por 15 casas de mato que foram destruídas.

Foi feito 1 ferido ao lN e capturado 1 lança-granadas foguete, 3 espingardas e 1 pistola, além de documentos e outro material (CECA; 2014, pág, 387).

Fonte: CECA (2014, pág. 389)


  • 10Fev66 - Op  Osso em JUfá

 Esta operação foi realizada por forças das CCav 677(-), CCaç 797, CCaç 1487(-) e CPara(-). )

Foi destruída a tabanca de Jufa e capturada 1 pistola metralhadora, munições e material diverso.

Também aniquilado acampamento em Flaque Sunha e destruída grande quantidade de arroz; capturados documentos, munições e 1 pistola metralhadora. Destroçados acampamentos em Bissilão e Flaque Cibe. Feitos 10 prisioneiros e 6 mortos ao lN (CECQA, 2014, pág. 392)

30Mar66 - Op Narceja

(...) Forças das CCav 677(-), CCaç 797, CCaç 1487 e 2 GCmds "Os Apaches" e "Os Vampiros", realizaram uma batida na região de Gã Formoso e Ganduá Porto.

Na região de Gã Formoso, foram derrubados 3 acampamentos; causado ao l N 4 mortos e aprisionado 1. 

As NT apreenderam 10  espingardas e material diverso, tendo destruído grande quantidadede arroz. Destruído 1 acampamento em Bedeta, causado ao lN 1 morto e capturada 1 espingarda e outro material.

 As NT sofreram 7 feridos (CECA, 2014, pp. 392/393)

  • 25Mai66 - Op Quezília

(...) Esta operação teve por objectivo uma batida às matas de Aldeia Nova, Vanandim, Gã Saúde, Louvado e Bila. Foi efectuada por forças da CCaç 1549 (-), 1 GComb/CCaç 797, 1 GComb/CCaç 1487 e 1 GComb/CCaç 1499.

As forças destruíram dois acampamentos e duas tabancas lN, capturando material, munições e documentos diversos. Foram destruídas grandes quantidades de arroz, chabéu", óleo de palma,gado e vários utensílios domésticos e recuperados 20 elementos da população das tabancas de Louvado e Bila. As NT causaram ao ln 3 mortos e várias baixas prováveis. (CECA, 2014, pág. 402)

(...) O conjunto de operações mais interessantes do período foi realizadono o Sector SI e correspondeu à batida sucessiva dos compartimentos de terreno a leste do rio Louvado

Da Op Osso, em que se procedeu à destruição extensiva dos recursos lN, resultou a diminuição do número de flagelações a Jabadá e na bolanha do rio Louvado. As operações Nebri e Narceja realizadas mais a leste foram caracterizadas por incidentes que obrigaram a uma constante adaptação do planeamento à evolução da situação; os resultados da última operação foram particularmente prejudicados quando, num golpe de sorte, o lN conseguiu imobilizar um helicóptero na zona de acção.

Foram alteradas as missões das Unidades para se garantir a protecção da aeronave, verificando-se uma excelente colaboração dos elementos dos três ramos das Forças Armadas que participaram no incidente. (CECA, 2014, pág. 397)

Anexo n° 1 - Ordem de Batalha - 1 de Julho de 1965 (CECA, 2014, pág. 347)

(...) c. Agrupamento 17 (CECA; 2014, pág. 353)

(1) Comando - Zona Sul Bolama

(2) BCAÇ 599

- Comando - Sector Sl Tite

- CArt 565 Fulacunda

- CCav 677 (-) S. João

- 1 Sec/CCav 677 Ilha das Galinhas

- CCaç 797 (-) Tite | - 1 Pel/CCaç 797 Enxudé

- C I M Bolama

- 1 Pel CIM Ilha das Cobras

- Pel Caç 955 Jabadá

- Pel Mort 912 (-) Jabadá

- 1 Sec/Pel Mort 912 no Sector do BCaç 619

- Pel AMetr "Daimler" 807 (-) Tite

- 2 AMetr do Pel AMetr "Daimler" 807 Jabadá (...) 

Anexo n° 3 - Ordem de Batalha - 1 de Julho de 1966 (CECA, 2014, pág, 463)

(...) Agrupamento 1975 - Comando Zona Sul  (CECA, 2014, pág. 472)

(...) • BCAÇ 1876 (CECA, 2014, pp. 475/476)

- Comando - Sector B Bissau

- CCaç 1488(-) Quinhámel

- 1 Pel Ilondé

- 1 Sec(+) Orne

- 1 Sec P.Vicente da Mata

- CCaç 1565 Bissau

- CCaç 728 Bissau

- CCaç 797(-) Nhacra  | - 1 Pel Safim | - 1 Sec(+) Ponte de Ensalmá | - 1 Sec(+) João Landim

- Pel Mort 1087 Bissau

- Pel AMetr "Daimler" 997(-) Bissau

- 2 AMetr na BA 12

- Comp Milícia 1O(-) Safim

- 1 Pel Nhacra (...) 

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 6º volume:  aspectos da actividade operacionaç Tomo II: Guiné, Livro I. Lisboa: 2014. pp. 314/316.
______________

2. Ficha de unidade > Companhia de Caçadores n.º 797


Identificação: CCaç 797
Unidade Mob: RI 1 - Amadora
Cmdt: Cap Inf Carlos Alberto Idães Soares Fabião
Divisa: -
Partida: Embarque em 23Abr65; desembarque em 28Abr65 | Regresso: Embarque em 19Jan67

Síntese da Atividade Operacional

Após o desembarque, seguiu imediatamente para Tite, onde substituíu a CCaç 423, em 29Abr65, ficando com a missão de intervenção e reserva do BCaç 599 e depois do BCaç 1860 e guarnecendo com um pelotão o destacamento de Enxudé

Na função de intervenção, tomou parte em diversas operações efectuadas no sector, de que se destacam as acções nas regiões de Gã Saúde e Jufá, em que capturou 2 metralhadoras e 14 espingardas e nas regiões de Bissa0lão, Gampari e Gã Formoso.

Em 20 e 26Abr66, por troca por fracções com a CCav 677, foi colocada em S. João mantendo o pelotão de Enxudé e destacando ainda um pelotão para Jabadá, de 13Mai66 até 30Mai66. 

Em 30Mai66 e 03Jun66, foi rendida pela  CCaç 1566, por fracções, deslocando-se então para Nhacra.

Em 6Jun66, assumiu a responsabilidade do subsector de Nhacra, com destacamentos em Sanfim e João Landim, rendendo a CCav 1484 e ficando integrada no dispositivo e manobra do BCaç 1876, com vista à segurança e protecção das instalações e das populações da área.

Em 16Jan67, foi rendida no subsector de Nhacra pela CCaç 1487, a fim de efectuar o embarque de regresso.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n.º 94 - 2ª Div/4ª Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pág. 339
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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:


16 de fevereiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25175: Faceboook...ando (51): seleção do álbum fotográfico de Nicolau Esteves, o "brasileiro de Cinfães", ex-1º cabo radiotelegrafista, CCAÇ 797 (Tite, São João e Nhacra, 1965/67) - II (e última)

(**) Último poste da série > 11 de janeiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25056: Fichas de unidade (33): BCAÇ 3883 (Piche, 1972/74), CCAÇ 3544 (Buruntuma), CCAÇ 3545 (Canquelifá) e CCAÇ 3546 (Piche)

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Guiné 61/74 - P25177: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Anexos: II. Comandos Africanos: breve cronologia.

 

Capa do livro "Guineense, Comando, Português: I Volume: Comandos Africanos, 1964 - 1974" (Lisboa, Associação de Comandos, 2010, 229 pp, il., edição esgotada) 




O autor, em Bafatá, sua terra natal, por volta de meados de 1966.
(Foto reproduzida no livro, na pág. 149)


1. Ainda com base no manuscrito, digitalizado, do livro do Amadu Bailo Djaló, "Guineense, Comando, Português: I Volume: Comandos Africanos, 1964 - 1974" (Lisboa, Associação de Comandos, 2010, 229 pp, il., edição esgotada) (*), vamos publicar os "Anexos" (pp. 287-299).

O nosso camarada e amigo Virgínio Briote, o editor literário ou "copydesk" desta obra , facultou-nos uma cópia digital. (O Virgínio, com a sua santa paciência e a sua grande generosidade, gastou mais de um ano a ajudar o Amadu a pòr as suas memórias direitinhas em formato word, a pedido da Associação dos Comandos, a quem, de resto, manifestamos também o nosso apreço e gratidão...).

O Amadu Djaló, membro da Tabanca Grande, desde 2010, tem mais  de 120 referências no nosso blogue. Tinha um 2º volume em preparação, que a doença e a morte não lhe permitaram ultimar. As folhas manuscritaas foram entregues ao Virgínio Briote com a autorização para as transcrever (e eventualmente publicar no nosso blogue). Desconhecemos o seu conteúdo, mas já incentivámos o nosso coeditor jubilado a fazer um derradeiro esforço para transcrever, em word, o manuscrito do II volume (que ficou incompleto). E ele prometei-nos que ia começar a fazê-lo, "para a semana"...

Anexos


II. Comandos Africanos: breve cronologia (pp. 288/289)

  • 23Abr69:

despacho do Governador e Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné, Brigadeiro António de Spínola, determinando a selecção de militares destinados à formação de quadros destinados à Companhia de Comandos a organizar oportunamente e constituídos na sua totalidade por elementos guineenses;

  • 14Jul69:

início do estágio de instrução de quadros para a futura Companhia de Comandos Africana, a cargo da 15ª CCmds (Capitães Garcia Lopes e Barbosa Henriques).

  • 6Set69:
final do estágio de instrução;

  • 5Dez69:

colocação na CCmds Africana de 1ºs  cabos milicianos do recrutamento da Guiné, do 1º Curso de Sargentos Milicianos efectuado em Fá Mandinga, sob a responsabilidade da 15ª CCmds;
  • 5Jan70:

início da recruta de militares do 1º turno de 1969 e dos voluntários para a formação da 1ª CCmds Africana, a iniciar em 14 de Fevereiro de 1970 (em Fá Mandinga, Sector L1, Bambadinca);
  • 13Fev70:

cerimónia de graduação de oficiais e sargentos que foram integrar a CCmds Africana;

  • 14Fev70:

início da 1ª fase do curso de Comandos;

  • 21Jun / 15Jul70:

treino operacional na região de Bajocunda;

  • 15Jul70:

fim do curso em Fá Mandinga e constituição da 1ª CCmds Africana, comandada pelo Tenente Graduado João Bacar Jaló, tendo como supervisor o Major Comando Leal de Almeida; colocada em Fá Mandinga, ficou como unidade de intervenção e reserva do Com-Chefe; a partir desta data, manteve-se em reforço do COT 1, em face do aumento da pressão IN. na área, até finais de Set70, tendo recolhido depois a Fá;

  • 30out-7nov70:

foi atribuída como reforço ao sector L1 (Bambadincva), efectua operações no Enxalé;

  •  21/22 Nov70:

operação “Mar Verde”, Conakry.

  • princípios de Dez70 / finais de Jan/71:

destacou 3 pelotões para reforço temporário das guarniçõe de Gadamael e Guileje;

  • de fevereiro a meados de Julho de 1971:

reforço a outros sectores, fez operações  nas zonas de Nova Sintra, Brandão, Jabadá e Bissássema;

  • 12Jun/20Set71:

2º curso de Comandos Africanos; c onstituição da 2ª CCmds Africana e recompletamento da 1ª CCmds; nomeados supervisores da 2ª e 1ª CCmds Africanas os Capitães Comandos Miquelina Simões e Ferreira da Silva.


  • de finais de Julho até Agosto de 1971,

a 1ª CCmdfs esteve em Bolama para recuperação, deslocando-se depois pra Brá, Bissau, nas instalações do futur0 BCmds da Guiné:

  • 30Nov71:

criado o Destacamento de Unidades de Comandos em Brá, sob o comando do Major Leal de Almeida, sendo 2º Comandante o Capitão Miquelina Simões, acumulando com o cargo de supervisor da 2ª CCmds Africana;

  • Out71/set72
a 1ª e a 2ª CCmds Africanos participam, em conjunto,  em ações em Candocea Beafaa (6Out71), Choquemone (18-12Out71), Tancroal (29Out/1Nov71),MOrés (20/24Dez71 e 7-12Fev72),Gussará-Tambicoó (30Mai-3Jun72),pensínsula de Gampará (11-15Nov71 e 24/28Nov71), Caboiana-Churo(28Ab-1Mai72, 26/28JJun72,19/21Dez72) e na região de Salancaur-Unal-Guileje (28Mar-8Abr72).

  • 30Jun/30Set72:

3º curso de Comandos Africanos em Fá Mandinga, destinado à formação da 3ª CCmds;

  • 29Set72:

extinção do Destacamento de Unidades de Comandos;

2Nov72:

nomeação do Comandante e 2º Comandante do BCmds da Guiné, respectivamente o Major Comando Almeida Bruno e Capitão Comando Raul Folques, tendo como supervisores os Capitães Comandos Baptista da Silva da 1ª CCmds, Miquelina Simões da 2ª, Baptista Serra, da 3ª e Matos Gomes da 1ª CCmds.
  • 3Nov72:

cerimónia da constituição do Batalhão de Comandos da Guiné, com a presença do Governador e Comandante-Chefe, onde foram entregues os crachás aos novos Comandos, graduados oficiais e sargentos e entregues os guiões à 3ª CCmds e ao Batalhão de Comandos da Guiné;

  • 1Abr73:

extintas as equipas de supervisão.

  • 30Mai73:

nomeação de uma equipa do BCmds para representarem as Tropas Africanas do CTIG na exposição “Paz e Progresso”, realizada em Lisboa, entre 10 e 24 de Junho de 1973;

  •  29Jun73:

comemorado pela 1ª vez na Guiné o “Dia do Comando”, com a presença do General Comandante-Chefe e de todos os Comandantes, Directores e Chefes da Armada, Exército e Força Aérea: nesta cerimónia, os Comandos do 4º curso juraram Bandeira e receberam os crachás e foram graduados novos oficiais e sargentos; o comando do Batalhão de Comandos da Guiné foi entregue ao Major Raul Folques.

  • 1Mar/29Jun73:

4º curso de Comandos;

  • 15Nov73/31Jan74:

5º curso de Comandos;

  • 7/Set974
extinção do BCMds da Guiné.



Guiné > Brá > 1973 > O furriel graduado 'comando' Cicri Vieira a cumprimentar o Major Raul Folques, comandante do Batalhão de Comandos da Guiné (no período de 28jul73 a 30abr74) (O major Raul Folques sucedeu ao major Almeida Bruno). (Foto publicada no livro do Amadu Djalõ, na pág. 197).





Lisboa >  2009 >  Da esquerda para a direita, o cor inf 'comando' ref Raul Folques e o ten general 'comando' ref Almeida Bruno (os dois primeiros comandantes do Batalhão de Comandos da Guiné, e ambos Torre e Espada) e o saudoso grã-tabanqueiro Amadu Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015).

Foto (e legenda): © Virgínio Briote (2015). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Fichas de unidade (CECA, 2002)


Batalhão de Comandos da Guiné

Identificação: BCmds

Crndt: Maj Cav Cmd João de Almeida Bruno | Maj Inf Cmd Raul Miguel Socorro Folgues | Maj Inf Cmd Florindo Eugénio Batista Morais

2º Crndt: Cap Inf Cmd Raul Miguel Socorro Folgues | Cap Inf Cmd João Batista Serra | Cap Cav Cmd Carlos Manuel Serpa de Matos Gomes | Cap Art Cmd José Castelo Glória Alves

Início: 02Nov72 | Extinção: 07Set74

Síntese da Actividade Operacional

A unidade foi criada, a título provisório, em 2Nov72, a fim de integrar as subunidades de Comandos da Metrópole em actuação na Guiné e também as CCmds Africanas, passando a superintende no seu emprego operacional e no seu apoio administrativo e logístico.

Em 1Abr73, o BCmds foi criado a título definitivo, tendo a sua organização sido aprovada por despacho de 21Fev73 do ministro do Exército..

Desenvolveu intensa actividade operacional, efectuando diversas operações independentes em áreas de intervenção do Comando-Chefe ou em coordenação com os batalhões dos diferentes sectores onde as suas forças foram utilizadas, nomeadamente nas regiões de Cantanhez (operação "Falcão Dourado", de 15 a 19Jan73, e operação "Kangurú Indisposto", de 21 a 23 Mar73); de Morés (operação "Topázio Cantante", de 25 a 27Jan73); de Changalana-Sara (operação "Esmeralda Negra", de 13 a j 6Fev73); de Morés e Cubonge (operação "Empresa Titânica'', de 27Fev73 a 0IMar73); de Samoge-Guidage (operação "Ametista Real", em 20 e 2IMai73); de Caboiana (operação "Malaquite Utópica", de 21 a 22 Jul73 e operação "Gema Opalina", de 24 a 27Set73); de Choquernone (operação "Milho Verde/2", de 14 a 17Fev74); de Biambifoi (operação "Seara Encantada", de 22 a 26Fev74) e de Canguelifá (operação "Neve Gelada", de 21 a 23Mar74), entre outras. As suas subunidades, em especial as metropolitanas, foram ainda atribuídas em reforço de outros batalhões, por períodos variáveis, para intervenção em operações específicas ou reforço continuado do respectivo sector.

Das operações efectuadas, refere-se especialmente a operação "Ametista Real", efectuada de 17 a 20Mai73, em que, tendo sofrido 14 mortos e 25 feridos graves, provocou ao inimigo 67 mortos e muitos feridos, destruindo ainda 2 metralhadoras antiaéreas e 22 depósitos de armamento e munições com 300 espingardas, 112 pistolas-metralhadoras, 100 metralhadores ligeiras, 11 morteiros, 14 canhões sem recuo, 588 lança-granadas foguete, 21 rampas de foguetão 122, 1785 munições de armas pesadas, 53 foguetões de 122,905 minas e 50.000 munições de armas ligeiras.

Destacou-se também, pela oportunidade da intervenção e captura de 3 morteiros 120,367 granadas de morteiro, 1 lança granadas foguete e 2 espingardas e 26 mortos causados ao inimigo, a acção sobre a base de fogos que atacava Canquelifá, em 21Mar74.

Em 20Ag074, as três subunidades de pessoal africano foram desarmadas, tendo passado os seus efectivos à disponibilidade.

Em 7Set74, o batalhão foi desactivado e exinto.

Observações - Não tem História da Unidade.

CECA (2002), pp. 646/647

1ª Companhia de Comandos Africanos

Identificação:  1ª CCmdsAfr

Crndt: Cap Grad Cmd João Bacar Jaló |Ten Grad Cmd Abdulai Queta Jamanca | Ten Grad Cmd Cicri Marques Vieira | Cap Grad Cmd Zacarias Saiegh

Início: 9Ju169 | Extinção: 7Set74

Síntese da Actividade Operacional

Foi organizada em Fá Mandinga a partir de 09Ju169, exclusivamente com pessoal natural da Guiné e foi formada com base em anteriores Grupos de Comandos existentes junto dos batalhões, tendo iniciado a sua instrução em 6Fev70 e efectuado o juramento de bandeira em 26Abr70.

A subunidade ficou colocada com a sede em Fá Mandinga, com a missão de intervenção e reserva do Comando-Chefe, após ter terminado o seu treino operacional na região de Bajocunda, de 2IJun70 a 15Ju170, e onde, seguidamente, se manteve em reforço do COT 1, em face do aumento da pressão
inimiga na área, até finais de Set70, tendo então recolhido a Fá Mandinga.

A partir de 300ut70, foi atribuída em reforço de vários sectores, tendo tomado parte em operações nas regiões de Enxalé, de 300ut70 a 07Nov70, na zona de acção do BArt 2927; de Nova Sintra, Brandão, Jabadá e Bissássema, de Fev71 a meados de Julho71, em reforço do BArt 2924. 

Tomou ainda parte na operação "Mar Verde", em 21 e 22Nov70, em acção sobre Conacri e destacou três pelotões para reforço temporário das guarnições de Gadamael e Guileje, de princípios de Dez70 a finais de Jan71.

Em finais de Ju171, seguiu de Tite para Bolama, para um curto período de descanso e recuperação, tendo, em meados de Ago71, passado a ficar instalada em Brá (Bissau), nas instalações do futuro BCmds.

Seguidamente, passou a efectuar operações conjuntas com a 2ª CCmds Afr, em regiões diversas, nomeadamente nas regiões de Cancodeá Beafada, em 60ut71; do Choquemone, de 18 a 220ut71; de Tancroal, de 290ut71 a 1Nov71; do Morés, de 20 a 24Dez71 e de 7 a 12Fev72; de Gussará-Tambicó, de 30Mai72 a 3Jun72 e ainda as operações preparatórias e de consolidação da instalação do COP 7 na pensínsula de Gampará (operação "Satélite Dourado", de 11 a 15Nov71 e a operação Pérola Amarela", de 24 a 28Nov71). 

Tomou também parte em operações desenvolvidas pelo CAOP 1, na região de Caboiana-
-Churo, de 28Abr71 a 1Mai72, de 26 a 28Jun72 e de 19 a 21Dez72 e pelo COP 4, na região de Salancaúr-Unal-Guileje, de 28Mar72 a 08Abr72.

Em 2Nov72, foi integrada no BCmds, então criado, tendo tomado parte em todas as operações planeadas e comandadas por este e tendo ainda sido atribuída algumas vezes para realização de operações desenvolvidas pelos sectores ou comandos equivalentes.

A 1ª CCmdsAfr foi desactivada e extinta em 7Set74, com as restantes forças do BCmds.

Observações - Não tem História da Unidade.

CECA (2002), pp. 648/649

2ª Companhia de Comandos Africanos

Identificação 2.a CCmdsAfr
Cmdt: Ten Grad Cmd Mamadu Saliu Bari | Ten Grad Cmd Adriano Sisseco | Ten Grad Cmd Armando Carolino Barbosa
Início: 15Abr71 | Extinção: 7Set74

Síntese da Actividade Operacional

Foi organizada e instruída em Fá Mandinga a partir de 15Abr71 exclusivamente com pessoal africano natural da Guiné e foi formada com base em anterior Grupos de Comandos existentes junto dos batalhões e com graduados vindos da 1ª CCmds Afr, tendo realizado o treino operacional de 28Ag071 a 23Set71, o qual incluiu a participação em operações realizadas nas regiões de Sancorlá-Cossarandim e Ponta Varela, no sector do BArt 2917.

A subunidade ficou colocada em Fá Mandinga, com a função de intervenção e reserva do Comando-Chefe, tendo sido atribuída inicialmente ao BArt 2917, com vista à realização de operações nas regiões de Malafo-Enxalé, em 10/11Set71 e Gã Júlio, de 2 a 40ut71.

Em meados de Out71, passou a ficar instalada em Brá (Bissau) nas instalações do futuro BCmds, em conjunto com a 1ª CCmds Africana com a qual passou a tomar parte em operações realizadas em regiões diversas, nomeadamente nas regiões de Cancodeá Beafada, em 60ut71; do Choquemone, de18 a 220ut71; de Tancroal, de 290ut71 a 01Nov71; do Morés, de 20 a 24Dez71 e de 7 a l2Fev72; de Gussará-Tambicó, de 30Mai72 a 03Jun72 e ainda as operações preparatórias e de consolidação da instalação do COP 7 na península de Gampará (operação "Satélite Dourado", de l l a 15Nov71 e
operação "Pérola Amarela", de 24 a 28Nov71.

Tomou também parte em operações desenvolvidas pelo CAOP 1 na região de Caboiana-Churo, de 28Abr71 a IMai72, de 26 a 28Jun72 e de 19 a 21Dez72 e pelo COP 4, de 28Mar72 a 08Abr72. 

Realizou ainda operações em diversas zonas de acção, nomeadamente na região de Suarecunda, em 17Jan72 e de 18 a 21Mai72, no sector do BCaç 3832 e de Sare Bacar, em 06Mai72, no sector do BCav 3864, entre outras.

Em 2Nov72, foi integrada no BCmds, então criado, tendo tomado parte em toda as operações planeadas e comandadas por este batalhão e tendo ainda sido atribuída algumas vezes para realização de operações desenvolvidas pelos sectores ou comandos equivalentes.

A 2ª CCmds Afr foi desactivada e extinta em 07Set74, com as restantes forças do BCmds.

Observações - Não tem História da Unidade.

CECA (2002), pp. 650/51

3ª Companhia de Comandos Africanos

Identificação: 3ª  CCmds Afr

Crndt: Alf Grad Cmd António Jalibá Gomes |  Ten Grad Cmd Bacar Djassi | Alf Grad Cmd Aliú Fada Candé | Alf Grad Cmd Malan Baldé

Início: 14Abr72 | Extinção: 07Set74

Síntese da Actividade Operacional

Foi organizada e instruída em Fá Mandinga a partir de 14Abr72 até 16Set72, para concretização do despacho de 3Mar72 do CCFAG, sendo constituída exclusivamente com pessoal africano natural da Guiné, recrutado nas subunidades africanas da organização territorial e das subunidades de milícias e com graduados vindos das anteriores CCmds Afr, tendo a imposição das insígnias de "comando" sido efectuada na cerimónia de criação do BCmds, em 2Nov72.

Em 2Nov72, foi integrada no BCmds, então criado, ficando instalada em Brá (Bissau) e tomando parte nas operações planeadas e comandadas por aquele batalhão. Algumas vezes foi atribuída para realização de operações desenvolvidas por sectores ou comandos equivalentes, nomeadamente na região de CampadaJ Barraca Banana, em 4Dez72, no sector do BCav 3846.

A 3ª CCmds Afr foi desactivada e extinta em 7Set74, com as restantes forças do BCmds.

Observações -  Não tem História da Unidade.

CECA (2002), pág. 652

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pp. 648/652.
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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Guiné 61/74 - P25173: Faceboook...ando (50): seleção do álbum fotográfico de Nicolau Esteves, o "brasileiro de Cinfães", ex-1º cabo radiotelegrafista, CCAÇ 797 (Tite, São João e Nhacra, 1965/67) - Parte I

 

Foto nº 1 > Cartão de Boas Festas e Feliz Ano Novo.  Ao canto superior direito o brasão da CCAÇ 797. Na foto, o 1º caboradiotelegrafista Esteves a escrever para a famíçia e amigos. Local: tudo indica que seja Tite (onde a companhia esteve cerca de um ano, até abril de 1966). 


Foto nº 2 >  o 1º cabo radiotelegrafista Esteves lendo, na cama,um livro, cujo título não onseguimos identifiar


Foto nº 3 > O T/T Uíge que transportou o pessoal da CCAÇ 797 em abril de  1965



Foto nº 4 > O  1º cabo radiotelegrafista Esteves no regresso de saída para o mato com "banho de bolanha"... A G3 sem carregador...
 


Foto nº 5 > Na capela do quartel de Tite, sector sul,  Se  (Tite)

 A N. Sra. de Fatima também  nas matas da Guiné. . 


Foto nº 6 > Mais uma foto para a família... em Cinfães, na serra de Montemuro.


Foto nº 7 > Brindando à vida, à camaradagem, à amizade


Foto nº 8 > "A nossa equipa de futebol" (o Esteves  usa o termo "time", à brasileira)


Foto nº 9 > "Beira rio em São João" (já em 1966)... O Esteves será o camarada da  direita. 


Foto nº 10 > Quartel de Tite (c. 1965/66)

Fotos (e legendas): © Nicolau Esteves (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Nicolau Esteves, Susano, São Paulo, Brasil


1. Uma seleção do álbum fotográfico do ex-1º cabo radiotelegrafista Nicolau Esteves. A apresentação é dele, de acordo com a sua página no Facebook. As fotos (menos de 3 dezenas, de qualidade muito desigual, algumas delas riscadas), foram disponibilizadas em 20 de junho de 2016 na sua página do Facebook.  Foram selecionadas e editadas por nós. Os créditos fotográficos continuam a ser, obviamente,  do nosso camarada Esteves.

A sua publicitação nesta série ("Facebook...ando") e no nosso blogue ("Luís Graça & Camaradas da Guiné" ) permite que cheguem a um público mais vasto, e nomeadamente aos antigos combatentes da Guiné (1961/74), incluindo os seus camaradas de armas da CCAÇ 797, que passaram por Tite, São João e Nhacra. Publicaremos proximamente a II (e última) parte.

Na sua maioria as fotos não trazem legendas, e algumas estão em mau estado,  mas no essencial foram tiradas em Tite e em São João. Ficamos a  saber que o Esteves é natural de Cinfâes (portanto, vizinho da Quinta de Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses; a quinta fica em contato visual com Cinfães, com o rio do Douro pelo meio, estando em frente à serra de Montemuro). 

Emigrou para o Brasil, muito provavelmente depois da "peluda". Faz anos  a 27 de janeiro. Casou com a Cilinha Esteves em 7 de setembro de 1973. O casal tem filhos e netos já criados no Brasil. Este "brasileiro de Cinfães" é pois mais um portuguès das sete partidas que foi engrossar a diáspora lusitana. Vê-se, pelo que vai postando, que tem orgulho e saudades da sua/nossa terra.

Fica convidado a integrar, de pleno direito, a nossa Tabanca Grande, juntando-se aos 884 camaradas e amigos da Guiné que já lá estão (entre vivos e mortos). Até ao momento é apenas amigo do Facebook da Tabanca Grande (temos alguns, poucos, amigos comuns).

Temos escassas 15 referências à CCAÇ 797 (Tite, São João e Nhacra, 1965/67). Não há nenhum camarada desta subuniddae reistado formalmente na Tabanca Grande. Em tempos (11 e 13 de dezembro de 2022) fomos contactdos pelo ex-furriel miliciano, da CCAÇ 797, a propósito do malogrado Julio Lemos Martins (que era de Ponte de Lima), desaparecido no rio Louvado. 
 "Sou o nº 8 da foto e fui camarada do Júlio Lemos no infortúnio do rio Louvado. Vivo desde 1976 no Canadá. Eu e o Júlio éramos os responsáveis desse grupo de combate nesse fatídico dia. A partir dai nunca mais vivi"....

Também temos referência ao ex-fur trms, Henrique A. Mendes, através de correspondência com a filha. (Ele seguiu depois a carreira militar.)

Sobre o antigo cap inf Carlos Fabião temos 60 referências. (Fez 3 comissões na Guiné.)


"Fotos do período em que estive em combate na Guiné-Bissau (1965/1967)" 

 (Nicolau Esteves)


(i) "Desembarcou em Bissau em 29/04/1965, tendo viajado no barco Uíge;

(ii) Foi "inicialmente enviado a Tite, passando por São João e finalmente Nhacra";

(iii) Em Tite pertenceu ao BCAÇ 1860 e passou a integrar a Companhia de Caçadores 797 (CCAÇ 797), "Camelos";  o lema era: "O inimigo teme sempre quem não o mostrar temer";

(iv) Exerceu "a função de 1º Cabo Radiotelegrafista do Comando da Companhia, liderada pelo Comandante Carlos Alberto Idães Soares Fabião";
 
(v) Vive em Susano, Estado de São Paulo, Brasil;

(vi) Tem página no Facebook e é amigo do Facebook da Tabanca Grande;

(vii) Há dias comentou,  num um dos nossos postes: "No meu tempo, 65/67, um soldado ganhava 450 escudos, o cabo 900 e eu ganhva maís 300 de prémios de especialidade no caso, 1º cabo radiotelegrafista. Naquele tempo, não tendo onde gastar ainda deu para juntar uns trocados" (Facebook da Tabanca Grande, 13 fev 2024, o1:48)

Em suma, à volta (ou a pretexto) de umas fotos do nossos álbuns, podemos sempre contar mais umas histórias, colmatando lacunas dos registos oficiais ou oficiosos da nossa guerra A CCAÇ 797 teve uma atividade operacional intensa. Sabemos muito pouco das suas histórias, a não a ser o que já se escreveu sobre o desastre no rio Louvado.


Guião da CCAÇ 797 (Cortesia: Coleção Carlos Coutinho, 2009)


2. Ficha de unidade > Companhia de Caçadores n.º 797


Identificação: CCaç 797
Unidade Mob: RI 1 - Amadora
Cmdt: Cap Inf Carlos Alberto Idães Soares Fabião
Divisa: -
Partida: Embarque em 23Abr65; desembarque em 28Abr65 | Regresso: Embarque em 19Jan67

Síntese da Atividade Operacional

Após o desembarque, seguiu imediatamente para Tite, onde substituíu a CCaç 423, em 29Abr65, ficando com a missão de intervenção e reserva do BCaç 599 e depois do BCaç 1860 e guarnecendo com um pelotão o destacamento de Enxudé

Na função de intervenção, tomou parte em diversas operações efectuadas no sector, de que se destacam as acções nas regiões de Gã Saúde e Jufá, em que capturou 2 metralhadoras e 14 espingardas e nas regiões de Bissa0lão, Gampari e Gã Formoso.

Em 20 e 26Abr66, por troca por fracções com a CCav 677, foi colocada em S. João mantendo o pelotão de Enxudé e destacando ainda um pelotão para Jabadá, de 13Mai66 até 30Mai66. 

Em 30Mai66 e 03Jun66, foi rendida pela  CCaç 1566, por fracções, deslocando-se então para Nhacra.

Em 6Jun66, assumiu a responsabilidade do subsector de Nhacra, com destacamentos em Sanfim e João Landim, rendendo a CCav 1484 e ficando integrada no dispositivo e manobra do BCaç 1876, com vista à segurança e protecção das instalações e das populações da área.

Em 16Jan67, foi rendida no subsector de Nhacra pela CCaç 1487, a fim de efectuar o embarque de regresso.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n.º 94 - 2ª Div/4ª Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pág. 339
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Nota do editor LG:

Último poste da série > 14 de janeiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25070: Facebook...ando (49): O Fernando Moreira (1950-2021), ex-fur mil trms, CCS/BCAÇ 3883 (Piche, 1972/74) terá sido o último militar do exército a falar pela rádio com o ten pilav Castro Gil (1950-1979) antes do abate do seu Fiat G-91 R/4, "5437", por um Strela, em 31/1/1974, sob os céus de Canquelifá