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segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26019: In Memoriam (512): Finalmente foi feita a trasladação do Soldado At Inf Manuel Agostinho Mendonça de Oliveira, o único morto da CCaç 4150, para a sua terra natal, Soutelo de Matos, Pensalvos, Vila Pouca de Aguiar (Albano Costa)

IN MEMORIAM

Soldado At Inf Manuel Agostinho Mendonça de Oliveira (1952 - †1974)
Vítima de acidente com arma de fogo


1. Mensagem do nosso camarada e amigo Albano Costa, ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 4150 (Bigene e Guidaje, 1973/74), com data de 7 de outubro de 2024:

Ontem, dia 6 de Outuro de 2024, finalmente foi feita a trasladação do único morto que a minha CCaç 4150 teve (fizemos a nossa comissão na Guiné, em Bigene e Guidage), para a sua terra natal, em Soutelo de Matos, uma povoação muito pequena em termos de habitantes, onde esteve até sábado de manhã, sendo depois foi mudado para a capela mortuária de Pensalvos, para que toda a população local lhe pudesse prestar a última homenagem.

Depois de serem realizadas todas as cerimónias religiosas, que já deveriam ter sido feitas há 50, foi em cortejo fúnebre até ao cemitério, onde foi a sepultar em jazigo de família.

Foram feitas as honras fúnebres pelos militares, como tinha direito, por ter falecido ao serviço da Nação.

Também estiveram presentes a Sr.ª Presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar e da Junta de Freguesia de Pensalvos e várias colegas da companhia que há 50 anos assistiram ao infortúnio do Manuel Agostinho Mendonça Oliveira, ocorrido a 2 de Abril de 1974.

Finalmente fechei o meu ciclo militar, e também fiquei mais leve comigo próprio. Pela missão cumprida.

Transcrevo o discurso feito pelo nosso comandante que também fez questão de estar presente para fazer(mos) a última homenagem.

"Caros familiares e amigos do Manuel Agostinho MENDONÇA Oliveira e seus camaradas de guerra
Digníssimas autoridades presentes
Minhas Senhoras e meus Senhores

Saúdo os familiares e amigos do MENDONÇA, as autoridades locais, os elementos da nossa Companhia que disseram presente e todos os que quiseram associar-se a esta cerimónia.
Cerimónia que acontece com 50 anos de atraso e mesmo assim só possível devido ao esforço e empenho de alguns de nós e algumas entidades oficiais.

Quando era responsável pela Companhia durante a sua formação na Amadora, a minha maior preocupação foi incutir nos homens um espírito de grupo muito forte e dar-lhes a melhor preparação possível, pois sabia que nas condições em que íamos estar, cada um dependia de todos e todos dependíamos de cada um. Tinha uma forte convicção que independentemente de tudo, conseguiríamos sobreviver.

Cada um de nós, quando partimos em 22 de setembro de 1973 rumo à Guiné para cumprir uma comissão de serviço na guerra colonial ou do Ultramar, como se dizia, levávamos na bagagem muitas coisas, mas também uma grande ilusão, uma vontade, um acreditar que um dia voltaríamos a casa sãos e salvos.

Todos nós lá deixámos muito, muito do nosso suor e muitas lágrimas, alguns derramaram o próprio sangue, outros perderam partes dos seus corpos e um, o MENDONÇA, perdeu a vida, naquele fatídico dia 2 de abril de 1974. E o facto de ter sido apenas um, já foi demais.

Neste momento, assaltam-me sentimentos contraditórios: satisfação por finalmente ele vir descansar junto dos seus na terra que o viu nascer, crescer e partir para a guerra, mas também de tristeza e perplexidade por ter sido só hoje o seu “regresso”, o que não permitiu que os seus familiares tivessem feito na devida altura o luto que se impunha.

Tínhamos pouco mais de vinte anos e assistir à morte de um dos nossos não era coisa fácil, não foi coisa fácil e os seus efeitos prolongaram-se no tempo.

Por isso, sobretudo para os seus camaradas de armas, alguns aqui presentes, esta vivência é uma catarse, é, decerto, a melhor oportunidade para fazer a reconciliação com o passado e que as recordações que guardamos sejam de serenidade e não de revolta.

Esta trasladação, que penso ser o nosso último ato oficial enquanto “família militar da Companhia de Caçadores n.º 4150/73”, vai ser o reencontro com a nossa paz interior na certeza do dever cumprido.

Ao soldado MENDONÇA, prestamos hoje a nossa homenagem final. Com o regresso à sua terra, cumpre-se um ciclo de vida e de sacrifício, de história e de memória. Que o seu descanso seja, finalmente, pleno e em paz.

À sua família, que durante todos estes anos carregou no coração o peso da saudade, as nossas mais sinceras palavras de respeito. Sabemos que este momento, por mais solene que seja, não apaga a dor da perda, mas que, de alguma forma, esta trasladação possa trazer uma sensação de conclusão, sabendo que o MENDONÇA repousa agora no lugar que lhe pertence, ou seja, na sua terra natal.

A todos os que tornaram possível a realização desta cerimónia o meu reconhecimento, com uma referência especial aos camaradas da nossa Companhia.

Que fique em paz!
E que os nossos camaradas, entretanto falecidos, também estejam em paz!
Muito obrigado."


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Nota do editor

Vd. post de 23 de setembro de 2024 > Guiné 61/74 - P25972: In Memoriam (511): Trasladação de Lisboa para Vila Pouca de Aguiar dos restos mortais do Soldado At Inf da CCAÇ 4150, Manuel Agostinho Mendonça de Oliveira (1952 - †1974), vítima de acidente com arma de fogo em Guidaje, a ter lugar no próximo dia 6 de Outubro de 2024 (Albano Costa)

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Guiné 61/74 - P25972: In Memoriam (511): Trasladação de Lisboa para Vila Pouca de Aguiar dos restos mortais do Soldado At Inf da CCAÇ 4150, Manuel Agostinho Mendonça de Oliveira (1952 - †1974), vítima de acidente com arma de fogo em Guidaje, a ter lugar no próximo dia 6 de Outubro de 2024 (Albano Costa)

IN MEMORIAM

Soldado At Inf Manuel Agostinho Mendonça de Oliveira (1952 - †1974)
Vítima de acidente com arma de fogo


1. Mensagem do nosso camarada e amigo Albano Costa, ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 4150 (Bigene e Guidaje, 1973/74), com data de hoje, 23 de setembro de 2024:

Caros amigos "Apaches " da CCaç 4150 e Antigos Combatentes.
Finalmente ao fim de 50 anos vamos fazer a trasladação do nosso amigo Manuel Agostinho Mendonça Oliveira, falecido na Guiné, em Guidage, no dia 2 de Abril de 1974, em acidente com uma granada de mão.

O seu corpo ficou durante 50 anos "encalhado" em Lisboa por falta na altura, e ainda hoje, das obrigações do Estado Português.
O Manuel Agostinho Mendonça Oliveira ficou todos estes anos à espera deste dia para chegar à sua terra natal na freguesia de Pensalvos, em Vila Pouca de Aguiar.
Primeiro, foi sepultado no cemitério do exército, no Lumiar, na campa n.° 14. Segundo, no dia 22 de Maio de 1984, continuou o seu calvário, e foi trasladado para o cemitério do Alto de S. João, para a Cripta n.° 6358, ficando ao cuidado da Liga dos Combatentes.

Este género de feridas nunca cicatrizam. Os políticos julgam que passam com o tempo, não, não passam, enquanto por cá andarmos carregando sempre este "fardo".
A prova é que a sua família biológica, e também a família de guerra os "Apaches" nunca se esqueceram que o Mendonça Oliveira ainda não tinha chegado à sua verdadeira casa.
Finalmente ao fim de 50 anos vamos fazer a sua trasladação para o seu verdadeiro local.
O único morto que a nossa companhia teve por terras da Guiné.

O funeral vai ser no próximo dia 6 de Outubro de 2024, domingo.
Vai sair de Lisboa para a igreja de Pensalvos, em Vila Pouca de Aguiar, ficará na igreja até à hora do funeral que vai ser durante a missa dominical das 9h30.
Depois das cerimónias religiosas vai ser sepultado em jazigo de família.


Quem puder e quiser estar presente no dia, vai ser a ocasião de se fazer a homenagem que ja havia de ter sido feita há 50 anos.

Aproveito para agradecer a todos os "Apaches" pela solidariedade que mostraram desde a primeira hora para ajudar na sua trasladação. Mostramos ser uma verdadeira família de guerra em prol desta causa.

Um abraço.
Albano Costa

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Nota do editor

Último post da série de 23 de setembro de 2024 > Guiné 61/74 - P25971: In Memoriam (510): António Rodrigues (c. 1940-2024): (i) um mordomo da elite portuguesa dos mordomos da elite de Nova Iorque, que era natural da Batalha; (ii) um grande ativista de causas sociais (cofundador do LAMETA); e sobretudo (iii) "o meu irmão mais velho que eu nunca tive"! (João Crisóstomo, Nova Iorque)

domingo, 24 de março de 2024

Guiné 61/74 - P25302: A 23ª hora: Memórias do consulado do Gen Bettencourt Rodrigues, Governador e Com-Chefe do CTIG (21 de setembro de 1973-26 de abril de 1974) - Parte XII: Parece que houve um golpe de estado militar em Lisboa...

Mensagem: Relâmpago | Grupo Data Hora: 25Abr74 22h45 | De: Com-Chefe | Para: Geral (CTIG )

Fonte (e legenda):  © João Dias da Silva (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar (Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 


1.  Do poste P2939 (*), transcrevemos um excerto das notas pessoais do João Dias da Silva (**), ex-alf mil op esp, CCAÇ 4150 (Guidage, 1973/74):

(...) 25 de Abril de 1974

 Parece que hoje houve um Golpe de Estado Militar em Lisboa.

Passámos todo o dia à volta do rádio, ouvindo as edições especiais da BBC em língua portuguesa, a tentar saber algo sobre o sucedido.

Por enquanto está tudo muito, muito confuso, pois todas as notícias são precedidas de "parece que" ou finalizadas por "não confirmado". 

Vive-se por aqui um certo estado de tensão por não se saber nada em concreto. Há que aguardar.

Pelas 22H45 chegou uma mensagem relâmpago confidencial do Com-Chefe Bettencourt Rodrigues) a informar que corriam notícias que o Governo de Marcelo Caetano tinha sido derrubado, mas que eram só boatos, com o seguinte texto: 

Mensagem: Relâmpago | Grupo Data Hora: 25Abr74 22h45 | De: Com-Chefe | Para: Geral (CTIG)

AGÊNCIAS NOTICIOSAS INFORMAM QUE GOVERNO PROFESSOR 

MARCELO CAETANO FOI DERRUBADO POR MOVIMENTO DAS 

FORÇAS ARMADAS.  NÃO RECEBIDA QUALQUER COMUNICAÇÃO 

OFICIAL.  ADMITINDO QUE IN POSSA TENTAR EXPLORAR 

SITUAÇÃO INCREMENTO SUA ACTIVIDADE SUBVERSIVA. TODOS OS 

COMANDOS  DEVEM ADOPTAR MÁXIMA VIGILÂNCIA E GARANTIR 

PRONTA  CAPACIDADE REACÇÃO. COMANDANTES UNIDADES SÓ 

DEVEM  RESPEITAR ORDENS QUE RECEBAM APÓS RIGOROSA 

AUTENTICAÇÃO  SUA ORDEM. AUTENTICADO.


Transcrição manual da mensagem original, em impresso normalizado, recebido em Guidaje. 

(...) 26 de Abril de 1974 – Farim embrulhou às 6h00.

Continuámos a aguardar com certa ansiedade notícias daquilo que se está a passar na Metrópole quer no RCP (emissor do Movimento das Forças Armadas – é agora a emissora oficial), quer na BBC.

O gen Spínola deu uma entrevista sintética. Saiu o 1.º comunicado  oficial com o programa. É sensacional, se for cumprido integralmente. A situação ainda não está bem definida. Aguardemos. 

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Guiné 61/74 - P23507: Agenda cultural (819): No passado dia 2 de Julho de 2022, foi apresentado, na Casa Pia de Lisboa, o livro "Alfredo Ribeiro – História, Memória, Saudade - O Universo Casapiano", da autoria de Luís Vaz. Alfredo Ribeiro foi Furriel Miliciano na CCAÇ 4150/73 (Albano Costa)

1. Mensagem do nosso camarada Albano Costa (ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 4150 (Bigene e Guidaje, 1973/74), com data de 5 de Agosto de 2022:

Boa tarde Vinhal
No passado dia 2 de julho foi feita a apresentação na Casa Pia de Lisboa do livro sobre a vida de um casapiano que passou pela guerra do ultramar, na Guiné, o Alfredo Ribeiro que foi furriel-miliciano na minha Companhia.

O título do livro é:
"Alfredo Ribeiro – História, Memória, Saudade - O Universo Casapiano", por Luís Vaz.

Agradeço a publicação
Albano Costa



SINOPSE

Sobre o livro:

Alfredo Ribeiro era um homem empenhadamente trabalhador, humano e de uma honestidade rara. É recordar o período posterior - a Abril de 1974.
Estamos perante alguém que não capitulou sob as vicissitudes da vida, enfrentando-as com estudo, trabalho, dedicação e alegria, desde criança até à sua morte.

Detalhes do produto:

Alfredo Ribeiro de Luís Vaz
ISBN 9789727808144
Edição/Reimpressão 07-2022
Editor: Âncora Editora
Idioma: Português
Dimensões: 149 x 229 x 18 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 312
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Memórias e Testemunhos
Preço: 16,20€

Com a devida vénia a Wook.pt

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Nota do editor

Último poste da série de 4 DE AGOSTO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23490: Agenda cultural (818): apresentação, às 17 horas, em Ferrel (dia 8) e no Baleal (dia 15), de dois novos livros de Joaquim Jorge (ex-alf mil at inf, CCAÇ 616, Empada, 1964/66): (i) Versos ao Acaso; (ii) Baleal: Beleza, Encanto, Fascínio!

terça-feira, 21 de março de 2017

sábado, 3 de janeiro de 2015

Guiné 63/74 - P14113: A minha máquina fotográfica (18): A minha máquina foi comigo da Metrópole mas já conhecia os cantos da guerra. Tinha feito uma comissão de serviço, para os lados de Bissum, com um irmão meu, entre 1970 e 1972 (Albano Costa)

1. Mensagem, com data de 23 de dezembro de 2014, do nosso camarada Albano Costa (ex-1.º Cabo da CCAÇ 4150, Bigene e Guidaje, 1973/74), fotógrafo profissional, com estabelecimento em Guifões, Matosinhos:

Olá, amigos
É com muito gosto que estou a responder ao pedido feito pelo editor do nosso blogue, Luís Graça.

As fotos que insiro neste texto servem para ilustração do texto.

A máquina já foi comigo da metrópole para a Guiné, aliás, ela já tinha feito uma comissão por isso já era velhinha, assim como já conhecia os cantos da guerra, ela fez uma comissão para os lados de Bissum com um irmão meu que também esteve na Guiné entre 70-72 e depois foi comigo em 73-74.

Eu ainda ganhei uns trocos com a minha máquina, mas não trouxe dinheiro nenhum tudo foi dividido ainda na Guiné comigo e com os amigos mais chegados.

Eu comecei a fotografar logo no barco (Niassa), eu arranjei conhecimento com o funcionário do Niassa que num compartimento na ré do barco, tinha uma pequena oficina que imprimia as ementas do que ia ser as refeições dos oficiais e sargentos (um luxo para a época) e também fazia fotografia, e ele deixava-me ser eu a imprimir as minhas fotos e eu só pagava o papel e os banhos e pouco mais. Por isso durante o dia tirava as fotos e à noite muitas vezes estava a passar um filme a bordo e eu estava a fazer as minhas fotos para no dia seguinte as vender e tirava outras, mas tinha um colega que tomava a responsabilidade de as entregar e receber o respectivo pagamento (sem I.T. e sem NIF que ainda não existia), ainda juntei algum dinheirito.

Esse dinheiro veio a fazer muito jeitinho porque como devem saber, pelo menos com a nossa companhia foi assim, o primeiro dinheiro que recebemos foi ao fim de 3 meses, muito dos meus amigos já andavam nas lonas e quem pagava as contas da cerveja era o dinheiro das fotografias.

As minhas fotografias foram quase todas feitas na metrópole eu levei bobines de fita a P&B e depois cortava para fazer rolos de 36/37 fotos, e alguns rolos a cores (poucos) eram mais caros e tinham de ser impressos em Espanha, naquele tempo todo o serviço a cores ia para Espanha. Mas eu tinha o meu secretário que me ajudava no seguinte, eu tinha uns livrinhos (também trabalhei em artes gráficas e levei alguns comigo), que se usava e ainda hoje é usado pelos «rifeiros» e recebia primeiro o dinheiro e depois entregava as fotos mediante o respectivo talão, para salvaguardar, de depois não virem dizer que não tinham dinheiro e eu tinha de ficar com as fotos que não serviam para nada a não ser para o próprio.

Quando cheguei à Metrópole o meu pai (já falecido) ainda me perguntou se eu tinha dinheiro para pagar a despesa das fotos que eu fiz, e eu respondi, pai não fui para a guerra para ganhar dinheiro, o dinheiro que sobrou foram 4.000$00 que emprestei a dois colegas se eles me pagarem muito bem se não me pagarem paciência, um deles ainda me deu 2.000$00 o outro nunca mais apareceu.

A máquina depois de duas comissões não tirou mais fotografias, recolheu ao arquivo e ainda hoje lá se encontra junto de dezenas de máquinas do espolio que foi do meu pai e meu, e por lá vai continuar, mas ainda se for preciso faz o seu dever ainda funciona, porque de vez em quando vou dar uns disparos sem rolo para a manter activa.

Aproveito para desejar um feliz Natal e um próspero Ano Novo.

Um abraço
Albano Costa

Mala de protecção da máquina


Outro plano de frente da máquina

Costas da máquina

Arquivo de alguns de muitos rolos a P&B e cores

Arquivo em Digital para ficar para futuro. Já tem dado para fazer umas surpresas aos amigos.

Fotos © Albano Costa (2015). Todos os direitos reservados
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Nota do editor

Último poste da série de 31 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14103: A minha máquina fotográfica (17): Comprei uma Canon no navio "Timor" e andei com ela muitas vezes no mato... Tirou centenas de fotos e "slides" (que mandava para a Alemanha, para revelar) (Abílio Duarte, ex-fur mil,CART 11, Nova Lamego, Paunca, 1969/1970)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14000: Consultório militar de José Martins (12): Resenhas da CCAÇ 4150/73, COMBIS e Companhia de Terminal

1. Em mensagem do dia 4 de Dezembro de 2014, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos as Resenhas da CCAÇ 4150/73, COMBIS e Companhia de Terminal:

Carissimos
Aqui vão as resenhas da CCAÇ 4150/73, COMBIS e Companhia de Terminal.
Infelizmente não sei onde se localizavam. Aliás pouco conheci em Bissau, só lá fui de passagem.

Bom fim de semana.
Zé Martins



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Nota do editor

Último poste da série de 24 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13938: Consultório militar, de José Martins (11): Quem foi o alf mil Linhares de Almeida, da CCAÇ 1547, morto em combate em 1/4/1967, e condecorado, a título póstumo, com a cruz de guerra de 2ª classe?

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11165: Convívios (495): XVI Encontro do pessoal da CCAÇ 4150 - "Os Apaches do Norte", dia 14 de Abril de 2013 em Lousada (Albano Costa)

1. Mensagem do nosso camarada Albano Costa (ex-1.º Cabo da CCAÇ 4150, Bigene e Guidaje, 1973/74), com data de 24 de Fevereiro de 2013:

Caros amigos editores
No dia 14 de Abril vai realizar-se o XVI Encontro-convívio da CCaç 4150, que este ano vai ser em Lousada, no norte do país, a 40 km do Porto, mas com acessos facilitados por auto-estrada. Quem estiver interessado em estar presente no nosso convívio é favor entrar em contacto com Luís Gonzaga (tm 919 591 111) ou Albano Costa (tm 934 257 368). O programa segue em anexo.
Desde já a comissão fica agradecida pela publicação deste evento.

Um abraço de amizade,
Albano Costa

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Nota do editor

Vd. último poste da série de 25 de Fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11152: Convívios (494): II Almoço da Tabanca Ajuda Amiga, dia 28 de Fevereiro de 2013 na Cantina da Associação de Comandos, Laje - Oeiras (Carlos Fortunato)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5419: Os Nossos Camaradas Guineenses (22): Muitos se salvaram pela solidariedade que existia entre todos, brancos e pretos (Braima Djaura, Sold Cond CCaç 19, Guidaje, 1972/74)



Guiné > Região do Cacheu > Guidaje > Cufeu > Maio de 1973 > A caminho de Guidaje, os comandos da 38ª CCmds deparam-se com um espectáculo macabro... Cadávares de combatentes das NT e do IN abandonados, na sequência da batalha de Guidaje... Nesta imagem, brutal embora de má qualiddade, vê-se o cadáver de um elemento das NT, africano NT (provavelmente da CCAÇ 19), com a cabeça apoiada num tronco de árvore...O braço, assinalado com um círculo a amarelo, é o do 1º Cabo Cmd Mendes, à procura de documentos para identificar o cadáver.


Foto: © Amilcar Mendes (2006). Direitos reservados.

Cópia do título de caixa alta do jornal Público, "O inferno de Guidje", 5 de Novembro de 1995




Guiné > Região do Cacheu > Guidaje > CCAÇ 19 > Monumento de homenagem ao Alf Mil Op Esp António Sérgio Preto, morte em combate em 26/6/1972... A esta companhia pertenceu o Braima Djauro, Sold Cond Auto Rodas, u sobrevivente de Binta, Somaje, Cufeu, Ujeque, Guidaje... Foto do Albano Costa, que esteve em Guidaje, depois ds combates de Maio de 1973, pertecendo CCAÇ 4150 (197374).

Foto: © Albano Costa (2005). Direitos reservados.



1. Comentário, de ontem (*), do novo membro da nossa Tabanca Grande (a partir de hoje), Braima Djaura, ex-Sold Cond Auto, CCAÇ 19, Guidaje, 1972/74 (**)...


Caros Camaradas, tenho o privilégio de ver e ler esse Blogue quase diariamente. Até tive um contacto com Camarada Luis Graça por e-mail, sem êxito. Digo privilégio porque tenho um velho computador oferecido por um grande amigo que também cumpria [serviço] na Guiné, condição que me que permite ver e ler várias narrativas e fotos da Guerra e dramas da Guerra, e pós-Guerra.

Até que um dia comentei a suplicação de um Camarada que falou de Malan Baldé, com quem lutou junto por Portugal nas selvas da Guiné, lamentando a situação de esse Camarada, M. Baldé, a vaguear nas Ruas de Lisboa (***)

Percebi que esse amigo, humanamente a meu ver, ficou triste por isso, e entendo logo as palavras dele. É um Homem que se prontifificou a solidarizar-se e a ajudar Malan Baldé, se pudesse claro. Embora [haja] centenas de Malan Baldé, hoje estão na mesma situação, sem meios de sobreviver, doentes, com as sequelas da Guerra Colonial, nem sequer [podendo] tratar-se por dificuldades de acesso.

Acontece que vi neste Blogue tantos nomes na vossa Lista, muitos conhecidos, até combatemos juntos nas matas da Guiné, que não conseguiram escapar aos Fuzilamentos na Região de Mansoa. Estas pessoas já foram e estão enterradas numa vala comum.

Ora bem, Camaradas, nós fomos Militares, mandados combater juntos, sejam Brancos ou Pretos. Havia solidariedade entre todos. Vejo lista dos que não tiveram Sorte, conheço tantos na Lista, tais com Bara Dabó e Malan Sani, que eram de CCaç 14 (*) Ambos podiam ter morrido na tentativa de socorrer Guidaje, entre Samoje e Cufeu, onde morreram tantos Brancos e pretos.

Ora bem, Camaradas, li um comentário de um anónimo falar nas matérias politicas, em ajuste de contas, em Amílcar Cabral, Luís Cabral e outros. Puro desconhecimento ou tentativa de ignorar os Camaradas que combatiam juntos em Nome de Portugal, [e que estão hoje] na miséria e mendicidade. Pergunto se esse Sr. que julga saber, foi ou não Militar? E porque esqueceu da solidariedade que existia entre Pretos e Brancos em nome de Portugal, hoje da UE [União Europeia]?

Caros Camaradas, a meu ver temos que ser solidários. Tal como muitos que convivem hoje na boa, salvaram-se por solidariedade que existia entre todos.

Meu nome é Braima Djaura, Cond Auto Ccaç 19, Guidaje. Acredito que muitos conhecedores deste Blogue também me conheciam, e sabem da CCaç 3 e da CCaç 19, Guidaje. Abraços.

[ Revisão / fixação de texto: L.G.]

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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 6 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5415: Os nossos camaradas guineenses (20): Homenagem aos 'Comandos' africanos fuzilados na Guiné (III) (Manuel Amaro Bernardo)

(**) Vd. poste de 7 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5418: Tabanca Grande (194): Braima Djaura, Sold Cond Auto, CCAÇ 19, Guidaje, 1972/74, um sobrevivente

(***) Julgo tratar-se do Malan Baldé, filho do régulo de Saré Ganá, ex-milícia, ao serviço da CART 1690 (a que pertenceram os nossos camaradas A. Marques Lopes e Domingos Maçariço), e ex-Comando africano. Vd. poste de 14 de Novembro último, no blogue Batalhão de Artilharia 1914, Tite, Guiné.Bissau > Malan Baldé (Reprodução de artigo do António Moreira, amigo do A. Marques Lopes e do Domingos Maçarico, ex-Alf da CART 1690, e hoje advogado em Torres Vedras, publicado no jornal local Badaladas, de 13/11/09, com o título Malan Baldé: onde estás, Portugal ?).

Reprodução do texto introdutório do poste (assinado por Leandro Gueses):

(...) Com a devida vénia, trago-vos hoje um artigo que espelha bem o desprezo a que foram votados os ex-combatentes, sejam eles portugueses ou nativos.


Este artigo é escrito por António Moreira, hoje advogado em Torres Vedras, e que foi alferes miliciano na cart 1690, que pertencia ao BART 1914, que esteve em Tite pouco tempo e depois marchou para a região de Empada, onde teve várias baixas, incluindo o seu capitão. Após a morte deste, o Alf Moreira foi comandante da Companhia durante muito tempo.


Foi uma companhia que sofreu bastante e daí o valor que este nosso companheiro dá à lealdade e ao respeito devido a quem se entregou de alma e coração às causas em que acreditava. Não interessam as razões.


Neste caso, Malan Baldé, um nativo integrado nas nossas tropas de então, um bravo, um herói e que agora vive em Lisboa em condições miseráveis e de grande necessidade.


Os ex-Combatentes foram mandados para o Ultramar pelos politicos e pelos políticos têm sido humilhados, desprezados e esquecidos. (...).

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Guiné 63/74 – P5086: Convívios (168): XIV Encontro/Convívio Anual dos ex-Combatentes da Guiné, da Vila de Guifões – Matosinhos (Albano Costa)



1. Mensagem do nosso camarada Albano Costa, ex-1º Cabo da CCAÇ 4150, Cumeré, Bigene e Guidaje, 1973/74, com data de 9 de Outubro de 2008:




14º Encontro/Convívio Anual dos ex-Combatentes da Guiné da freguesia de Guifões – Matosinhos que, segundo as suas palavras foram uma freguesia e um concelho, de onde partiram muitos Combatentes, não só para a Guiné, como para as outras frentes da Guerra Colonial/Guerra do Ultramar.

Camaradas,

Dia 5 de Outubro de 2009, é sempre o dia eleito, desde o ano de 1996, para que os ex-combatentes da Guiné, da Vila de Guifões (Matosinhos), realizem o seu Encontro/Convívio Anual.

Este ano foi celebrado o 14º, na localidade de Pataias – localidade perto de Leiria.

Logo de manhã cedo, foi feita a formatura no centro de Guifões, seguindo rumo em dois autocarros com destino ao Santuário de Fátima, onde se fez uma paragem de cerca de 60 minutos, que cada um, sem programa, desfrutou a seu bel prazer.

Em seguida encaminhamo-nos para um restaurante na zona, onde almoçamos e aí passamos o resto do dia num ambiente habitual de sã e alegre confraternização, que incluiu uma tarde animada, com música ao vivo, que nós latinos muito gostamos e que fará sempre parte das nossa festas.

Estiveram presente 79 pessoas, 35 dos quais ex-Combatentes, pois a festa é também para os nossos familiares, confraternizando e recordando, um pouco, sobre o que foram os seus períodos de guerra, que quer se queira quer não, é sempre um momento alto destes convívios. Pelo meio, falou-se de tudo um pouco num ambiente, como atrás mencionei, imensamente salutar e de grande camaradagem.

De salientar que sempre esteve presente o nosso pároco local - Américo de S. Rebelo -, visto que também ele esteve na Guiné (como Capelãoo), bem como o nosso Presidente de Junta e sua esposa, da jovem Vila de Guifões, que amavelmente presenteou todos os participantes (um brinde a cada homem e uma rosa a cada senhora), o que muito nos sensibilizou.

Para terminar o folguedo foi cantado o Hino Nacional.

Um abraço,
Albano Costa
1º Cabo da CCAÇ 4150

Fotos: © Albano Costa (2009). Direitos reservados.
Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2009). Direitos reservados.

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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em: