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quinta-feira, 9 de junho de 2022

Guiné 61/74 - P23339: Recortes de imprensa (123): Bubaque: alterações climáticas e educação ambiental (Excertos de reportagem de Carla Tomás, Expresso, 18 de abril de 2019, com a devida vénia...)




Guiné-Bissau > Região de Bolama-Bijagós > Ilhas de Bubaque e Rubane > 11-13 de dezembro de 2009 > Recantos, encantos e... armadilhas. Fotos do álbum de João Graça, médico e músico.

Fotos: © João Graça (2009). Todos os direitos reservados Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Cartaz do V Congresso Internacional de ed Educação Ambiental. Cortesia da página da ASPEA - Associação Portuguesa de Educação Ambiental.


1. Com a devida vénia à autora, a jornalista Carla Tomás, e ao editor, o semanário Expresso, tomamos a liberdade de reproduzir aqui alguns excertos de uma extensa e interessante reportagem sobre Bubaque, no coração do arquipélapo dos Bijagós, realizada aquando do V Congresso Internacional de Educação Ambiental.Crise Ecológica e Migrações: Leituras e Respostas da Educação Ambiental (Bijagós, 14.18 deabril de 2019).

A reportagem completa (incluindo as fotos da jornalista) pode ser vista, na íntegra aqui:

https://expresso.pt/sociedade/2019-04-18-Em-Bubaque-nos-Bijagos-pensa-se-como-a-educacao-ambiental-pode-ajudar-a-enfrentar-as-alteracoes-climaticas


Em Bubaque, nos Bijagós, pensa-se como a educação ambiental
 pode ajudar a enfrentar as alterações climáticas

Expresso > 18 de abril de 2019 20:04
Carla Tomás, jornalista


Num dos locais do planeta mais ameaçados pela subida do nível do mar e por fenómenos extremos, debate-se “ a crise climática e as migrações”. Mais de quatrocentas pessoas de quatro continentes trocaram experiências e saberes.

Manhã cedo ainda se sente o cheiro das fogueiras onde o lixo foi queimado ou ainda arde. Restos de plástico, pilhas e outros resíduos que não tenham sido limpos pelos abutres que pousam nos telhados, ou pelos cães, porcos ou cabras que andam pelas ruas, acabam incinerados ao lado das casas de adobe e telhado de zinco. Em redor das fogueiras veem-se crianças de roupas gastas e sujas a brincar sem a mínima noção das dioxinas que respiram.
 
Riem-se entusiasmadas com a enchente de gente de fora que inundou a ilha, Bubaque, capital do arquipélago das Bijagós, localizado a hora e meia de Bissau em lancha rápida ou a quatro horas numa espécie de ferry.

Entre 14 e 18 de abril, a pequena cidade de pouco mais de quatro mil habitantes recebeu o maior evento da CPLP organizado pela sociedade civil. Durante quatro dias, cerca de 416 pessoas — originárias de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e da Galiza — debateram “a crise ecológica e as migrações”, no quinto Congresso Internacional de Educação Ambiental, co-organizado, este ano, pela delegação guineense da Rede Lusófona e pela Associação Portuguesa de Educação Ambiental (Aspea).

(...) O arquipélago dos Bijagós e a costa ocidental da Guiné correm sérios riscos de ficar submersos com a acelerada subida do nível do mar. Esta “é uma ameaça muito relevante para a Guiné-Bissau”, confirma Meio Dia Có, técnico do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP) perante uma plateia oriunda de quatro continentes que quer saber mais sobre estas ilhas. Sentados nas velhas secretárias de madeira do liceu de Bubaque trocam saberes e experiências.

(...) A memória recente do ciclone Idai, que devastou a Beira em Moçambique, serve de alerta face à urgência de agir na proteção do ambiente e de preparar ou adaptar os países mais vulneráveis face às ameaças que sobre eles pairam, lembram vários dos intervenientes. (...)

(...) A Guiné é um dos 10 países mais vulneráveis às alterações climáticas. Em Bubaque, uma das 21 ilhas povoadas deste arquipélago que resultou da subida de um delta, a erosão costeira já se faz sentir. Com a maré alta a areia quase desaparece das praias e os mangais (ecossistemas que servem de berçário a muitas espécies, de proteção costeira e também de sumidouros de CO2) já refletem a pressão.

Como se as divindades animista por que se regem já os tivessem advertido dos perigos que espreitam, nas ilhas mais isoladas, como Canhabaque ou Orango, as tabancas (aldeias) ficam distantes das praias, algumas a uma hora de distância a pé.

(...) A intrusão salina já começa a afetar os recursos aquíferos e os arrozais. As chuvas tendem a chegar cada vez mais tarde e em menor quantidade e a seca faz-se sentir afetando as hortas comunitárias. O que ainda melhor resiste são as palmeiras de cujo fruto, o chabéu, fazem vinho ou óleo de palma ou de cujas folhas, casca ou ramos fazem materiais para construção.

(...) “A gestão do espaço e dos recursos do arquipélago sempre foi feita pelo povo bijagó seguindo as regras transmitidas oralmente pelos anciães”, conta Meio Dia perante a plateia atenta. “Ser bijagó significa passar pela escola do mato e a comunidade participa na gestão do território e os régulos de cada tabanca transmitem as regras aos que nelas vivem”. Em algumas ilhas estabelecem-se “tabus”, ou regras mais restritas, para impedir a construção de novos resorts turísticos, o crescimento da agricultura intensiva ou a sobrepesca.

“Estes países africanos estão entre os mais vulneráveis. E se não se adaptarem rapidamente, muitas mais pessoas vão morrer”, alerta Luísa Schmidt, Investigadora do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa e membro do conselho científico do congresso, reforçando que “a educação ambiental na escola pode ajudar na transformação”. (...)

(...) Mas aqui não se fala só de alterações climáticas. Investigadores, professores ou membros de organizações não governamentais assim como técnicos de entidades públicas ou até de empresas privadas apresentam os projetos que estão a desenvolver nos seus países ou em cooperação. Brígida Brito, investigadora na Universidade Autónoma,  explica como um projeto desenvolvido junto de uma comunidade de tartarugueiros de São Tomé e Príncipe conseguiu converter o seu modo de sustento. levando-os a parar de matar tartarugas e a passar a utilizar corno de cabra para fazer os objetos de artesanato que vendem a turistas.(...)

(...) Nesta ilha, onde não há água potável, nem saneamento básico, nem tratamento e recolha adequada de lixo, um guineense fica incrédulo quando Sofia Quaresma e Paula Sobral, da Associação Portuguesa de Lixo Marinho, explicam que o flagelo da poluição de plástico não se fica pelo que é visível, mas que é muito maior se pensarmos nos microplásticos ou nanoplásticos que resultam da degradação dos plásticos no mar ou das microfibras das roupas sintéticas que lavamos.

Durante os dias do congresso não se vê muito lixo pelo chão, nem nas praias dos hotéis. Em alguns pontos surgem amontoados, prontos para a fogueira. Um jovem da associação ambiental local Andorinha explica que recolhem alguns dos resíduos para diferentes fins: muitas garrafas de plástico e de vidro são reutilizadas por quem vai buscar água aos poços espalhados pelas ilhas ou por quem faz vinho ou óleo de palma, outras acabam compactadas e transformadas em blocos para construção. (...)

(...) Nesta troca de aprendizagens e de projetos novas ideias surgem. Janó Face Te, da associação de Jovens pela Produção do Ambiente, com sede em Bissau,  fica entusiasmado com a possibilidade de replicação do projeto da ONG portuguesa Educafrica, que promete levar luz elétrica a muitas aldeias que não a têm. Dirigido por Inês Rodrigues, uma professora em constante nomadismo profissional, o projeto iniciado em 2011 permite transformar uma simples garrafa de plástico numa lâmpada solar. (...)

Carla Tomás

[ Seleção / revisão e fixação de textos  para efeitos de publicação deste poste: LG ]

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Guiné 61/74 - P18269: (In)citações (115): A nossa amiga e grã-tabanqueira Anabela Pires, de volta à Guiné-Bissau, seis anos depois do golpe de Estado de 12 de abril de 2012



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > 10 de dezembro de 2009 > Mulheres...

Foto: © João Graça (2009). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


[Anabela Pires, janeiro de 2012, em Catesse, no sul da Guiné-Bissau, foto à esquerda de Pepito... Nascida em Moçambique, técnica superior de serviço social no Ministério da Agricultura, reformada, amiga dos nossos grã-tabanqueiros Jero (Alcobaça), Alice Carneiro (Alfragide/Amadora), e do nosso saudoso Pepito, cidadã do mundo, "globetrotter", esteve três meses, entre janeiro e março de 2012, integrada, como voluntária, no projeto do Ecoturismo, da AD - Acção para o Desenvolvimento, e a viver em Iemberém; foi o golpe de Estado de 2012 que a obrigou a sair da Guiné-Bissau; está lá de novo, desde 18 do corrente; tem 25 referências no nosso blogue, dela publicámos o "diário de Iemberém"; pacifista e feminista, ela não gosta que a gente lhe chame uma "mulher de armas"... mas é assim que a gente a vê, aqui da Tabanca Grande]


1. Mensagem da nossa amiga e grã-tabanqueira Anabela Pires, com data de hoje

Queridos familiares e amig@s,

Estou na Guiné desde o dia 18  (*). A primeira semana foi agitada com passeios por Kéré nos Bijagós, depois Cacheu, Cachungo, Quinhamel.

Os últimos dias tenho-os passado num remanso calmo na residência dos meus amigos, a ler, com algumas saídas para almoços ou jantares enquanto tento descobrir como vou ao Sul, a Iemberém, onde estive há 6 anos. 

Tive um encontro breve com a Isabel Levy (mulher do Pepito) e espero voltar a estar com ela com mais tempo. Para já pareceu-me bem.

Entretanto o clima político na Guiné está bastante tenso. Hoje deveria começar o Congresso do PAIGC, maior partido nacional que ganhou as últimas eleições mas há 2 facções em confronto e a temperatura começou a subir na última noite. 

Bem, os que vos quero dizer é que se ouvirem notícias não fiquem preocupados. Pode ser que isto seja só fumaça mas se não for eu estou muitíssimo segura mesmo estando em Bissau. E se entretanto for para Iemberém também estarei em segurança pois todas estas tricas não passam, regra geral, de Bissau. Nada de preocupações ou alarmismos, neste país estas coisas são recorrentes.

Beijinhos e abraços,
Anabela (**)

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15649: Álbum fotográfico de João Graça (12): o melhor da Guiné-Bissau são as crianças















Guiné-Bissau > 6 a 19 de dezembro de 2009 >  Uma amostra de crianças fotografadas por João Graça... É uma forma de retribuir os votos de parabéns que os amigos e camaradas da Guiné lhe mandaram hoje, dia do seu 32º aniversário... que ele passou em Londres.

Fotos: © João Graça (2009). Todos os direitos reservados [Edição e legenda: LG]


1. Seleção de fotos do álbum de João Graça, médico e músico, que esteve na Guiné-Bissau, entre 6 a 19 de Dezembro de 2009, numa jornada mix de voluntariado e de férias. Ofereceu os cinco primeiros dias (de 6 a 10 de Dezembro de 2009), para trabalhar como médico no Centro de Saúde Materno-Infantil de Iemberém, no Cantanhez, com apoio (logístico) da AD - Acção para o Desenvolvimento. Para além de Bissau e do Cantanhez, ele esteve nos Bijagós, na zona leste (Bambadinca, Bafatá, Tabatô e Gabu) e na região do Cacheu (São Domingos).

Membro da nossa Tabanca Grande, o João Graça é hoje especialista em psiquiatria e faz parte do grupo musical Melech Mechaya. Na primeira foto de cima vemos o nosso saudoso amigo Pepito (1949-2014), com a sua neta, na sua casa em Bissau.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12343: Roteiro de Bafatá, a doce, tranquila e bela princesa do Geba (Fernando Gouveia) (3): Foto nº 3: Parte colonial da cidade (continuação)



Guiné >  Zona leste >  Bafatá  > c. 1968/70 >  Foto nº 3  >  Parte colonial da cidade, com uma nesga do Rio Geba no canto superior esquerdo.


Foto do álbum do Fernando Gouveia [, ex-alf mil rec inf, Cmd Agr 2957, Bafatá, 1968/70; autor do romance Na Kontra Ka Kontra, Porto, edição de autor, 2011; é arquitecto, e vive no Porto;  foto a seguir à esquerda]


Foto (e legendas): © Fernando Gouveia (2013). Todos os direitos reservados.


FOTO 3 > Parte colonial da cidade.

1 – Avenida principal.

2 – Restaurante Transmontana.

3 – Edifício do cinema, em construção.

4 – Oficina do Sr. Humberto, meu senhorio.

5 – Campo de jogos onde funcionava o cinema, ao ar livre.

6 – Casa de uma família de libanesas.

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Nota do editor:

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8671: Álbum fotográfico de João Graça (11): 1º Festival Cultural de São Domingos, 18-20 de Dezembro de 2009 (II Parte): Homens que lavam o rosto do seu país...










Guiné-Bissau > Região do Cacheu > São Domingos > 18 de Dezembro de 2009 > 1º Festival Cultural de S. Domingos, sob o lema "Nô Laba Rostu di Nô Guiné". Actuação de diversos grupos de música e dança, balantas, felupes, etc.  

A organização foi da responsabilidade da ONGD AD - Acção para o Desenvolvimento, cujo director executivo, o Eng Agr Carlos Schwarz da Silva (Pepito),  aparece na 1º foto, a contar de cima. A iniciativa tem-se vindo a repetir todos os anos, em regiões diferentes. O objectivo é mostrar aos guineenses (e aos seus amigos) a grande riqueza multicultural da Guiné-Bissau e reforçar a sua identidade nacional. 

Fotos tirados pelo João Graça no penúltimo último dia da sua viagem à Guiné-Bissau (5-12 de Dezembro de 2009).


Fotos © João Graça (2009). Todos os direitos reservados

[ Selecção / edição / legendagem: L.G.]

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Nota do editor:

Ultimo poste da série > 14 de Agosto de 2011 >Guiné 63/74 - P8667: Álbum fotográfico de João Graça (10): 1º Festival Cultural de S. Domingos, 18-20 de Dezembro de 2009 (Parte I): Mulheres que lavam o rosto da sua terra...

domingo, 14 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8667: Álbum fotográfico de João Graça (10): 1º Festival Cultural de S. Domingos, 18-20 de Dezembro de 2009 (Parte I): Mulheres que lavam o rosto da sua terra...


Guiné-Bissau > Região do Cacheu > São Domingos > 18 de Dezembro de 2009 > 1º Festival Cultural de S. Domingos, sob o lema "Nô Laba Rostu di Nô Guiné".













Guiné-Bissau > Região do Cacheu > São Domingos > 18 de Dezembro de 2009 > 1º Festival Cultural de S. Domingos, sob o lema "Nô Laba Rostu di Nô Guiné". Mulheres... Fotos tirados pelo João Graça no penúltimo último dia da sua viagem à Guiné-Bissau (5-12 de Dezembro de 2009)

Fotos © João Graça (2009). Todos os direitos reservados

[ Selecção / edição / legendagem: L.G.]

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Nota do editor:

Último poste da série > 1 de Agosto de 2011 >Guiné 63/74 - P8626: Álbum fotográfico de João Graça (9): Os djubis (putos) de Bissau (II e última parte)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8626: Álbum fotográfico de João Graça (9): Os djubis (putos) de Bissau (II e última parte)




 



Guiné-Bissau > Bissau > 17 de Dezembro de 2009 > Bairro popular,  não identificado > Auto-retrato do artista, rodeado de um grupo de djubis (putos) de Bissau...
 

Fotos © João Graça (2009). Todos os direitos reservados


1. Segunda e última parte do tema "Os djubis de Bissau"... Fotos do Álbum fotográfico de João Graça (*), médico e músico, que esteve na Guiné-Bissau, entre 6  a 19 de Dezembro de 2009... Membro da nossa Tabanca Grande, está a tirar a especialidade médica de psiquiatria no Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), e toca violino no grupo musical Melech Mechaya.

Estas fotos, tiradas ao fim da tarde de uma 4ª feira, 17 de Dezembro de 2009, podem ter as mais diversas leituras... Numa todos estaremos de acordo: o sorriso das crianças é igual em toda a parte, independentemente da cor da pele, da etnia, da língua, do nível de desenvolvimento do país, etc.  Numa época em que parece haver, em muitas partes do mundo, uma escalada de xenofobia, de racismo e de chauvinismo, estas fotos falam por si... Obrigado, João!

[ Selecção e edição de fotos: L.G.]

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Nota do editor: