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(i) Manuel Amaro
Meu caro Luís Graça:
Eu nunca escrevi a palavra estória, a não ser em situações como esta, em que acabo de escrever estória.
No entanto, fui convencido, em Junho de 1980, pelo meu amigo Fernando Assis Pacheco, jornalista e escritor, já falecido, que o uso da palavra estória em nada diminuía a história, desde que cada uma fosse colocada no seu "galho". Aceitei, aceito, já votei no blogue, pela continuidade das estórias.
Por outro lado, há dias, ao seleccionar o título para um livro de poesia, optei por "histórias contadas em verso" em vez de "estórias contadas em verso".
Concluindo, acho que é um pouco como os "piercings" ou os brincos, ou o cabelo em "crista de galo"... eu não uso, mas não vejo qualquer inconveniente em que se use...
Mais, creio que o Camões ou o Pessoa, não devem ser chamados para esta questão.
Quem sabe, um dia destes, ainda vou escrever umas estórias para o blogue.
Um Abraço
Manuel Amaro
Amigo!
Por mim conto estórias.. Quanto ao Pulo Genético...claro, sempre me achei com cara de Mamadu..
Abraço Grande. Jorge
(iii) Henrique Matos
Concordando plenamente com o que o Luís escreveu, só me resta dizer: Se as "estórias cabralianas" fossem história não tinham o mesmo sabor.
Abraços
Henrique Matos
Sobre a "estória": Li esta palavra a primeira vez no Jornal A Bola há muitos anos, numa crónica do saudoso Carlos Pinhão, creio que na última página da edição de sábado,-nessa altura o Jornal publicava-se tri-semanalmente no espaço A Duas Colunas.
Como nessa época, os jornalistas, além de saborosas crónicas que nos davam a ler, sabiam imenso da nossa língua. Carlos Pinhão fazia parte da regra. Por isso estranhei aquela palavra. Dias depois li a explicação porque se escrevia "estória" e não história.
Li agora, aqui num comentário, exactamente a mesma descrição da palavra. Por isso, votei a favor da sua manutenção, desde que devidamente correcto o seu sentido. Mas isso depende de cada um de nós.
Um abraço para toda a Tabanca.
Jorge Portojo
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Escrevi uma Declaração de Voto. As pressas dão em vagares e a dita foi-se. Concordo com o Comentário ao Post (ou Poste) sado no blog (ou Blogue????´).
Não me alongo mais: ALINHO LETRAS QUE SÃO ESTÓRIAS E NUNCA ESCREVO HISTÓRIA OU SOBRE ELA.Era ser vaidoso e não sei escrever...
Abraços
Torcato
(vi) José Dinis
Obrigado, Luis Graça, pela investigação sobre o étimo e a tradição do vocábulo "estória". Por outro lado, a língua como forma de expressão, é dinâmica, evolutiva, muito embora se façam distinções entre a linguagem popular e a erudita, dos cultos, e a escrita vai-se ajustando.
No texto que ontem enviei, fiz referência a jogos de futebol, e a estórias concomitantes. Estórias marginais , sem qualquer interesse para o grande estudo que se possa fazer da guerra colonial, que apenas servem para ilustrar pedaços da permanência das NT, sem a ambição, ou glória, de fazer história. Ao contrário, o acidente aéreo que vitimou P.P.Leite, esse é histórico, pois influenciou o desenrolar político da nação.Eis o meu ponto de vista, pois falta-me o necessário conhecimento científico para afirmar convictamente.
Um abraço
José Dinis
Eu cá não gosto de ser como o caraguejo. O caminho é para a frente. Se "estória" já valeu no linguajar da sua época, remota, e se por evolução fonética passou para a forma actual de " história" então fixemo-nos na forma actual. De contrário é recuar...
O facto de Mia Couto, Luandino Vieira a terem usado nos seus escritos, é lá com eles...A língua não pode andar ao sabor dos caprichos de cada qual. A língua é um código de comunicação entre as pessoas que a perfilham. No qua está nos códigos só se pode alterar pelos órgãos competentes e com deliberação muito qualificada.Se não vamos voltar a dizer que "pluviou" em vez de "choveu"... Água...já há demais.
Um abraço para todos, especialmente para quem discordar do meu ponto de vista.
Joaquim Mendes Gomes
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Depois de tanto ler àcerca da polémica, não tive outro remédio senão enfiar o capacete e assim me proteger de alguma roquetada pela opinião que transmitirei.
Eu uso os 2 grafismos e dou-lhes significados diferentes.
Estou perante as chamadas palavras homonímicas (a homonímia é definida como a propriedade semântica característica de duas unidades lexicais que partilham a mesma pronúncia, mas que conservam significados distintos).
Cá para mim o léxico "história" reflecte o conjunto das estórias;
Um conjunto de histórias nunca vai dar a uma estória.
E esta, hem ?
António Matos
(ix) De novo o Torcato Mendonças
Assunto - Que raio de estória!
Meus Caríssimos Editores:
Não gosto e, menos ainda fazer, a outros, perder TEMPO. Não gosto muito de "purismos"; "fundamentalismos" e outros "ismos". Não gosto de sondagens.
Razões, agora não! Fiquei com a história e a estória atravessadas... isso não é aceitável para mim... feitios...
Logo no primeiro dia lembrei-me de ter lido, escrito por um antigo Professor de uma Faculdade Estatal, um livro, uns escritos... Preguicei e não fui procurar. Mas remoía comigo, dava-me a volta, abria o blog ou blogue e lia...logo á esquerda...e disse: vai procurar, já!
Depois, parei e disse: mas aí, na tua frente nesse portátil tens informação suficiente. Perante isso teclei "Urbano Tavares Rodrigues". Facilmente, com uma simples tecla: O Senhor Professor escreveu em 1977 Estórias Alentejanas.
Obviamente nada mais digo sobre o Homem e o Escritor. Acrescento só: (de outra fonte de informação):
(a) Estória, s.f. - arcaísmo que se procura revitalizar para, em contraste com história (baseada em documentos), significar narrativa de ficção;
(b) Estória, s.f.- história de carácter ficcional ou popular; conto, narração curta.
Perder mais tempo? Eu "escrevo" estórias de Mansambo; do José; Pensar em Voz Alta, Fotos Falantes ( textos de suporte a fotografias da minha passagem pela Guiné - uma foto são mais que mil palavras...); Bloterapia, em escape à "bolha" que me acompanha e, de quando em vez "pluff". Ou outros escritos que nada têm a ver com esta Tertúlia (também não gosto de Tabanca Grande)...
Não vou procurar, devido ao fim-de-semana, quem, de pronto, rindo ou sorrindo, me informaria.
Abraços ou tri-abraços do Torcato (ou Torquato?) ou do José.
Escrevo estórias e escritos afins...são a minha verdade, a minha visão de acontecimentos passados mas que eu sinto serem verdadeiros! Escrevo outros escritos, relatórios e por aí fora, suportados por documentos e saberes adquiridos...também não são histórias ou estórias...mas custam muito €€€€...
Abraços
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(x) Luís Graça
Caros amigos e camaradas da Guiné: Se fizerem uma pesquisa no Google, verificam que a expressão "Deixem-de histórias" (com aspas) ganha, por 264 contra 34, à expressão "Deixem-se de estórias"... O Google é democrático... Será ?
Em contrapartida encontrei apenas 13 referências às "estórias cabralianas"!!! Não é muito, mas também não é mau, para um escritor ordinário (no sentido em que ainda não é extra)... Fico simultaneamente feliz, por ele (que eu admiro e que faz o favor de ser meu amigo). Mas fico também intrigado... Eu, pela minha parte, já lhe publiquei, no nosso blogue, meia centena das ditas cujas... E não tenciono ser linguisticamente correcto, no sentido de substituir vir a substituir estórias por histórias...
Estou como o Henrique Matos, não imagino o Jorge a escrever "histórias cabralianas"... Mas também sei que um dia hei-de apresentar o livro dele e começarei justamente com as seguintes palavras:
- Estas são estórias com história...
Quanto às histórias de Mansambo, meu caro Torcato, a culpa é tua e minha, por que fomso nós que as ba(p)tizámos:
"Início de mais uma série de estórias do Torcato Mendonça que foi Alf Mil da CART 2339, Mansambo, 1968/69. Vamos chamar-lhe estórias de Mansambo, aquartelamento construído heroicamente, de raíz, pelo pessoal da CART 2339" (LG).
"Começo então pela… Dança dos Capitães. Uso as iniciais dos nomes. O nome completo será enviado ao Luís Graça, no fim de cada estória. Não é medo. Creio que muitos estão vivos e, devido a um texto recente, achei preferível fazer assim. Assunto a resolver quando do envio. Assumo tudo o que escrevo e, uma vez enviado, deixa de ser meu. Ou seja, o Luís Graça publica ou não da forma que entender" (TM)...
__________
Nota de L.G.:
(*) Vd. poste de 6 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3417: Em bom português nos entendemos (4): Ele há histórias e estórias... (Norberto Gomes da Costa / Luís Graça)
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