quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Guiné 63/74 - P3447: Em bom português nos entendemos (6): Histórias... ou estórias de guerra ? Venham elas... (J. Mexia Alves)

1. Mensagem do nosso camarigo Joaquim Mexia Alves (ou Joaquim Alves, tout court), que vive em Marinha Grande e trabalha (ainda ?) em Monte Real, Leiria:

Caros Luís, Virgínio e Carlos:

Apenas uma pequena "achega" ao tema da "história e estória". (*)

Embora tenha votado no sentido de julgar que história é termo correcto, não pelos meus "doutos conhecimentos" da língua portuguesa, mas porque julgo ser essa a grafia correcta e tenho para mim que é preciso defender a nossa língua que tem sofrido verdadeiros atentados, quero afirmar que não é assunto que me "tire o sono".

Quero eu dizer que a Tabanca Grande, para mim, pode continuar a publicar histórias e estórias, que eu continuarei a lê-las com o mesmo gosto com que as tenho lido até aqui.

O que é preciso é "que as haja", para lermos e recordarmos, para fazermos as pazes com o passado e darmos memória para o futuro.

O meu filho Pedro, que tem 14 anos, tem uns jogos de guerra no computador e volta e meia pergunta-me coisas sobre armas de guerra, sobre a guerra, sempre com alguma "admiração" por eu ter estado na guerra.

É lógico que lhe vou dizendo que a guerra nada tem de heróico, e que pelo contrário, é "actividade" a evitar sempre.

Mas a cabeça dos rapazes nestas idades é povoada de muitas coisas, não só das raparigas, mas também das aventuras, dos radicalismos e por aí fora, pelo que a guerra é algo, infelizmente, muito "chamativo".

No outro dia fiz o Pedro ouvir o ataque que, salvo o erro, o António Graça Abreu gravou e está publicado no blogue, e que está longe, apesar de tudo, de representar verdadeiramente todo o medo, o horror, a surpresa, a incompreensão, que um primeiro ataque desse tipo provoca na gente que lá esteve.

Ficou a olhar para mim, com um ar sério e admirado e disse-me:
- Ó pai, era mesmo assim? Vocês tinham medo, não tinham?

Lá lhe respondi qualquer coisa a propósito, mas percebi que uma parte do seu "fascínio" pela guerra tinha desaparecido.

E dei graças a Deus, por isso!

Por isso é importante continuarem as histórias e as estórias, para que os vindouros saibam do que falamos, quando falamos da guerra.

Abraço camarigo do
Joaquim Mexia Alves
__________

Nota de L.G.:

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