1. Mensagem do nosso camarada Armando Pires [, foto à direita, com o Augusto Baptista, ainda muito recentemente, em Lisboa, no Chiado (*)]
Data: 23 de Outubro de 2013 às 17:00
Assunto: Capelão Augusto Pereira Baptista
Meu caro Luís Graça, Camarada.
Um pedido teu é uma ordem (**). Aqui tens a "ficha de inscrição" do nosso capelão Augusto Pereira Baptista, acompanhada das respectivas fotos, sendo que na foto da actual vão duas à tua escolha.
Faço acompanhar a sua apresentação de uma nota pessoal. minha, que espero não desmerecer.
Saudações a ti e a todos os camaradas, do
Armando Pires
Foto do ex-alf mil capelão Augusto Baptista, c. 1969
2. Apresenta-se o Augusto Pereira Baptista, ten-cor ref, ex-alf mil capelão CCS/BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã. 1969/70)
É nos momentos de felicidade e alegria, e nos momentos de sofrimento e dor, que a presença dos amigos nos é querida.
Como sabem, na madrugada de 27 de Setembro, fui assaltado e roubado, na residência paroquial. Fiquei bastante mal tratado e com duas costelas partidas. (*)
Neste momento estou em recuperação e agradeço toda a onda de solidariedade, manifestada por tantos amigos e camaradas da Guiné.
De vós, aceito o convite que me lançaram. Tenho imenso prazer em fazer parte dos amigos da Tabanca Grande.
Augusto Pereira Baptista
ten cor capelão, reformado
[, foto atual, à direita]
3. Folha de serviço militar do Agusto Baptista, novo membro da Tabanca Grande, nº 631
(i) Fev/1969 - Dez/1970 > Guiné - Capelão Militar do BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70);
(ii) Jul/1978 - Nov/1982 > Capelão Militar das Tropas Paraquedistas, em S. Jacinto;
Neste momento estou em recuperação e agradeço toda a onda de solidariedade, manifestada por tantos amigos e camaradas da Guiné.
De vós, aceito o convite que me lançaram. Tenho imenso prazer em fazer parte dos amigos da Tabanca Grande.
Augusto Pereira Baptista
ten cor capelão, reformado
[, foto atual, à direita]
3. Folha de serviço militar do Agusto Baptista, novo membro da Tabanca Grande, nº 631
(i) Fev/1969 - Dez/1970 > Guiné - Capelão Militar do BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70);
(ii) Jul/1978 - Nov/1982 > Capelão Militar das Tropas Paraquedistas, em S. Jacinto;
(iii) Nov/1982 - Ago/1988 > Capelão das Tropas Paraquedistas em Tancos;
(iv) Ago/1988 - Out/1990 > Capelão-Adjunto da Chefia do Serviço de Assistência Religiosa da Força Aérea, em Lisboa;
(v) Out/1990 - Jul/1995 > Capelão do Hospital da Força Aérea no Lumiar, Lisboa;
(vi) Jul/1995 - Mar/2000 > Capelão - Chefe da GNR - Guarda Nacional Republicana, em Lisboa
4. Nota pessoal do ex-fur enf Armando Pires, da CCS do BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70) [, foto de L.G., à direita; Tabanca da Linha, 17/10/2013]
Fiquei muito honrado pela tarefa que o Luís Graça me confiou. Trazer até nós o capelão Baptista (**).
Não sou a pessoa indicada para falar do seu trabalho religioso junto dos nossos camaradas na Guiné.
Mas posso falar do homem, como já aqui o fiz no P9978. (***)
Porque o Baptista, senhor de uma grande serenidade e força comunicacional, tinha sempre a palavra certa, fosse ela de amizade, de compreensão ou de estimulo, para aqueles que, como eu, não seguiam a sua fé.
É pelo ombro que nos momentos difíceis me emprestou, que lhe tenho esta amizade.
Mas o Baptista também era, e é, dotado de um enorme sentido de humor. Deixo para que ele resolva nas suas próprias confissões, as conversas brejeiras que tinha connosco, algumas de nos levarem às lágrimas.
Mas conto-vos como ele resolvia a fama que tinha de nunca estar onde o IN atacava. Fosse em Bula, fosse em Bissorã, fosse nos aquartelamentos do sector onde levava o seu trabalho espiritual, na hora do PAIGC atacar o Baptista não estava lá.
Tal fama deu origem às situações mais caricatas. Desde o bom do Crasto que, quando o Baptista saía, não arredava pé do abrigo das transmissões, até a um influente membro da comunidade de Bissorã, o qual, tendo visto chegar o DO que fazia o sector, indagou se o capelão ia viajar. É que ele tinha prevista, para daí a dois dias, uma festa de aniversário no clube social da vila, e queria prevenir-se.
Mas vejam lá que era entre a população nativa que estas coincidências maiores interrogações provocavam. E o que lhes dizia o capelão Baptista?
- Ó pá! Vocês não sabem a força do Irã branco. Se o inimigo ataca o Irã branco, fica manga de chateado. E com o Irão branco o inimigo não brinca.
Mas diz o povo, na sua infinita sabedoria, que tantas vezes o cântaro vai à fonte que uma noite o Baptista estava lá. E mesmo assim, não sem que o DO que o levaria a Binar, tivesse ficado retido em Bissau, com avaria.
- Ó pá! Vocês não sabem a força do Irã branco. Se o inimigo ataca o Irã branco, fica manga de chateado. E com o Irão branco o inimigo não brinca.
Mas diz o povo, na sua infinita sabedoria, que tantas vezes o cântaro vai à fonte que uma noite o Baptista estava lá. E mesmo assim, não sem que o DO que o levaria a Binar, tivesse ficado retido em Bissau, com avaria.
Nem eu nem ele sabemos precisar em que noite foi. Mas garantidamente ocorreu, em Bissorã, já com a comissão a terminar.
Contou-me ele que, findo o ataque, meteu-se no jeep e foi para o comando. Nos metros que fez a pé não parava de tropeçar. Levava as botas calçadas ao contrário...
Que a fé do Baptista o conserve entre nós, durante muitos mais anos. Armando Pires
Guiné > Região do Oio > Bissorã > CC/BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70) > "O alf capelão Baptista, de pressão de ar ao ombro, após uma caça à passarada".
Chaves > 1968 > "Eu e o capelão Baptista, em Chaves, quando formávamos batalhão" [, o BCAC 2861].
Guiné > Região do Cacheu > Bula > CCS / BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70) > "Eu e o capelão Baptista. Em Bula, à porta da missão católica".
Fotos: © Armando Pires (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]
5. Comentrário de L.G.:
São dois seres de eleição, o Armando e o Augusto!
O Armando já é nosso grã-tabanqueiro e temo-nos delicidado com as suas estórias de "ribatejano, fadista e enfermeiro". Conheci-o finalmente, ao vivo, em carne e osso, no último almoço-convívio da Tabanca da Linha, em 17/10/2013, e as minhas expectativas foram superadas... Confesso original é ainda melhor do que a cópia... E tive oportunidade de me dar conta da sua grandeza de alma: homem da rádio, com provas dadas na Metrópole, antes de ir para a tropa. mas também fadista talentoso e promissor, o Armando tinha tudo (conhecimentos, relações, cunhas e tudo!...) para ficar em Bissau, no "bem bom", a trabalhar no PFA - Programa das Forças Armadas e, à noite, a cantar fados num conhecido, muito afreguesado, restaurante da capital da província... E quando a razão puxava para um lado, o coração, mais forte, puxou para o outro, e ele decidiu que não podia abandonar os seus camaradas que já conhecia de Chaves e que iam para o mato, para a guerra, para a região do Cacheu (Bula e, depois, mais tarde, para Bissorã, na mítica e temível região Óio)...
E lá foi com eles para Bula e, depois, Bissorã... (Prometo que ele vai contar "esta cena", de viva voz, um dia destes!... Infelizmente, não há medalhas para estes grandes gestos de camaradagem, humanidade e verticalidade ...).
Contou-me ele que, findo o ataque, meteu-se no jeep e foi para o comando. Nos metros que fez a pé não parava de tropeçar. Levava as botas calçadas ao contrário...
Que a fé do Baptista o conserve entre nós, durante muitos mais anos. Armando Pires
Guiné > Região do Oio > Bissorã > CC/BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70) > "O alf capelão Baptista, de pressão de ar ao ombro, após uma caça à passarada".
Chaves > 1968 > "Eu e o capelão Baptista, em Chaves, quando formávamos batalhão" [, o BCAC 2861].
Guiné > Região do Cacheu > Bula > CCS / BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70) > "Eu e o capelão Baptista. Em Bula, à porta da missão católica".
Fotos: © Armando Pires (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]
5. Comentrário de L.G.:
São dois seres de eleição, o Armando e o Augusto!
O Armando já é nosso grã-tabanqueiro e temo-nos delicidado com as suas estórias de "ribatejano, fadista e enfermeiro". Conheci-o finalmente, ao vivo, em carne e osso, no último almoço-convívio da Tabanca da Linha, em 17/10/2013, e as minhas expectativas foram superadas... Confesso original é ainda melhor do que a cópia... E tive oportunidade de me dar conta da sua grandeza de alma: homem da rádio, com provas dadas na Metrópole, antes de ir para a tropa. mas também fadista talentoso e promissor, o Armando tinha tudo (conhecimentos, relações, cunhas e tudo!...) para ficar em Bissau, no "bem bom", a trabalhar no PFA - Programa das Forças Armadas e, à noite, a cantar fados num conhecido, muito afreguesado, restaurante da capital da província... E quando a razão puxava para um lado, o coração, mais forte, puxou para o outro, e ele decidiu que não podia abandonar os seus camaradas que já conhecia de Chaves e que iam para o mato, para a guerra, para a região do Cacheu (Bula e, depois, mais tarde, para Bissorã, na mítica e temível região Óio)...
E lá foi com eles para Bula e, depois, Bissorã... (Prometo que ele vai contar "esta cena", de viva voz, um dia destes!... Infelizmente, não há medalhas para estes grandes gestos de camaradagem, humanidade e verticalidade ...).
Quanto ao nosso capelão, Augusto Baptista, é uma honra tê-lo aqui, na nossa companhia, à sombra do nosso mítico, mágico, sagrado poilão da Tabanca Grande. A gente promete tratá-lo bem, acarinhá-lo, apaparicá-lo, protegê-lo. Da parte dele, esperamos que nos conte algumas histórias de capelania, umas, ou caserna, outras, que o pessoal é todo olhos e ouvidos... E, claro, temos a certeza que ele vai também velar por nós e rezar por nós, crentes e não-crentes!.. Bem, vindo, camarada Baptista!... És o nosso grã-tabanqueiro nº 631 (****).
PS - E já que falamos de capelães (e nós temos mais de 50 postes com referências aos nossos capelães!...), registe-se os nomes (e indique-se os links) dos três ex-capelães que já nos deram a honra de acamaradar connosco, sob o poilão da Tabanca Grande (, cito por ordem cronológica de entrada):
(ii) Arsénio Puim, ex-alf mil capelão, CCS/BCAÇ 2917 (Bambadinca, 1970/72)
(iii) Horácio Fernandes, ex-alf mil capelão, BART 1911 (setembro de 1967 / maio de 1969) e BCAÇ 2852 (Bambadinca, maio/dezembro de 1969).
_______________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 9 de outubro de 2013 > Guiné 63/74 - P12133: Facebook...ando (28): O Augusto Baptista em Lisboa: temos homem, temos camarada, temos capelão, temos um novo membro da Tabanca Grande (Armando Pires)
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 9 de outubro de 2013 > Guiné 63/74 - P12133: Facebook...ando (28): O Augusto Baptista em Lisboa: temos homem, temos camarada, temos capelão, temos um novo membro da Tabanca Grande (Armando Pires)
(**) Vd. poste de 2 de outubro de 2013 > Guiné 63/74 - P12108: Ser solidário (149): Antigo capelão da CCS/BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70), ex-alf mil Augusto Baptista, 75 anos, pároco de Perosinho e Seixezelo, V. N. Gaia, assaltado, violentamente agredido e hospitalizado, precisa de um ombro amigo, precisa de nós, camaradas! (Armando Pires)
(**) Vd. poste de 1 de junho de 2012 > Guiné 63/74 - P9978: (De)caras (11): Agradecimento ao capelão Baptista, hoje Ten Cor reformado, e pároco de Perosinho, V.N. Gaia, um camarada muito porreiro (Armando Pires)
(****) Último poste da Tabanca Grande > 19 de outubro de 2013 > Guiné 73/74 - P12171: Tabanca Grande (410): João Paulo Diniz, ex-locutor do PIFAS (Bissau, 1970/72), nosso grã-tabanqueiro nº 630