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domingo, 2 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24444: (De)Caras (200): Graduados da segunda e terceira geração da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1972/74) - II ( e última) Parte: Bambadinca (António Duarte, ex-fur mil, CART 3493 e CCAÇ 12, dez 71/jan 74)


Foto nº 5    


Foto nº 5A


Foto nº 5B


Foto nº 5C

Fotos nº 5, 5A, 5B  e 5C> Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > Xime >  CCAÇ 12 > c. 1973/74 

Legenda: Foto tirada junto à capela do Xime, s/d (a CCAÇ 12 foi transferida para o Xime em março de 1973)

Da esquerda para a direita, temos:
  • Fur Garrido; Alf Tavares (II) (Foto nº 5B);
  • Fur Emílio Costa; Fur Mec António Lalanda Jorge; Fur António Duarte e Alf Viana (Foto nº 5C).


Foto nº 6


Foto nº 6A

Fotos nº 6 e 6A > Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > Xime >  CCAÇ 12 > c. 1973/74. Tirada no Xime, junto a um de três obuses 10,5 cm, lá estacionados (20º Pel Art): a  espreitar no aparelho de pontaria o Fur Emílio Costa e ao lado o Fur Mec António Lalande Jorge
 


Fotos nº 4 e 4A> Guiné > Zona leste > Sector L1 (Bambadinca) > Xime >  CCAÇ 12 > c. 1973/74 . Uma pequena paródia com os seguintes camaradas da esquerda para a direita: Fur Art  Manuel Lino (20º Pel Art ); Alf Tavares (I) e Fur Mec António Lalande Jorge. Tirada no Xime depois de abril de 1973.

Fotos: © António Lalande Jorge (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: António Duarte e Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Segunda (e última) parte da seleção de fotos enviadas pelo António Duarte (ex-fur mil,
 CART 3493 / BART 3873, Mansambo, 1971/72, e CCAÇ 12, Bambadinca e Xime, 1972/74):



(...) Os originais são na sua maioria do António Lalande Jorge, furriel mecânico da companhia entre maio de 1972 e 20 de abril de 1974. Esteve com a segunda e terceira geraçãode graduados.  Reencontrei-o  agora, reside a maior parte do tempo em Salvaterra de Magos, tendo trabalhado em várias gráficas. (Vd. foto à direita, em primeiro plano, o Jorge, de perfil, juntamente com o José Sobral, em Coimbra, 27 de maio de 2023). Seguem Algumas notas sobre esta gente, graduados, metropolitanos, de rendição individual, da 2ª e 3ª geraçóes da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1972/74). (*)

(i) o Fur Garrido sei que trabalhou na CP; seu nome completo: Henrique Francisco Garrido; era do 3º pelotão: veio da CCAÇ 3327/ BII17 e era natural da zona de Coimbra (segundo informaçáo do José Câmara, em comentário ao poste P24441) (*);

(ii) o Fur Emílio Costa vive no Porto e faltou ao convívio de Coimbra, em 27 de maio de 2023; tinha prometido ir;

(iii)  Fur Enf Osório, segundo sei, foi enfermeiro no Hospital de Lamego;O Fur Rodrigues que faleceu em 2018, era de Oliveira do Bairro e foi professor do ensino secundário;

(iv) o Fur Monteiro, estive com ele em 1993 e era empresário, sócio de uma pequena empresa; perdi o contacto;

(v) O Fur Emílio Costa e o Alf Tavares (II), eram oriundos do Batalhão de Bafatá (BART 3884) e eu, bem como o Fur Andrade de Op Especiais, pertencíamos ao Batalhão de Bambadinca (BART 3873).

Este último foi delegado de batalhão e pediu para ir para o mato (pertencia à Cart 3492 no Xitole, mas foi colocado na Cart 3493 em Mansambo). Os pais viviam em Bissau, pois o pai era comandante da PSP, havendo a particularidade de falar crioulo correctamente, já que foi criado em Bissau. Veio para Portugal fazer o serviço militar (CSM). Cheguei a falar com ele em Chaves em 1979.

Os Alferes eram atiradores de infantaria e todos os furriéis eram também atiradores de infantaria, excetuando eu próprio que era Atirador de Artilharia. Os primeiros faziam a especialidade em Tavira e eu em Vendas Novas. Obviamente que o Fur Andrade por ser de Op Esp. esteve em Lamego

Bem e é tudo. Se recordar é viver, acho que vamos ser eternos. (...)
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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 30 de junho de 2023 > Guiné 61/74 - P24441: (De)Caras (199): Graduados da segunda e terceira geração da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1972/74) - Parte I: Bambadinca (António Duarte, ex-fur mil, CART 3493 e CCAÇ 12, dez 71/jan 74)

sábado, 1 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24443: Os nossos seres, saberes e lazeres (579): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (109): Com sangue d’África, com ossos d’Europa: do Paúl a Pombas, de Pombas a Porto Novo, de Porto Novo a Mindelo, o regresso (8) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 10 de Maio de 2023:

Queridos amigos,
Agora que a viagem acabou, confesso que encontro um certo desequilíbrio quanto à narrativa usada sobre estas duas ilhas. S. Vicente era uma memória remota de uma tarde de agosto de 1970, quatro alferes em fim de comissão vagabundearam pelo Mindelo e tomaram um táxi, viram praias e altivas paisagens lunares, olhando sempre ao longe uma outra ilha que o condutor do táxi assim comentava, é mais frondosa, tem coisas para a gente comer e às vezes ali chove, os turistas preferem-na. Isto para dizer que vinha matar saudades de S. Vicente, aqui recebi a bonita lição de que o cabo-verdiano respeita as imagens do seu passado, este ajuda a não desvirtuar a singularidade do seu presente euroafricano; e depois fui pulsionando pela floresta mágica de Santo Antão, a plenos pulmões, contraste de duas ilhas do mesmo país, separadas por alguns quilómetros, não deve haver neste mundo, fui subjugado por este sortilégio de culturas cultivadas em vales, em terraços, em quase jardins, e recordo perfeitamente o almoço havido em Ribeira do Paúl em que tínhamos pela frente uma Nova Iorque de penhascos cercados de mangos, bananas, cana de açúcar, enfim, subsistência, tudo num quadro harmónico, sempre com a curiosidade de ver subir e descer caminhantes de muitos pontos do mundo que sabem que nunca saíram defraudados desta floresta mágica em que se consorciam vales ubres com montanhas que parecem torres de atalaia. Sim, tudo farei para voltar.

Um abraço do
Mário



Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (109):
Com sangue d’África, com ossos d’Europa: do Paúl a Pombas, de Pombas a Porto Novo, de Porto Novo a Mindelo, o regresso (8)


Mário Beja Santos

Já vos contei que vivo numa graciosa casinha no Paúl, frente às montanhas, é nesta atmosfera edénica que dou pelos odores do que me pareceu um incendio à distância, fui a correr à mercearia da D. Joana, que cheiro é este, então o senhor não sabe que temos aqui um trapiche ao pé, o senhor não vê chegarem a parirem viaturas cheias de cana? Fui para casa e folheei "Cabo Verde, Retalhos do Quotidiano", de João Lopes Filho, Editorial Caminho, 1995. A cana sacarina foi uma das primeiras espécies a ser introduzidas em Cabo Verde, há depoimentos de valor historiográfico ao longo dos séculos XVI e XVII que falam da boa qualidade do açúcar. Dá bastante trabalho: preparar a terra, mondar-lhe a erva, precisa de terra fresca e húmida, ao longo dos séculos o seu fabrico era bastante rudimentar, hoje há diversas variedades da planta. A quase totalidade da colheita é entregue aos mestres do trapiche, para fabricarem mel e/ou aguardente, esta tem o nome de grogue. Só uma pequena parte destas canas é consumida em natureza, nalgumas ilhas fabrica-se um produto axaropado que tem o nome de “tchope”.

Sinto um apelo irresistível de ir visitar o meu vizinho, à cautela, continuo a documentar-me. O conjunto das instalações é chamado terreiro do trapiche, o trapiche ocupa o centro do terreiro, debaixo de árvores frondosas (quase sempre mangueiras) e tem ali ao lado a casa da tenda, onde a calda é posta a fermentar, e também as instalações do alambique para destilação de aguardente, o forno com o tacho onde fabricam o mel e alpendres para empilhar canas, os currais dos bois, e por aí adiante. O antropólogo Lopes Filho escreve que nomeadamente em S. Nicolau e Santo Antão há as cantigas do curral do trapiche. E leio mais sobre a cozedura do mel, a natureza do alambique e como se prepara o ponche.

Indumentado de forasteiro, vou visitar o trapiche, recebido com regozijo, os odores são embriagantes, ó vizinho vamos beber um copinho, entra-me um fogo pelo estômago, agradeço do coração, e saio dali depois de se ter comprado um vasilhame de mel. Comecei bem o dia.

A produção de grogue, um trapiche semi-moderno
Um trapiche em Santo Antão

Guardo melancolicamente algumas anotações do último dia aqui no Paúl. Volto a subir esta imensa ladeira e assomo-me até à região do vale, não sei se voltarei a ter este benefício de caminhar entre montanhas que parecem ter torres de atalaia, sucessivas cortinas de rochas ponteadas por verdura. Lá no alto volto a avistar os aficionados dos passeios pedestres, atiram-se a um bom estirão até o vale do Paúl, virão ao fim do dia esfalfados. Arrumo os tarecos, dentre em breve passará por aqui um coletivo e vamos descer este precioso percurso onde não há berma que não tenha vegetação exuberante, iremos assim até Eito. Em Pombas voltarei a apanhar um coletivo e regresso à praia de Sinagoga, após contemplação, regresso a Pombas e ao seu cenário magnificente. Contemplação do mar e depois almoço. É então que leio uma nota escrita no final do dia de ontem, foi-se até a um restaurante de nome Dragoeiro, um jantar de gala com peixinho do melhor, no regresso houve que pôr luz no smartphone, era noite de breu, parecia pesca do candeio, quem subia ou descia andava com o seu telefone digital. Foi então que encontrámos um reformado da marinha mercante a viver em Roterdão, mas sempre com saudade da terra, faz questão de conversar em inglês. Em Pombas, fecho os olhos para recordar todo aquele verde das montanhas, aquelas cumeadas que lançam as suas gretas pontiagudas para vales anchos, tudo cultivado, há para ali mangos, milhos, feijões e muito mais, qualquer dia chove e durante dias o leito daquelas ribeiras pulsará com águas turbilhonantes que correm para o oceano. Que natureza tão misteriosa, que ilha tão fecunda e ao mesmo tempo árida, um vergel mágico que atrai gente de todo o mundo, compreensivelmente.
Tudo isto se passa na varanda da minha casa, o leito da ribeira como se vê está seco e a vegetação parece ardida, um pouco acima erguem-se culturas, há casas lá no topo das montanhas, venho a esta varanda ao amanhecer, há o chilreio da passarada, gente a subir e a descer, olho para os céus para ver o movimento das nuvens, ao anoitecer ergue-se uma neblina lúgubre mas as vozes assomam pelos caminhos, estou perante um cenário cheio de vida, que me dá um indizível aprazimento.
Cinco instantâneos de uma natureza que tão profundamente me tocou, confesso que perdi o sentido de orientação, tão estontecido pela beleza, não sei estou a olhar para os fundos de Xôxô ou para os cumes montanhosos de Corda e Esponjeira, talvez para o caso seja irrelevante, é sempre este verde que parece dominar a pedra crestada e toda esta orografia vulcânica que parece não ter fim até se precipitar no mar. Abençoada ilha onde tive a dita de ver a consagração da vida.
Cerca de 70 anos separam estas duas fotografias, creio que estava no topo da chamada réplica da Torre de Belém e apanhei no primeiro plano a Praça Estrela, com cenário montanhoso ao fundo. A imagem de 1954 obviamente que quis consagrar a baía do Mindelo e a sua envolvente, lembrar que a relíquia do passado ainda era uma força do presente.
Imagem de Mindelo, retirada de Panorama, revista portuguesa de arte e turismo, Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo, nº 10/11/1954
Sim, quero voltar, há para aqui um enigmático apelo da parte desta natureza insular, momentos houve em que olhando estas costas recortadas, estes céus violetas de fim de crepúsculo me lembrei da minha amada ilha de S. Miguel, comparei poetas daqui com os de lá e não é difícil de entender as saudades da terra, este crioulo cimentado há séculos, este mar profundo que mais separa do que aproxima de África, esta mestiçagem antiga que desenvolveu um caráter, uma singularidade cultural de remotas comparações. Longe de mim pensar que é possível dizer adeus a Cabo Verde quando se desenvolveu o poder magnético de voltar, há que fazer para que a oportunidade não demore. Então, até à próxima!
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Nota do editor

Último poste da série de 24 DE JUNHO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24428: Os nossos seres, saberes e lazeres (578): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (108): Com sangue d’África, com ossos d’Europa: visita a Xôxô e à Ponta do Sol, e subida até ao Paúl (7) (Mário Beja Santos)

sexta-feira, 30 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24442: Notas de leitura (1593): Flora da Guiné-Bissau (2) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 18 Fevereiro de 2021:

Queridos amigos,
Os inventários desta cientista que estudou aturadamente a flora da Guiné-Bissau podem ser úteis a uma instituição científica da Guiné-Bissau, terei o maior prazer em ceder estas três separatas a quem de direito. De um modo geral as imagens que guardamos têm a ver com as árvores de grande porte, as prodigiosas riquezas do tarrafo, os cajueiros, as lalas húmidas e as luxuriantes savanas, todos estes pormenores da flora são, regra geral, omitidos. Por isso considerei que a sua publicitação ajudava a valorizar recordações do passado. Nunca mais esqueci a beleza dos nenúfares nos arrozais, o contraste entre toda aquela brancura imaculada a despontar em águas barrentas, muitas vezes encostando-se aos diques protetores. Como recordo, uma floresta-galeria que havia entre Sancorlã e Salá, no fundo do regulado do Cuor, fazendo fronteira com o regulado de Mansomine, a luz solar filtrando-se entre a espessa ramaria e as teias de gigantescas lianas por toda a parte, suportando-se nos ramos das árvores. E as lalas floridas com umas flores brancas e róseas e amarelas, dava pouca atenção e agora percebo o que perdi por as não ter apreciado como elementos faustosos que são desta grandiosa flora tropical.

Um abraço do
Mário



Flora da Guiné-Bissau (2)

Mário Beja Santos

Comprei um tanto às cegas num leilão três publicações relacionadas com a flora da Guiné-Bissau. Assunto um tanto árido para o meu elenco de curiosidades, acresce que saí um tanto traumatizado da prova oral de Ciências Naturais do quinto ano, demorei um tempo infinito a distinguir fanerogâmicas de criptogâmicas. Mas o que me chamou a atenção foi ter uns pozinhos de conhecimento da riquíssima flora que pude ir conhecendo em florestas-galerias, savanas, bolanhas, margens de rios, matas densas ou ralas, à volta de palmares, e o mais que se sabe. Vamos cingirmo-nos ao primeiro trabalho da bióloga Maria Cândida Liberato, a investigadora tem vasto currículo conforme se pode ver no site https://actd.iict.pt/view/actd:MOMCL, este seu primeiro trabalho publicado pela Junta de Investigações Científicas do Ultramar data de 1980, recomendo vivamente um passeio por aqueles documentos do Arquivo Científico Tropical, encontrei fotografias históricas guineenses com o maior interesse.

Passámos anteriormente em revista arbustos, pequenas árvores ou lianas da família das Connaraceae, vamos agora ver as Chrysobalanaceae e as Malvaceae, respeitantes aos dois trabalhos seguintes de Maria Cândida Liberato, de 1982 e 1983 respetivamente.

As Chrysobalanaceae são árvores ou arbustos, é uma família com cerca de 450 espécies das zonas tropicais de baixa altitude. A cientista enumera as diferentes variedades e indica a respetiva proveniência. As Malvaceae são ervas, arbustos ou pequenas árvores, incluem subarbustos pequenos e diretos, subarbustos anuais, ervas anuais ou vivazes, plantas subarbustivas, arbustos ou ervas mais ou menos pilosas, ervas vivazes ou anuais, e pelas imagens que me foi dado verificar temos na Europa o nosso variegado hibisco.

Estes três trabalhos sobre a flora da Guiné-Bissau comportam minuciosas descrições que seguramente são muitíssimo interessantes para botânicos, estou totalmente recetivo a que me sugiram qual a melhor entidade a quem posso oferecer semelhantes trabalhos.

Encontrei na web um trabalho do guineense Jeremias Sani e pareceu-me da maior utilidade, neste contexto, reproduzir o que ele diz sobre a flora do país:
“A diversidade da flora da Guiné tem correspondência com a caracterização geográfica e do seu solo. As florestas constituem uma verdadeira barreira contra o fenómeno da desertificação, da degradação dos solos e do assoreamento das bacias hidrográficas. São elas que suportam a agricultura e produzem madeira, lenha, carvão, caça e produtos florestais não lenhosos tais como o mel, frutos, raízes, tubérculos, plantas medicinais, vinho e óleo de palma e tantos outros bens que, na Guiné-Bissau, são essenciais. Porém, a pressão demográfica, as alterações climáticas, a intervenção humana por queimadas, a extração massiva de madeiras consideradas nobres, a monocultura de mancarra (amendoim), de arroz e de caju, têm alterado a flora (e a fauna) da Guiné-Bissau.

Existem paisagens maravilhosas todas elas bem distintas umas das outras. Na guiné podemos observar toda a extensão dos rios com mangais que podem chegar aos 10 metros, zonas dos arrozais, as florestas secas, florestas sub-húmidas e savanas. O solo é praticamente estéril por serem secas e estarem saturadas de sal, apenas algumas plantas e gramíneas tolerantes ao sódio conseguem resistir nestas condições.
Na zona sul do país, devido à maior humidade, predominam as bolanhas (arrozais alagados). Aqui, principalmente nas regiões de Tombali e de Quinara e nalgumas ilhas do arquipélago dos Bijagós encontramos a floresta sub-húmida, com vegetação variada: árvores de grande porte, de 30 e 40 metros de altura – sobretudo “Pó de miséria” (Anisophylla lamina), “Polon” (Ceiba pentandra) e “Pó de bitcho amarelo” (Chlorophora regia) -, árvores entre os 20 e os 30 metros, arbustos e ainda lianas. As florestas de transição, como o nome indica, fazem a fronteira entre a floresta sub-húmida e as florestas secas e semi-secas, principalmente na região de Gabú e no litoral, onde predominam os “poilões” (Ceiba pentandra)”
.

Oxalá que as referências a estes trabalhos suscitem entusiasmo a botânicos e ecologistas em geral.

Vegetação herbácea costeira, ilha de João Vieira, imagem retirada do trabalho Parque Nacional Marinho de João Vieira e Poilão: Biodiversidade e Conservação, 2018, de Luís Catarino e Bucar Indjai
Maria Cândida Liberato
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Nota do editor

Último poste da série de 26 DE JUNHO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24432: Notas de leitura (1592): Flora da Guiné-Bissau (1) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P24441: (De)Caras (200): Graduados da segunda e terceira geração da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1972/74) - Parte I: Bambadinca (António Duarte, ex-fur mil, CART 3493 e CCAÇ 12, dez 71/jan 74)


Foto nº1


Foto nº 1A


Foto nº 1 B

Fotos nº 1, 1A e 1B > Guiné > Zona leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 > Bar da companhia > C. final de 1972. (Em março de 1973, a companhia, até então em intervenção, foi colocada no Xime como subunbidade de quadrícula até ao final da guerra, tendo sido dissolvida em agosto de 1974)

Legenda: Da esquerda para a direita:

(i) Fur Garrido, de perfil;

(ii) ao fundo, junto ao emblema da CCAÇ 12, o Alf Morgado, ao lado dele e pouco nítido o Capitão Bordalo (com barbas);

(iii) a seguir ligeiramente à frente o Fur Emílio Costa; o Fur Mec António Lalande Jorge;
ligeiramente atrás, desconhecido;

(iv) à frente deste o Alf Tavares (I) (havia dois alferes de nome Tavares);

(v) Fur Santos, de barba, que permaneceu pouco tempo na companhia;

(vi) atrás o Fur Rodrigues (falecido em 2018); à esquerda deste o 2º Sargento Jerónimo; à frente deste o Alf Tavares (II), segundo comandante da companhia;

(vii) e por último o Fur. Enfermeiro Osório, que deu aulas no Xime ao José Carlos Mussá Biá e atrás de todos alguém desconhecido.

O local era Bambadinca, num bar feito pela CCAÇ 12, onde se estava de forma autónoma aos bares de oficiais e de sargentos, junto aos quartos e messes. Estaríamos no final de 1973. Seria situado à esquerda dos edifícios dos quartos de oficiais e sargentos, estando a olhar, para os ditos edifícios de frente.

Fica a mágoa de se ver muito mal o Cap Bordalo, pessoa muito especial, sobretudo para a segunda geração. Foi substituído pelo Cap Simão, também excelente pessoa. Daquilo que sei é médico ortopedista em Évora. Quem tinha o contacto dele era o Fur Candeias da Silva, que nos deixou o ano passado.


Foto nº 2


Foto nº 2A


Foto nº 2B

Fotos nº 2, 2A e 2B > Guiné > Zona leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 > Bar da companhia > c. fibnal de 1972

Da esquerda para a direita temos:

(i) Fur Emílio Costa; Fur Mec. Jorge; Fur Rodrigues;

(ii) Fur Monteiro (a tocar viola); Fur Enf. Osório; desconhecido ao lado;

(iii) e por último e sentado o Fur de Op Esp. Andrade.



Foto nº 3 > Guiné > Zona leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 > Bar da companhia > s/d > c. final de 1972

Legenda: Da esquerda para a direita, temos:

(i) Fur de Trms Dinis; Fur Mec Jorge; Fur Emílio Costa;

(ii) um pouco à frente o Fur Santos;

(iii) ao lado do Emílio Costa o Alf Tavares (I); ligeiramente atrás o Alf Viana; a seguir o Alf Tavares (II); à frente deste o Fur Enf Oasório e por último a seguir ao Alf. Tavares (II) o Fur Garrido. Tirada no Bar da CCAÇ 12, provavelmente no final de 1973.

Fotos: © António Lalande Jorge (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: António Duarte e Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de António Duarte (ex-fur mil, CART 3493 / BART 3873, Mansambo, 1971/72, e CCAÇ 12, Bambadinca e Xime, 1972/74):

Data - Quinta, 22/06, 17:19

Assunto - Graduados da CCAÇ 12, da segunda e terceira geração (Bambadinca e Xime, 1972/74)

Camarada Luís Graça

No seguimento do convívio da CCÇ 12 de 27 de maio passado, em Coimbra (*), e do prometido, seguem algumas fotografias, sobretudo do terceiro grupo de graduados da companhia, em Bambadinca e depois mais tarde no Xime.

 
Em primeiro plano, o Jorge, de perfil, 
juntamente com o José Sobral, 
em Coimbra, 27 de maio de 2023, 
no 50º convívio da CCAÇ 12
 (graduados da 2ª e 3ª geraçáo, 1971/74)
Foto: LG (2023)
 


Uma legenda possível para as fotos agora enviadas, cujos originais são na sua maioria do António Lalande Jorge, furriel mecânico da companhia entre maio de 1972 e 20 de abril de 1974. Esteve com a segunda e terceira geração de graduados. Reencontrei-o agira. Reside a maior parte do tempo em Salvaterra de Magos e trabalhou em várias gráficas

Algumas notas sobre esta gente:

(i) O Fur Garrido sei que trabalhou na CP;

(ii) O Fur Emílio Costa vive no Porto e faltou ao convívio de Coimbra, em 2023; tinha prometido ir;

(iii) O Fur Enf Osório, segundo sei, foi enfermeiro no Hospital de Lamego;

(iv) O Fur Rodrigues que faleceu em 2018, era de Oliveira do Bairro e foi professor do ensino secundário;

(v) O Fur Monteiro, estive com ele em 1993 e era empresário, sócio de uma pequena empresa; perdi o contacto.O Fur Emílio Costa e o Alf Tavares (II), eram oriundos do Batalhão de Bafatá e eu, bem como o Fur Andrade de Op Especiais, pertencíamos ao Batalhão de Bambadinca.

Este último foi delegado de batalhão e pediu para ir para o mato (pertencia à Cart 3492 no Xitole, mas foi colocado na Cart 3493 em Mansambo). Os pais viviam em Bissau, pois o pai era comandante da PSP, havendo a particularidade, de falar crioulo correctamente, já que foi criado em Bissau. Veio para Portugal fazer o serviço militar (CSM). Cheguei a falar com ele em Chaves em 1979.

Os Alferes eram atiradores de infantaria e todos os furriéis eram também atiradores de infantaria, excetuando eu próprio que era Atirador de Artilharia. Os primeiros faziam a especialidade em Tavira e eu em Vendas Novas. Obviamente que o Fur Andrade, por ser de Op Esp, esteve em Lamego

Bem e é tudo. Se recordar é viver, acho que vamos ser eternos. (**)

Abraço a todos os camaradas
António Duarte
Cart 3493 e CCAÇ 12
Dez 71 a Jan de 74

(Continua, com a publicação dfas fotos nºs 4, 5 e 6, tiradas no Xime, 1973/74)
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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:
30 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24353: Convívios (962): CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74): Coimbra, sede do núcleo local da Liga dos Combatentes, 27/5/2023: poucos mas bons, ao fim de 50 anos...

31 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24356: Convívios (963): Coimbra, 27mai2023, 50.º convívio da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime 1971/74): "Balada de Despedida", voz: Firmino Ribeiro

13 de junho de 2023 > Guiné 61/74 - P24397: O Cancioneiro da Nossa Guerra (15): O Hino da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74): uma paródia do "Tiro-Liro-Liro" (Recolha: José Sobral e António Lalande Jorge)

(**) Último poste da série > 19 de junho de 2023 > Guiné 61/74 - P24413: (De) caras (198): "Da minha varanda também vejo o mundo...Ou de como mudou a minha rua, os meus vizinhos, os meus fregueses"... (Valdemar Queiroz e os seus comentadores)

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24440: Agenda cultural (836) Palestra "50 anos Debaixo d´Àgua", por António Mário Leitão, e apresentação do seu livro "Aprendiz de Mágico" (2022), no CPAS - Centro Português de Actividades Subaquáticas, Rua Alto do Duque, 45, Lisboa, 6ª feira, 30/6/2023, às 21h30


Capa do livro "Aprendiz Mágico", de António Mário Leitão
(Lisboa,  Astrolábio, 2022, 264 pp.) (*)





Mário Leitão : 

(i) Fur mil na Farmácia Militar de Luanda, Delegação n.º 11 do Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos (LMPQF), 1971 a 1973; (ii) membro da nossa Tabanca Grande, o nº 741, desde 12/4/2017; (iii) tem 44 referências no nosso blogue;


1. Mensagem do nosso camarada, amigo e tabanqueiro Mário Leitão, com data de 28 do corrente, 10h20:

Caro Luís, se ainda tiveres tempo, seria muito bom se divulgasses a minha palestra no CPAS, na próxima sexta-feira. 

Não vai ser só uma apresentação do livro do “Mágico“, pois farei uma retrospectiva das minhas aventuras debaixo d’água. 

Obrigado, camarada! Grande abraço!

Mário 

Convite do CPAS - Centro Português 
de Actividades Subaquáticas

Palestra | R Alto do Duque, 45, Lisboa | 
30 de junho de 2023, 21h30


O CPAS tem o prazer de o convidar para, no próximo dia 30 de Junho pelas 21h30, assistir á Palestra "50 anos Debaixo d´Àgua", por António Mário Leitão e à apresentação do seu livro "Aprendiz de Mágico". (**)

Local e contactos:

Rua Alto do Duque, 45,  1400-009 LISBOA, Portugal

21 301 6961

cpas@cpas.pt

CPAS_SUB

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Do Autor e Palestrante, apresentamos um pequeno CV:

Além de muitos outros,

- Monitor nacional de Mergulho pela Escola de Mergulhadores da Armada;
- Monitor CMAS/FPAS M2;
- Instrutor PADI;
- Instrutor SSI;
- Coordenador de uma dezena de expedições, acampamentos e viagens marítimas, em ambiente de associativismo juvenil (Berlengas, Cies, Gerês, etc); 
- Autor do levantamento da biodiversidade das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro d'Arcos (Ponte de Lima); 
- Autor de 5 livros e cerca de 400 artigos; 
- PPA pela D.Geral da Aeronáutica Civil.

Sobre o CPAS: vd. aqui:

https://cpas.pt/wp-content/uploads/2020/03/Institucional_CPAS.pdf

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 31 de agosto de 2022 > Guiné 61/74 - P23572: Notas de leitura (1484): "Aprendiz de Mágico", de António Mário Leitão: "Um romance autobiográfico surpreendente (...) Ao longo da narrativa aparecem as diferentes facetas profissionais vividas por um farmacêutico que também foi professor, analista clínico, director de um serviço hospitalar, animador cultural, aviador, patrão de alto-mar, instrutor de mergulho e chefe de expedições de aventura, até se converter em escritor compulsivo" (António Trovela)

Guiné 61/74 - P24439: Agenda cultural (835): Rescaldo da apresentação do livro "Memórias de um Combatente", da autoria de José Ferreira, antigo Combatente em Angola, levada a efeito no passado dia 25 de Junho de 2023, em Resende (Fátima Silva e Fátima Soledade)

Foto 1 - Livro “Memórias de um combatente”, do autor José Ferreira


1. Mensagem das nossas amigas Fátima Soledade e Fátima Silva, filhas de antigos combatentes do ultramar, enviada ao nosso Blogue no dia 28 de Junho de 2023, com o resumo do lançamento do livro "Memórias de um Combatente", levado a efeito no passado dia 25 de Junho de 2023:

Lançamento do Livro do Autor José Ferreira, “Memórias de um Combatente”

No dia 25 de junho de 2023, pelas 16 horas, no Salão Nobre do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Resende, realizou-se o lançamento do livro “Memórias de um Combatente” do autor José Ferreira, que foi bombeiro antes de assentar praça e cumpriu uma Comissão de Serviço em 1965/1967, como 1.º Cabo Sapador, na Província Ultramarina de Angola.

O Senhor José Ferreira compareceu acompanhado dos seus familiares e amigos. O seu filho, Renato Ferreira e o músico Diamantino Nogueira proporcionaram belos momentos musicais e o neto, Tomás Ferreira, declamou um poema do avô.

O painel participou pela seguinte ordem:

- A moderação dos diferentes momentos e intervenções foi da responsabilidade da representante da “Editorial Novembro”, Dra. Avelina Ferraz;
- Alocução do Presidente da Direção dos Bombeiros Voluntários de Resende, Sr. Joaquim Alves;
- Alocução do Presidente da Assembleia Municipal de Resende, Dr. Jorge Machado;
- Alocução da Dra. Fátima Silva – Apresentação do Projeto “Heróis da Guerra do Ultramar – Resende”;
- Alocução da Dra. Fátima Soledade – Testemunho sobre a origem do livro “Memórias de um Combatente”;
- Encerramento do evento a cargo do Coronel de Infantaria na Reserva, Joaquim Monteiro, Vice-presidente do Núcleo de Lamego da Liga dos Combatentes.

No final foi servido um “Porto de Honra”, proporcionando um convívio muito salutar.


Foto 2 - Dra. Avelina Ferraz, moderadora e representante da editora
Foto 3 - Vista geral do Salão Nobre dos Bombeiros Voluntários
Foto 4 - Presidente da Assembleia Municipal de Resende, Jorge Machado, e o autor José Ferreira
5 - Filho do autor, Renato Ferreira, e Diamantino Nogueira
Foto 7 - Painel (da esq. Para a dir.) Dra. Avelina Ferraz, Fátima Soledade, Jorge Machado, José Ferreira, Joaquim Monteiro, Joaquim Alves e Fátima Silva
Foto 8 - Elementos da Liga dos Combatentes do Núcleo de Lamego, José Ferreira e o Major Osório.
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Nota do editor

Último poste da série de 17 DE JUNHO DE 2023> Guiné 61/74 - P24406: Agenda cultural (834): Apresentação do livro "Memórias de um Combatente", da autoria de José Ferreira, antigo Combatente em Angola, a ter lugar no Salão Nobre do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Resende, dia 25 de Junho de 2023, pelas 16 horas (Fátima Silva e Fátima Soledade)