terça-feira, 13 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24397: O Cancioneiro da Nossa Guerra (15): O Hino da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74): uma paródia do "Tiro-Liro-Liro" (Recolha: José Sobral e António Lalande Jorge)


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, na Rua Sofia, 136 > 27 de maio de 2023 : 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) (*) > Um grupo de "coralistas": cantando o "Hino da CCAÇ 12"... Da esquerda para a direita, 

(i) José Sobral, ex-alf mil at inf, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971/73);

(ii) António Lalande Jorge, ex-fur mil mecânico, CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1972/74);

(iii) Manuel Lino, ex-fur mil art, 20º Pel Art (obus 10,5 cm) (Xime, 1972/74);

 (iv) António Duarte, ex-fur mil at inf, CCART 3493 e CCAÇ 12 (Mansambo, Bambadinca e Xime, 1971/74).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2023). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Vídeo (1' 14''). Alojado em Luís Graça > You Tube (2023)


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, na Rua Sofia, 136 > 27 de maio de 2023 > 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) (*)

No vídeo pode ver-se um grupo de "coralistas", cantando uma paródia de uma canção tradicional, que a Amália Rodrigues imortalizou ("Tiro-Liro-Liro") ("Cá em cima está o tiro-liro-liro, / cá em baixo está o tiro-liro-ló / Juntaram-se os dois à esquina / A tocar a concertina, a dançar o solidó"), transformada em cantiga de escárnio e maldizer, em que os visado seria o 2º comandante do BART 2917 (o então major art Anjos de Carvalho, conhecido na "caserna" como o "alma negra", e gostar de comandar operações "by air", ou seja, através do PCV - Posto de Comand0 Volante, em DO-27. 

"Grande momento 'musical' com coreografia final especial", escreveu o António Duarte... Acrescento eu: com um valente "manguito" do nosso dr. José Sobral... Ora não fora ele, um coimbrão que, enquanto estudante, apanhou a crise estudantil de 1969, e foi logo recambiado  para a tropa, ele e o Jaime Pereira, seu colega e amigo desde os tempos de liceu... Por azar, logo os dois foram parar à CCaç 12 (que raio de coincidência!).

 
1. O António Lalande Jorge, ex-fur mil mec auto, de rendição individual, que pertenceu à CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1972/74), respondeu do seguinte modo a um outro mail que eu mandei aos camaradas da CCAÇ 12 que estiveram presentes no convívio de Coimbra, do passado dia 27 de maio.

Data - 31/05/2023, 22:16
Assunto - Coimbra, 27/5/2023... Convívio da nossa CCAÇ 12

Caros camaradas,

Na sequência e em resposta ao mail enviado pelo camarada Luís Graça e esperando que o José Sobral não leve a mal eu antecipar-me e responder ao pedido do Luís Graça a propósito da cedência da letra do Tiro Liro Liro / Hino da CCAÇ12,  e para evitar nova reunião para acerto da letra, envio agora o Hino com a letra já corrigida para que todos possam guardá-la e decorá-la de modo a que num próximo encontro possamos cantar todos afinadinhos.
Abraços para todos.

António Lalande Jorge


2. Comentário do editor LG:

Publica-se a seguir a letra do "Hino da CCAÇ 12", na versão que me foi disponibilizada pelo António Lalande Jorge. Uma peça a juntar ao Cancioneiro de Bambadinca, ou melhor, ao Cancioneiro da Nossa Guerra (**)... 

Julgo que a letra é do médico, coimbrão,  José Sobral, ex-alf mil at inf, da CCAÇ 12, no período de 1971/73,  revista e melhorada por outros camaradas da CCAÇ 12, da chamada 2ª e 3ª gerações. (Como é sabido, as subunidades do CTIG, como a CCAÇ 12, tinham apenas graduados e especialistas de origem metropolitana e rendição individual.)

Obrigado,  camarada Lalande Jorge. E espero que aceite o meu convite para integrar, de pleno direito, a nossa Tabanca Grande (***). Só preciso de duas fotos tuas, uma do "antigamente", e outra mais recente. Pelo que eu pude observar, de relance, no nosso convívio de Coimbra,  tens um excelente álbum fotográfico do tempo em que passaste por Bambadinca e pelo Xime (1972/74). 

E, "by the way",  pelo que me constaste, ias levando uma "piçada" do gen Bettencourt Rodrigues, o Com-Chefe que rendeu o Spínola, por no quartel do Xime (para onde a CCAÇ 12 foi transferida, a contragosto, em março de 1973), teres dezenas e dezenas de pneus, se não centenas, empilhados até ao tecto... 

O general deve ter pensado que andavas a açambarcar pneus (e até a vendê-los aos "turras"...) quando havia falta deles (e dos demais sobresselentes paras as viaturas automóveis)  no CTIG... 

A tua resposta, serena,  deve tê-lo desarmado: "Meu general, é uma herança acumulada, das companhias que passaram por aqui, e agora da nossa, que veio de Bambadinca... Não sei o que fazer a este lixo todo..."

Se quiseres partilhar uma seleção de fotos, com maior interesse documental, estás à vontade: só tens que as digitalizar, com uma boa resolução (mínimo,  1Mb) e mandá-las para o meu endereço de email... Se possível com legendas: data, local, etc.


HINO DA CCAÇ 12

Lá em cima anda o Helicanhão.
Cá em baixo anda a 12 e anda o Xime.

Lá em cima anda o Helicanhão,
Cá em baixo anda a 12 e anda o Xime.

Juntaram-se os três numa operação,
Lá para os lados do Poidão,
Correu tudo que nem um mimo!

Juntaram-se os três numa operação,
Lá para os lados do Poidão,
Correu tudo que nem um mimo!

Major... ó meu Major,
Ora diga lá agora o que é que quer.

Major... ó meu Major,
Ora diga lá agora o que é que quer.

Ora essa, continuem cinco minutos,
Não precisam que vos peça.
Continuem... ora essa!

Ora essa, continuem cinco minutos,
Não precisam que vos peça.
Continuem... ora essa!

Comandante... ó meu Comandante,
Estamos fritos, estamos agora a embrulhar!

Comandante... ó meu Comandante,
Estamos fritos, estamos agora a embrulhar!

Tenham calma... tenham calma e não pensem
Que eu daqui não vos estou a ajudar.

Tenham calma... tenham calma e não pensem
Que eu daqui não vos estou a ajudar.

Contra os canhões sem recuo...
VAI TU !

(Recolha: José Sobral / António Lalande Jorge)
___________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

31 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24356: Convívios (963): Coimbra, 27mai2023, 50.º convívio da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime 1971/74): "Balada de Despedida", voz: Firmino Ribeiro

30 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24353: Convívios (962): CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74): Coimbra, sede do núcleo local da Liga dos Combatentes, 27/5/2023: poucos mas bons, ao fim de 50 anos...

(**) Último poste da série > 3 de setembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23583: O Cancioneiro da Nossa Guerra (14): Os Hinos da 4ª CCAÇ (Bolama e Bedanda, 1961/67) e da CCAÇ 6 (Bedanda, 1967/74)

(***) Vd. poste de 5 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24285: O que é feito de ti, camarada ? (18): António Lalande Jorge, ex-fur mil mec auto, CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, março de 1972 / abril de 1974)

2 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Camaradas da CCAÇ 12 (Contuboel, Bambadinca, Xime, 1969/74) das "très gerações, e demais malta, amigos e camaradas da Guiné, que passou pelo setor L1 (Bambadinca)...


O "Hino da CCAÇ 12" merece figurar, em minha opinião, no "Cancioneiro da Nossa Guerra" (em organização; já foram publicados 15 postes, mas há muitos mais para editar,,,).

Digam lá da vossa justiça e, por favor, mandem-nos mais recolhas de letras (e músicas) que conheçam, parodiando a tropa e a guerra da "nossa" Guiné,,,....

Foi uma coisa que não nos faltou, ao longo dos anos da guerra, o talento para as letras de "escárnio & maldizer", na melhor tradição do nosso "humor de caserna"...No caso de Bambadinca, cantavam-se a desoras...

Claro que ao fim destes anos ninguém leva a mal: afinal, a vida são dois dias e o carnaval são três...

Um abraço (galhofeiro mas sempre fraterno) do Luís Graça.

PS - José Sobral, parabéns por aquele manguito à Zé Povinho!...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Camaradas da CCAÇ 12, da 2ª e 3ª gerações, José Sobral, Jaime Pereira, António Lalande, António Duarte...

Gostava de saber mais sobre o "making of" desta letra do hino da nossa companhia... Há uma história, um episódio, um contexto, há personagens, por detrás desta letra...

Quem se lembra de quando começou a ser cantada ? E quem é que foi buscar a música do Tiro-liro-liro ?... LG