Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
domingo, 10 de junho de 2007
Guiné 63/74 - P1828: Armamento do PAIGC (3): O Foguetão 122 mm ou a arma especial Grad (Nuno Rubim)
Lisboa > Museu Militar (1) > O foguetão 122 mm ou a arma especial Grad (na terminologia do PAIGC).
Fotos: Nuno Rubim (2007). Direitos reservados.
Texto do Coronel Art, reformado, Nuno Rubim, o nosso (deste blogue) grande especialista em armamento, tanto das NT como do PAIGC. É, reconhecidamente hoje, o maior especialista português em história da artilharia (2). Foi, além disso, um dos capitães de Abril, injustiçado em 25 de Novembro de 1975.
Last but note the least, é um dos oficiais da sua arma, a Artilharia, mais condecorados: é detentor de condecorações como a Cruz de Guerra, Medalha de Serviços Distintos com Palma, Medalha de Mérito Militar e outras. Todas essas medalhas tiveram por base louvores do escalão de Comante de Agrupamento para cima (a Cruz de Guerra e a Medalha de Serviços Distintos com Palma acabaram em Ministros do Exército e Defesa Nacional).
O Nuno Rubim esteve na Guiné (por duas vezes). A sua presença, neste blogue, muito nos honra. Com ele, ao nosso lado, corremos sempre o risco de, quando abrimos a boca, de dizer asneira. Foi o que aconteceu comigo ao escrever que o foguetão 122 mm podia atingir os 20 km de alcance (3)... (LG).
Caro Luís:
Para complementar as informações sobre o Foguete de 122 mm (1), utilizado pelo PAIGC, aqui vão mais alguns dados:
(i) O Sistema era conhecido pelo PAIGC como Arma Especial - Grad;
(ii) Era uma arma de artilharia, de bater zona e não de tiro de precisão;
(iii) O alcance máximo era de 11.700 m para 40º de elevação. Segundo um relatório do PAIGC a distância maior a que se efectuou tiro, teria sido contra Bolama, em 4 de Novembro de 1969, a 9.800 m.
(iv) Como se poderá ver nas imagens acima, o foguete dispunha de um perno (assinalado a vermelho ) que, percorrendo o entalhe em espiral existente no tubo, imprimia uma rotação de baixa velocidade afim de estabilizar a vôo. As alhetas só se abriam depois do foguete sair do tubo.
Enviei para o blogue, há algum tempo, a fotografia do Tubo que se encontra no Museu Mil Lisboa, que julgo ser o capturado em Cufar, em Janeiero de 1973.
Um abraço
Nuno Rubim
__________
Notas de L.G.:
(1) O Museu Militar fica no Largo do Museu da Artilharia, 1100 - 468 Lisboa, junta à Estação de Caminhos de Ferro de Santa Apolónia, em Lisboa. Telefone > 21 884 25 69.Fax > 21 884 25 69
E-mail> mmilitar@um.geira.pt
Funcionamento > Das 10h00 ÀS 17h00. Encerra 2ª e Feriados.
Autocarros > 9, 12, 25, 28, 35, 39, 46, 104, 105, 107.
Tutela > Ministério da Defesa Nacional.
Em 1926 a denominação do Museu [que era de Artilharia] é alterada para Museu Militar. O edifício do Museu encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público, desde 1963. O organismo responsável por este museu é o Ministério da Defesa Naciojnal.
A mostra das colecções museológicas desenvolve-se ao longo de 33 espaços expositivos. O visitante pode verificar que a natureza das colecções não passa unicamente pelas peças bélicas, mas também pelo património artístico patente na pintura, azulejaria e escultura, pela mão de grandes artistas dos séculos XVIII, XIX e XX.
Através do seu espólio o Museu Militar aborda as grandes temáticas da história de Portugal. A missão do Museu encontra-se patente na sua divisa (em latim): MAIORVM NATV ARMA PROPONIMVS (“Expomos as Armas dos Antepassados”). ~
O Museu contempla, desde 1998, de um espaço nas Caves para a realização de exposições temporárias e de outros eventos culturais. No percurso do itinerário interior o visitante poderá dispor no Pátio dos Canhões de uma Loja e de uma Cafetaria. Caracteriza-se por ser um museu que vive de uma exposição permanente. Há várias exposições temporárias anuais.
A primeira (e única) vez que lá fui, há uns meses atrás, estavam ainda (há quanto tempo ?) em remodelação as Salas sobre a Guerra Colonial 1961 – 1975 (sic).
Salas de maior visibilidade:
Sala Vasco da Gama
Sala das Guerras Peninsulares
Sala da Grande Guerra
Sala de Camões
Sala Mouzinho de Albuquerque (LG)
(2) Vd. post de 18 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1189: O tertuliano Nuno Rubim, especialista em história militar
(3) Vd. post de 7 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1821: Armamento do PAIGG (2): Mísseis terra-terra Katyusha ou foguetões 122 mm (A. Santos)
Vd. posts anteriores desta série (ou relacionados com armamento do PAIGC):
17 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1764: Armamento do PAIGC (1): Metralhadoras pesadas Degtyarev, antiaéreas (Nuno Rubim)
13 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1756: Exposição de armamento apreendido ao PAIGC, aquando da visita de Américo Tomás (Bissau, 1968) (Victor Condeço)
18 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1672: Guileje: a artilharia do PAIGC (Nuno Rubim)
27 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1628: Projecto Guiledje: fotografias de armamento e equipamento, das NT e do PAIGC, precisam-se (Nuno Rubim)
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